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Capítulo 4.

   Ronald Weasley gostava de se divertir, era um fato inegável. E por isso, o álcool era seu fiel companheiro para se soltar, mesmo que nem sempre precisasse dele para trazer uma aura de bom humor e diversão entre as pessoas.

   Naquela situação confusa e nada divertida, sua cabeça estava começando a funcionar melhor agora que não estava mais se entupindo de ponche. Mesmo assim, seu sistema continuava lerdo e confuso.

   — Harry... — chamou baixinho, recebendo os olhos esmeraldas em sua direção, notando que ele parecia cansado. — Uma sala fechada é algo bem simples comparado a tudo que já enfrentamos, fique tranquilo.

   Harry sorriu para ele, e Rony retribuiu o sorriso. Estava aprendendo a ser um bom conselheiro com Hermione, principalmente porque ambos dividiam esse amigo teimoso e encrenqueiro.

   — Mas cara... o Malfoy? — Rony falou ainda mais baixo, não escondendo sua indignação. Harry revirou os olhos e encarou as próprias mãos.

   — Eu não tinha percebido que era ele.

   — Mesmo quando estava prestes a enfiar a língua na boca dele?

   — Cale a boca, Ron.

   Harry desviou o olhar raivoso do amigo, que engasgou numa risada, tentando abafá-la com as mãos. O moreno acabou sorrindo involuntariamente. Ronald gostaria de saber o que estava se passando na cabeça dele naquele momento, mas se optou a permanecer quieto, olhando de Hermione para Malfoy, que pareciam incansáveis murmurando feitiços e olhando ao redor.

   Levou mais alguns minutos até que o loiro despencasse no chão ao lado de Parkinson. E mais alguns para que Hermione se movesse para o centro da sala e cruzasse os braços, encarando o chão enquanto assumia aquela pose analítica.

   — Vocês sabiam que o Macmillan veio? — Parkinson interrompeu aquele silêncio, capturando a atenção de todos ao redor.

   — Ernie Macmillan? — Zabini questionou.

   — Existe alguém mais idiota?

   — Tem o Potter, mas não vem ao caso. — Harry bufou baixo. — Por que é importante?

   — Não é importante. — ela torceu o nariz. — Bulstrode também veio.

   Zabini fez cara de nojo, batucando uma das mãos no chão frio de pedras.

   — Ela não perderia. — Malfoy comentou, com a cabeça tombada na parede e olhos fechados.

   — Certo. Mas o que importa Ernie Macmillan?

   — Puta Merlin, Blaise. Não importa! — esbravejou Parkinson.

   — Não, importa, Blaise. — acrescentou Malfoy, com uma leve elevação de sobrancelha.

   — Pareceu importante. Mas claro, claro. "Blaise, você é importante para nós." E "Não viveríamos sem você para nos fazer rir, Blaise." E também "Sim Blaise você é incrível" e quando vejo, tenho-...

   — Cale a boca, Blaise.

   Rony se pegou rindo do comentário final de Parkinson e da batida de mãos cúmplice dela com Malfoy, fazendo Zabini fazer uma careta emburrada que rivalizava com a expressão de um duende irritado.

   — Do que está rindo, Weasley?

   O ruivo começou a choramingar quando teve a atenção dos três para si, constrangido por estar prestando atenção na interação deles. As risadas se dissiparam, substituídas por uma curiosidade silenciosa enquanto o olhavam, criando uma atmosfera de estranha empatia no ar.

   — Oh, nada. Só-... vocês têm falado iguais Lufanos.

   — Oh, Merlin. — Harry guinchou ao seu lado como se Rony tivesse dito a pior coisa do mundo.

   Os olhares sérios e boquiabertos fizeram o ruivo corar com mais intensidade, e ele desviou o olhar para o chão, sentindo-se como se estivesse prestes a derreter sob o escrutínio dos outros.

   — D-digo... isso é legal. Vocês-... hm... 'Arry... — ele deu um cutucão em Harry com o cotovelo, buscando ajuda desesperadamente.

   — A-ham! Se vira. — Harry escondeu o rosto nos joelhos, lutando para conter uma risada sagaz.

   — Vamos, Weasley. Explique. — o tom quase mortal de Parkinson fez o ruivo ganhar uma cor esverdeada, como se estivesse à beira de um ataque de nervos.

  O silêncio permaneceu até que ouviram Hermione exclamar irritada, chutando a parede. Todos olharam para ela confusos pela fúria repentina.

