V
Megan
Depois de comprarmos algumas bebidas e aperitivos para a festa de aniversário da Crystal hoje a noite, nós vamos até um restaurante, e resolvemos almoçar antes de voltar para a casa de praia.
- Mãe, que horas o bolo vai chegar?
- Ah, Crystal, me informaram que por volta das 17h. Mas sabe como são essas coisas, nunca dá pra confiar cem por cento. - respondo afastando meu prato vazio, para o centro da mesa.
- E você conseguiu convidar muitos amigos, Crystal? - Lucy pergunta sorridente.
- Eu convidei algumas pessoas, mas não sei se todos vem. - ela responde cabisbaixa. - Se a festa fosse na nossa casa, tenho certeza que todos iriam.
- Ah, querida, porque não me avisou para mudar o local da festa. Não teria problema nenhum. - digo complacente, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
- Mas eu queria que a minha festa fosse aqui. Eu me importo com quem está aqui comigo, e estou feliz com esses convidados. - sorri alegre.
- Ahh, Crystal, como você pode ser tão fofa assim, tendo os pais que tem? - Deborah diz brincalhona.
- Ei! Eu sou uma ótima pessoa. E me orgulha que minha filha tenha puxado isso de mim. - digo toda orgulhosa.
- Espero que não puxe nada, do comportamento do seu pai.
- Tia, Debi! - Crystal a repreende. - Isso não é justo.
- Desculpe, Crystal. Sei que é seu pai, e que estamos bem ciente da vida que leva. Mas aparecer daquele jeito, parece que anda saindo com garotinhas bem assanhadas. - Debi rebate.
- Como assim, gente? Do que estão falando? - fico curiosa.
- Ah, Antony apareceu todo arranhado hoje. Em pleno café da manhã. - Lucy explica.
- Minha nossa...- e só o que consigo dizer.
Eu tenho total ciência do que fizemos ontem, mas não sabia que ele havia ficado marcado. Será que era sobre isso que ele queria falar hoje de manhã?
Não importa o que seja, eu não posso mudar meu comportamento com ele, e é melhor eu fingir que não me lembro de nada.
Voltamos para a casa da praia, e decidimos aproveitar nosso último dia de praia, já que amanhã, logo pela manhã, voltaremos para nossas respectivas casas, e nosso cotidiano monótono.
Vou para o quarto, me trocar para sairmos todas juntas, para encarar a água salgada.
Mas quando paro em frente a cama, e me recordo de tudo o que aconteceu sobre ela ontem a noite, eu sinto meu corpo arrepiar.
Lembro de como era bom transar com o Antony, mas parece que esse tempo que não nos tocamos mais, e ele esteve empenhado e dedicado a tantas outras mulheres, só fez ele ficar ainda melhor.
Fecho os olhos, e lembro de cada vez que seus braços me envolveu, cada vez que sua boca esteve na minha, e como ela percorria meu corpo. Mas ao lembrar de como ele me preenchia, uma sensação deliciosa invade o meio das minhas pernas.
Como ele consegue me fazer sentir assim, apenas com lembranças? Lembro de cada vez que seu abdômen tatuado se contraia em minha direção, e o quarto parece ficar muito quente.
Mas quando lembro, que ele começou a melhorar esse seu desempenho, às custas da infidelidade, tudo o que meu corpo começou a sentir, se esvai por completo.
- Cretino, sem vergonha! - sigo para o banheiro.
Na praia, aproveitamos bastante a água, já que o dia estava quente, e a água fresca. Foi algo renovador, na verdade.
Quando voltamos para a casa, eu subo, e rapidamente tomo um banho, pois preciso estar pronta, para quando as coisas da festa da Crystal chegar.
Já passa das 17h, e até que fizeram a entrega do bolo e dos doces antes do previsto.
Com tudo em seu devido lugar, só resta esperar para que os convidados da Crystal cheguem.
Porém, os primeiros a chegarem, são Antony, e seus amigos David e Michael.
Eu não tinha ideia de que eles também viriam para cá. Mas conhecendo bem a Crystal, ela não deixaria de convida-los, mesmo que eles não viessem.
