XLVI
Izzy
Desde que começamos a namorar oficialmente, Antony e eu não tivemos muito tempo juntos. Pelo menos não a sós. Mas eu não estou preocupada com isso, já que só fazem três dias, mas parece que sempre surge alguma coisa para nos manter afastados. E isso é bem chato.
Mas hoje, véspera de feriado, a Crystal decidiu sair com colegas de faculdade dela, e como a boa amiga que é, me chamou para ir junto, mas eu recusei.
Como amanhã já passaremos parte do dia juntas, correndo atrás dos preparativos da festa dela, hoje usei isso como desculpa para que ela aproveitasse um tempo de diversão com seus outros amigos, e eu poder ficar um pouco com o Antony.
Ainda não pensei em como vou contar a ela, mas tenho que pensar nisso logo, não quero que ela descubra de qualquer outro jeito, e isso coloque nossa amizade em uma situação estranha.
- Oi! - chego na sala e vejo o Antony usando o notebook. - Ocupado?
- Estava resolvendo algumas coisas aqui com a companhia aérea. - ele fecha o notebook. - Resumindo, finalizando o cancelamento da minha viagem.
Eu me aproximo dele, e sento no sofá ao seu lado.
- Então deu tudo certo?
- Deu sim.
- Que pena que teve que cancelar a viagem.
- Já não importa mais. - ele me abraça e beija minha bochecha. - E você, quais os planos para hoje a noite? Vai sair com a Crystal?
- Não. Decidi ficar com você hoje.
- Uau! Trocando suas costumeiras noitadas para ficar em casa?
- Bom, eu não tinha pensado em ficar em casa. Achei que talvez...você quisesse sair pra fazer alguma coisa. - sorrio empolgada.
- Sair? E para onde quer ir?
- Bom...- levo minha mão até seus cabelos e brinco com uma mecha. - Eu não tinha pensado em um lugar específico. Podemos decidir juntos.
- Hm... - ele pensa um pouco. - Não tenho nada em mente.
- Então podemos só sair para comer alguma coisa. O que acha?
- Me aprece muito com um programa bem comum de casal.
- Isso lhe desagrada? Ser visto comigo como um casal?
- Sob hipótese alguma. Porém, poderíamos apenas pedir uma pizza, e ficar aqui deitadinhos juntos, assistindo alguma coisa. - ele me puxa mais para si, e deixa um beijo em meu pescoço. - O que acha?
- Acho que já está se comportando como um vovô. - brinco.
- O quê? - ele em encara surpreso, contendo o riso.
- Isso não é nem um pouco digno de um casal que acabou de começar um namoro. - digo sarcástica.
- Pois eu vou te dizer uma coisa... - ele se aproxima da minha orelha. - As coisas que eu faço a dois, nenhum outro vovô pode te dar. - sussurra.
Um arrepio corre todo o meu corpo, e meu coração acelera. Ele põe a mão em meu pescoço, afastando meu cabelo, e inclina meu rosto para ter mais acesso com sua boca no meu pescoço. Com beijos lentos e muito sugestivos, ele desce até o meu ombro, e continua a deixar beijos arrepiantes no local.
- Antony...
Minhas mãos sobem por seus braços, e seguem até pousarem em seu ombro e nuca. Com a mão em sua nuca, meus dedos adentram seus cabelos, mantendo-o com os beijos descendo cada vez mais meu corpo.
Uma expectativa crescente surge entre minhas pernas, e meu corpo todo implora para ser tocado em todos os lugares. Ele avança lentamente sobre mim, e quando já estou com seu corpo totalmente sobreposto ao meu, minhas mãos exploram suas costas em cada centímetro.
Mas isso não é o suficiente pra mim, então puxo sua camisa e sinto o calor de sua pele em meus dedos.
Ai como é bom saber que isso não é um sonho, que não é uma fantasia, que ele realmente está aqui comigo, me desejando tanto quanto eu o desejo!
Com sua mão em meu quadril, ele sobe devagar, e quando acho que ele finalmente vai tocar meu seio, ele recua a mão, levando-a a minha perna, e puxando habilmente até que eu me encaixe por completo nele.
