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Michael
Feriado. Hoje é feriado, e eu só queria não ter hora para sair cama, se é que gostaria de sair dela. Talvez no máximo, para ir para o sofá, tomar uma cerveja, e assistir ao futebol. Mas não, nada disso será possível, já que o Antony passou na minha casa, e de alguma forma, conseguiu me arrastar para a rua.
Eu não sei o que ele tem na cabeça para fazer algo desse tipo, mas depois que entramos no carro, que ele começou a me contar sobre a Izzy, meu dia parece ter ficado mais interessante.
Passo alguns dias longe dele, e quando voltamos a nos ver, ele está em um relacionamento com ela. Se dá próxima vez eu passar um mês inteiro, é capaz dele aparecer casado, e com pelo menos um casal de gêmeos a caminho.
- Acha mesmo que esse relacionamento pode dar certo? - pergunto enquanto paramos para comprar garrafinhas de água.
- Eu não sei. Mas estou me sentindo bem com ela. E espero que isso dure. - ele responde me entregando uma das garrafinhas.
- Eu sabia que ia rolar alguma coisa entre vocês. Só não pensei que a pediria em namoro. - começamos a caminhar.
- Eu também não. Mas quando dei por mim, já tinha feito.
- Então você não tinha a intenção de namora-la?
- Eu não tinha a intenção de namorar ninguém na verdade, mas com a Izzy foi diferente. E eu jamais a trataria como um sexo casual. Isso vai além do meu mau caráter de traidor.
- E ela está bem quanto ao seu passado?
- Eu sinceramente, não sei ainda o que ela pensa a respeito.
- Olha cara, espero muito que ela não se deixe afetar por isso, ou que você não se apegue muito a ela. Pois você sabe como vai ser.
- Sei sim.
Chegamos até um banco e nos sentamos, bebendo um pouco da água.
- Não só ela, mas qualquer mulher que você queira se relacionar um dia. Isso pode ser um baita problema. Você deixou a Megan ir longe demais.
- Pode ser, mas eu não tinha paciência para lidar com isso na época. Só queria que acabasse de vez.
- Mas agora, fica bem difícil alguma mulher acreditar em você, já que todos a sua volta acredita fielmente no que a Megan disse durante todo esse tempo.
- Até o momento não estou preocupado com isso. - ele retira o celular do bolso e verifica as notificações.
- Esperando alguma ligação importante? - zombo.
- Na verdade sim. A Izzy não estava em casa pela manhã, e eu já mandei mensagem, e ela não respondeu ainda.
- Já está preso dessa forma nessa garota?
- Eu estou preocupado com ela. Ontem as coisas ficaram péssimas em casa.
- O que houve? - dou um longo gole na água.
- A Crystal nos viu juntos no restaurante, e a Izzy ainda não tinha falado com ela sobre nós. Então as coisas esquentaram bastante.
- Caramba! Que furada cara!
- Eu conversei com Crystal depois, e ela tinha dito que falaria com Izzy essa manhã. Acertar as coisas, mas ela não estava em casa quando acordamos.
- É...acho que não foi muito legal acordar sozinho. Não é? - brinco.
- Não não dormimos juntos. - declara.
- Hm...então ainda não se acostumou a dividir a cama Sr. lobo solitário? É só um "esquenta" para os lençóis, e depois cada um na sua cama? - sorrio malicioso.
- Não...- ele levanta e joga a garrafinha no lixo ao lado do banco. - Não chegamos nessa parte ainda.
- O quê? - praticamente grito.
- Michael? - ele olha em volta, verificando se há alguém por perto.
- Eu não acredito que você está dando esse mole.
- Eu não...
- Está com uma gostosa daquela, 24h por dia dentro da sua casa, e ainda não transou com ela? Você está perdendo o jeito hein.
- Será que você pode falar um pouco mais baixo? Está parecendo o David, todo eufórico desse jeito.
- Eu só não consigo acreditar que o cara que desbancava o David e eu em todas as noites em que íamos a boates, agora não consegue uma foda com a namorada.
- Era pra ter rolado ontem, mas quando chegamos em casa...- ele praticamente sussurra. - Deu naquela merda toda.
- Do jeito que te conheço, sei que logo você dará um fora na santinha do pau oco.
