LXIX
Izzy
Acordei com o corpo cansado e a cabeça pesada. Não era a manhã que eu havia planejado no dia anterior, mas não vou passar o dia todo me lamentando por isso.
Sentei e então percebi que tinha dormido com a roupa que tinha saído na noite passada.
Anthony!
Saí rápido da cama e me aproximei devagar da porta. Abri com muito cuidado e olhei para o sofá da sala.
Vazio.
Lembro dele ter dito que não ia embora, mas não afirmou que passaria a noite toda ali.
Fui até a cozinha e ele também não estava lá.
Suspirei com certa frustração e alívio.
Frustrada por ele não estar ali e triste pelo mesmo motivo.
Mas é bom que ele não esteja aqui, assim não temos que conversar. Não sei se já estou pronta para ouvir ele dizer que se entendeu com Megan e que agora estão juntos. Seria...muito doloroso.
Fui até a geladeira, peguei um pouco de água e vasculhei o armário em busca de uma aspirina. É melhor eu cuidar de mim mesma, pois não há quem se importe com isso. Nem que seja minimamente.
Passei uma água no copo e coloquei no escorredor. Ao me virar para voltar ao quarto, a porta da frente abriu. Para minha completa consternação, era o Anthony.
— Anthony?
— Bom dia, Izzy! — ele parou ali mesmo, estava com uma sacola na mão.
— O que está fazendo aqui? — na verdade, eu queria saber mesmo era quem havia dado liberdade para ele entrar e sair da minha casa como se fosse a dele. Mas não disse isso.
— Saí para comprar o café da manhã. — ele estendeu a sacola, me mostrando o óbvio.
— Ah. — encostei inquieta na mesinha que ficava no canto da cozinha. — Você...dormiu aqui?
— Sim, mas não quis te incomodar quando acordei. — ele fechou a porta e foi até o balcão, retirando as coisas da sacola.
Eu deveria ficar irritada com ele aparecendo daquele jeito na boate, me trazendo pra casa, dormindo aqui e ainda saindo para fazer "compras", como se fosse a coisa mais normal do mundo. No entanto, eu não conseguia ter coragem para dizer essas coisas. Era fraca, e a presença dele ainda me deixava perdida.
Como se afastar de alguém que você amou a vida toda, teve a chance de estar com ela e ter momentos muito felizes e depois fingir que aquele romance se ele nunca tivesse existido?
Ainda não conseguia assimilar que tudo havia acabado.
— Tudo bem. — disse nem um muxoxo.
— Você está bem? — ele parou o que estava fazendo e se virou pra mim.
— O que estamos fazendo, Anthony? — minha voz saiu baixa e resignada. — Não é certo você estar aqui. Não foi certo você ter dormido aqui.
Ele se aproximou devagar e colocou meu cabelo atrás da orelha, levantando meu rosto para encará-lo.
— Por que você não toma banho enquanto eu preparo o café para nós? Depois podemos conversar.
— Eu não quero conversar.
— Izzy, você sabe que precisamos. Hora ou outra precisaremos ter essa conversa. Por que adiar algo que não podemos evitar?
Ele estava certo. Droga, como eu refutaria isso?
Eu não poderia fugir disso o resto da minha vida. Estava na hora de resolvermos tudo e seguir em frente, como todo mundo faz. Mesmo que essa conversa fosse me doer no fundo da alma.
Anthony fez ovos mexidos e torradas. Parecia estar muito bom, pois o cheiro se espalhou pela casa rapidamente e fazia meu estômago roncar. Mas eu só fazia cutucar os ovos no prato, não conseguia comer.
— O que está te preocupando, Izzy? — ele juntou as mãos e entrelaçou os dedos, me olhando com curiosidade.
— Eu não estou preocupada. — menti.
— Você deveria comer. Depois de ter bebido daquele jeito, seu corpo precisa repor algumas coisas. Não acha?
— Pare de agir como se realmente se importasse comigo. — bufei irritada. Ele empurrou o prato para o centro da mesa e deu um gole no suco. Não demonstrava se abalar nem um pouco com minha irritação.
— Eu me importo com você, Izzy. De verdade. — eu o encarei ainda mais irritada. Meu olhos ardiam e minha mão termeu.
