LXXI
Izzy e Megan
— Não acho que tenha sido uma boa ideia eu ter vindo, Anthony.
— Não seja boba, Izzy. É a minha primeira visita como o pai do meu filho. É importante pra mim que você esteja aqui. — Izzy suspirou tentando se convencer de que não haveria problema.
Está tudo bem.
Está tudo bem!
Eles foram recebidos pela baba, imaginou Izzy, e assim que viu a Megan vindo da cozinha, ela foi obrigada a engolir em seco.
Ah, merda! Não está tudo bem. Eu não devia ter vindo. Foi uma péssima idéia.
Megan recebeu os dois muito sorridente, o que despertou a curiosidade de Izzy.
Anthony havia dito que os dois conversaram e se entenderam. Que estava tudo bem agora e ele iria conviver com filho sem nenhuma intervenção dela, e que tudo o que aconteceu agora pertencia ao passado.
Eles não tiveram tempo suficiente para falar sobre o assunto e Anthony não lhe contou todos os detalhes, afinal, eles haviam se resolvido naquela manhã, e o que a Izzy menos queria era passar o tempo falando sobre a Megan e mais aproveitando seu namorado.
Eles subiram para o segundo andar, Megan disse que Henry estava dormindo, mas que já estava na hora dele acordar.
Ao entrarem no quarto, Henry já estava acordado e brincava com uma pelúcia enquanto mordiscava o mordedor.
Izzy percebeu Anthony tomar fôlego ao entrar bem devagar no cômodo, sabia que era um passo importante para ele.
Izzy ficou parada na porta enquanto Megan pegou Henry no colo, falou alguma palavras com o menino e o entregou a Anthony.
Aquela cena derreteu o coração da Izzy.
Ele pegou o menino com muito cuidado e olhou para ele como se fosse a coisa mais preciosa do mundo que ele estava colocando no colo. E Izzy sabia que para Anthony, Henry era mais valioso que tudo. Sempre foi um pai maravilhoso e apaixonado pela Crystal. Sabia que não seria diferente com o pequeno.
A única coisa que Izzy não estava gostando nem um pouco, era o jeito como a Megan sorria e falava com Anthony. Definitivamente, concluiu que ela fazia aquilo de propósito, apenas para provocá-la.
— Izzy, olha quantos dentes ele já tem. — Anthony estava todo bobo.
— Imagino que ele já deve morder bem forte.
— É um pouco preocupante quando ele quer morder o que não deve. — declarou Megan.
— Você quer pegar ele no colo um pouco? — fez menção de se aproximar dela, mas Izzy recusou.
— Talvez na próxima. Ainda teremos bastante tempo pra isso. Você deveria aproveitar cada segundo dessa primeira visita.
Izzy estava sendo sincera. Por mais que não gostasse nem um pouco da atitude de Megan, não se recusaria a pegar o menino por causa das provocações da mãe dele.
— Eu vou preparar o lanche dele e fazer um suco pra nós.
— É uma ótima ideia. — Anthony mal conseguia falar ,já que as mãos de Henry apalpava seu rosto com curiosidade.
Megan foi até a porta e murmurou para Izzy:
— Você pode vir comigo? — Izzy franziu as sobrancelhas sem entender o convite dela. — Por favor? — ela suspirou e acompanhou Megan.
Na cozinha, Megan foi até a geladeira e pegou algumas frutas. Faria uma porção de salada de frutas com aveia para o lanche de Henry. Pegou também alguns limões para fazer uma limonada para seus convidados.
— Como você está, Izzy? — se dirigiu a Izzy, mesmo dando atenção ao corte das frutas.
— Eu estou bem. — respondeu sem humor.
— Eu queria me desculpar com você pelo que aconteceu. — se virou para a mais nova.
— Comigo?
— Sei que você também sofreu com as consequências dos meus atos. — Izzy fechou a cara ao se lembrar de tudo o que passou com a partida de Anthony.
— Pfff. — encostou na mesa e cruzou os braços no peito.
— Estou falando sério, Izzy. Não tive a intenção de afastá-lo de você.
— É, eu sei. Agora você não tinha intenção de magoar ninguém, e está arrependida. — murmurou com desdém. — Já ouvi essa história.
— Qual o seu problema, Izzy? — Megan deixou a faca de lado, lavou as mãos e se aproximou de Izzy com um pano de prato, secando os dedos.
— Você pensa que eu não sei o que está fazendo? Bancando a boazinha para cima dele? Qual é, isso chega a ser ridículo. — desdenhou mais.
— Eu não estou fazendo isso.
— Eu não sou cega, Megan. Está estampado na sua cara que ainda tem interesse nele.
Megan baixou a cabeça e passou a mão pelo rosto frustrada pela implicância de Izzy.
— Izzy, — a encarou seriamente. — eu ainda amo o Anthony. Nunca deixei de amar.
— Você ainda tem a ousadia de me dizer isso? — ficou consternada.
— Sim, tenho a ousadia de ser sincera com você. — Izzy não disse nada. — Escuta, Izzy, somos adultas e eu tenho experiência o suficiente para lidar com certas coisas. Eu amo sim o Anthony, mas o respeito acima de tudo. Se ele está com você, tenho maturidade suficiente para saber conviver com isso. Eu sei que ele a ama, que o coração dele te pertence agora. Ele é pai dos meus filhos e eu prezo que tenhamos uma convivência pacífica. E você estando com ele, será sempre muito bem-vinda na minha casa. Mas não vou ficar nem um pouco feliz em saber que você me acusa de algo que não estou fazendo. Não tenho a intenção de tomar o Anthony de você, não sou uma garotinha birrenta. Então não me insulte dessa forma.
