LXXII
Crystal e Peter
— E aí, me conta, como anda a vida? — Izzy havia acabado de sair do banho e vestia a roupa.
— Uma loucura. Você sabe como é final de semestre.
— Logo tudo isso acaba. — Izzy apagou a luz do banheiro e se jogou na cama, ao lado de Crystal. — E o resto?
— Ah, em casa está tudo tranquilo. Meu pai passa mais tempo aqui do que lá. E o Peter passa mais tempo lá do que na casa dele.
— Uh, então é pra valer mesmo!?
— É, é pra valer mesmo. — Izzy pegou a barrinha de cereal que Crystal comia e deu uma mordida.
— E como vão as consultas?
— Vão bem. Tive bons resultados essa semana.
— Com o quê?
— Peter. — Izzy sentou e prestou atenção em Crystal, olhando em seus olhos. — Consegui conversar com ele sobre o que vínhamos trabalhando.
— Me conta tudo! Agora mesmo!
— Você está bem? — Peter perguntou logo depois de deitar na cama, ao lado de Crystal.
— Eu preciso te contar uma coisa. — Crystal hesitou.
— Claro. Sou todo ouvidos.
Crystal sentou na cama e Peter a acompanhou. Ela ficou de frente pra ele e antes de começar a falar, sentiu as mãos quentes dele segurando as suas. Estava nervosa.
— A Dra Felt e eu estávamos trabalhando em algumas abordagens diferentes nas últimas consultas e ela acha que eu estou pronta para conversar com você sobre o assunto. — Peter chegou a ofegar com o quão importante aquele assunto era.
— Tudo bem. Independente do que for, eu ainda estarei ao seu lado. — Crystal forçou um sorriso.
— Bem, depois de conversarmos muito, ela percebeu...quer dizer, nós percebemos um padrão. — Crystal pensou por alguns instantes, não sabia porque estava receosa. — Não foi fácil me abrir com ela sobre certas questões. Mesmo já tendo meses que faço consulta com ela, não é tão simples falar sobre minha intimidade com uma estranha.
— Faça as coisas no seu tempo, Crystal. Não tenha pressa para nada.
— Eu sei disso. Ainda assim, foi estranho. — Peter se aproximou um pouco e beijou o rosto dela. — Enfim...— retomou a conversa. — Nós percebemos que o que me faz sentir medo, quer dizer, o que me trás de volta as lembranças daquela noite, é um ato...específico.
— Isso é bom. Então você já pode evitá-lo para não ter outras crises de choro.
— Na verdade... é algo que você deve evitar e fazê-lo.
— Eu? — Peter ficou surpreso e curioso.
— Sim. Quando estamos juntos e...— Crystal desviou o olhar, sentia-se envergonhada. — Bem...quando as coisas ficam mais intensas entre a gente e chegamos a certo ponto...— Crystal estava mais nervosa do que pensou que ficaria quando conversasse com Peter sobre o assunto.
— Tudo bem, se você não estiver pronta para falar sobre isso, podemos conversar em outro momento.
— Não, eu preciso falar com você sobre isso, já adiei demais. E a Sra Felt disse que seria um passo importante para a minha evolução.
— Entendi. Então você pode levar o tempo que quiser para pensar em como se sente mais confortável para me falar disso.
Era isso que Crystal adorava no Peter. Ele era sempre tão paciente e compreensivo com ela. Procurava fazer tudo no tempo dela, deixá-la confortável para conversar sobre as coisas e abordar tudo do jeito dela.
Seu coração bateu mais forte e sei corpo foi tomado por uma ansiedade por abraçá-lo, beijá-lo.
E foi isso que ela fez.
Envolveu seus braços no pescoço dele e o beijou. Peter correspondeu ao beijo dela com um carinho suave.
— Tudo bem, eu já entendi, vocês deram uns amassos. — Izzy pegou um pacote de amendoins com chocolate e abriu, levando um punhado à boca. — Qual a evolução nisso? Isso é tudo o que vocês fazem desde de...— ela fingiu pensar por um instante. — sempre?
— Bem, dessa vez fomos um pouco mais longe.
— Vocês transaram? — Izzy arregalou os olhos, surpresa.
— Não tão longe assim. —Izzy revirou os olhos impaciente. — Dessa vez eu... toquei nele.
— Você bateu uma pra ele? — ficou animada.
