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Robocop

Kirishima Eijirou tinha uma gíria muito peculiar que faziam os amigos rir toda vez que usava, ele parecia definir tudo o que gostava como "másculo", desde os treinos na academia até um bolo de morango que adorava na padaria perto do trabalho, tudo para ele era másculo e era, de certa forma, adorável.

Talvez pela convivência, mas de vez em quando Bakugou Katsuki se pegava pensando em coisas másculas, e, principalmente, pessoas másculas.

Um tanto quanto másculo

Com M maiusculo

Vejam só os meus músculos

Que com amor cultivei

Katsuki colocou os fones de ouvido enquanto começava a puxar ferro, seus olhos fixos nas esteiras onde uma única pessoa começava o treino de cárdio, provavelmente a pessoa mais máscula que já havia conhecido, se Eijirou a visse como Katsuki via teria a mesma opinião, porém...

Minha pistola é de plástico

Em formato cilíndrico

Sempre me chamam de cínico

Mas o porquê eu não sei

Eijirou não se achava tão másculo como Katsuki o achava, mas porra! Só de olhar a forma como os shorts marcavam suas coxas torneadas enquanto ele corria já mostrava toda a verdade ali!

A forma como mesmo correndo ele não parava de sorrir, os fones vermelhos combinando com o cabelo espetado, a cicatriz em seu rosto só o deixando mais... másculo.

O meu bumbum era flácido

Mas esse assunto é tão místico

Devido ao ato cirúrgico

Hoje eu me transformei

Katsuki precisou desviar o olhar quando Eijirou desligou a esteira para começar agachamentos, seria muito pervertido de sua parte assistir o amigo de costas enquanto agachava, com aquela bunda redonda e durinha e tão... máscula.

Céus! Tudo que Katsuki queria era essa bunda na sua cara, e ok, era hora de mudar de aparelho.

O meu andar é erótico

Com movimentos atômicos

Sou uma amante robótico

Com direito a replay

O Bakugou decidiu ir para o crucifixo, era do outro lado da academia então podia distrair a mente, esse era seu plano, mas não o de Eijirou que logo vinha atrás.

— Hey, brô!

— Que porra você quer? - Katsuki bufou, frustrado por seu plano de não secar o melhor amigo ter falhado, mas puta merda! Olha esse peitoral!

Um ser humano fantástico

Com poderes titânicos

Foi um moreno simpático

Por quem me apaixonei

— Eu tava pensando, nós dois estamos de folga hoje, você podia ir lá pra casa depois daqui.

— E fazer o quê, seu emo?! - Katsuki cruzou os braços, conhecia Eijirou desde criança, quando eram mais novos e o amigo ainda tinha os cabelos escuros e caídos que faziam o loiro o chamar de emo o tempo todo, hoje em dia era um apelido que só os dois conheciam a origem.

— Sei lá, cara, o que você quiser.

E hoje estou tão eufórico

Com mil pedaços biônicos

Ontem eu era católico

Ai, hoje eu sou um gay

Katsuki riu.

— Péssima escolha de palavras, emo.

— Hm? Por que? - O ruivo inclinou a cabeça como um cachorrinho confuso e Katsuki precisou de muito auto controle para não o agarrar ali mesmo.

— Me deixar escolher pode implicar em muita coisa, ainda mais com nós dois sozinhos...

Abra sua mente

Gay também é gente

Baiano fala oxente

E come vatapá

Eijirou ainda sorria enquanto cruzava os braços evidenciando mais aquele peito que Katsuki sonhava em meter a boca.

O Bakugou engoliu em seco antes de voltar a encarar o ruivo, um sorriso irônico com dentes pontiagudos o saldando.

O filho da puta...

Você pode ser gótico

Ser punk ou skinhead

Tem gay que é Muhamed

Tentando camuflar

(Allah meu bom Allah)

— Eu já disse, brô, faremos o que você quiser...

Katsuki respirou fundo antes de olhar em volta, ninguém mais parecia interessado em sua conversa, ou só disfarçava bem, então decidiu agir de uma vez.

Pegou Eijirou pelo braço o arrastando para o vestiário da academia.

— Pega suas coisas, emo de merda!

— Calma aí, cara, eu nem terminei meu treino! - Eijirou riu, mas foi fazer o que o amigo mandou.

Faça bem a barba

Arranque seu bigode

Gaúcho também pode

Não tem que disfarçar

Katsuki estava ansioso, dirigindo para a casa mais perto, a de Kirishima, os dois em silencio durante todo o caminho.

Porra! Ele esperava estar reconhecendo os sinais, se estivesse enganado e Eijirou o rejeitasse nem mesmo sabia o que faria, o que significaria para a amizade deles.

— Brô você tá bem? Parece que vai quebrar o volante.

— Cale a boca.

Eijirou deu de ombros antes de notar já terem chegado em casa.

Faça uma plástica

Aí entre na ginástica

Boneca cibernética

Eijirou mal teve tempo de abrir a porta antes de ser empurrado para dentro e então pressionado contra ela, Katsuki o encarando como um predador prestes a o devorar.

— Brô...

— Mandei calar a boca!

Katsuki o beijou fazendo Eijirou rir antes de retribuir.

Um robocop gay

Um robocop gay, um robocop gay

Ai eu sei, eu sei

Um robocop gay

Ai como doi

Fim

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