Eu coloco minhas mãos por baixo de sua camisa, e deslizo por todo o seu peitoral. A sensação de tê-lo ali, sendo todo meu naquele momento, é inexplicável, só queria que nunca acabasse.
Quando ele percebe que eu tenho dificuldade em explorar mais de seu corpo, ele se levanta ficando de joelhos no sofá, e em um movimento rápido e preciso, ele tira a camisa e a joga para o outro lado do sofá.
- Ai meu Deus...- digo ofegante enquanto aprecio aquele corpo todo tatuado vindo ao meu encontro.
Sem dizer uma única palavra, ele toma a minha boca com uma ânsia absurda. Seu beijo profundo, e sua língua atrevida, fazem meu corpo tremer, e eu sinto como se não pudesse sequer, soletrar a palavra juízo, já que a essa altura, eu já o perdi há muito tempo.
Com seu corpo novamente sobre o meu, ele pressiona sua ereção entre as minhas pernas.
- Ah...Antony...- gemo entre nossos lábios.
Mas isso só serve de incentivo para que ele volte a repetir o processo.
Eu estou louca. Louca de desejo, louca de vontade de senti-lo dentro de mim...louca para explora-lo ainda mais.
Minha mão desce pelo seu peitoral, e depois pelo abdômen, ansiosa para sentir também entre meus dedos, aquilo que ele insiste em pressionar entre minhas pernas.
Ele percebe bem isso, pois ao longo que minha mão desce, ele vai abrindo espaço entre nossos corpos, para que esse caminho seja mais fácil.
Quando minha mão toca sua ereção sob a bermuda, ele para de me beijar, e apenas encara meus olhos enquanto retoma o fôlego. Ao que meus dedos se fecham em volta do pau dele, ele fecha os olhos, e suspira.
Ele põe sua mão sobre a minha, e desliza em sua extensão, me guiando da forma que ele gosta de ser tocado ali. Mas quando abre novamente os olhos, dá um sorriso safado, e retira minha mão dali.
Quando se aproxima do meu ouvido, seu sussurro me deixa confusa.
- Fico pronto em meia hora.
- O quê?
Ele se levanta, pega a camisa sobre o sofá, volta e me dá um beijo.
- O que está fazendo? - sento rapidamente no sofá.
- Te mostrando que não sou um vovô. Então apresse-se em se arrumar. - ele da uma piscadinha pra mim, e segue pelo corredor.
- Antony... Antony...?! - chamo sua atenção, mas ele simplesmente me ignora, e entra no quarto.
Eu não acredito que chegamos a esse ponto, só para ele me dar uma lição de moral. Só para me fazer engolir a brincadeira que fiz com ele.
Ah, mas se ele acha que vai ficar por isso mesmo, ele está enganado. Eu também sei jogar sujo.
Me aguarde Antony Moretti, me aguarde!
Crystal
Meu dia está sendo bastante proveitoso. Depois da faculdade fui almoçar na casa da minha mãe, passei uma tarde agradável com o Henry, e depois combinei de encontrar com os meus amigos em um restaurante de comida italiana.
Na chegada, encontrei com a Liss e o Tyler, e nós decidimos escolher logo uma mesa, e esperar pelos outros para poder fazer nossos pedidos.
Enquanto aguardavamos, pedimos um vinho, e conversávamos sobre assuntos aleatórios. Não demorou muito para Amélia, John e Mike chegarem. Eles entraram na conversa, e pediram mais um vinho.
A noite estava seguindo como planejado. Jantamos, conversamos um pouco mais, e depois decidimos fazer algo a mais na nossa noite. Com todos bastante empolgados, concordamos em ir a uma boate dançar um pouco.
Como os garotos estavam de carro, decidimos nos dividir para que ninguém fosse sozinho, já que estávamos fazendo a besteira de dirigir depois de beber.
- Tudo bem, nos encontramos no bar da boate então. - combino com a Liss, que já estava no banco carona do Mike.
- Fique de olho no Tyler, ele gosta de bancar o engraçadinho depois que bebe, e ultrapassar o farol vermelho. - ela me alerta.
- Deixa ele comigo. Na primeira, já acerto a costela dele.
- Você é muito brava, Crystal, vai acabar fazendo o cara parar no hospital. - Mike comenta.
- Se ele quiser ficar inteiro, só precisa se comportar.
- Está certa! Então nos vemos daqui a pouco. - Liss finaliza.
- Ok.
Eu volto para a calçada, a esperava do manobrista trazer o carro do Tyler.
- Nada ainda? - Tyler chega por trás de mim, me surpreendendo.
- Ainda não. Devem ter estacionado no fundo.
- Deve ter sido.
Ao longo do tempo em que ficamos esperando, se forma uma fila de carros na frente do restaurante, e nos afastamos um pouco, para não atrapalhar o desembarque das pessoas que chegavam.
Eu não havia prestado atenção antes, mas entre os carros que chegaram, está o do meu pai.
- Ué, meu pai por aqui?
- Seu pai? Onde? - Tyler procura.
- Bem ali. - indico com um menear de cabeça.
Mas quando a porta do passageiro abre, e um par de pernas esguias desce do carro, eu não sou a única pessoa a ter uma opinião sobre isso, mesmo que seja bem diferente.
- Uau, seu está saindo com uma loira e tanto. - Tyler comenta.
Mas quando observo melhor a saia curta, mas de cintura alta preta, o cropedd branco, e a jaqueta jeans naquele corpo, que anda pomposamente em uma sandália de salto alto branca, me faz lembrar de alguém.
- Se parece com a...- quando ela joga os cabelos loiros para trás, não me reta dúvida. - Izzy?!
- Aquela sua amiga que está passando uma temporada com vocês? - Tyler volta a olhar para ela. - Nossa! Ela é muito bonita.
Pela frente do carro, meu pai se aproxima e entrega a chave ao manobrista.
- Seu pai está saindo com a sua melhor amiga?
Tyler da voz aos meus pensamentos.
- Acho que só devem ter vindo jantar. Eles não estão...
Mas antes que eu possa terminar a frase, meu pai abraça a Izzy, colocando sua mão na cintura dela.
- Então...- Tyler começa a falar e eu o interrompo.
- Calado, Tyler! - digo sem desviar meu olhar daquela cena.
Eles entram no restaurante.
- Sr?! Aqui está sua chave.
- Ah, obrigado! - Tyler pega a chave da mão do manobrista. - Vamos Crystal?
- Vamos.
- Tyler segue para a porta do carona, e a abre para que eu entre. Mas eu paro pouco antes de entrar.
- Espera, eu preciso ver uma coisa.
Saio em direção a porta do restaurante.
- Crystal...espera!
Mas antes que ele possa dizer mais alguma coisa, eu já tinha passado pela porta do restaurante.
Lá dentro, eu observo o ambiente a procura dos dois. E em uma mesa mais afastada, próximo a entrada da cozinha, eu os vejo sentados lado a lado.
Até então, não tinha nada de muito anormal ali, e quando eu dou um passo, pensando em ir até a mesa deles, e dar um oi, eu vejo meu pai se aproximar da Izzy, colocar a mão em sua nuca, e puxá-la para um beijo.
Eu paro instantâneamente, e sinto como se meus pés estivessem presos ao chão.
- Droga...
E como em um estalar de dedos, tudo o que ela havia me dito ao longo desses anos a respeito do cara que ela gostava, se encaixou perfeitamente com o meu pai.
Aquilo tudo parecia ser inacreditável. Por que ela não me contou que era ele? Por que ela escondeu isso de mim? Será que nossa amizade não era confiável o suficiente para que ela me contasse isso?
- Crystal?! Eu não posso ficar com o carro parado lá. Você vem agora, ou devo pedir para guardarem o carro outra vez? - Tyler tagarela atrás de mim.
- Eu...eu...
- Crystal?
- Vamos embora!
Com os olhos ardendo, e uma vontade enorme de chorar, eu saí daquele restaurante às pressas, e não olhei mais para trás.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro