Capítulo 5.
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Quando Zabini, Rony e Harry se vestiram, Hermione explicou que havia detectado um rastro de magia não muito longe, indicando um possível ponto de informação sobre onde realmente estavam.
— Pode ser nossa chance de entender melhor onde estamos — disse Hermione, ajustando sua varinha. — Mas devemos estar preparados. As árvores descendo a montanha são conhecidas por abrigarem criaturas estranhas.
Com todos prontos, o grupo começou a descer a montanha. A neve crunchava sob seus pés enquanto eles avançavam cautelosamente pela floresta. A temperatura parecia cair ainda mais à medida que se aprofundavam, e uma sensação de inquietação permeava o ar.
— Fiquem atentos — murmurou Harry, segurando firmemente sua varinha.
De repente, um som de galhos quebrando ecoou à esquerda do grupo. Todos pararam, os sentidos em alerta máximo. Antes que pudessem reagir, uma figura sombria emergiu das árvores: um Trasgo da Floresta, suas enormes presas brilhando na penumbra.
— Protejam-se! — gritou Rony, enquanto lançava um feitiço Estupefaça contra a criatura. O feitiço atingiu o trasgo, mas apenas o fez recuar por um momento.
Harry e Zabini juntaram forças, lançando feitiços consecutivos para tentar derrubar a criatura. Porém, no meio do caos, mais sons ameaçadores surgiram ao redor deles. Outras criaturas começaram a aparecer: lobos selvagens e acromântulas, atraídas pela presença de intrusos em seu território.
— Estamos cercados! — gritou Zabini, os olhos arregalados de terror.
Hermione agiu rapidamente, conjurando um feitiço de proteção ao redor do grupo, criando uma barreira momentânea contra os ataques das criaturas. No entanto, ela sabia que não duraria muito.
— Precisamos pensar em algo rápido! — ela exclamou, a voz tensa de preocupação.
Harry olhou ao redor, tentando encontrar uma saída. Seus olhos pousaram em uma formação rochosa ao longe que poderia oferecer algum refúgio.
— Ali! Sigam-me! — Ele comandou, apontando para as rochas.
Com Hermione mantendo o feitiço protetor, o grupo começou a se mover em direção às rochas, lutando contra as criaturas que tentavam romper a barreira. Os feitiços voavam em todas as direções, criando um espetáculo de luzes e sons no meio da floresta escura.
Chegando à formação rochosa, eles se abrigaram atrás das pedras, que ofereceram alguma proteção contra os ataques incessantes. Hermione, ofegante, reforçou a barreira mágica enquanto os outros se preparavam para contra-atacar.
— Precisamos afastá-los de alguma forma — disse Rony, com determinação. — Harry, você tem alguma ideia?
Harry olhou para seus amigos, o brilho de determinação em seus olhos.
— Vamos lutar juntos. Se conseguirmos afastar as criaturas mais fortes, talvez possamos encontrar um momento para escapar.
Com um aceno de cabeça, o grupo se posicionou, suas varinhas prontas para a batalha. Em um movimento coordenado, eles lançaram feitiços poderosos contra os inimigos, a força de sua magia iluminando o local enquanto lutavam bravamente para sobreviver. Gradualmente, as criaturas começaram a recuar diante da ofensiva feroz do grupo. As acromântulas fugiram para a escuridão, e os lobisomens uivaram em frustração antes de se retirarem. O trasgo, finalmente vencido, caiu pesadamente no chão.
— Conseguimos! — gritou Zabini, sua voz cheia de alívio.
Exaustos mas vitoriosos, o grupo se reuniu, tomando fôlego enquanto Hermione abaixava a barreira mágica.
— Vamos continuar — disse Harry, com um sorriso de gratidão. — Encontraremos respostas e voltaremos para Hogwarts.
— Oh, droga, meu vestido rasgou... — Hermione resmungou, observando o grande corte na lateral de seu vestido.
— Não é difícil consertar... eu arrumo. Garotos, podem dar uma licença? — Parkinson disse, fazendo um gesto com as mãos para que se afastassem.
Com olhares confusos, eles deram alguns passos para trás, notando a Sonserina colocar as mãos na cintura em uma pose determinada.
— Vocês vão continuar olhando? Porque vou precisar tirar a roupa dela.
Quase instantaneamente, eles se viraram de costas. Parkinson e Hermione riram, vendo-os afastarem-se e se sentarem na inclinação da montanha, apenas com as cabeças visíveis à distância.
Parkinson se aproximou, vendo ela tentar puxar o zíper do vestido de, mas sem muito sucesso. Parkinson murmurou um pedido de licença antes de tocar no local e puxar o zíper para baixo. A respiração de Hermione tencionou por conta do toque gélido da mão em seu ombro, juntamente com o frio cortante que a atingiu.
— Vai ser rápido, eu prometo.
Parkinson balançou o vestido no ar, evitando olhar para a morena, que tinha os braços cruzados e estava encolhida. Ela fez a roupa flutuar, murmurou dois feitiços, e o vestido ganhou um remendo. Não era perfeito, mas evitaria que rasgasse mais e a deixasse exposta.
— Aqui. Vista. Desculpe, precisei tirar porque a agulha do feitiço poderia perfurar sua perna. Não precisamos de outra pessoa com ossos machucados, não é? — o humor ácido fez Hermione rir enquanto colocava o vestido novamente.
— Eu nem mesmo perguntei. Está melhor?
— Ainda dói um pouco, mas vai passar. Draco é um bom curandeiro.
— Sim, de fato... e obrigada — disse Hermione, balançando a cauda do vestido e sorrindo. — Não sei como agradecer por me livrar de ficar sem roupa na frente dos meninos.
As duas riram juntas.
— Não se preocupe — disse Parkinson, com um sorriso de cumplicidade. — Acho que estamos todas tentando nos adaptar a isso.
— Ah bom... talvez, sair comigo na próxima sexta seja um ótimo agradecimento.
Hermione notou as bochechas de Parkinson corarem ao perceber o que havia dito. A morena segurou um sorriso e cruzou os braços, desviando o olhar momentaneamente para uma árvore qualquer, antes de assentir.
— Sexta à noite. Me surpreenda com a escolha do lugar.
— Oh... — Parkinson levou alguns segundos para processar, antes de abrir um sorriso largo. — Pode deixar.
As duas trocaram um olhar cúmplice, um momento de leveza em meio ao caos que vinham enfrentando.
Quando voltaram para onde os garotos estavam, Harry e Ron as observaram com curiosidade, mas não perguntaram nada.
— Tudo certo? — perguntou Ron, ainda tentando disfarçar o constrangimento.
— Tudo resolvido — respondeu Hermione, lançando um olhar divertido para os amigos.
— Ótimo. Então, prontos para continuar? — perguntou Harry, retomando a seriedade da situação.
Com um aceno coletivo de cabeças, o grupo seguiu em frente. A neve continuava a cair suavemente ao redor deles, criando uma paisagem serena que contrastava com a adrenalina da última aventura. A busca levou apenas alguns minutos. Próximo ao pé de uma das montanhas nevadas, avistaram uma cabana com a lareira acesa.
Os bruxos apressaram o passo e o trio de ouro foi o primeiro a entrar. Era um bar antigo, embora bem limpo e organizado, com uma decoração rústica que beirava o desconforto, destacada por cabeças de animais presas nas extremidades das paredes. O interior do bar era decorado com madeira rústica e objetos mágicos antigos, que pendiam do teto e das paredes. Luzes suaves emanavam de lanternas encantadas, criando uma atmosfera confortável. Atrás do balcão, um bruxo velho de barba grisalha e olhos astutos observava os recém-chegados com interesse.
Harry notou Hermione reparar na repulsa na face de Parkinson olhando as cabeças, ela concedeu um sorriso pequeno de conforto, entendendo o sentimento.
— Bem-vindos ao Salamandra Boreal — saudou o bruxo, sua voz rouca e grave. — Whisky de fogo para viagem ou aqui mesmo?
Harry se aproximou do balcão, sentindo o calor do ambiente começar a aquecer seus ossos congelados.
— Na verdade, senhor, não estamos aqui para beber. Gostaríamos de uma informação. — Harry disse, tentando soar educado mas direto. — Sabe nos dizer se há alguma chave de portal para Hogsmeade ou até mesmo Londres por aqui? Caímos em uma... armadilha que nos deixou na floresta.
O homem franziu o cenho, analisando cada um deles meticulosamente. Seus olhos perscrutadores pareciam ler suas almas, e o silêncio que se seguiu foi quase palpável. Sua expressão carrancuda lentamente se transformou em um sorriso enigmático.
— Me surpreende saber que sonserinos são amigos de grifinórios — disse ele, olhando especificamente para o trio de prata. — Vocês são do tipo amistosos? Salazar deve estar se revirando no túmulo.
Houve um leve engasgar de riso de Rony, que rapidamente se transformou em um som de ofensa vindo de Parkinson. Ela colocou a mão no peito, simulando indignação.
— Eu diria que estamos expandindo nossos horizontes — respondeu Zabini com um sorriso sarcástico, erguendo uma sobrancelha. — Agora, sobre a chave de portal?
O velho bruxo manteve o sorriso, claramente divertindo-se com a situação. Ele deu um passo para trás, pegando um pergaminho enrolado de uma prateleira atrás do balcão.
— Ah, jovens, sempre com pressa... — ele murmurou, desenrolando o pergaminho sobre o balcão. — Vamos ver o que temos aqui. Há algumas chaves de portal registradas, mas a maioria é usada em horários específicos ou em emergências.
Ele correu o dedo enrugado sobre os nomes e datas, murmurando para si mesmo. O grupo observava com atenção, ansiosos para descobrir uma saída daquela situação. A atmosfera, apesar de amigável, estava carregada de expectativa.
— Aqui está — disse o bruxo finalmente, apontando para um ponto no pergaminho. — Há uma chave de portal que leva diretamente a Hogsmeade, programada para ativar em duas horas. É sua melhor chance, a menos que prefiram esperar até amanhã para a próxima.
Harry trocou um olhar com seus amigos, e um suspiro de alívio passou pelo grupo.
Com um aceno de agradecimento, Harry e seus amigos se afastaram do balcão, prontos para planejar seus próximos movimentos e, talvez, finalmente relaxar um
— Muito obrigado pela informação — disse Hermione, aliviada. — Vamos nos apressar, pessoal.
Enquanto se preparavam para sair, o velho bruxo os observou com um olhar pensativo, como se ponderasse sobre o estranho grupo diante dele, misturado de casas e rivalidades antigas, agora unidos em uma causa comum.
— Vou servir as garotas uma dose de whisky de fogo para esquentar do frio cortante lá fora — disse o homem, puxando dois copos e colocando-os sobre o balcão. A garrafa de whisky fez um som reconfortante ao ser aberta, e o aroma adocicado se espalhou pelo ambiente aconchegante do bar. Ele despejou o líquido no interior dos recipientes com um movimento suave, enquanto observava cada um deles com uma expressão de curiosidade. Seus olhos pareciam ler além das aparências, buscando compreender a dinâmica do grupo diante dele.
— Vocês dois, Whisky de Caramelo. — Ele puxou mais dois copos com uma destreza peculiar, os dedos calejados manejando-os com habilidade. Por fim, dirigiu seu olhar para Harry e Malfoy. — Vinho rosé.
Ainda meio confusos, todos pegaram os copos, exceto Harry, que vasculhava os bolsos em busca de moedas.
— Senhor, não temos como pagar... — Harry empurrou sutilmente o copo de volta para o balcão, sentindo-se desconfortável com a situação.
— Meu jovem, é por conta da casa.
Harry assentiu suavemente, agradecido pela gentileza inesperada. Enquanto levava o copo aos lábios e engolia uma pequena quantidade, o som estridente de algo se quebrando cortou o ar. Harry olhou assustado a tempo de ver cada um deles caindo sobre o chão de madeira empoeirada, os copos escorregando de suas mãos trêmulas.
Com a visão turva, Harry viu ao longe Hermione estendendo a mão trêmula em direção à própria varinha caída no chão. Sua expressão era um misto de determinação e desespero, mas antes que pudesse lançar qualquer feitiço, a escuridão tomou conta dela. A última coisa que Harry ouviu foi o som abafado de sua própria respiração falhando, enquanto seus sentidos se apagavam e o mundo ao redor desvanecia em um silêncio profundo e absoluto.
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