— E o que aconteceu para você se importar agora? — levantei tão puta, que a cadeira não conseguiu acompanhar minha rapidez e caiu para trás. — Onde você esteve nos últimos 6 meses e qual foi a importância que eu tive pra você para sequer me mandar uma mensagem? Agora, depois que voltou, depois de estar com ela de novo, você diz que se importa?
— Izzy, se acalme. — ele estava tranquilo demais, o que só me deixou ainda mais furiosa.
— Eu não quero me acalmar! — berrei. Ele continuou sentado, como se nada estivesse acontecendo. — Eu quero que você vá embora e nunca mais volte aqui!
— Izzy...— finalmente ele se levantou. — Vamos conversar? Que tal você beber um pouco d'água?
— Eu não quero conversar, eu não quero água, só quero que você me deixe em paz. — passei as mãos pelo rosto, secando as lágrimas com raiva. — Eu só quero que você me deixe sofrer sozinha, fique longe de mim! — gritei quando ele tentou se aproximar. Mas ele não me ouviu. — Anthony, por favor, vá embora!
Ele não me ouviu.
Ele se aproximou mais e me abraçou.
Eu não queria reagir dessa forma, mas acabei deixando seus braços se enroscar em mim e me acalmar como se eu fosse um bebê precisando de um acalento. Era vergonhoso, mas eu cedi.
Perdi a firmeza das pernas enquanto me desmanchava em um choro incontido nos braços dele. Ele me apertou forte e deitou minha cabeça em seu peito. Era tão quente e tão vivo. Era tão real e prazeroso estar em seus braços novamente.
Não poderia me defender se alguém dissesse que eu agi como uma criança. Deu um chilique e depois fui confortada pelo homem ao qual poucos segundos atrás mandava ir embora.
Eu era mesmo uma pessoa lamentável.
— Eu estou aqui, e nunca mais vou a lugar nenhum sem você. — me afastei um pouco e olhei em seus olhos. A esperança cresceu dentro de mim depois desses poucos segundos, depois que suas palavras que reacenderam uma chama que eu jurava que já estava extinta, foi inevitável. — Nunca mais! Eu prometo! — acarinhou meu rosto, secando minhas lágrimas sem desviar o olhar do meu.
— Mas...e a Megan? Vocês estavam juntos e...— eu não queria pensar nos dois juntos, muito menos falar sobre isso. Não me fazia bem.
— Nós conversamos, nos entendemos e é só isso.
— Como assim, é só isso?
— Megan e eu somos os pais da Crystal e do Henry. Nada mais. — me afastei mais e passei as mãos nos olhos, precisava me livrar das lágrimas que ainda estavam ali, olhar bem em seus olhos e saber que não estava imaginando tudo aquilo.
— Você está me dizendo que vocês não...voltaram?
— Eu não posso ficar com a Megan. Não consigo.
— Ainda está bravo pelo que ela fez?
— Não. Só não posso focar com alguém quando meu coração pertence a outra pessoa.
Meu coração parou de bater por alguns instantes, eu não conseguia acreditar que aquelas palavras eram verdadeiras. Não era possível assimilar essa realidade.
— Eu...eu não estou entendendo. — ele me deu um beijo na testa e sussurrou:
— A Megan agora faz parte do meu passado, Izzy. E espero não ser tarde demais para dizer que meu coração pertence a você. — ele voltou a olhar nos meus olhos. — Me desculpe por tudo o que fiz você passar nos últimos meses, também não foi uma fase fácil pra mim, mas aí eu pude entender o quanto eu sentia a sua falta, o quanto eu precisava da sua companhia...o quanto eu...amo você.
— Anthony...
— Izzy, me perdoe por ser tão egoísta e imaturo. Eu prometo que, se você me der mais uma chance, eu jamais farei você sofrer outra vez.
— Anthony...— eu o abracei com força e chorei alto.
Nada na minha vida me preparou para um momento como esse. Tudo o que eu imaginei era ela rasgando a minha alma ao declarar que havia voltado com a Megan e que eles ficaram juntos para sempre.
Mas isto, esse momento, aquela declaração, jamais pensei que um dia aconteceria.
Eu o amava há muito tempo, nunca pensei que um dia teria a chance de ficar com ele, ou sequer namorá-lo. Quem dirá ter a chance dele desenvolver algum tipo de sentimento como esse.
Sim, Anthony, eu te perdoou e te dou uma nova chance. Eu te amo tanto, e quero ficar para sempre ao seu lado.
Eu o beijei com urgência, desespero e carência. Eu precisava dele, mais do que precisava do ar para respirar. Eu sentia nos meus ossos a falta que ele me fazia a cada dia.
Ele se apoiou nos braços quando eu me levantei do chão e sentei em seu colo. Ainda o beijava com ganância e saudade. Ele levantou os braços quando puxei sua camisa e a arranquei rapidamente dele. Era tão bom sentir seu corpo, sentir seu calor, as minhas mãos estavam por toda a parte, precisava sentir que ele era meu, somente meu.
Meu corpo ardia como brasa, suas mãos por baixo da minha camiseta me acendiam instantaneamente. Rebolei em colo sentindo ele ficar duro. Ele também sentiu a minha falta como eu senti a dele.
— Izzy, você não prefere ir para o quarto? — ofegou entre meus lábios.
— Não. — murmurei de volta.
— Tem certeza que...
— Cala a boca, Anthony. — ele sorriu.
Minhas mãos já estavam em sua bermuda, eu tinha pressa, nenhuma preliminar ficaria no caminho do meu objetivo final.
Ele colocou a mão na minha nuca e me pressionou em sua ereção, o que dificultou meu trabalho em abrir sua roupa e livrá-lo daquelas peças.
— Anthony! — protestei.
— Tudo bem.
Ele colocou as mãos no chão, levantando um pouco o corpo, eu baixei sua bermuda e ele voltou a me tocar. Era maravilhosa a sensação do seu toque em minha pele.
Eu levantei um pouco, me apoiando nos joelhos, puxei a calcinha para o lado, encaixei seu membro em minha entrada e desci devagar.
O jeito como ele gemeu e jogou a cabeça para trás me deixou ainda mais excitada. Me movi em seu pau e as mãos dele apertaram minha bunda.
Era magnífico pertencer a ele. Era indescritível as sensações em meu corpo ao senti-lo tão fundo dentro de mim.
Não lhe dei tempo para reagir ou pensar em nada. No segundo seguinte, eu já estava rebolando freneticamente com ele dentro de mim. Eu podia sentir a saudade que ele sentiu de mim pelo jeito como devorava meu pescoço, a forma possessiva como suas mãos me empurravam em seu membro e em como gemia e murmurava meu nome. Ele estava quente e muito duro, eu gostava disso. Me fazia sentir imponente e desejada.
— Izzy...— grunhiu sôfrego. — Vai mais devagar.
— Eu não consigo. — gemi.
E não conseguia mesmo.
Pelo meu corpo percorria um frenesi que partia do meu baixo ventre e dominava cada parte de mim. Era maravilhoso demais sentir tudo isso. Era uma sensação que consumia meu corpo toda vez que ele me tocava, me beijava, me amava. É algo que eu não quero abrir mão de jeito nenhum.
Me movi cada vez mais rápido, sentia o ápice me alcançando, desejava mais do que nunca ter aquele prazer me devorando por dentro.
— Ah, Izzy, eu fico louco quando você senta assim no meu colo. — ele apertou a mão na minha nuca e mordeu meu lábio. Sua mão na minha bunda apertou tão firme a minha carne, que eu não pude mais suportar a espera.
Sentei mais algumas vezes e desabei em cima dele, sentindo meu corpo esgotado e trêmulo do prazer alcançado.
Anthony me agarrou e rolou no piso frio, me colocando deitada. Ele também não precisou de muito tempo para finalmente se entregar às maravilhas do orgasmo.
O ar entrava e saia depressa de nossos pulmões, estávamos esgotados, porém, ainda sedentos um do outro. Eu via no olhar dele o quanto ele precisava de muito mais de mim.
Ele deitou ao meu lado por alguns minutos antes de me pegar no colo e irmos para o quarto. Precisávamos nos preencher da presença um do outro.
Corpo, alma e coração, se completado no prazer da reconciliação.
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