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LXVI


Peter

Eu não fiz um único movimento corporal por quase meia hora. Crystal ficou agarrada em mim e chorava vez ou outra. Tinha alguma coisa errada e eu precisava saber o que era, mas antes, eu deixaria ela se recuperar do estado em que estava, parecia necessário que se libertasse de seja o que fosse que a fez ficar naqueles estado.

— Você está bem? — me arrisquei bem devagar a colocar a mão em suas costas, depois dela ter parado de chorar e não voltar às lágrimas nos últimos 15 minutos.

— Me desculpe...— ela se agarrou um pouco, sem olhar pra mim, e secou as lágrimas. — Eu sei que você...

— Não me peça desculpas, eu quero entender o que houve pra você ficar tão instável assim.

— É só que... Às vezes...— ela hesitava em continuar o assunto, parece que não foi uma boa hora para procurar os motivos.

— Tudo bem, se acha que não lhe fará bem falar sobre isso agora, eu posso esperar. A única coisa que eu quero é entender o porquê dessa sua reação. — ela encarou o piso, o tapete e a parede. Em nenhum momento olhou pra mim. — Venha, vamos pegar um pouco de água e ver se você se acalma um pouco mais.

Eu levantei e com todo cuidado a ajudei a ficar de pé. Eu não sabia se devia tocá-la, então na dúvida, apenas segurei sua mão.

Fomos até a cozinha e ela bebeu dois copos d'água. Depois disse que precisava ir ao banheiro, queria lavar o rosto. Eu a acompanhei até a porta e depois sentei na cama.

As imagens da Crystal apavorada não saiam da minha cabeça. Será que eu fiz alguma coisa errada? Será que fui muito rápido ou agressivo de alguma forma? Eu tentava entender onde estava o erro que transformou um momento tão prazeroso em algo devastador.

Apoiei os braços nas pernas e passei as mãos pela nuca, nada parecia se encaixar.

— Não foi culpa sua. — a voz dela interrompeu meu transe. — Então, por favor, não se culpe. — ela ficou parada junto a porta, fazia movimentos repetidos com os dedos e demandava toda sua atenção neles.

— Ok. — foi a única coisa que eu consegui dizer.

Ficamos uns 5 minutos sem falar nada, completamente mudos. Foi quando ela resolveu quebrar o silêncio.

— Há alguns anos, a Izzy fez sua festa de 18 anos, e todos os que eu conhecia, e muito que não conhecia também, estavam lá. A festa estava linda e a Izzy estava muito orgulhosa de tudo o que conseguiu produzir para seu grande evento....

Ela começou a contar sobre essa festa e eu não entendia a relevância que ela tinha no comportamento dela essa noite. Mas depois de se calar por algumas vezes, eu cheguei a conclusão de que naquela noite, era a razão de tudo.

E eu não estava errado.

Quando ela concluiu a história desse passado, eu quase não acreditei que aquela Crystal, a mesma de sorrisos fáceis e tão encantadores, de jeito meigo e espontâneo, havia passado por algo tão ruim e traumático.

Foi inevitável segurar as lágrimas em alguns momentos, e não pedi que ela não chorasse, ela precisava desabafar tudo aquilo. Eu a coloquei do meu lado e fiz o máximo que pude naquela hora: a abracei.

Os meus braços envoltos em seu corpo não lhe causavam repulsa ou dor, ela sentia que podia se livrar daquela sombra que a assustou pouco antes.

Quando ela terminou, deitada na cama e com a cabeça em minhas pernas enquanto eu afagava seus cabelos, eu não tive coragem de dizer que ela era forte por ter passado por tudo aquilo, parecia trivial demais para jogar essas palavras em seus ouvidos.

Também não disse que ela ficaria bem logo e que superaria tudo com o tempo, uma tentativa de abuso sexual é superada e maneiras diferentes, em tempos diferentes por suas vítimas, não dá pra simplesmente rotular todas com as mesmas palavras.

A única coisa que eu tinha certeza que ela precisava ouvir naquele momento era:

— Eu estarei sempre ao seu lado quando e onde você precisar de mim. — ela escondeu o rosto com as mãos e chorou de novo. Eu me inclinei um pouco e beijei sua têmpora. — Eu posso abraçar você agora? — ela assentiu.