   — Porcaria de Sala. Me dê uma resposta!

   Assim como os bons hábitos de Hermione estavam tornando Harry e Ronald melhores, seus péssimos hábitos estavam se tornando mais evidentes na mulher. Ela estava definitivamente frustrada com as diversas tentativas de encontrar uma resposta para saírem dali.

   E quase como se a sala tivesse a ouvido, um leve tremor fez-se presente, e todos ficaram em alerta, puxando as varinhas. E, de repente, uma porta surgiu sem que eles mentalizassem aquilo.

   — Eu e Harry iremos na frente, Mione. — Rony prontamente se levantou para ajudar. Mas uma tontura o atingiu e ele se escorou na parede, sentindo que a comida e o álcool iriam voltar por sua garganta.

   — Eu vou sozinho. — Harry diz, limpando a calça ao levantar e dando um tapinha sutil no ombro de Rony verificando rapidamente se ele estava bem, logo indo até Hermione.

   — Não é seguro, Harry. Eu vou com você-...

   — Não. Fique, Mione! Continue tentando enquanto eu vejo se isso é uma saída. Eu estou bem. — ele acrescentou por fim. Ela suspirou, ergueu a varinha e murmurou algo. O moreno piscou os olhos rapidamente até se dar conta da nitidez a sua volta, percebendo que ela lançou aquele feitiço.

   Não era adequado utilizar com frequência, mas dada a circunstância, era o melhor a ser feito se quisesse enxergar os perigos eminentes.

   Quando o moreno estava prestes a entrar, Malfoy se levantou o seguindo.

   — O que está fazendo? — questionou Harry, surpreso.

   — Eu vou com você. Vai entrar sozinho e se arriscar feito um Grifinório estúpido e corajoso? Se precisar de apoio, estará sozinho, Potter.

   — Não preciso da sua ajuda, Malfoy. — rebateu Harry, mantendo a firmeza em sua decisão.

   — Você está minimamente mais consciente que o trasgo do Weasley, então não tem possibilidade de você ir sozinho. Agora cale a boca e entre nesse buraco. — Malfoy insistiu, empurrando as costas de Harry para fazê-lo entrar.

   A risada de Zabini preencheu o ambiente de forma exagerada. Malfoy revirou os olhos para o amigo e lhe mostrou o dedo do meio antes de seguir Harry para dentro, onde uma luz suave de Lumus se fez presente, logo perdida quando os dois desapareceram na escuridão.

   — Quanto vocês apostam que eles vão se matar antes mesmo de conseguir achar uma saída para nos tirarmos daqui? — Zabini provocou após um tempo de silêncio.

   — Ninguém vai comentar o fato de que eles estavam possivelmente se pegando no corredor? — Rony disse com uma expressão de nojo, antes de soltar uma risada. — Céus, Harry. Logo o Malfoy?

   — Ei. Draco é muito mais bonito que Potter. Nós quem deveríamos falar isso. — Parkinson defendeu, provocando um sorriso zombeteiro nos lábios de Hermione.

   Rony revirou os olhos e lançou um olhar de súplica para Hermione, como se esperasse que ela sentisse pena dele por não se arriscar a seguir o amigo, já que estava pronto para colocar para fora tudo que havia ingerido.

   — O que você quer? — Hermione perguntou, com uma leve inflexão de irritação em sua voz.

   — Meu Deus, Mulher. Você precisa de um drink para melhorar esse seu mau humor. — Rony resmungou.

   — Merlin, que flerte terrível. Seja melhor com sua namorada, Weasley. — Parkinson revirou os olhos.

   Rony e Hermione trocaram um olhar e ambos soltaram uma risada sarcástica. O ruivo fingiu mandar um beijo para ela, e Hermione reagiu como se tivesse acabado de matar um mosquito, provocando outra risada em Rony. Ele percebeu os olhares confusos dos Sonserinos.

   — Nós não namoramos. Não mais. — Hermione respondeu, indo se sentar ao lado de Rony, que concordou com ela.

   Os Grifinórios olharam para eles em silêncio. Uma troca de olhares estranha entre os Sonserinos deixou o ruivo intrigado. Zabini tossiu, como se quisesse mudar de assunto, mas o silêncio continuou a pairar sobre eles. Todos viraram seus olhares para a porta ainda aberta, aguardando a volta de Harry e Malfoy. O ar tenso no ambiente parecia palpável enquanto esperavam por qualquer sinal de seus companheiros.

***

   — Não me empurre. — Harry disse pela terceira vez, sentindo uma mão firme em suas costas o empurrando sutilmente para andar mais rápido.

   — Você anda feito um jabuti carregando duendes no casco.

   Harry rangeu os dentes, tentando controlar um comentário de volta. Continuou apontando a varinha para frente, iluminando o estreito caminho que se assemelhava a uma caverna, concentrando-se em examinar o chão e as paredes rochosas. À frente, só havia escuridão profunda, como se não tivesse fim. Então, ele ofegou quando notou sutilmente que o chão rígido sob seus pés havia mudado para uma superfície mais suave.

   — Parece uma saída! — Harry apressou o passo em direção a ela.

   Enquanto Harry avançava em direção à suposta saída, um sutil murmúrio de folhas dançando ao vento acariciava seus ouvidos, acompanhado pelo suave gorjeio de pássaros despertando para o novo dia. A luz do sol, ainda tímida, começava a desenhar sombras suaves sobre a paisagem que se revelava diante dele.

   À medida que se aproximava, os contornos da clareira se tornavam mais definidos, revelando uma paleta de cores vívidas e radiantes. Borboletas azuis, com asas cintilantes, flutuavam graciosamente entre as flores, suas asas refletindo os primeiros raios de sol como fragmentos de vidro cristalino. Pequenos vagalumes dançavam em harmonia, lançando pontos de luz suave que pontuavam a névoa matinal, criando um espetáculo etéreo e encantador.

   O aroma que preenchia o ar era uma sinfonia de fragrâncias mágicas: o aroma robusto e terroso dos carvalhos antigos, a doçura fresca da grama molhada pelo sereno da manhã, e uma essência revitalizante de pureza e renovação que só o ar fresco e puro poderia oferecer. Era como se a própria natureza estivesse celebrando o despertar de um novo dia, infundindo cada centímetro da clareira com uma energia vibrante e revitalizante, banhando tudo em uma aura de magia e encanto.

   O coração de Harry batia descompassado enquanto ele tentava recuperar o fôlego, os olhos arregalados refletindo a urgência de sua situação. Ao entrar na sala, o rosto pálido e contorcido pela ansiedade, ele viu os outros reunidos em alerta, seus olhares questionadores fixos nele.

   — Onde... onde estamos? — perguntou Harry, sua voz carregada de confusão e preocupação. Ele lançou um olhar rápido para Malfoy, buscando apoio e confirmação na expressão do loiro, que também parecia perdido enquanto examinava o ambiente com atenção.

   — Não passamos tanto tempo assim lá? — continuou Harry, quase para si mesmo, enquanto tentava entender o que havia acontecido. Sua mente girava em busca de respostas, tentando desvendar o mistério que os envolvia. — Vou chamar eles!

   Sem esperar por uma resposta, ele virou-se abruptamente para sair dali, determinado a alertar os outros sobre o que haviam encontrado. Seus passos eram rápidos e desajeitados, o coração ainda martelando no peito enquanto corria de volta pelo caminho escuro da caverna, a escuridão o envolvendo como um manto sinistro.

   Ao tropeçar de volta à sala, ofegante e desorientado, Harry encontrou os outros reunidos em um frenesi de preocupação, prontos para agir diante de qualquer perigo.

   — Vocês-... Voces precisam ver isso. Rápido! — ele diz controlando a respiração, vendo todos se levantar e apressar o passo para lhe seguir. Notou Blaise pegar Pansy em seu colo para evitar que ela corresse.

   Assim, Harry seguiu novamente liderando o caminho, andando rápido e ouvido as perguntas de Hermione mas ignorando todas. Ele rapidamente estava lá fora de novo e viu Malfoy parado não muito longe, com as mãos no bolso admirando a vista que estava começando a se estender entre eles. O moreno recebeu o olhar cinzento do homem, eles se encararam por uma fração de segundos pois logo ouviram Hermione batendo nas costas de Ronald que havia parado no instante que saiu, fazendo com que Blaise também trombasse nela. Quando se deram conta entre resmungos, eles finalmente olharam a volta, arregalando os olhos surpresos.

   Era uma clareira, mas não muito longe tinha um lindo horizonte, como se estivessem sob alguma montanha. Eles ficaram em silêncio, observando alguns poucos passarinhos passarem em cima de suas cabeças, enquanto raios solares tímidos alcançavam o chão, mostrando que estava nascendo. Junto de uma brisa gélida que dançava a com o calor suave do sol.

   — Uau! Onde estamos? — Parkinson quebrou o silêncio, se impulsionando para descer do colo de Zabini, não fazendo nenhuma careta ao pisar no chão, indicando que talvez não sentisse tanta dor no tornozelo recém machucado.

   — Harry? Sabe onde estamos? — Hermione insistiu, se encolhendo sutilmente pelo pouco frio que sentia.

   — Quem se importa? É... lindo.

   Harry continuou parado onde estava, olhado o horizonte com tanta admiração. Hermione e Rony pararam ao seu lado também admirando a vista que ganhava mais visibilidade a cada segundo. O moreno avistou não muito longe a grama fofinha e foi inevitável não se sentar ali, sendo acompanhado por seus amigos.

   Houve um silêncio mútuo quebrado apenas pelos passos dos Sonserinos, que aproveitaram a inclinação do lugar par se sentarem atrás deles e ainda ser possível olhar o horizonte.

   — Não me lembrava como o nascer do sol podia ser tão bonito. — Harry falou baixinho, sentindo Hermione deitar a cabeça em seu ombro.

   — A rotina adulta nos pegou de jeito. — diz Rony, também se escorando no outro ombro do moreno.

   — Ou talvez... a guerra tenha nos feito esquecer... — Harry fala entre um suspiro. — A beleza do mundo...

   — Que papo Lufano cafona. — Parkinson comentou atrás e isso fez os Grifinorios darem uma risada conjunta.

   — Todo mundo é um pouco Lufano. — Ronny comenta, ganhando um leve chute da Sonserina, o que só fez o ruivo rir novamente.

   Eles compartilharam um momento juntos, em silêncio. Até que Harry se espreguiçou fazendo os melhores amigos se afastarem com o ato para deixá-lo se acomodar. Assim, ele levantou.

   — Vamos explorar o lugar, venham. — ergueu a mão para ajudar Hermione a levantar.

   — E eles voltaram a serem Grifinorios. — resmungou Parkinson.

   — Harry, acho que estamos na Floresta Boreal.

   — No Canadá? — Zabini indaga. — Por quê? Estávamos na Escócia!

   — Acho que é uma das passagens de fuga para os estudantes.

   Houve um suspiro coletivo, sendo lembrados da realidade. Assim, Rony se voltou para o Trio de Prata. Seus cabelos ruivos estavam ganhando intensidade com os raios de sol os atingido.

   — Nós vamos descer a clareira. Vocês vêem?

   Os Sonserinos se entreolharam mas numa concordância silenciosa, se levantaram também, começando a seguir eles colina a baixo.

***

   Draco observou a calmaria dos três à sua frente, se questionando quando os tinha visto relaxar pela última vez. Não se lembrava disso, apesar de não os ver com frequência. Era costumeiro avistá-los em alerta, prontos para um ataque se necessário. A guerra havia afetado a cabeça de todos, mas especialmente a daquele trio específico.

   Eles caminhavam pela grama, passando próximos às árvores, o ambiente carregado de uma serenidade quase surreal. Foi então que ouviu Potter exclamar animado ao avistar um lago de águas cristalinas.

   O sol já iluminava o local o suficiente para que enxergassem com melhor precisão. O moreno praticamente correu em direção ao lago, seguido de perto por Granger e Weasley, que o acompanharam com igual entusiasmo. A visão do lago, com suas águas brilhando sob a luz matinal, parecia uma promessa de alívio e tranquilidade, uma pausa bem-vinda em meio ao caos que haviam enfrentado.

   Draco, por um momento, ficou parado observando a cena. Havia algo profundamente comovente em ver aquele trio, que sempre estivera em guarda, encontrar um breve instante de alegria simples. Ele suspirou, se permitindo um raro momento de esperança enquanto os seguia lentamente em direção ao lago.

   — Harry? — Granger o olhou confusa ao vê-lo começar a desabotoar a camisa assim que seus dedos alcançaram a água, notando o clima provavelmente agradável.

   — Ah, Hermione, fique quieta. Me deixe ser adolescente!

   — Falou o cara com 22 anos. — Weasley brincou, mas também começou a tirar a roupa.

   Draco e Blaise se entreolharam com uma mistura de ansiedade e necessidade. Enquanto os dois grifinórios corriam, desviando das mãos de Granger que insistia para eles não fazerem isso, os dois rapidamente se livraram das roupas, ficando apenas de cuecas, e pularam no lago, rindo e ignorando os gritos de raiva da amiga.

   Assim, a morena praticamente se jogou sentada na grama de braços cruzados. Blaise e Draco trocaram outro olhar, e ambos sutilmente empurraram os ombros de Pansy, movendo as cabeças em direção a Granger. A garota apenas estreitou os olhos para eles, ajeitou os cabelos pretos e caminhou, sentando-se ao lado dela, como se tivesse entendido o pensamento mútuo dos amigos.

Pansy se acomodou na grama ao lado de Granger, que bufou, ainda cruzando os braços com uma expressão de resignação. A paisagem ao redor era deslumbrante, com o sol banhando a clareira em uma luz dourada suave, refletindo no lago como se estivesse coberto de diamantes. Os sons suaves da natureza, com pássaros cantando e o vento soprando entre as árvores, criavam uma atmosfera quase mágica.

   — Eles parecem estar se divertindo. — Pansy comentou, observando os dois garotos brincando na água, a seriedade habitual de seu rosto suavizando-se um pouco.

   Granger suspirou, seu olhar ainda fixo no lago.

— Sim, eles estão. E acho que merecem isso, depois de tudo. — Ela finalmente relaxou um pouco, permitindo-se um pequeno sorriso.

   Enquanto isso, Draco empurrou Blaise em direção ao lago, incentivando-o silenciosamente a participar da guerra de água entre os grifinórios. Blaise obedeceu sem questionar, começando a se despir. No entanto, o loiro optou por não seguir os mesmos atos. Em vez disso, afastou-se e se sentou sobre uma grande pedra numa das extremidades do lago. Ele até considerou sentar-se com Pansy, mas ao notar a garota puxar assunto com uma Granger ainda irritada, decidiu manter distância.

   Provavelmente, eles sabiam um caminho para voltar para Hogwarts. Ou talvez até para Londres. Pareciam despreocupados em perder a noite ali, mas Draco também se incluía nisso. Principalmente porque podia observar seus dois melhores amigos tentando o que ele não tinha coragem.

   Falando nisso, Draco notou que Weasley e Blaise estavam envolvidos numa guerra de água mais distante. Não encontrando Potter próximo, seu olhar varreu o lago até se deparar com as esmeraldas intensas dos olhos de Potter, que o encaravam de perto. O moreno, ao perceber que havia sido notado, afundou mais na água, como se estivesse se escondendo daquele olhar.

   Draco observou o movimento, sentindo um turbilhão de emoções contraditórias. A clareira, com sua atmosfera mágica e calma, parecia um mundo à parte, distante de todos os conflitos e tensões do passado. E, por um momento, ele se permitiu relaxar, aproveitando a tranquilidade inesperada daquele lugar.

   Enquanto isso, Potter emergiu novamente, sacudindo a água dos cabelos. O olhar de Draco permaneceu fixo nele, uma mistura de curiosidade e algo mais profundo que ele não conseguia identificar completamente. Talvez fosse o começo de uma compreensão, ou apenas um momento raro de paz compartilhada entre velhos rivais.

   Aos poucos, a tensão foi se dissipando, e o som das risadas e da água espirrando tornou-se a trilha sonora daquele amanhecer sereno. A natureza ao redor continuava sua sinfonia, com o canto dos pássaros e o sussurro das árvores ao vento, criando um cenário quase etéreo que envolvia todos os presentes. E, por um breve e precioso instante, todas as preocupações do mundo externo pareciam tão distantes quanto as estrelas.

   O loiro deu um sorrisinho, ajeitando-se na pedra.

   — Não me encare feito uma sereia, Potter.

   O moreno arregalou os olhos e afundou na água pela provável vergonha. Levou alguns segundos até que ele voltasse à superfície, apenas o pescoço para cima, os cabelos molhados emaranhados na testa.

   — Me desculpe sobre aquilo no corredor. Eu... não estava muito consciente.

    — Aprecio seu receio em ter ferido minha honra. —  aquele bom e velho tom sarcástico. Seguido de uma voz mais suave e sincera; — Mas está tudo bem, Potter.

   Potter assentiu, ainda sem jeito, continuando a olhar para Draco com uma expressão que o loiro não conseguiu decifrar a princípio. Ele estava sério, ao mesmo tempo que parecia querer falar algo. Draco se segurou muito para não utilizar suas artimanhas de ler mentes.

   — Não vai entrar conosco ou é fino demais para se sujar? — Potter questionou em tom ácido de humor.

   Draco levantou uma sobrancelha, divertido.

   — Agradeço esse convite tão gentil. Mas receio que água contaminada não é o meu forte de diversão. — Draco deu de ombros, igualmente ácido. — E eu não pretendo tirar minhas roupas com o frio que está fazendo, embora seja um de seus desejos no momento, não é?

   — O quê? Não! — Harry bateu a mão na água, fazendo um leve jato alcançar as canelas do loiro, que revirou os olhos por ter sido molhado.

   — Que maduro, Potter. Me molhando porque estou me recusando a me despir para você?

   — Oh, Merlin, não é nada disso!

   Quando Draco gargalhou com o rosto corado do Eleito, percebeu que Potter relaxou, percebendo que estava apenas brincando com a cara dele. O moreno respirou fundo e nadou para perto, apoiando os braços sobre a pedra e olhando Draco de baixo. O herdeiro Malfoy precisou de muito autocontrole para não pular na água e agarrar ele ali mesmo.

   — Você sabe que às vezes você é insuportável, não sabe? — Harry murmurou, a raiva se dissipando de sua voz.

   — É um talento natural. — Draco respondeu com um sorriso presunçoso. — Agora, vá se divertir com os outros. Eu estou perfeitamente confortável aqui.

   Harry revirou os olhos, mas não pôde deixar de sorrir. Ele se afastou da pedra e nadou de volta para onde Ron e Blaise estavam começando outra guerra de água.

   Draco observou o trio por um momento, uma mistura de emoções passando por seu rosto. A imagem de Harry rindo e se divertindo, mesmo que por um breve momento, parecia deslocada no mundo que ele conhecia. Mas talvez, apenas talvez, houvesse um futuro onde momentos como esse pudessem se tornar mais comuns.

   Sentado na pedra, Draco deixou-se perder nos próprios pensamentos, enquanto o sol continuava a subir no horizonte, iluminando a clareira com uma luz dourada e suave. As borboletas florescentes ainda dançavam no ar, e o som das risadas ao longe criou uma harmonia perfeita com o canto dos pássaros que despertavam. Por um momento, o passado sombrio parecia uma lembrança distante, e o futuro, uma promessa brilhante e incerta.

   Ele abaixou aquela cabeleira voltando em sua direção novamente, segurou um sorriso satisfeito.

   — Malfoy, posso perguntar uma coisa?

   — Sim, Potter. Estou solteiro.

   — Oh, porra! Não é isso! — Potter se exaltou, com uma expressão emburrada, antes de tornar a ficar sério. — Você... tem visitado Teddy?

   — Ah... bom. Sim, sempre que posso. — Draco permaneceu o encarando, sem entender a pergunta.

   — Isso é bom, ele gosta de você. — Potter desviou o olhar para o lago, empurrando com a água uma folha verde que se aproximava de si. — Talvez devesse vê-lo com mais frequência, não me incomodo.

   — E não deveria. Ele é meu primo. — Draco não pretendia ter soado tão rude, mas soou.

   — Mas é meu afilhado... olha, não estou sendo hostil. Só estava... ah, deixa pra lá.

   O Eleito parecia magoado e deu as costas, nadando para longe. Draco engoliu qualquer vontade de chamá-lo de volta e respirou fundo, aguardando que eles logo decidissem ir embora. Observou o moreno se afastar, sentindo um peso no peito.

   Draco sabia que Potter e Teddy tinham uma ligação especial, e sua própria relação com o garoto sempre foi um pouco mais complicada. O passado entre suas famílias não ajudava, mas ele realmente tentava fazer a diferença para Teddy. A tentativa de Potter de se abrir, mesmo que timidamente, sobre algo tão importante, deixou Draco com um sentimento agridoce.

    O sol continuava a subir no horizonte, lançando uma luz dourada sobre a água cristalina do lago. As risadas de Weasley e Blaise preenchiam o ar, enquanto Franger e Pansy conversavam calmamente na margem. Draco permaneceu sentado na pedra, refletindo sobre suas interações com Potter, percebendo que havia muito mais a ser dito e compreendido entre eles.

   Finalmente, Draco se levantou e começou a caminhar ao longo da margem do lago, tentando afastar os pensamentos conflitantes. Ele sabia que, apesar de tudo, as coisas estavam mudando. E talvez, só talvez, houvesse um caminho para eles superarem o passado e encontrarem um novo tipo de entendimento.

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