— Izzy, fala baixo!
— Crystal, estamos sozinhas. Conta mais!
— Então...eu contei para ele que quando estamos juntos e acabamos...
— ...Não fazendo nada.
— Ai, Izzy!
— Tá continua.
— Parece que o meu gatilho é quando ele fica...por cima. — Izzy semicerrou os olhos. — Quando ele, mesmo que inconscientemente, solta seu peso sobre mim. A Dra Felt disse que isso pode ser pelo meu subconsciente atribuir isso ao que houve no passado.
— Isso quer dizer que você pode se sentir sufocada ou algo tipo?
— Na verdade, está mais para presa. Quando meus movimentos ficam limitados, como se eu não tivesse controle das minhas ações. Que caso eu queira sair daquela situação, ou parar o que está acontecendo, não fosse capaz de fazê-lo.
— Hum...
— Quando tudo aconteceu naquela noite...quando o Doug fez aquilo, ele usou o peso do corpo dele para me manter quieta e me submeter ao que ele queria. Como não era algo consensual, meu subconsciente atribuiu aquela ação como forma de alguém exercer controle sobre mim. Por isso, toda vez que o Peter está sobre mim, não consigo ir adiante.
— Entendi. — ficou pensativa. — Então vocês já foram um pouco mais adiante depois dessa conclusão com a sua psicóloga? É isso?
— Sim.
— Isso é ótimo, Crystal! — ela não entendeu o raciocínio da amiga. — Isso quer dizer que não é o ato sexual que te trava, apenas...uma posição. O que significa que você quem terá sempre o controle, que é você, quem ficará por cima sempre. — Izzy gargalhou.
— Meu Deus, você é impossível! — jogou uma almofada contra Izzy, também aos risos.
— Ai, amiga, estou tão feliz com seu progresso. — ela agarrou a Crystal, se jogando na cama.
— Eu fiquei bastante satisfeita de saber que não teremos uma relação assexuada. Porque eu tenho muita vontade de fazer outras coisas com ele. — confessou envergonhada.
— Crystal, você me decepciona muito às vezes.
— Como assim?
— Vem, senta aqui! — arrumou os travesseiros e encostou neles, puxando Crystal consigo. — Eu vou te dar algumas dicas.
Depois de quase duas semanas sem se verem, pois Crystal estava atolada de trabalhos e estudos para as provas de fim de semestre, finalmente Peter pôde sanar toda a saudade que estava da namorada.
Eles foram ao cinema, era o último dia do filme que ela estava doida pra ver, em cartaz. Depois foram comer alguma bobagem. Programa típico de casal de namorados.
Em casa, chegaram e tiraram os casacos pesados. Era uma noite fria de inverno. Foram para o quarto dela, Peter ansiava por poder dormir com ela. Adorava passar a noite toda abraçado à ela.
Ele tirou o sapato e colocou ao lado da porta enquanto ela estava no banheiro. Tirou o blusão que usava por baixo do casaco e sentou na cama, esperando por ela.
Crystal lavou o rosto e encarou o próprio reflexo pelo espelho. Estava nervosa e ansiosa. Notou que as mãos tremiam.
— Ai, minha nossa! — encheu outra vez as mãos de água e passou no rosto.
Um momento como aquele era o que ela queria com Peter, não entendia porque estava tão nervosa.
— Vamos lá, você consegue! — sussurrou para si.
Ela sabia que estava pronta para ser dele, só não lhe agradava muito a ideia de ser ela, a tomar iniciativa. Não tinha experiência alguma e morria de medo de parecer ridícula.
Ela conferiu se não estava suada, se precisava passar desodorante outra vez ou tomar um banho. Ela havia caprichado no banho antes de sair, não tinha certeza se voltaria para casa ou se iria para a casa dele. No fim das contas, estava muito bem, ainda assim, borrifou um pouco mais de perfume, uma para cada lado do pescoço.
Abriu lentamente a porta do banheiro e Peter estava sentado na cama, encostado na parede, mexendo no celular.
Quando ela deu um passo para fora do banheiro, ele levantou o olhar para ela. Crystal encostou no batente com uma das mãos no alto e a outra na cintura.
— Está tudo bem? — ela baixou o braço e colocou os dois atrás do corpo. Mesmo que quisesse, não conseguia ser sensual naquele estado.
— Sim. — ele notou a hesitação em sua voz.
— Por que está nervosa? — ele bloqueou o celular e jogou na cama, dando toda a sua atenção a ela.
— Não é nada. — sorriu fraco.
— Vem aqui. — estendeu a mão e ela a segurou, sentando ao lado dele na cama.
Ele colocou as mãos no rosto dela e beijou delicadamente seus lábios.
— Tem certeza que está tudo bem? Você parece estranha.
Crystal soltou o ar dos pulmões com força e envolveu o pescoço dele com os braços. O beijou de novo. Mas, dessa vez, não havia carinho no beijo.
Peter colocou as mãos na cintura dela e apertou de leve. Aquele beijo dela tinha o hábito de desestrutura-lo. Era como se ele sempre o convidasse a desejar mais do que podia ter.
— Crystal, não acho que deveríamos...
Ela não deixou que ele terminasse de falar. Tinha tomado coragem, finalmente, e queria ir adiante dessa vez.
Você precisa ser mais ousada. Os homens gostam de um pouco de atitude de sua parceira. — repassava mentalmente as palavras de Izzy.
Crystal sentou no colo de Peter, mantendo um contato perigoso entre suas intimidades. Ela sentiu um arrepio gostoso no corpo quando ele arfou, colocando as mãos em sua cintura.
Antes de beijá-lo outra vez, ela tirou a camisa dele e observou seu peito subir e descer em uma respiração acelerada.
Ele está gostando. Ele gosta do meu lado ousado.
Sentou-se mais confiante.
Ela o beijou e se moveu em seu colo, fazendo Peter apertar as mãos na cintura dela.
Não era difícil deixar Peter excitado e louco de tesão. Ele desejava muito a Crystal, amava cada curva do corpo dela. Sem falar que estava há mais de 2 anos sem transar. Para um homem cheio de testosterona, no auge de seus 33 anos, com uma namorada bonita e desejável, qualquer faísca era suficiente para fazê-lo incendiar.
Ele pressionou o quadril dela em sua ereção antes de afastá-la, colocando-a na cama.
— Crystal...— levantou-se. — não acho uma boa ideia fazermos isso. — ela ficou completamente confusa.
— O quê? Por que? Eu achei que você estivesse...gostando.
— Ah, Crystal... Droga, quando fazemos isso, eu fico louco. Você me deixa louco. Não tenho como negar que isso me agrada. Mas não gosto nem um pouco como isso acaba e detesto o jeito que você fica depois.
— Mas agora sabemos o que não podemos fazer. — ela evitava olhar para ele,
— Ainda assim, acho que seria bom esperarmos mais um pouco antes de tentar alguma coisa. Me odiaria se fizesse algo que ainda não falamos sobre e você acabar ficando como da primeira vez no meu apartamento. — ela se levantou e caminhou até ele, pegando em sua mão.
— Você é um amor por se preocupar assim comigo.
— É horrível pensar que eu posso te fazer lembrar de algo tão ruim. — disse triste.
— Não é você, Peter. Você sabe que o problema sou eu.
Ele colocou a mão na nuca dela e puxou para junto de si, encaixando-a na curva de seu pescoço. Ela o abraçou.
— Ainda assim, eu queria tentar. — levantou a cabeça, olhando nos olhos dele. — Eu quero tanto você, Peter. Quero tanto ser sua. — ele apertou os olhos como se ouvir aquilo doesse.
Ela beijou o queixo dele, passando levemente as mãos pelas costas quentes dele. Ele suspirou.
Crystal continuou beijando-o pelo pescoço e clavícula, Peter sabia que não conseguiria lhe negar o que queria. Mesmo que a consequência fosse dolorosa para ambos.
Ele desceu as mãos pelas costas dela, apalpando sua bunda, ao mesmo tempo que a pressionava em sua ereção.
Ele se consideram um homem sujo por não conseguir evitar ficar duro com os poucos toques dela em seu corpo.
Ele se inclinou levemente para frente ao beijar sua boca. A puxou para si e a ergueu, colocando-a em seu colo.
Crystal ainda estava nervosa, mas seu corpo agora só tremia com a expectativa de realizar aquele desejo.
Quando Peter deu dois passos em direção a cama, ela interrompeu o beijo.
— Não, na cama não. — sabia que ele não poderia ficar por cima dela, e ela, não tinha habilidade alguma nesse quesito para ficar por cima e conduzir o ato. Não queria ter que deixá-lo ditar tudo o que teria que fazer.