- Santinha...? - ele volta a se sentar ao meu lado. - De santinha a Izzy não tem nada. - ele observa as pessoas transitando no parque. - E eu que achei que ela tinha tido apena um momento insano há alguns anos, quando invadiu meu quarto me atacando. Eu estava bem errado.
- Hm...conta mais...- peço curioso.
- Você sabe que eu tinha dado um tempo de toda aquela farra e mulherada...
- Sim. E obrigado por isso. Agora eu tenho o poder de escolher a mulher que eu quero pegar, não tendo você ao lado para poder ferrar com tudo.
- Ah, cala boca. Você que não sabe jogar direito para pegar o peixe que quer.
- Tá, continua. - insisto.
- Bom, eu estou seriamente precisando de uma companhia nesse sentido, e acabei provocando ela algumas vezes. E...- ele da um longo suspiro.
- Conta logo, porra! - não conseguia conter minha curiosidade.
Desde sempre, Antony e eu compartilhamos de todos os assuntos. Quando David entrou para o bando, essas conversas se tornaram bem mais frequentes, já que ele sempre foi o mais ativo dos três. Enquanto o Antony e eu ficávamos nos fins de semana, para o David, não tinha tempo ruim. Mas nunca fomos canalhas de sair falando das mulheres por aí. Isso sempre ficava entre nós. Conversas de amigos.
- Eu sei que o eu presenciei daquela Izzy, me deixou louco. Até me arrepia só de lembrar.
- Então você é um cara de sorte. Não está em um relacionamento com uma puritana cheia de pudores.
- Parece que tenho um pacote completo. - sorri animado. - Uma mulher carinhosa, atenciosa, e muito safada.
- Só quero ver até onde isso vai.
- Bom, mas não vai ser sentado nesse banco. - ele se levanta de novo, e da um tapa na minha perna. - Vamos lá, ainda faltam duas voltas. - diz se aquecendo para voltar a correr.
- No parque todo? - ele assente com a cabeça. - Está tentando me matar? Sabe que sou sedentário.
- Porra, deixa de ser mole, Michael. Levanta essa bunda gorda logo daí.
- Ei - me ponho de pé a sua frente. - Posso ser sedentário, mas estou longe de ser gordo.
- Eu não consigo te ouvir. - diz ao se afastar, já correndo.
- Filho da puta! Vai acabar me matando. - começo a correr logo depois dele.
Depois de quase morrer com a falta de ar nos meus pulmões, nós paramos para descansar um pouco, e logo o celular do Antony tocou, e pela rapidez que ele atendeu, já que imagino quem era.
Me afastei um pouco, lhe dando privacidade para conversar, e ao olhar para o lado mais afastado da trilha, sob as árvores, vi uma linda morena de cabelos cacheados, se alongando para uma corrida.
Com um short colado, e uma camiseta mais folgada, dava para perceber bem cada curva que ela tinha. E não vou negar, isso atraiu a muito a minha atenção.
Me aproximei, e tentei puxar conversa.
- Esses tênis são ótimos para corrida.
- Ah...- ela olha os próprios pés. - Foi o que a vendedora da loja me disse. Mas confesso que achei que era só conversa para tentar me vende-los.
- E parece que ela conseguiu. - ela sorri.
- Pois é. Mas é bom saber que ela não estava mentindo.
- Claro! Eu sou Michael. - me apresento, lhe estendendo a mão para cumprimentá-la.
- Eu sou Page. - ela pega minha mão. - Também está para começar uma corrida? Seria bom uma companhia, já que não conheço muito bem o parque.
- Sim! Eu ia começar. E seria um prazer lhe fazer essa cortesia.
- Michael..? - Antony grita.
- Ah, só um minuto.
Vou até ele.
- Quem é a moça?
- Minha companhia para a corrida.
- Achei que você não ia correr mais. Estava se queixando tanto...
- Agora eu vou continuar a correr, e você dê um jeito de cair fora.
- Mas como você vai pra casa depois.
- Pelo amor de Deus Antony, exite táxi. - digo impaciente.
- Tudo bem então...
- Ótimo. Já caiu fora? - o encaro sorrateiro.
- Já. Nem estou mais aqui. - sorri e logo volta a correr para longe de mim.
Me volto para Page, e sorrio largo.
- Vamos lá?
- Seu amigo não vai com você? Espero não estar atrapalhando.
- Que nada. Aquele ali é um sedentário incurável. Já desistiu e está indo pra casa. - ela sorri pra mim, e nós começamos a correr.
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