Eu me mexi um pouco e de uma forma muito desajeitada, a abracei.

Tivemos uma noite bem longa, no entanto, sequer tinha passado das duas da manhã. Crystal estava acordada, imersa em pensamentos, assim como eu. Não tinha ideia de como deveria me comportar com ela dali pra frente. Não seria fácil saber o que poderia ou não ser um gatilho para ela.

— Peter?

— Hum?

— Eu quero ir pra casa agora, por favor.

Eu não protestei ou pedi uma resposta para ela querer ir embora tão de repente. Apenas guardei para mim tudo o que queria saber, e dirigi até o apartamento de Anthony.

Ao chegarmos, subi com ela, só iria embora depois que ela estivesse dentro de casa e bem. Se é que havia a possibilidade dela ficar completamente bem naquela noite.

Após entrar, Crystal virou-se e me abraçou. Eu não entendi o porquê ela chorou ao se despedir de mim. Perguntei a ela se queria que eu ficasse um pouco mais com ela, mas ela disse que preferia ficar sozinha agora. Beijei o topo de sua cabeça e quando ela apertou os braços a minha volta, Anthony chegou na sala.

— Crystal? — ela se afastou um pouco e olhou para ele.

— Pai! — ela correu na direção dele e o abraçou forte. — Que bom que está em casa! — ele envolveu os braços em volta dela e beijou sua testa.

— Você está bem? — ele sentiu o mesmo que eu, o corpo dela estava trêmulo, mesmo que não estivesse com frio.

— Estou sim, só preciso descansar um pouco. — percebi que ela evitava o olhar dele.

— Tudo bem, princesinha, nos vemos no café da manhã. — ela deu um beijo no rosto dele e acenou pra mim antes de entrar no corredor.

Quando ouvimos a porta dela fechar, Anthony me encarou impassível.

— Por que ela estava chorando?

— Eu não vou falar com você sobre isso. — me virei para a saída.

— Se você a magoar...

— Eu já sei, você vai me bater como se tivéssemos 8 anos e a única forma de resolver as coisas fosse com uma briga imatura. Não precisa me dizer, eu já sei como seu cérebro minúsculo funciona, Anthony.

— Seu moleque atrevido....— ele deu um passo em minha direção quando o interrompi.

— Já chega disso, Anthony! — perdi a paciência. — Eu jamais a magoaria, e você se comportar desse jeito não ajuda em nada, ela já tem coisa demais para se preocupar, por que você não dá um tempo e age como um adulto de vez em quando? — ele me encarou confuso, não sei qual foi a parte que o fez entender que nada daquilo era viável.

— Ela está com problemas?

Eu realmente não queria falar desse assunto, não agora pelo menos, mas como ele estava lá quando tudo aconteceu, como ele a salvou de ter lembranças muito piores, seria bom deixar ele ciente que esse passado ainda era complicado para ela.

— Ela me falou sobre o que aconteceu na festa de 18 anos da Izzy. — ele ficou surpreso. — Obviamente o que aconteceu lá causou um trauma na vida dela. Acho que seria bom conversar com ela quando ela se sentir melhor e convencê-la a fazer um acompanhamento psicológico.

— Ela está tendo pesadelos de novo?

— Não, não foi...isso. — calor que eu não ia entrar em detalhes e dizer a ele o que motivou o evento de hoje. — Mas sempre haverá um momento em que as lembranças vão assombra-la de alguma forma, e sei que ela não teve nenhum apoio profissional na época...

— Ela se recusou de todo jeito a procurar um tratamento na época.

— Eu sei, ela me disse. No entanto, acho que agora, como o evento não está mais tão recente, seria bom ela fazer um acompanhamento. Acho que ambos não queremos vê-la sofrendo a vida toda por causa disso. — ele suspirou e baixou a cabeça ao guardar as mãos no bolso da calça.

— Eu vou tentar o máximo que eu puder. — voltou a olhar pra mim. — Obrigado.

— Não me agradeça, não estou fazendo isso por você. — ele me olhou com desdém. — Eu a amo, Anthony, por mais que você não aceite isso, eu não vou a lugar nenhum até que ela me mande embora. Se isso um dia acontecer, mesmo que meu coração virasse migalha, eu iria se fosse o melhor para ela. Até lá, seria bom você pensar um pouco mais nela e deixar que ela encontre a própria felicidade. Mesmo que isso signifique que você tenha que me engolir.

— Você tem muita ousadia para falar comigo desse jeito. — eu pensei em rebater suas palavras, mas ele prosseguiu. — O que significa que é um homem de princípios e atitude.

Ficamos nos encarando por meio minuto, eu não sabia ao certo se aquilo era um elogio ou ele estava sendo sarcástico.

— Boa noite, Peter. — ele se virou, fez o mesmo caminho que a Crystal e entrou no quarto.

Eu saí do apartamento e fui para casa.



Izzy

Faz algum tempo que eu não passava o domingo em casa. Como tivemos que cancelar uma festa de casamento em cima da hora, não apareceu nenhum evento para o dia de hoje, então finalmente terei uma tarde de domingo para aproveitar. A questão é: como?

Acordei tarde, pois cheguei já eram 8h da manhã. Tomei um banho e fui para cama. Agora, quase 17h da tarde, eu não tenho a menor do que fazer na noite de hoje.

Eu poderia ir ao parque, a uma sorveteria ou até ao zoológico, o fim de tarde está ótimo para um passeio ao ar livre. No entanto, eu não tenho companhia para isso.

Crystal está com o Peter, minhas novas colegas de trabalho estão em uma viagem para a praia, pois amanhã o buffet não abre e é nosso dia de folga. Aproveitando o cancelamento do casamento, elas resolveram partir essa manhã mesmo e curtir o máximo que pudessem por lá. Como eu não estava na vibe para ficar tanto tempo ao lado de pessoas extrovertidas, pois ainda tenho meus momentos melancólicos, preferi não ir. Mas já me arrependo de não ter ido.

Sentei na cama e observei por tempo demais meu quarto vazio e escuro. Resolvi tomar outro banho, na esperança de renovar minhas energias e quem sabe me animar um pouco. Até que deu certo.

Coloquei um shot, camiseta e um sapato. Peguei uma bolsa pequena e os óculos escuros. Decidi sair um pouco de casa.

Passeei por um shopping perto de casa. Entrei em algumas lojas, olhei algumas coisas e comprei outras. Não foi tão ruim sair sozinha quanto eu imaginei. Comprei um milkshake e vasculhei as redes sociais por um tempo. Me perguntei como eu conseguia ficar tanto tempo indo de um aplicativo para outro apenas para ficar olhando a vida feliz dos outros.

Me sinto patética por ter perdido tanto tempo com isso.

Terminei meu milkshake e joguei o copo em uma lixeira próxima a saída. Quando abri a bolsa para pegar meus óculos escuros antes de sair, acabei esbarrado em alguém.

— Me desculpe, eu estava distraída.

— Não se preocupe...— reconheço o rosto assim que o vejo.

— Roan?

— Izzy Fitzgerald?! — ele também me reconhece.

Roan e eu nos conhecemos no primeiro ano do colegial, foram poucos meses, mas parecíamos nos conhecer a  vida toda. Estávamos sempre juntos, durante algumas aulas que tínhamos juntos, no almoço e depois da aula. Éramos inseparáveis, de certo modo. Mas ele teve que se mudar quando o avô dele morreu e seus pais tiveram que cuidar dos negócios da família em outro estado. Mantivemos contato por um tempo, mas passamos a ficar muito ocupados e nos falávamos cada vez menos, até que o intervalo de dias em que não conversávamos foi aumentando e perdemos o contato de vez.

— Meu Deus, você continua linda como sempre! — me elogia.

— O tempo também fez bem a você, Rô!

— O Jeremy tem parte nisso. — ele sorri timidamente para o cara que está com ele. — A propósito, Izzy, este é o Jeremy, meu namorado. Jeremy, está é a Izzy. — nos apresenta e Jeremy estende a mão para me cumprimentar.

— Essa é Izzy...a Izzy?

— Ela mesma!

— Acho que você andou falando de mim. — brinquei.

— Sem dúvida ele falou. — Jeremy fingiu contar um segredo e nós três rimos.

Roan me convidou para tomar um café, um refrigerante ou um suco, qualquer coisa que pudéssemos colocar a conversa em dia, eu preferi recusar, ele estava a passeio com o namorado e eu não queria atrapalhar. Inventei uma desculpa que tinha coisas para fazer em casa e não podia me atrasar mais. Ele foi compreensivo, no entanto, me chamou para sair naquela noite. Segundo Roan, Jeremy havia acabado de adquirir sociedade em uma boate da cidade e me convidou para ir naquela noite. Eu nem sei porque, mas acabei aceitando o convite. Trocamos nossos novos números de telefone e ele ficou de me mandar o endereço. Confesso que estava rezando para que ele esquecesse, todavia, recebi sua mensagem assim que cheguei em casa.

Me joguei no sofá e abri a mensagem, conferindo o endereço e respondi apenas com joinha.

— Definitivamente tenho um compromisso esta noite.






A boate não estava muito cheia naquela noite. Era domingo e nem todo mundo se arriscava a badalar e sair para trabalhar na manhã seguinte.

Meu nome estava na lista de convidados na entrada, então entrei sem problemas. Eu já havia ido naquela boate algumas vezes, então já a conhecia muito bem. Me aproximei do bar e enviei uma mensagem para Roan, dizendo que havia chegado. Pedi uma bebida e observei o movimento. Avistei Roan na área vip da boate, ao lado de Jeremy e algumas outras pessoas. Assim que me viu ele fez sinal para que eu subisse até lá. Preferi ficar ali mesmo e terminar minha bebida. Então ele sinalizou que desceria em breve. Eu assenti.

Ao terminar minha primeira bebida e pedir outra ao barman, meu celular tocou. Era a Crystal. Eu atendi e tive que fazer muito esforço para conseguir ouvi-la. Enquanto estava ao telefone, Roan chegou ao meu lado. Fui contagiada pelo entusiasmo dele e acabei fazendo uma chamada de vídeo para ela. Crystal também o conhecia. Mas sei que na época em que éramos amigos ela sentiu um pouco de ciúmes da nossa amizade. Ela nunca admitiu isso, mas eu não sou boba.

Crystal ficou feliz em ver Roan. Conversamos como se o tempo não tivesse mudado nada na relação que tivemos anos atrás.

Conversamos, ou pelo menos tentamos conversar, por cerca de 20 minutos. Chamamos a Crystal para se juntar a nós na boate, mas eu sabia só de olhar para ela que algo não estava bem com minha amiga. Ainda assim, na mesma sintonia que Roan, que me abraçava e colocava seu rosto na curva do meu pescoço para que pudéssemos ser melhor vistos por ela, insistimos mais um pouco para que ela fosse nos ver por alguns minutos. Ela não cedeu. Mas combinamos de sair para jantar nós 3 na noite seguinte.

Meu coração deu um pulo no peito quando eu pude jurar que vi a silhueta do Anthony passar atrás da Crystal. Ela e Roan parecem não ter percebido meu nervosismo e o jeito um tanto quanto embaraçoso que passei a me comportar.

Eu sei que ainda tínhamos que colocar alguns pingos nos i's, e que o que tínhamos acabou e eu não devia ficar tão impactada com um mero vislumbre dele, mas não conseguia evitar. Infelizmente.

Assim que Jeremy se juntou a nós, tomando a atenção de Roan, eu não tive mais empolgação para falar com Crystal. Ela também parecia querer evitar assuntos longos, obviamente não estava afim de muita conversa, então nos despedimos e eu desliguei.

Roan cochichou que ia a algum lugar com Jeremy, precisava ser apresentado a alguém. Eu disse que tudo bem, permaneceria na área do bar. Eles se afastaram e eu peguei minha bebida, virando tudo em um gole só.

— Ele é um ex como qualquer outro, Izzy. Supere! — respirei fundo, guardei o celular na bolsa e fui para a pista de dança.

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