Ele ficou parado ali, com as sobrancelhas arqueadas, perguntando em silêncio se teriam então que ficar em pé.
— Na cômoda. — agora as sobrancelhas dele franziu, em dúvida. — Por favor?
Ele não disse nada, sorriu divertido.
Foi até a cômoda e a colocou sentada. Por incrível que pareça, ela ficou na altura certa para beijá-la e se pressionar entre suas pernas.
Crystal ficou impaciente, enquanto seus lábios se envolviam mutuamente, ela colocou a mão no cós da calça dela, tentando abrir o cinto e a calça.
Peter não podia negar que também estava ansioso para sentir o toque dela.
Quando finalmente abriu sua calça e sua mão adentrou a vestimenta dele, ela mordeu seu lábio. Peter gemeu arrastado. Passou as mãos pelas coxas dela e levantou seu vestido rodado. Só aí se deu conta que ela havia tirado a meia calça de lã que usava.
Crystal sabia bem o que queria, Peter só notou isso quando passou a mão na bunda dela por baixo do vestido e soube que ela estava sem calcinha.
Que garota ardilosa.
Ao que Crystal baixou a calça dele, segurou com firmeza seu membro, o encaixando em sua entrada, Peter chegou a tremer.
— Crystal...você tem certeza? — os olhos dele continham medo e insegurança. Temia não ser a experiência que ela queria e estava inseguro de despertar as lembranças dela.
— Peter, continua, por favor...me faça sua. — ele fechou os olhos sentindo os lábios dela traçarem um caminho de beijos em seu peito.
Ele apoiou uma mão na cômoda e com a outra a segurou firme pela perna, entrando bem devagar. Ele escondeu o rosto no pescoço dela, enquanto ela apertou seus braços e pressionou a boca no ombro dele.
Ele saiu e entrou outra vez, não tão devagar agora.
Tão aperta e molhada. Puta merda! — Peter gemeu algo incompreensível para não revelar seus pensamentos.
Nem conseguia acreditar que estava mesmo acontecendo.
Crystal se afastou um pouco quando ele estava parado, ofegando pesado. Olhou para baixo, conferindo se ele estava mesmo dentro dela. Pelo que já tinha ouvido falar, na primeira vez de uma garota poderia ser doloroso. No mínimo incômodo. Mas ela não sentiu nada disso, mesmo ele sendo voluptuoso, apenas uma vontade intensa de que ele se movesse outra vez.
Ela apertou as pernas na cintura dele, envolveu seus cabelos nas mãos e o beijou. Peter começou a se mover outra vez.
— Peter... — ele parou instantaneamente, olhando para ela.
— Algum problema? Está sentindo algum incômodo ou desconforto? Podemos parar se você quiser...
— Continua, Peter! — tomou os lábios dele. Então ele não parou mais. Até que:
— Crystal, eu não tenho camisinha.
— Peter, por favor, não para agora.
— Crystal, — ele aproximou a boca do ouvido dela. — se eu continuar, não sei se vou conseguir parar antes de gozar. Está...bom demais.
— Eu tomo uma pílula amanhã, Peter. Então continue!
E ele continuou. Agarrou a bunda dela com as duas mãos e ia cada vez mais fundo. Os gemidos e arquejos dela ficaram mais intensos e suas unhas marcaram a pele dele quando ela gozou.
O interior dela o pressionava de um jeito gostoso e enlouquecedor. Ele a beijou com ferocidade e gozou também.
Na manhã seguinte, apesar de sentir certo incômodo na região deflorada noite passada, Crystal queria mais. Com Peter abraçado confortavelmente a si, ela passou a bunda na ereção matinal dele, o despertando com movimentos sensuais. Ele beijou a nuca dela, apertando mais os braços em volta dela.
— Bom dia, amor! — sussurrou no ouvido dela.
— Bom dia! — sorriu sapeca.
Ela desceu a mão por baixo da coberta e o puxou pelo quadril. Ele entendeu exatamente o que ela queria. Passou a mão pela cintura dela, descendo, entre os dedos ele levava o short do pijama dela. Rapidamente baixou seu calção, se encaixando nela e moveu o quadril para frente, penetrando-a.
Foi uma manhã de gemidos, arfares e suor dentro daquele quarto.
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