- Megan! - Michael é o primeiro a me ver, assim que cruza a porta.
- Oi, Michael, como está? - me aproximo e o cumprimento com dois beijos no rosto.
- Eu estou ótimo! Onde está a pequena estrela? - ele olha pela sala, à procura de Crystal.
- Está se arrumando.
- Oi, Megan! - é a vez do David me cumprimentar, entrando logo atrás de Michael. - Trouxe uns esquentas pra festa. - ele levanta as duas mãos que segura sacolas com bebidas.
- Tudo bem. Não precisava, mas já que trouxe...vamos aproveitar.
Antony entra por último, e eu evito lhe encarar.
- Apesar do Antony dizer que agora você bebe vinho, eu achei que deveria trazer cervejas também. - David dispara.
Antony disse? O que mais ele contou? Será que falou da noite passada? Eu não acredito que ele tenha feito isso.
Meus olhos correm para seu rosto, e ele parece não notar que eu o encaro furiosa.
Ao perceber meu olhar, ele franze as sobrancelhas, e me encara confuso.
Eu juro que vou mata-lo se ele tiver contado isso pra alguém.
Antony
A festa rola solta lá dentro, enquanto eu e os rapazes estamos no deck, tomando umas cervejas, olhando o mar e jogando conversa fora.
Essas músicas que a garotada curte, não faz nosso gênero.
Apesar da Crystal ter ficado receosa de seus colegas não virem à sua festa, uma grande parte deles vieram, e ela parece ter ficado muito feliz com isso.
Passa das 23h, e o último convidado da Crystal, acaba de sair.
- Eu adorei a festa, pai! - ela me abraça contente.
- Fico feliz em saber, minha pequena. - eu beijo o topo de sua cabeça.
- Não sou mais tão pequena, pai. - ela ri
- Pra mim, sempre será. - eu a abraço carinhosamente.
- Muito obrigada, pai! Foi muito importante ter todos vocês aqui, juntos, e sem brigarem.
- Sua mãe deve estar fazendo um esforço muito grande. - nós dois rimos.
Ao entrarmos, Crystal se despede dos demais, e vai para o quarto, ansiosa para estampar em suas redes sociais, o resultado da sua festa.
Eu volto para o deck, e agora meus amigos, estão acompanhados por Lucy, Deborah, e Megan.
Eles estão rindo, imersos nas histórias de David, que a essa altura, já bebeu mais do que devia.
Na verdade, acho que todos nós, já bebemos um pouco a mais do que devíamos, e o resultado disso, são histórias muito sem graça, regradas a muito riso desproporcional.
Eu me sento ao lado de Michael, e logo estou participando da conversa.
Megan não dirige o olhar para mim, em nenhum momento. Ela consegue mesmo, fingir que eu não existo. E como seu jeito de me tratar, e o fato de não me dirigir uma única palavra, só me faz crer, que ela não se lembra mesmo da noite passada.
Não sei porque, mas isso está me deixando incomodado.
- Que merda! - dou um gole na cerveja, e encaro a garrafa em minha mão.
- Deu pra falar sozinho, Antony? - David me encara, com um sorriso largo.
- Ele deve estar pensando na gatinha da noite passada. - Michael debocha. - Vocês viram, como ele estava essa manhã? - ri.
Sinto todos os olhos sobre mim, mas o único que toma a minha atenção, são os de Megan.
Eu a vejo engolir seco, e desviar rapidamente seu olhar para o mar.
- Você deveria falar só da sua vida, Michael. - o encaro com um olhar sério.
- Agora você vai fazer como a sua gatinha, Antony? Colocar as garras de fora? - David diz, arrancando risadas de todos.
Apenas Megan não ri, pelo contrário, parece sem jeito, e percebo ela fechar as mãos, tentando esconder as unhas.
Será que isso é apenas um movimento involuntário, ou esses comentários estão fazendo ela lembrar do ocorrido?
- Pra falar a verdade...- dou um sorriso travesso. - Vocês não imaginam que mulher...
- Preciso ir ao banheiro! - Megan se levanta de repente, tomando a atenção de todos.
Ela sai rápido como um foguete.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro