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XLVIII

Izzy


Durante o trajeto até o apartamento, o Antony se mostrou extremamente "empolgado". No elevador, assim que entramos e as portas se fecharam, ele me puxou pela cintura, prensado nossos corpos, e fazia questão de demostrar seu interesse em avançarmos para além do que tivemos há alguns minutos.

- Izzy...que tal se a gente entrasse para o meu quarto, e parássemos com esse joguinho de gato e rato? - com uma voz sedutora, ele propõe ao junto meu ouvido.

- Não tenho certeza se você está merecendo isso, Antony. - me solto de seus braços, e encosto do outro lado do elevador.

Ele me observa por alguns segundos, e então encara os próprios pés com um sorriso sarcástico no rosto. E então, avança sobre mim outra vez, mas eu me viro de costas, o que para ele, não significou nada, já que simplesmente me puxou pela cintura, e pressionou sua ereção em minha bunda.

- Você me deixou louco com o que fez lá em baixo, no carro. Não pode deixar me deixar assim, e fingir que está tudo bem. - cochicha enquanto deixa leves beijos em meu pescoço.

Claro que a minha intenção não é deixá-lo assim, mas essa sensação de ser desejada por ele, é inacreditavelmente prazerosa. Sinto meu corpo todo em um frenesi louco.

- Você precisa me convencer primeiro. - digo em um sussurro.

Ele para, puxa levemente meu cabelo para trás da minha orelha, e com os lábios colados ali, diz algo que faz meu corpo todo arrepiar.

- Eu sei exatamente como fazer isso...

Ouvimos o barulho da porta do elevador abrir, e sem pensar duas vezes, me desvencilo de seus braços, e corro para fora.
Não tenho como evitar, esse joguinho de sedução é muito bom.

Parada junto a porta, me viro para o elevador, e o olhar dele sobre mim, é de uma intensidade, que fazem minhas pernas tremerem. A passos largos, ele sai do elevador, e em um piscar de olhos, está com a mão em minha nuca, me puxando para um beijo profundo e cheio de luxúria, enquanto com a outra mão, procura freneticamente a chave da porta no bolso.

Quando ele volta sua atenção para a porta, eu avanço em seu pescoço, deixando leves chupadas.

- Porra, Izzy...dese jeito não consigo nem abrir a porta!

Ao ouvir aquilo, eu apenas sorrio ainda colada em seu pescoço, e descendo as mãos por seu abdômen.
Quando finalmente consegue abrir, eu rapidamente entro, e ele não perde tempo, e logo vem atrás de mim. Sua mão me alcança, me puxando de volta assim que estou no corredor da entrada. Ele empurra a porta com o pé, fazendo-a fechar, e com suas mãos em mim, me coloca contra ela, puxando uma de minhas pernas para se encaixar em mim, enquanto a outra mão, habilidosamente coloca a chave na fechadura e a tranca.
Com mais beijos quentes, ele me deixa ainda mais ansiosa pelo que está por vir.

- Agora você é toda minha. - diz contra meus lábios.

- Aqui não é o seu quarto...- digo ofegante, enquanto ele pressiona sua ereção entre minhas pernas.

- Então vamos resolver essa questão.

Ele se afasta de mim, pega em minha mão, e me puxa corredor à dentro. Seguimos por poucos passos, e ele solta minha mão parando de repente, e eu dou de cara com suas costas largas.

- Ai...o que houve?

- Crystal!? - ouço-o dizer.

Quando me inclino um pouco, vejo a Crystal sentada no sofá com os braços cruzados.

- Oi Crystal! Achei que voltaria tarde. - dou um sorriso amarelo.

- Quem de vocês dois vai me explicar o que significa isso? - questiona séria.

Antony simplesmente me olha de soslaio, e engole seco.

- Ah...bem...- passo a frente dele, e começo a justificar. - Como não tínhamos nenhum programa essa noite, resolvemos sair para comer...

- Izzy!? - Antony me encara desgostoso.

- E...- ela insiste.

- E depois fomos naquela delicatessen que você e eu costumamos ir. - continuo.

- Só isso?

- Sim! - abro um sorriso forçado. - Só saímos para comer.

Ela levanta, e vem em minha direção.

- Acho que meu pai não voltou muito satisfeito - ela tem um olhar intenso e acusador. - Já que você seria a próxima refeição dele.

- Crystal! - Antony grita advertindo-a.

Suas palavras me acertaram como um tapa, e eu fiquei sem reação.

- O que pensa que está fazendo? - Antony toma a frente.

- Até quando vocês pretendiam me fazer de idiota, pai?

- Ninguém estava te fazendo de idiota!

- E como você classifica isso tudo? Eu a convido para nossa casa, e na primeira oportunidade, você a leva para a cama. Que nome você da a tudo isso?

- Crystal...- minha voz é apenas um sussurro, e minha visão está embaçada pelas lágrimas.

- Por que você está falando desse jeito da Izzy? Você sabe que ela não é assim. Vocês são amigas...

- Ela não é minha amiga!

- Crystal...por favor... - tento falar, mas minha voz parece ter se perdido.

- Por que está agindo assim Crystal?

- E você, pai...com tantas mulheres nesse mundo, por que não podia ficar longe dela?

- Eu não...

- Parem! - grito e tomo a atenção dos dois.

Me ponho de frente a Crystal, olho em seus olhos, passo a mão pelo rosto secando minhas lágrimas, engulo seco, e começo meu desabafo.

Crystal


- É ele, Crystal...sempre foi ele.

Eu vacilo por um instante, mas a essa altura, isso já não me surpreende. Eu já tinha encaixado as coisas.

- Como pôde fazer isso? - sinto as lágrimas chegando. - Como pode esconder isso de mim?

- Medo.

- Medo? Não faz sentido. Medo de quê?

- Disso. - ela passa novamente as mãos pelo rosto, secando as lágrimas que insistem em rolar. - De você não entender, de você me julgar, de perder a sua amizade. - ela solta um soluço, e mais lágrimas aparecem.

Nossa amizade sempre foi baseada na confiança, ou pelo menos achei que fosse, mas hoje, eu percebi que estava enganada.

- Não seja tola, Izzy.

- Tola?

- Sim. Eu jamais deixaria de ser sua amiga por isso. Você só precisava...confiar em mim.

- Quando eu te contei que estava apaixonada, e disse que ele era um homem bem mais velho, a primeira que coisa que você fez, foi repudiar.

- Me parecia bem nojento essa hipótese, já que eu tinha apenas 15, e não entendia nada sobre amor.

- Sim...mas desde então, eu vivia nesse medo constante. - ela sorri melancólica. - Você era tudo pra mim, sua amizade era tudo o que importava, e eu preferi esconder tudo o que sentia pelo Antony, só para não perdê-la.

- E acha que ficando com ele a essa altura, às escondidas, me faria ficar feliz por você quando descobrisse? - minha voz é sarcástica.

- Não. Eu jamais pensei que chegaria a esse ponto com ele.

- E está feliz agora? Sendo só mais uma na cama dele por uma noite?

- Pelo amor de Deus, Crystal! Pare de falar desse jeito. - meu pai se manifesta.

- E como eu deveria falar? Se passei a vida sabendo que você só atribuía mulheres a sua vida, apenas pra isso? - lhe dirijo um olhar frio.

- Com a Izzy não é assim.

- Quer saber? Não importa mais! - levo as mãos a cabeça, sentindo como se meu coração batesse dentro dela. - Eu não...

Saio da sala para o meu quarto sem sequer terminar a frase. Eu estava magoada, decepcionada, e com raiva. Nada de bom sairia de mim naquela conversa, e sei que diria coisa que poderia me arrepender depois.

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