Izzy permaneceu calada, sem saber o que dizer ou se deveria dizer alguma coisa para ela. Preferiu, então, perguntar algo que chamou mais a sua atenção em tudo o que ela declarou.
— Ele disse isso a você? — Megan a encarou confusa. — Ele disse que me amava? Disse que seu coração... é meu? — Izzy chegou a temer com a expectativa da resposta.
— Sim, ele disse. — Izzy colocou a mão na boca na tentativa de reprimir o riso, ainda assim, emitiu um grunhido incompreensível. — Você pode ficar feliz Izzy, eu não me incomodo com isso. Sei melhor do que ninguém como é amar é amar e ter esse amor correspondido na mesma medida. Já estive no seu lugar. — Megan voltou a cortar as frutas. — E com esse mesmo homem. Sei como se sente, ele é mesmo incrível.
Izzy estava prestes a explodir de alegria. Seu estômago revirava de uma maneira louca e maravilhosa.
Saber que a Megan o amava não era nada bom, não podia deixar de sentir ciúmes, afinal, a história deles foi conturbada, mas eles se amaram por muito tempo. No entanto, saber que ela não era sua inimiga, deixava as coisas mais leves.
— Você precisa de...ajuda? — se ofereceu. Megan olhou para ela pensativa.
— Seria bom se você pudesse descascar os limões. Quero fazer uma limonada Suiça pra gente.
— Que bom, o Anthony adora. — Megan levantou apenas o olhar para ela.
— Eu sei. — riu nasalado.
— Bom, eu também gosto bastante. Nada melhor do que uma limonada Suiça em um dia quente...
Megan e Lucy
Megan foi até o apartamento de Lucy na noite do dia seguinte. Precisava se entender com a melhor amiga. Sentia falta dos momentos de descontração quando saíam juntas com a Deborah.
Um toque na campainha foi suficiente para Lucy atender a porta.
Ao ver Megan parada diante da porta, ela suspirou.
— Oi, Lucy.
— Oi, Megan.
— Podemos conversar?
Lucy não disse nada, mas abriu mais a porta e convidou Megan para entrar com um aceno de cabeça.
Megan entrou e foi até a sala, deixando a bolsa no sofá.
— Bebe alguma coisa? — Lucy ofereceu, já caminhando até a cozinha.
— Água, por favor.
Em menos de dois minutos ela voltou e entregou uma garrafinha para Megan.
— Pode se sentar, não sou tão mesquinha a ponto de fazer você ficar em pé. — Megan sempre admirou a cortesia de Lucy. Por mais brava que estivesse com alguém, nunca se poupava de seus bons modos.
— Lucy, me desculpe por não ter te contado sobre o meu envolvimento com o Anthony e minha gravidez...
— Esqueça isso, Megan. Como você está? — Megan piscou confusa.
— Eu estou bem.
— Já conversou com ele sobre isso?
— Sim. E o surpreendente é que estamos bem agora...
— Vocês estão juntos? — Lucy ficou curiosa.
— Não! Nós não estamos juntos, mas conversamos e resolvemos tudo.
— Que bom. Fico feliz por você, Megan. — não havia sarcasmo na voz de Lucy, e mesmo que quisesse, ela não seria capaz de ser tão fingida a esse ponto.
— Mas eu gostaria de me desculpar mesmo contigo, Lucy. Eu juro que não tenho mais afeição ou consideração pela Deborah, ela apenas...
— Descobriu tudo. — completou. — É, ela me disse.
— Vocês têm se falado?
— Com a mesma frequência de sempre. Eu teria mantido contato com você também, mas não sabia como dar o primeiro passo de falar com você depois de tudo. Estava envergonhada. Sem falar que sua vida estava um caos, estava te dando espaço para resolver uma coisa de cada vez.
— Ah, Lucy...— Megan foi até o sofá, onde Lucy estava e a abraçou. — Eu senti tanto a sua falta, amiga.
— Eu sei, eu também senti a sua. — Lucy envolveu seus braços em Megan, a pertado forte. — Me desculpe por tudo que eu disse, fiquei muito chateada quando descobri, e acabei sendo egoísta em só pensar em mim e não levar em conta tudo o que você estava enfrentado.
— Foram dias terríveis, e saber que poderia ter perdido sua amizade para sempre, só piorou tudo.
— Eu prometo que nunca mais vou agir assim. Aconteça o que acontecer, vou sempre esperar você me contar o que houve, vou procurar enxergar as coisas de outras perspectivas.
— Ah, Lucy, eu te amo tanto amiga!
— Eu também te amo, Megan. E senti muito a sua falta. — Megan deitou no sofá e apoiou a cabeça no colo de Lucy. — Agora em conta, como foi a conversa com ele?
— Melhor do que eu pensava, porém, não tive o resultado que gostaria.
— Certo, então comece do início. — Lucy se ajeitou no sofá e começou a mexer no cabelo de Megan.
— Eu estava na casa da praia quando ele foi me ver...
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