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[ la song (demo) by lewis watson ]

[noventa e nove] "onde vais?"

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[ d a i s y ]

"Já não comíamos pizza há tanto tempo!" Afirmo, assim que caminho para a porta, preparando-me para abrir a porta ao senhor das pizzas.

"ELE JÁ ESTÁ CÁ?! VAMOS ASSUSTÁ-LO!" Harry exclama, saindo da sala.

"Já deve estar a chegar. Temos de nos despachar! Como o assustamos?"

"Podemos... Huh..." Ele olha em volta. "JÁ SEI! TU PODES ABRIR-LHE A PORTA E, ASSIM, ELE ASSUSTA-SE COM A TUA CARA!"

O meu queixo cai até ao chão e eu aproximo-me dele, dando-lhe um pequeno murro no braço.

"Então, arranja outra mulher, porque eu quero o divórcio." Resmungo, cruzando os braços contra o meu peito.

"Não era isso que eu queria dizer!" O cara-de-camelo apressa-se a retorquir. "Eu queria dizer que... Ele assusta-se com... A tua beleza incrível e única..." Os seus lábios pressionam-se numa linha, à espera de uma resposta.

"Boa tentativa, mas continuo zangada." Gargalho, abanando a cabeça em divertimento.

"Já te disse que ficas linda, quando estás zangada?" Ele questiona, sorrindo de lado.

"Já te disse que isso não resulta comigo?" Mostro-lhe a língua. "Vai tu abrir-lhe a porta." Resmungo, caminhando de volta para a sala e sentando-me no sofá.

A sua cabeça espreita pela porta, fazendo-me gargalhar. "Vai para a nossa cama, eu levo a pizza para lá." O meu marido pisca-me o olho. "Apenas porque estás chateada!"

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Assim que coloco o último prato no seu devido local, volto para a sala, encontrando o Harry distraído a falar ao telemóvel, enquanto olha pela janela. Caminho silenciosamente até ao sofá, sentando-me no mesmo lentamente, para não fazer barulho.

Fico apenas a observar a televisão, por alguns momentos, até ouvir o Harry dizer o meu nome.

"A Daisy não pode saber... Ela deixava-me."

"Não posso saber o quê?" Questiono, fazendo questão de que o Harry me ouvisse bem.

O seu corpo rapidamente se vira para mim e ele despede-se da pessoa com quem estava a falar ao telemóvel, atirando o pequeno objeto para o sofá.

"Daisy, eu..." Ele começa, mas eu corto-o.

"Espero que tenhas uma boa razão para o que quer que seja que eu não posso saber."

"Bem... Tu não podes saber que eu estava a preparar-te um pedido de casamento." O sorriso mais forçado que o meu marido alguma vez fez toma os seus lábios.

"E eu ia deixar-te por causa disso? Harry, não achas que um segredo já é demais? Ainda vais pôr uma mentira por cima?" Bufo, desviando o olhar até à parede.

"Não é nada de especial..." Ele murmura, fazendo-me voltar a olhar para ele.

"Então porque não me contas?!" Resmungo, tentando controlar as minhas emoções. Isto de discutir, quando se está com o período, não é pêra doce.

"EU LEMBRO-ME DA NOITE EM QUE NOS CASÁMOS, OKAY?" Ele atira. "EU SEMPRE ME LEMBREI MAS NUNCA TE DISSE PORQUE EU TINHA MEDO QUE ME DEIXASSES!"

O meu coração cai aos meus pés. Ele lembra-se? Ele lembrou-se durante este tempo todo. E, o mais importante de tudo, ele mentiu-me sobre isso.

Mais uma vez, estar com o período no meio disto não é fácil.

"E DIZES-ME ISSO AGORA?! NÃO PODIAS TER ESPERADO ATÉ EU NÃO ESTAR COM O PERÍODO?! AGORA EU VOU ZANGAR-ME CONTIGO MAIS DO QUE DEVIA!" Resmungo, deixando o meu rosto enterrar-se nas minhas mãos.

"Desculpa..." O meu marido murmura, fazendo-me suspirar.

"Porque não me disseste antes?" Questiono e volto a subir o meu rosto.

"Eu tinha medo que achasses que eu não estava bêbado, ou algo assim." Admite, deixando um suspiro escapar pelos seus lábios.

"Bem... Eu não ia achar isso. Apenas estou desiludida por não me teres contado." Afirmo, suspirando. "Céus, Harry, se tu me mentes por uma coisa tão pequena como isto, como é que eu posso confiar em ti?"

"Eu nunca te menti sobre mais nada! Eu juro!" As suas mãos alcançam o meu rosto, mas eu afasto-me lentamente.

"Eras virgem, antes da nossa primeira vez?" É a primeira pergunta que aparece na minha mente.

"É claro que era! Porque haveria de te mentir sobre isso?"

"Bem... Porque haverias de me mentir sobre te lembrares do nosso casamento?!" A minha voz acaba por se elevar um pouco mais do que eu estava à espera.

Momentos que se passaram nos últimos meses passam diante dos meus olhos e eu apenas consigo imaginar que tudo o que ele me disse é mentira. Não é como se isto fosse algo do outro mundo, mas uma relação é baseada na confiança. Como é que eu posso confiar no meu marido, se ele me mente por uma coisa tão pequena e, aparentemente, sem importância?

"Estás a fazer uma tempestade num copo de água!" Retorque.

"O casamento é suposto ser o dia mais importante da vida de alguém! Bem... Eu não me lembro do meu!" Resmungo. "E, adivinha, aparentemente o meu marido lembra-se mas decidiu que não me queria contar, porque eu podia deixá-lo!" Respiro fundo. "Achas mesmo que eu te ia deixar por saber que te lembravas disso?"

"EU NÃO SEI, OKAY?" O seu corpo levanta-se e começa a andar de um lado para o outro. "Da maneira como estás a reagir, parece que me queres deixar!"

"Bem... Desculpa-me se estou mais emocional por estar com o período!" Levanto-me também.

Bufando, dirijo-me para fora da sala, mas logo consigo ouvir os passos do Harry atrás de mim.

"Onde vais?" A sua mão agarra o meu pulso.

"Eu preciso de uns minutos sozinha."

Consigo ouvi-lo engolir em seco e ele apenas me larga, assentindo.

"Apenas não tomes uma decisão precipitada, por favor." O cara-de-camelo pede, respirando fundo.

É a minha vez de assentir e caminho até ao nosso quarto. Fecho a porta atrás de mim e deixo-me escorregar pela mesma.

Estarei a exagerar?

Provavelmente estou.

Mas... Oh céus... As coisas aconteceram tão depressa entre nós, desde que nos casámos. Começámos logo a viver juntos, mesmo que não nos suportássemos, ao início.

Consigo ouvir a respiração descoordenada do Harry do outro lado da porta e não consigo conter as lágrimas que começam a picar os meus olhos. Céus, odeio estar com o período!

Calma, Daisy. Não te deixes ir abaixo.

Confiança não é uma coisa que se ganha de um dia para o outro e, de certeza absoluta, que não se recupera com algumas lágrimas derramadas.

Mas eu já não me consigo aguentar sem ele. Nós fazemos tudo juntos! Às vezes, até vamos à casa de banho juntos!

Talvez o que eu precise seja um pouco de tempo. Talvez ambos precisemos disso... Um pouco de tempo longe um do outro.

Nós estamos demasiado dependentes um do outro e, quando acontecem situações, aparentemente sem importância, como esta, é normal ficarmos completamente arrasados.

Eu preciso de um pouco de tempo para mim. Eu devo isto a mim mesma.

Levanto-me, limpando o meu rosto rapidamente, e abro a porta. O meu marido quase cai para trás, fazendo-me perceber que estava encostado à porta. O seu corpo levanta-se rapidamente e ele apenas me observa.

"Eu acho que vou passar uns dias a casa dos meus pais."

"Daisy..." Ele murmura.

Abano a cabeça negativamente, tentando não encará-lo. "Nós estamos demasiado dependentes um do outro. Se me contasses antes, não iria haver tanto drama mas, agora, eu amo-te demais para não dar importância a isto." Suspiro. "Eu devo isto a mim mesma e devo-o a ti."

"Promete-me que vais voltar." Harry pede, segurando o meu rosto com ambas as mãos.

"Ambos sabemos que eu não consigo ficar muito tempo longe de ti." Dou-lhe um pequeno sorriso, alcançando as suas mãos.

Fecho os olhos e os nossos lábios, simplesmente, se juntam. Apenas ficam pressionados. Nenhum dos dois sente a necessidade de os mover pois a nossa única necessidade é saber que o outro está ali. À nossa frente.

Afasto-me um pouco, encostando a minha testa na sua, e apenas fico a observar os seus olhos por alguns segundos.

"Vais levar roupa?" O meu marido questiona.

"Apenas umas camisolas e uns calções. E alguma roupa interior." Encolho os ombros.

Ele assente, afastando-nos lentamente. Respiro fundo, voltando ao quarto, e puxo a minha mala de viagem mais pequena para fora do armário. Harry apenas fica à porta, observando-me.

Ele não podia estar a ser mais compreensivo e eu só lhe posso agradecer por isso. Ele está a pensar em mim e no meu ponto de vista e está a aceitá-lo. Céus, ele é muito mais do que eu alguma vez podia pedir.

Atiro algumas peças de roupa para dentro da mala, assim como dois pares de sapatilhas já velhas.

Agarro a mala, caminhando até ao Harry, ainda à porta do nosso quarto.

"Então... Isto é um 'adeus?'"

"É um 'até já.'" Corrijo, pousando a mala no chão e segurando o seu rosto nas minhas mãos. "Nós precisamos disto."

Um suspiro escapa pelos seus lábios e ele apenas assente.

"Olha para mim." Peço, fazendo os seus olhos tristes fixarem-se nos meus. "Eu amo-te."

O cara-de-camelo não me responde, apenas me encaminhando para a entrada.

"Eu amo-te, Daisy. Nunca te esqueças disso."

Os nossos lábios juntam-se para um último beijo. Para um pequeno beijo de despedida.

As minhas mãos sobem até ao seu pescoço, assim como as suas, que sobem até ao meu. Consigo sentir as minhas pernas ficarem mais fracas, a cada segundo, e eu tenho, honestamente, medo de cair.

Os nossos lábios movem-se lentamente, em perfeita sintonia, e eu apenas quero saltar para o seu colo e ficar aqui, com ele. Mas ganho coragem e afasto os nossos lábios lentamente.

Pressiono os meus lábios numa linha, respirando fundo, e volto a pegar na minha pequena mala. O Harry abre-me a porta e eu saio pela mesma.

Fecho os olhos, ouvindo-o fechar a porta à minha frente, mas rapidamente os abro, largando a minha mala no meio do chão, mesmo antes de a porta estar completamente fechada, e rodeio o seu tronco com os meus braços.

"Tu... Tens razão." Ele murmura roucamente, enterrando a sua mão nos meus cabelos. "Eu nunca te devia ter mentido, primeiro que tudo, e eu estou tão arrependido por tê-lo feito."

"Está tu- tudo bem." A minha voz acaba por me trair, soando muito mais baixa do que estava à espera. "Vamos ver isto como um teste de confiança. É apenas por uns tempos."

Inspiro, subindo o meu olhar até ao seu, e apresso-me a limpar uma lágrima que já escorria pelo seu rosto.

"Hey, eu não vou para a guerra." Gargalho, ainda que o que mais me apeteça, neste momento, seja chorar também.

"Um minuto sem ti parece uma vida inteira." O meu marido suspira, deixando mais uma lágrima rolar pelo seu rosto.

"Não chores, por favor, ou eu vou chorar também." Peço, passando o polegar pela sua bochecha molhada.

A minha visão já se encontra desfocada devido às lágrimas presas e eu aproveito para passar as mãos nos meus olhos também.

"Já é tarde. Tenho de ir, se quiser apanhar os meus pais acordados." Suspiro.

"Não te esqueças que tens o teu marido todo jeitoso à espera, em casa." Um sorriso toma os seus lábios e eu não consigo não retribuir.

"Não me vou esquecer."

Deixo um último beijo nos seus lábios e agarro, novamente, a minha mala. Desta vez, de vez.

Obrigo o Harry a fechar a porta à chave, para não me tentar a abri-la, e ele assim o faz, logo depois de trocarmos um último 'eu amo-te.' Começo a descer as escadas, revirando os olhos, ao ver um aviso a dizer que o elevador está estragado, outra vez.

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amo-vos e até à próxima temporada

ps: eu queria deixar isto sem nota porque já vou publicar uma espécie de nota final, mas não podia deixar sem ps xp

pps: OMGGGG HOJE É SEXTA FEIRA 13 SÓ ESPERO QUE NÃO ACONTEÇA NADA DE MAL D: