Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

XVII


                            Crystal


- Crystal!?

- Oi, pai! - meu pai me aborda assim que passo pela porta.

- Como você está? Esteve chorando? - questiona preocupado.

- Foi só uma conversa com a minha mãe.

- Você conversou com ela sobre o que aconteceu? - se aproxima de mim, e põe as mãos em meus ombros e olhando atentamente.

- Não detalhadamente. Eu não estava bem pra falar tão abertamente disso de novo. - eu o abraço.

- Tudo bem, querida. Mas sabe que ela ficará furiosa de você não ter contado logo pra ela. - ele me abraça de volta.

- Eu sei, mas ela vai entender. Não consigo ficar remexendo nessa história o tempo todo.

- Certo. Se precisar de suporte quando for falar com ela, eu estarei ao seu lado. Sempre!

- Obrigada, pai! - ele deixa um beijo casto na minha cabeça. - Porém, ela vai querer te matar quando souber que você sabia disso, e não contou a ela.

- Eu já estou acostumado a ser um alvo constante da sua mãe. - sorri, e eu me deixo levar por suas palavras, e sorrio também.

- E a Izzy, saiu do quarto pra comer alguma coisa? - me afasto do abraço dele, e vou até o sofá, deixando minha bolsa lá.

- Não. Dadá levou algo para ela comer, mas não sei se ela comeu.

- Entendo.

- O que houve com ela, Crystal? Não me diga que aconteceu algo semelhante a você, com ela. - ele me encara com as sombrancelha franzida.

- Não pai. Não nesse sentido. Mas talvez seja tão ruim quanto.

- Crystal, tô ficando preocupado. - ele se aproxima de mim, pega em minha mão, e me leva até o outro sofá, me fazendo sentar de frente a ele. - Me conta, o que está acontecendo?

- Ah, pai, a Izzy tem uma relação complicada com os pai dela. - digo um tanto evasiva.

Eu não sei se deveria falar de assuntos particulares da Izzy, para o meu pai. Não sei se seria certo.

Mas depois dela ter chegado aqui daquela forma, ele não vai ficar tranquilo enquanto não souber o que está acontecendo.

- Complicado como? - insiste.

- Bom...de dois anos pra cá, o pai da Izzy tem se mostrando um tanto quanto... impaciente.

- O que isso quer dizer?

- A Izzy sempre foi uma menina levada, você sabe. E como os negócios do pai dela deu uma decaída, aí vieram as alterações dele dentro de casa. Ele passou a ser rude com ela, até que chegou o dia em que ele passou do limite, e a agrediu.

- A agrediu? Como foi isso?

- Ela nunca nos conta os detalhes, mas desde então, às vezes ela parece com marcas roxas pelo corpo.

- Minha nossa! - ele levanta e começa a andar de um lado para o outro. - Como ele pode fazer esse tipo de coisa com a própria filha?

- Eu não sei pai. Mas teve uma vez que estávamos lá na casa dela, estudando para uma prova, e ele chegou bastante irritado, então ela nos mandou embora, e no dia seguinte, tinha marcas roxas nas costas.

- Esse homem é um covarde! - sua voz se altera.

- Pai! - tento acalma-lo.

- E porque ela não o denuncia?

- Ele é um homem influente, não aconteceria nada com ele, e ela sofreria as consequências depois.

- E a mãe dela? Não faz nada pra mudar isso?

- A Izzy fica ressentida com isso, mas sabe que ambas não teriam chances contra ele.

- Aquele filho da...- ele se cala ao me ver arregalar os olhos. Ele não tem o hábito de usar esse palavreado na minha frente.

- Eu sei pai, é terrível. - suspiro exasperada. - E depois da festa de ontem...

- Aconteceu de novo?

- Sim. E me surpreende você não ter visto os braços dela quando chegou.

Ele para alguns instantes, e fica pensativo. Não sei o que se passa na cabeça dele, mas ele está visivelmente nervoso.

- Eu fiquei tão bravo pelo que aconteceu ontem, e daquele desgraçado ser amigo dela, que quando ela chegou, eu só conseguia pensar na ousadia dela em aparecer aqui hoje.

- Pai...- me levanto e vou até ele. - Você estava com outras coisas na cabeça, não pode se culpar por não perceber isso.

- O mundo parece cada vez pior. - ele me abraça. - Não se pode confiar em mais ninguém.

- Sim, pai. E foi por isso que ela veio pra cá. Por que confia em mim.

- Eu sei. - ele deixa um beijo na minha testa. - Então você deve ir dar atenção a ela. Mas...- ele me olha nos olhos. - qualquer coisa que precisar, eu estarei aqui.

- Eu sei, pai! - sorrio confiante. - Eu te amo.

- Também te amo, minha princesa.
Pego minha bolsa em cima do outro sofá, e vou para o quarto.

                         
                            Antony

Acordo no meio da madrugada, e fico rolando na cama, sem conseguir pegar no sono outra vez.

Todos esses acontecimentos, tem me deixando bastante inquieto, e dormir não está sendo fácil. Mesmo não tendo dormido nada na noite passada, eu só consegui tirar um cochilo durante a tarde, e a noite, foi difícil pegar no sono, e pra piorar, ainda acordo no meio da madrugada, e nem consigo me manter na cama.

- Merda! - digo baixo.

Levanto da cama, e decido ir até a sala e tomar uma dose de wisky pra ver se me ajuda a relaxar.

Quando chego na sala, sinto uma brisa fria tocar meu corpo. Apensar de ser verão, as noites têm sido bem frescas, e constantemente chuvosas.

Vejo a cortina da sala balançar, anunciando de onde vem a brisa. Quando chego na porta de vidro para fecha-la, percebo uma silhueta sentada em uma das poltronas da varanda.

- Crystal? - percebo ela se assustar com a minha voz. - Desculpa, eu não quis te assusta-la.

- Tudo bem, Antony!

- Izzy? - pergunto surpreso.

- Desculpe! Sr Moretti. - ela corrige. - Ainda preciso me adaptar a chamá-lo assim.

- Tudo bem, Izzy. O que faz acordada a essa hora?

- Não consegui dormir.

- Imagino que não.

- Imagina?

- A Crystal me falou o que aconteceu.

- Ah. - apesar de estar escuro, percebo ela baixar a cabeça.

Eu volto para dentro, e no jogo de luzes de led do teto da varanda, acendo apenas a do meio, que não é muito clara, e deixa o ambiente mais nítido, mas não muito exposto, então volto à varanda.

- Você está bem? - me sento na poltrona que fica de frente para ela.

- Eu sempre fico bem. - sorri forçado.

Eu não sei exatamente como reagir a essas palavras. Numa situação como essa, eu só consigo sentir raiva, e sei que isso não ajudaria em nada agora, então opto por ficar calado.

- Eu gosto da chuva. - ela inicia o diálogo.

Eu olho para além dos outros edifícios, e observo a chuva de verão que cai intensa.

- Ela é revigorante. Tudo o que já foi certo antes dela começar, nunca mais fica do mesmo jeito depois que ela passa. As certezas se esvaem.  - eu olho pra ela, mas o olhar dela está além daquele espaço em que estamos, e muito além das gotas da chuva que ela tanto encara.

Eu continuo a olhar para ela, e apesar de estar usando uma camisa bem maior que ela, as marcas em seus braços ainda ficam visíveis. Eu apenas engulo seco.

- Tudo se modifica quando ela se vai. - ela olha pra mim. - Você não acha?

- Eu...- ela percebe meus olhos em seus braços, e parece desconfortável.

Ela põe os braços contra o corpo, e coloca os pés em cima da poltrona, na tentativa de esconder os braços com as pernas.

Eu me levanto, passo pela porta, e vou até meu quarto, pego uma manta, e volto pra sala. Vou até a mesinha com as bebidas, preparo um copo com wisky pra mim, e sigo pra varanda. Chegando lá, coloco meu copo na mesinha de centro, e a cubro com a manta. Em seguida pego meu copo, e sento de novo na poltrona.

- Acho que você se sentirá melhor agora. - dou um gole na minha bebida.

- Obrigada! - lhe dou um sorriso amigável.

Permanecemos ali por um bom tempo, sem falar um com o outro, apenas observando a chuva cair, e o movimento constante das nuvens.

Quando minha bebida acaba, e eu penso em ir buscar mais uma dose, a Izzy se levanta.

- Acho que agora já consigo dormir.

- Tudo bem. Espero que você durma bem.

- Obrigada pela companhia, Sr Moretti.

- Não sei se dá pra realmente agradecer por isso. Eu só sentei aqui, e não disse nada.

- E isso foi ótimo. Sem perguntas ou "conselhos", apenas me fez companhia em um momento em que eu não queria falar sobre meus demônios. Obrigada.

Sem esperar que eu dissesse mais nada, ela entrou, e eu fiquei sozinho, pensando em como as pessoas conseguem mascarar bem suas próprias angústias.

Há alguns dias, eu não suportaria a ideia de estar sozinho com Izzy no mesmo lugar, me sentia apreensivo com a companhia dela.

Ela sempre foi tão espontânea, animada, e muito ousada, e disso eu sei bem, mas durante todo esse tempo que ela agiu assim, eu não tinha ideia das coisas que ela passava em casa. Os sorrisos que ela exibia, as atitudes que tomava, e a espontaneidade que se portava, escondiam muito bem suas aflições.

Mas com as poucas palavras que ela disse hoje, e mesmo sendo sobre algo tão aleatório como a chuva, me mostrou  que ela ainda pode surpreender muito as pessoas por sua forma profunda de avaliar certas situações.

Acho que ela pode não ser só a louca desmiolada que eu pensei. Só precisa ser mais "controlada".

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro