LXI
Anthony
Geralmente quando eu voltava da faculdade eu ia estudar, almoçar ou jogar. Depois da noite que transei com a Megan, eu corria da faculdade para vê-la antes do colégio.
Eu tinha um carro popular comum, e cheguei a ser multado duas vezes por excesso de velocidade. Pra mim só importava ver a Megan antes dela ir para o colégio. Como eu lhe dava carona até lá, sempre tínhamos um tempo para uns beijos e amassos dentro do carro.
Infelizmente era época de fim de semestre, então a Megan tinha muitos trabalhos para entregar e estudar para as provas. Foram os mais longos 15 dias da minha vida.
No último dia de provas, eu a peguei no colégio e fomos para a minha casa. Cumprimentamos meus pais na chegada e subimos para o meu quarto. Assim que ela fechou a porta ao entrar, eu não me contive mais. Ali mesmo eu a beijei intensamente, já tirando minha camisa, e ela parecia tão necessitada quanto eu. Com uma rapidez absurda, ela tirou a calça e a camiseta do colégio, ficando só de calcinha e sutiã. Eu tirei sua calcinha e beijei seu pescoço, enquanto ela envolveu minha cintura com as pernas. Não foi o sexo mais confortável que já fizemos, pois ali mesmo, em pé, atrás da porta, eu a penetrei e nos deixamos levar pelo desejo resguardado.
A sensação de estar dentro dela era arrebatadora.
— Eu não acredito que esperei tanto pra fazer isso...
— Isso aconteceu porque era pra você ser meu! — ela beijou minha boca.
— Ah... Megan...você é tão...— eu não sabia se gemia ou falava.
— Shhh, seu pais vão ouvir! — colocou a mão na minha boca e eu não parava de me enterrar nela. — Apesar que eles vão estranhar a porta estar fechada. — eu apenas assenti. — Que se foda! — apertou os braços em meu pescoço e me beijou novamente.
Eu a segurava pela bunda, mantendo suas costas apoiadas na porta, enquanto suas pernas estavam cruzadas atrás de mim, me mantendo o mais próximo possível.
— Porra, fazer isso com você é bom demais! — tomei seu pescoço com a boca e ela continha os gemidos baixos.
E nossos encontros casuais passaram a ser de uma constante procura por um lugar escondido ou de fugas rápidas dos olhos atentos dos meus pais. Parecia que nunca estávamos satisfeitos um do outro, era como se não fosse suficiente os loucos momentos a sós que tínhamos.
Numa tarde se sábado, eu estava saindo do banho quando a Megan entrou afoita em meu quarto.
— Anthony!
— Megan? Chegou cedo! — andei rápido até ela e fechei devagar a porta do quarto. — Porém...— a abracei por trás e beijei seu pescoço. — que bom que já está aqui agora. Podemos aproveitar que meu pai não está em casa e minha mãe está cuidando das plantas dela no jardim. — encostei meu corpo no dela e minhas mãos subiram por baixo de sua blusa, segurando firmemente seus seios.
— Anthony, precisamos conversar. — ela puxou minhas mãos de debaixo da blusa e se virou pra mim.
— Não pode esperar pelo menos 15 minutos? Tenho certeza que esse é um tempo seguro. — me aproximei novamente, passando as mãos por sua cintura e beijei levemente sua boca.
— Anthony, é importante. — se afastou de novo, foi até a minha cama e sentou, apoiando os braços nas coxas e escondendo o rosto nas mãos.
— Tudo bem. — sentei ao lado dela, passando a mão em suas costas. Senti o corpo dela tenso e às vezes até tremia. — O que é tão importante a ponto de deixar você assim, tão instável? — puxei uma de suas mãos e beijei seu rosto. Quando ela olhou pra mim, seus olhos estavam vermelhos e marejados. Aquela expressão me deixou preocupado.
— Anthony, eu estou grávida.
Aquela notícia me deixou um pouco fora de órbita. Tudo o que eu enxergava era uma lágrima descendo por seu rosto, seguida de outra. Não sei em que momento eu deixei de habitar meu próprio corpo, mas era como se eu não estivesse ali, ou como se não conseguisse ouvir mais nada do que ela disse depois daquela frase. As coisas perderam o sentido e eu vagava por lugares desconhecidos da minha mente.
Eu via ela na minha frente, chorando e muito preocupada, mas não conseguia reagir, não conseguia dizer nada. Fiquei estático.
— Anthony, você ouviu o que eu disse? — os olhos profundamente tristes dela me trouxeram de volta. Pelo menos parcialmente.
— Sim...— falei tão baixo que mal ouvia minha própria voz.
— Você não vai dizer nada?
Eu parecia que estava bêbado, embriagado demais para entender que havia alguém sóbrio tomando a minha atenção. Virei levemente a cabeça de lado e consegui dizer alguma coisa.
— Eu sou o pai?
— O quê? — seu rosto ganhou um tom de vermelho e seus olhos irradiavam uma fúria mortal.
— É só que...— ela levantou, muito irritada e se virou pra mim com uma carranca assustadora. No entanto, ela parecia ainda mais bonita.
— Como você tem coragem de me perguntar isso?
— Me desculpe! — levantei rápido e tentei abraçá-la, mas ela me afastou. — Me desculpe, Megan, eu só...não raciocinei direito.
— Achei que os caras como você tivessem um raciocínio acima do normal. — zombou.
— Meu cérebro para quando estou sob pressão ou quando jogam uma bomba dessa sem aviso prévio. — me aproximei de novo, devagar. Ela não recuou. — Me desculpe, eu entrei em pânico depois do que você disse.
— Anthony, eu não sei o que fazer...— chorou em silêncio.
— Se acalma, nós vamos resolver isso. — envolvi meus braços no corpo trêmulo dela, que repousou a cabeça no meu peito.
— E como vamos fazer isso? Você ainda está na faculdade, não tem emprego, eu começo meu curso em menos de 2 meses e moro na casa dos meus tios. Não temos como nos manter, quem dirá manter uma criança. — ela me abraçou forte, o desespero percorria todo seu corpo em forma de soluços, lágrimas e unhas firmes e afiadas fincadas nas minhas costas.
— Nós vamos dar um jeito, eu prometo!
Eu permaneci abraçado a ela até que parasse de chorar. Ela não queria falar sobre nada depois disso, então deitou na minha cama e eu lhe fiz companhia até que ela pegou no sono.
Quando acordou, à noite, ela não quis comer nada, não quis sequer um copo d'água, disse que precisava ir pra casa. Eu a levei até lá, não nos despedimos como de costume, com longos beijos e carícias, ela só saiu do carro e entrou em casa.
Depois disso ela possou dois dias sem retomar minhas mensagens ou ligações. Quando fui até sua porta, a tia dela dizia que ela não estava em casa. Mas eu sabia que estava.
Ela precisava de tempo para pensar no que fazer.
E eu, aproveitei para fazer o que eu achava ser o certo. Sentei com meus pais e falei sobre a gravidez. Minha mãe ficou surpresa, meu pai furioso. Enquanto ela pedia calma e paciência, meu pai me dizia coisas que eu jamais esqueceria.
Meu pai me mandou embora de casa. Minha mãe disse que não permitiria que eu fosse. Meus pais brigaram por minha causa. Megan não falava comigo há dias.
Eu tinha perdido completamente o controle da minha vida.
Meu pai havia falado sério quando disse que não me queria mais em casa, então minha mãe arrumou a casa dos fundos pra mim, composta por um conjugado com uma suíte e uma mistura de sala e cozinha. Não era muito grande, mas tinha espaço mais do que suficiente para as poucas coisas que eu tinha.
Minha mãe usou as economias dela para comprar alguns itens que estava faltando, levou minhas roupas, meu computador e meu vídeo-game e meus materiais da faculdade. Organizou tudo da maneira que eu estava acostumado no meu antigo quarto e encheu a dispensa. Acho que ela deve ter esquecido que eu não sei cozinhar.
Ela me entregou a chave da casa assim que deixou tudo pronto, eu estava ficando na casa do Michael depois da discussão com meu pai. Michael não tem uma relação muito boa com o pai dele desde que a mãe dele morreu. Os dois vivem na mesma casa, mas parecem completos desconhecidos. O Sr. Peterson não pareceu notar minha presença nos dias em que estive lá.
Eu passei a primeira noite na minha nova casa, em claro. Não conseguia dormir sem saber como a Megan estava. Eu não a culpo por sumir desse jeito, ela está assustada com tudo o que está acontecendo, e eu não fui nem um pouco receptivo quando soube da notícia. Mas eu também fiquei assustado, não sabia o que fazer, era uma situação que mudava a vida de nós dois do mesmo jeito brusco.
Assim que os primeiros raios de sol invadiram a janela do meu quarto, eu levantei, coloquei uma roupa confortável e saí pra correr. Foi a melhor coisa que eu fiz. Aquela atividade física me ajudou a organizar meu pensamento e decidir o que teria que fazer dali pra frente.
Cheguei em casa, tomei um banho, coloquei uma roupa casual e sai de casa novamente. Diferente do que costumava ser minha rotina, naquela manhã eu não fui à faculdade. Fui procurar a Megan, precisávamos conversar e resolver as coisas. E acima de tudo, eu precisava dizer a ela o quanto sentia a sua falta.
Quando cheguei na casa dos tios dela, a mesma desculpa me foi dita outra vez, que ela não estava em casa. E dessa vez, eles acrescentaram que ela havia ido para a casa dos pais e que não sabiam quando ela voltaria.
Me sentindo perdido, sem saber o que fazer depois disso, eu estava começando a desistir. No entanto, um par de sapatos, os quais ela costumava usar para ir ao colégio, estavam ao lado da porta, então tomei coragem e segurei a porta antes que a tia dela fechasse.
— Me desculpe, Sra. Nholls, mas eu previsa falar com ela! — entrei apressado e corri pelas escadas. A tia dela não protestou contra a minha invasão, era como se ela estivesse de acordo que precisávamos esclarecer de vez essa questão.
Quando cheguei no andar de cima, abri cada porta que vi no pequeno corredor — apenas 3 — e na última delas, vi a Megan sentada na cama, chorando.
— Megan...? — meu coração apertou no peito ao vê-la com os olhos inchados, provavelmente de chorar nos últimos dias.
— Anthony! — ela passou as mãos no rosto, secando as lágrimas. — O que está fazendo...
— Megan, escuta...— me aproximei rápido da cama e sentei de frente para ela. Queria olhar nos seus olhos quando dissesse cada uma daquelas palavras. — Me perdoe pela forma que agi na última vez em que nos vimos. Eu fui burro, imaturo e insensível. Mas eu juro que não tive a intenção de te magoar. — peguei as mãos dela e apertei nas minhas.
— Anthony, eu não sei o que fazer...
— Mas eu sei o que vamos fazer. — seus olhos encharcados me encararam em dúvida. — Vamos permanecer juntos, vamos cuidar dessa criança com todo o amor e carinho que ela merece, apesar da forma irresponsável que nós a geramos, apesar do nosso total despreparo para recebê-la e de todo o susto e pânico que sentimos ao saber da existência dela. Nós podemos fazer isso, Megan, nós daremos conta.
— Anthony...— ela me abraçou forte. — Eu achei que você me deixaria sozinha e não sabia o que faria da minha vida cuidando dessa criança sem o seu apoio. — ela me apertava tão forte que achei que acabaria sufocando.
— Megan...— me afastei, segurei seu rosto entre as mãos e beijei a ponta de seu nariz. — Eu jamais faria isso com você! — suspirei alto ao olhar novamente em seus olhos. — Minha cabeça estava uma bagunça, eu não sabia por onde começar a resolver tudo isso. Mas esse tempo me ajudou a pensar melhor em tudo, e com a ajuda da minha mãe, eu consegui organizar minhas ideias.
— A sua mãe já sabe? — ela arregalou os olhos, me encarando com medo.
— Eu contei a ela. Na verdade, contei aos dois, e o meu pai reagiu a pior forma possível.
— Meu Deus, Anthony.
— Não se preocupe com isso, vamos apenas pensar em colocar nossos planos e ideias em prática. Que tal? — ela assentiu. — Então vamos começar com você indo morar comigo.
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