IX
Crystal
Acabei pegando no sono cedo, mal consegui colocar todas as minhas fotos nas redes sociais antes de apagar de vez.
Minha festa tinha sido ótima, e eu estava muito feliz de tudo ter saído exatamente como eu queria. Meus amigos vieram, as tias Lucy e Deborah estavam aqui, assim como David e Michel. Sem falar nos meus pais, que conseguiram manter uma trégua esse fim de semana. Tudo estava esplêndido pra mim, e eu não poderia estar mais feliz.
Assim que acordei, voei para terminar as postagens nas redes, e logo tomei um banho, me preparando para ir para casa em breve.
Sai do quarto, e a casa ainda estava silenciosa. Provavelmente os "adultos" ficaram bebendo até tarde, e ainda não tinham acordado. Segui pelo corredor do segundo andar, e antes de chegar às escadas, vi a porta do quarto do meu pai entreaberta. Dei uma breve olhada, e a cama dele estava arrumada. Então logo presumi que ele já havia levantado.
Desci, e o procurei na cozinha, no deck e até olhei ao longo da praia, e nada de vê-lo.
"Será que ele passou a noite fora?"
Aquele pensamento não era incomum, já que em muitas ocasiões, quando eu acordava, meu pai ainda não tinha voltado da farra dele. Então decidi apenas preparar meu café da manhã.
Depois de comer, e limpar minha louca, voltei ao andar de cima, e encontro com "tia" Lucy saindo do quarto.
Nos cumprimentamos e ela desceu, e eu segui para a porta do quarto da minha mãe.
- Mãe! - bati suave. - Já acordou?
Nada, nenhuma resposta dela. Quando girei a maçaneta, e encontrei a porta trancada, confesso que fiquei surpresa. Minha mãe não tinha esses costume. Pelo menos não em casa.
- Mãe! - chamo mais alto. - Já está acordada?
- Oi... Crystal! Eu já estou indo!
- Tudo bem mãe, te espero lá em baixo. - grito de cá.
Volto a descer, e faço companhia a tia Lucy enquanto espero a minha mãe.
Antony
Eu fui acordado aos tapas por uma Megan totalmente em desespero.
- Antony! Acorda! - batia em meu braço. - Acorda porra!
- O que houve? - desperto desnorteado.
- Você precisa sair daqui! Agora! - diz com urgência. - Vamos levanta!
Ela já está fora da cama, e usando um roupão. E se movimenta acelerada.
- O que tá acontecendo? - ainda procuro entender o que está havendo.
- A Crystal, ela bateu na porta.
Quando olho pra mim, deitado ali, e encaro a porta, só aí passo a compreender tamanha urgência da Megan.
- Ai caramba! - me apreso em sair da cama e vestir minha bermuda.
- Exatamente! Você precisa sair daqui! - Megan cola o ouvido à porta, tentando ouvir o movimento no corredor. - Acho que está tudo tranquilo aqui em cima.
Ela abre devagar a porta, e sorrateiramente, olha o corredor. Eu já estou vestido, e ao lado dela, esperando um parecer.
Ela abre mais a porta, e observa o corredor. Quando parece tudo ok, ela me põe par fora do quarto, eu sigo para o meu, apenas fingindo ter acabado de sair de lá, caso alguém aparecesse por ali.
Desci, e encontrei Crystal no deck.
- Bom dia meu amor! - me aproximo dela, lhe deixando um beijo na testa.
- Bom dia, pai! - sorri. - Dormiu fora?
- Não. Essa noite fiquei em casa. - sorrio de volta.
- E onde dormiu? Por quê quando passei em frente ao seu quarto, você não estava lá. - me encara inquisitiva.
- Eu...
- Bom dia, meu anjo! - Deborah se aproxima e lhe beija minha testa. - Como foi sua noite?
- Foi muito boa, tia Deby. - sorri gentil. - E a sua?
- A minha foi bem comum. - da de ombro. - Sabe como é...
Aproveito a deixa, e resolvo sair pela tangente.
- Eu vou pegar um café!
Não espero elas responderem, apenas as deixo lá, sem se importar comigo ou com o quer estou fazendo.
Vou até a cozinha, e pego uma xícara para tomar o café.
- Está tudo bem com você? - Lucy me questiona.
Eu tomo um susto com pergunta. Lucy sempre foi muito sorrateira. Na verdade, ela sempre foi bem na dela, bem o contrário de Deborah, que sempre foi mais espalhafatosa. Mas chegar assim, assusta qualquer um. Até mesmo quem não tenha nada a esconder.
- Caramba, Lucy! - me viro pra ela. - Quer me matar de susto?
- Não! Eu nunca quero isso, mas as pessoas costumam achar.
- Por que será? - termino de colocar um pouco do café numa xícara, e dou um gole.
- A Megan já acordou?
Eu me engasgo com o café, praticamente cuspindo ele pra fora da boca.
- Por que eu saberia disso? - lhe encaro apreensivo, secando o café que escorria por minha boca.
- Porque você está aqui, e talvez a tivesse visto. Por que mais séria? - me encara serena.
- Não, eu não a vi! - finalizo, colocando a xícara na pia.
- Ok! - se retira da cozinha.
Por mais que essa pergunta não tenha sido nada de mais, quando está se escondendo de algo, tudo parece um indicativo de seus crimes.
Mas quando paro pra pensar um pouco, qual foi o crime que eu cometi? Nenhum! Eu não devo nada a ninguém, então não devo agir como se devesse.
Depois de tudo estar decido, e Crystal dizer que voltará para a cidade com sua mãe, e não comigo, elas partiram, e ficamos apenas David, Michel e eu para irmos logo em seguida.
Megan mais uma vez, na frente de todos , agia como se eu não estivesse no ambiente. E isso estava começando a me perturbar.
Mais uma vez, depois da noite que tivemos, ela fazia questão de me se mostrar da mesma forma comigo. E eu fiquei irritadiço.
- Antony?!
- O quê! - encaro Michel.
- O que há com você?
Eu observo, a princípio sem entender sua pergunta.
- Como assim?
- Você parece que não está aqui. - ri.
- Eu...o que foi?
- É, acho que é melhor eu dirigir. - conclui.
Na viagem de volta, decidi ir no banco de trás, até porquê, David e Michel estavam em uma conversa bem agitada. Já eu, não conseguia ir muito além dos meus pensamentos, e eles sempre voltavam para a noite anterior.
Logo depois que terminamos aquele momento quente que tivemos, Megan pegou no sono, mas eu só conseguia encarar o teto e me perguntar que momento tinha sido aquele.
Eu me sentia diferente, posso até dizer que estranho. Quando olhei pra ela ao meu lado, ela já havia dormido, e eu não conseguia sair dali. Eu encarei seu rosto em um sono sereno, e lembrava da estranha necessidade que eu sentia de estar olhando seus olhos e beijando sua boca durante nosso momento de prazer.
Na época em que éramos casados, eu não me sentia assim, e com todas as mulheres que estive nós últimos anos, muito menos. Até a noite anterior, em que nossos corpos também estavam juntos no mesmo prazer, eu não me senti assim. Por que ontem foi diferente? Era foda não ter uma resposta pra isso.
Eu puxei o lençol da cama, e a cobri, ainda assim, queria permanecer lá. E foi o que eu fiz. Só não contava que durante a noite, ela voltaria a grudar em mim, e tenho certeza que ela devia achar que era outra pessoa ali, pois me abraçou forte, e deitou a cabeça em meu peito. A sensação que tive nesse momento foi acolhedora, então a abracei de volta, e voltei a dormir.
Mas pela manhã, enquanto meus braços estavam envoltos nela, a sensação boa já não permanecia, já que sua mão insistia em desferir aqueles tapas em mim. Só então despertei, e me situei do que realmente estava acontecendo.
Quando eu a vi na cozinha, meus olhos não conseguiam deixar de observar seus movimentos, e cada passo que dava. Ao se aproximar de mim, eu sentia como se seu perfume me atraísse. Essa sensação era boa para o meu corpo, mas minha mente gritava arduamente "Que porra é isso?", "Você está louco?". Então fui para o meu quarto, e permaneci lá até a Crystal se despedir de mim, e elas partirem de volta pra casa.
Foi um fim de semana bom, muito bom na verdade, e apenas isso. Acabou!
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