Marlboro, dezenove.
Marlboro
Que horas você virá?
Estamos começando a perder a luz, eu nunca vou fazer isso direito se você não me quiser por perto.
Taehyung se lembra perfeitamente daquela noite.
Jeongguk tinha os olhos negros arregalados e mais brilhantes do que nunca. Também, não demorou muito para que eles começassem a ficar vermelhos por conta das lágrimas que inundaram as orbes bonitas.
Estou tão animado para essa noite.
Tudo o que precisamos é da minha bicicleta e da sua casa enorme.
Você disse que algum dia poderíamos... Quando eu estiver mais à sua altura.
Até lá nós vamos ficar, e ver se você é tudo que eu preciso.
Mas então, Jeongguk sorriu.
Aquele sorriso lindo, um tanto desacreditado por conta das palavras anteriores de Taehyung, mas... Feliz. Completamente realizado.
- Não tá brincando comigo, né? - a voz doce saiu baixa e embargada. Os filetes de lágrimas escorreram e o mais velho logo as enxugou.
- Eu não seria capaz, bebê.
Buscou pela mão dele e a levou até seu peito desnudo. Jeongguk sentiu as batidas aceleradas contra a sua palma. A pele quente parecia queimar sob seus dedos, mas de um jeito bom.
- Não sei se sorrio ou choro, é demais pra mim. - riu e Taehyung o puxou para um abraço. Abraçou tão forte aquele corpo molinho contra o seu... Não querendo que aquele momento tivesse fim.
Você é tudo o que eu preciso.
De acordo com seu coração, meu lugar não está deliberado.
Sentindo os seus braços, eu não quero ser seu amigo, eu quero beijar seu pescoço.
- Você que é demais pra mim, bebê.
Sussurrou enquanto sentia o coração dele bater contra seu peito. As mãos calejadas traçando caminhos por suas costas, as lágrimas quentes escorrendo por sua pele.
- Eu também te amo, Taehyung. Te amo muito.
O Kim sorriu, apertando mais ele e balançando os corpos nus na cama. Jeongguk gargalhou e encheu o peito de Taehyung de beijos. Subiu pelo pescoço e selou os lábios, sorrindo contra eles e se perdendo na imensidão dos olhos de Taehyung.
Céus... Amava aquele homem e não conseguia acreditar que aquilo tudo era real.
Deus, se for um sonho, não me acorde nunca mais! Pediu em pensamentos. Rindo de si mesmo.
Taehyung deixou um riso escapar por seus lábios enquanto olhava para o garoto ao seu lado. Tão centrado na música em que Woosung cantava que nem se ligou de estar sendo observado.
- Já volto. - disse, deixando um beijo na bochecha rosada e saindo do meio daquela multidão.
A banda vinha ganhando legião de fãs nos últimos meses, era fácil ter o clube lotado nos dias de hoje. E isso enchia os bolsos de Namjoon e dos meninos, pois dividam tudo quando eles tocavam. Como sempre foi.
Sooyoung [20:39]: Tae!!!
Hoje ela chutou e eu admito que me emocionei kkkk
Queria que estivesse por perto para poder sentir.
Sooyoung já estava com 22 semanas de gestação, o que em meses, eram 5. A fase de enjoos já tinha passado, as mudanças de humor também.
Ela se encontrava a cada dia com a barriga maior, o que vinha causando cansaço nela e uma estima um tanto baixa. Pois as estrias começaram a crescer e seu peso aumentou consideravelmente. E isso, de qualquer maneira, afetava todas as mulheres.
Seus seios estavam maior que o de costume e isso, por muitas das vezes, era doloroso.
Taehyung tinha acompanhado ela em quase todas as consultas com o médico, e sempre quando iam embora, aproveitavam para fazer compras para sua menininha.
Taehyung [21:06]: Nossa... Como é a sensação?
Queria poder ter sentido :(
Ele se sentou na calçada. Tirou o maço de Jeongguk do bolso e roubou um filtro dele. Tinha pegado gosto por mentolados.
Sooyoung [21:08]: A real???
É um pouco estranho... Tipo, um negócio dentro da tua barriga se mexendo ali... BIZARROKKKKK
Taehyung [21:09]: Sei... Não deve ser muito confortável.
Mas, Soo.
Pensou naquilo?
O Kim levou um susto quando Jeongguk o abraçou por trás. Sabia quem era porque já conhecia aquele cheiro doce de longe. O moreno deixou beijos na nuca bronzeada e então se sentou ao seu lado.
- Ainda temos cigarros? - perguntou, pegando o de Taehyung pela metade e tragando.
- Temos, bebê. Já acabou? - se referiu a apresentação de seu irmão. Jeongguk assentiu com a cabeça e soltou a fumaça de seus pulmões. - Estou falando com a Soo. Ela disse que a Areum chutou.
Comentou sorrindo, os olhos brilhando e deixando Jeongguk ainda mais encantado por si.
- Que amor. - comentou um tanto sério, encarando Taehyung. - Ela... Ela já pensou sobre aquilo? Você sabe... Seria bem melhor assim para ambos.
- Acabei de perguntar. - balançou o celular. - Ela não respondeu ainda.
- Ainda temos tempo.
- Sim, temos.
[...]
Jeongguk se sentia exausto.
Nunca achou que trabalhar e estudar lhe levaria a tal cansaço. Mas, estava valendo a pena. Tinha até mudado de emprego e agora ganhava mais que antes.
Foi difícil no começo, se adaptar em um novo ambiente era difícil. Pois não tinha Hoseok para lhe arrancar risadas, não tinha Seulgi para ser um completo Diabo nas horas vagas e não tinha mais seus outros colegas.
Agora trabalhava todos os dias da semana e tinha os fins de semana livres. Acordava às seis e meia para se arrumar, trabalhava até às quatro da tarde e ia para a faculdade à noite.
Ainda acordava com os beijos de Taehyung pelo seu rosto, pois ele sempre acordava antes de Jeongguk. Seja para trabalhar ou por causa do despertador que o Jeon demorou a desligar.
- Meus olhos ardem. - resmungou, coçando os olhos.
- Vem deitar um pouco, bebê. Temos só uma horinha pra ficar de chamego.
Taehyung retirou o óculos de grau que usava para ler e largou o livro na mesa de cabeceira. Jeongguk girou na cadeira e sorriu molenga para o Kim, se levantando todo preguiçoso e se atirando ao lado do mais velho.
Taehyung era incrívelmente sexy com roupas folgadas e óculos para leitura. Jurou que nunca se cansaria daquele homem.
- Sinto que não te dou mais a devida atenção.
- Ei... - se deitou, ficando de frente para o moreno. - Você trabalha e estuda o dia todo, eu entendo isso. E mesmo chegando cansado, você nunca deixa de me dar carinho, bebê.
- Mas nos fins de semana eu só durmo e estudo. Sei que não estou sendo bom o suficiente pra você.
- Jeongguk! Não fale como se soubesse como me sinto. Eu te amo e você me ama. Isso já basta. - tocou na bochecha macia e aproximou os rostos. Jeongguk mexeu a cabeça, procurando aconchego.
Taehyung beijou os lábios vermelhos dele enquanto acariciava o rosto bonito. Jeongguk sorriu durante o ósculo, se colocando sobre o corpo do mais velho e roçando as pélvis.
- Me ama, é?
- Bobo. - o Kim sorriu e o puxou pela nuca, tomando a boca macia com gosto de cigarro. Se beijaram por minutos, apenas aproveitando o momento para trocarem carícias e matar a saudade que tinham constantemente um do outro.
Quando viram, a campainha do apartamento tocou. Eles se olharam um pouco confusos, pois não esperavam ninguém e quando alguém lhes visitava, sempre avisavam antes.
- Deixa que eu vou.
Jeongguk disse, saindo de cima do Kim e deixando mais um beijo nos lábios rosados.
Abriu a porta do apartamento com um sorriso minúsculo nos lábios, pois teria de forçar simpatia com quem quer que fosse. Mas para sua surpresa, seu sorriso se alargou e ele logo chamou por Taehyung.
- Eu me decidi, desculpa não ter avisado. - Sooyoung sorriu encabulada, apertando a alça de sua mala e ajeitando a bolsa no ombro esquerdo.
- Então você veio né, sua safada!
Taehyung disse ao vê-la e Jeongguk a ajudou com as bolsas.
- Não deveria ter trazido isso sozinha, Soo. A gente podia ter te ajudado. - Jeongguk resmungou, levando as bagagens até o quarto em que ela ficaria.
E sim, Sooyoung ficaria com eles até o fim da gestação e até depois do nascimento se quisesse. Taehyung queria estar por perto e Jeongguk não negou aquilo para ele, pois sabia que seria importante para o Kim de alguma maneira.
- Pra mim eu já estou incomodando demais, Jeongguk-ah. Não queria abusar.
- Bem capaz, Soo. Você sabe que é tranquilo pra nós. - Taehyung a abraçou de lado, deixando um beijo na têmpora da garota. - E como você tá?
- Ah, eu tô bem. Só um pouco inchada e com muito sono. Não consigo mais dormir direito.
Sooyoung já estava com 7 meses.
- Nossa, deve ser horrível.
- Não sabe o quanto...! - ela se sentou no sofá, pois não conseguia aguentar demais seu peso. Sooyoung era magra e alta, mas sua barriga era enorme e fora os 5 quilos que tinha engordado. - Tae, pode pegar meu celular na bolsa?
O moreno assentiu e foi até o quarto em que Jeongguk havia deixado as coisas da garota. O encontrou lá, arrumando um pouco mais o cômodo e ajeitando as coisas dela dentro de uma cômoda.
- Bebê, vai se arrumar pra facul, vai. - pediu, antes de beijar a nuca do Jeon. - Eu te levo.
- Não precisa, eu pego um ônibus.
- Ggukie...
- É uma falta de respeito você deixar a mãe da sua filha sozinha em um ambiente que ela não conhece. - soltou, jocoso. Se virando para o mais velho.
- Tá... Mas isso não muda o fato de que você tem que se arrumar para a aula. - enlaçou a cintura fina dele e beijou a ponta do nariz grande. - Eu te busco então, okay?
- Pode ser.
Jeongguk foi para o quarto deles se arrumar e Taehyung voltou para a sala com o celular de Sooyoung.
Parecia loucura dividir sua casa com a mulher que servia apenas para lhe satisfazer quando quisesse, junto de seu atual “ficante”. Mas, Taehyung não a via mais assim, ela era apenas a mãe de sua filha agora e nada mais. Tinha um certo carinho por ela, mas amava Jeongguk.
Amava muito aquele garoto que daria de tudo para ele apenas por ser daquele jeitinho amável.
- O quer quer para o jantar?
- Kimchi com Jajangmyun. - ela passou a mão na barriga e brilhou os olhos. - Né, filha?
- A minha Areum quer Kimchi, é? - Taehyung fez voz de criança, coisa que nunca imaginou fazer na sua vida. Esfregou o nariz na barriga coberta de Sooyoung e sentiu quando a bebê se remexeu. - Ficou animada, sua safadinha?
- Ela sempre reage à sua voz e a do Jeongguk, sabia?
- Sério?!
- Uhum... Ela fica bem agitada quando vocês estão por perto e sabe de mais uma coisa que eu reparei? - Taehyung negou. - Ela gosta mais do Yoongi do que do Jimin. - riu.
- Por Deus, Sooyoung! Nunca fala isso pro Jimin se não ele pira.
Eles riram juntos e conversaram mais um pouco até que Jeongguk aparecesse todo cheiroso e pronto para sair.
- Vou nessa meus amores, não queimem a casa. - beijou o Kim nos lábios, selou a testa de Sooyoung e fez um carinho na barriga dela.
Jeongguk, logo depois de saber sobre a gravidez de Sooyoung, foi se aproximando dela sem quase perceber e quando viu, já eram bons amigos.
Ele não era do tipo que odiava pessoas, não conseguia sentir isso. Ele era bom, tinha um coração enorme e amava intensamente.
Não se importou de ter Sooyoung com eles, até ficava feliz por ajudá-la quando Taehyung não podia. Estava louco para ver o rostinho de Areum e pegá-la nos braços. Seu sonho era ter uma família e mesmo que tenha acontecido de um modo diferente, ele não se importava.
Já estava destinado a amá-la.
[...]
- Como assim ela não gosta de mim?! O Yoongi até hoje só comprou um kit de mamadeiras pra ela. Essa bichinha ingrata...
- Jimin, sério que você tá fazendo isso com um bebê?
- Você só fala isso porque ela te ama, idiota. E tu nem é o pai dela.
- Nossa, Jimin. Pega leve com o Jeonggukie. Ele me ajuda bastante, tá bom? - Sooyoung interveio.
- É Natal gente, pelo amor de Cristo.
Woosung chegou na sala, deixando os fardos de cervejas bem geladas em cima da mesa de centro. Estavam todos na casa da mãe dos Kim, lá era mais espaçoso e dava para reunir todos.
- Que mané Cristo, isso é mó coisa do capitalismo. - Jimin retrucou, atacando o fardo e tirando um latão pra ele e Yoongi dividirem.
- Concordo contigo. O povo se atraca a comprar presentes pra gente que tu só vê uma vez ao ano.
Namjoon falou, se sentando no tapete da sala, aos pés de Hajoon. O churrasco estava sendo assado pelo padrasto dos irmãos Kim e Dojoon, se inspiraram com brasileiros. Foi o que disseram quando a dona da casa perguntou.
- A gente deveria ter feito um amigo secreto. - Jeongguk resmungou.
- Ano que vem a gente faz, bebê.
Taehyung alcançou uma cerveja para seu moreno e dividiu com ele. Sooyoung foi para a cozinha ajudar a senhora Kim e Jaehyeong. Mas essa foi a desculpa que ela deu para ir dar uma beliscada em alguma coisa para comer.
- Hoseok não vai vir? - Yoongi perguntou, olhando as horas no celular.
- Ele disse que ia passar na casa da namorada primeiro.
- Gado.
- Jimin, você é chato demais. - Woosung murmurou, alto o suficiente para que o menor escutasse.
- Cala boca que a conversa não chegou no chiqueiro.
- Tá falando por que então? - rebateu.
- Deus do céu vocês dois juntos são insuportáveis! Imagina se o Woo tivesse aceitado namorar contigo aquela vez. - Taehyung soltou sem querer, mas pouco se importou quando ouviu o pessoal rindo.
- Que história é essa, Jimin?
- Nada de mais, meu amorzinho... - abraçou Yoongi com força e deixou vários beijos nele.
- Jimin era apaixonado pelo Woosung na adolescência. Ele nem escondia.
- Hajoon! Você calado é um poeta, sabia?
- Coitado de mim que tinha que ficar ouvindo ele falando do Woo todo santo dia!
- Isso, Taehyung. Explana mais! Vou contar todos os teus podres pra Areum, você vai ver só, seu seboso.
E eles continuaram assim até que Hoseok desse o ar de sua graça. O homem chegou com mais fardos e sua caixinha de som já ligada. Tocava Post Malone a todo vapor.
Quando chegou na hora da ceia, todos se juntaram na mesa de piquenique que tinha na área externa. Aonde as luzes de Natal enfeitavam o lugar e piscavam sem parar.
Comemoraram quando começou a queima de fogos e logo passaram a comer em meio a risadas e conversas paralelas. Trocaram presentes e beberam até o amanhecer, menos a grávida.
[...]
Taehyung acordou no susto com o som de panelas caindo no chão. Olhou para Jeongguk e viu que o moreno apenas se remexeu na cama e suspirou.
Coçou os olhos, bocejou mudamente e sorriu bobinho. Deixou um beijo na testa oleosa de Jeongguk e se levantou, colocando apenas sua bermuda que estava atirada no chão junto de outras peças de roupas.
Cobriu o corpo nu marcado do garoto com o lençol e saiu do quarto, fechando a porta cuidadosamente.
- Acordou cedo. - comentou, assim que viu Sooyoung de camisola na cozinha. A garota tinha os cabelos negros presos em um coque e o rostinho pálido. Seus pés estavam descalços e inchados. Maldito verão.
- Vejo que se divertiram muito ontem.
Soltou, ao ver o tronco marcado do Kim. Claro que tinha ouvido quase tudo. Cada gemido, cada tapa, cada bater de corpos... Um tanto constrangedor, admitia.
- Caralho... Desculpa pelo barulho é que... - coçou a nuca sem jeito, acompanhado a garota na risada. - Não consigo me controlar com ele.
- Eu tava quase chamando uma ambulância. Você não era assim comigo.
- Ah, eu nunca fui bruto com mulheres. Sei lá... Nunca tive essa necessidade.
- É... Você é muito gay meu amigo.
- Vai se foder. - ambos riram. - O que tá fazendo aí? - perguntou, rolando a porta da varanda e procurando pelo seu maço em cima da geladeira.
- Me deu vontade de comer panqueca doce, quer? - Taehyung assentiu. - Ei. - olhou para ela com o filtro entre os lábios. - Vê se manera.
Se referiu ao cigarro.
Taehyung fumava, todos sabiam disso. Tinham conhecimento sobre o vício dele, sabiam que um maço para ele, durava uma semana. Mas, agora. Eram três em uma semana só e isso preocupava todos à sua volta.
Era ansiedade, e ele mesmo sabia disso.
- Aonde vai passar o ano novo? - ele se sentou no chão, de uma forma que pudesse olhar para Sooyoung e jogar a fumaça para o lado de fora.
- Com meus pais. Eles querem juntar a família e tals.
- Pensei que ia com a gente pra Busan. Os pais do Jeongguk tem casa lá.
- Eu bem que queria, mas uma viagem pra mim, nesse estado, seria desconfortável pra cacete! - riram baixinho. - Ano que vem nós podemos fazer que nem no Natal. Foi legal passar com vocês.
- É... Eu bebi pra caralho e ainda tive que ajudar o Jimin a tomar banho depois d'ele ter vomitado no Woosung.
- Nossa, eu lembro de ter visto essa cena. Mas eu tava com tanto sono que achei que fosse só um sonho.
- Acredite, foi real demais. - riram.
- Ah, Tae! Um assunto completamente diferente agora. Lembra que eu te disse que ainda faltam algumas coisas pra Areum? - o moreno assentiu. - Então, eu recebo amanhã. Pensei que poderíamos ir juntos na sexta comprar mais algumas coisas, que tal?
- Pode ser.
[...]
Era véspera de ano novo.
Busan estava com um clima agradável, trazendo nostalgia para Jeongguk.
O vento da praia batia contra seu corpo arrepiado e um sorriso pequeno crescia em seus lábios rosados. O céu estava em uma mistura de cores e faltava pouco para o Sol se pôr no horizonte.
- Ah, você tá aqui. - se virou ao ouvir a voz de Taehyung. Ele tinha dormido após chegarem na casa dos pais do mais novo. Um sono gostoso e bem longo.
- Dormiu bem?
- Hmm... Não muito. Você não tava lá pra eu poder abraçar.
- Dengoso. - resmungou com um biquinho, abraçando o Kim pela cintura e cheirando o pescoço bronzeado dele. - Meus pais estão em casa?
- Sim e eles me acordaram pra vir te chamar. - riu baixo, deixando um beijo nos cabelos negros e bagunçados de Jeongguk.
- Tomara que a mamãe tenha feito bolo. ‘Mó fome.
- E quando que você não tá com fome?
- Ei! - o empurrou pelo ombro. - Tô em fase de crescimento, okay?
- Crescimento?! A única que coisa que anda crescendo em você é essa sua bunda.
- E você ama.
- Amo mesmo. - sussurrou, risonho rente aos lábios vermelhos do Jeon, roubando uma bitoquinha dele e em seguida, deixando um aperto fraco nas nádegas cheinhas sem malícia alguma. - Anda, vamos. Eu também tô com fome.
Os dois voltaram de mãos dadas para a casa que ficava há cinco minutos da praia. Eles conversavam e sorriam bobamente um para o outro. Tinha mais parentes de Jeongguk lá, coisa que ele não gostava muito, pois a maioria não iam com a sua cara.
Quando chegaram, apenas tomaram o café da tarde rapidamente e subiram para o quarto que iriam dividir por uma semana.
- Urgh! Se eu pudesse, colocava todo mundo pra correr daqui.
- Até eu? - Taehyung perguntou, manhosinho. Abraçando o corpo esbelto por trás.
- Todos, menos você.
Virou o rosto para deixar um beijo nos lábios do Kim. Sendo virado rapidamente e guiado até a parede mais próxima, tendo o corpo de Taehyung prensando o seu gostosamente.
A língua faminta adentrou sua boca e as mãos grandes logo trataram de ir para sua bunda. Apertando suas nádegas com força e arrancando um gemido baixo de seus lábios macios.
- Quer que eu te relaxe, bebê? - perguntou safado, rente a boca entreaberta de Jeongguk, ganhando um sorrisinho soprado dele.
- Por favor, amor... Deixa eu sentir sua boca no meu pau.
Taehyung chupou Jeongguk deliciosamente contra aquela parede. Ganhou gemidos abafados dele e puxões de cabelos. Ele gozou na boca do Kim como queria e Taehyung aceitou de bom grado.
Tudo para satisfazer seu bebê.
- Falou com a Sooyoung hoje? - Jeongguk perguntou ao se encontrarem perfeitamente arrumados para a contagem regressiva que fariam na praia. Tinham tomado banho juntos.
- Ela me mandou mensagem quando chegamos. Disse que tá tudo bem.
- Que bom... Já tô até com saudade delas.
- Eu também... - sorriu. - Tô tão ansioso.
- Será que ela vai se parecer contigo? - perguntou. Imaginando como Areum poderia ser. Tinha certeza que ela teria os olhos de Taehyung e a pintinha charmosa abaixo do olho. Talvez a do nariz, mas tinha mais certeza da primeira opção.
- Não sei... Mas eu queria que ela tivesse seus olhos ou o seu sorriso.
- Isso é impossível, ela não é minha filha. - disse manso, mas não deixando de sorrir.
- Claro que é, bebê. Se duvidar, você ama ela mais do que eu e Sooyoung juntos.
- Para, não diz essas coisas.
Jeongguk estava prestes a derramar algumas lágrimas e não queria virar um bobo emocionado logo no ano novo.
- Jeonggukie... Você sabe que é verdade, vai negar por quê? É nítido nos seus olhos o quanto ela é importante pra você assim como pra mim. - tocou o rosto do garoto ao seu lado, descendo e subindo o polegar na bochecha rubra. - Somos papais.
- Somos?
- Sim, somos.
Trocaram um beijo terno e sorriram ao findar o ósculo. A mãe de Jeongguk os apressou para que descessem, pois já estavam todos prontos para irem a praia.
E foi nesse momento, que Jeongguk começou a hiperventilar por conta do nervosismo que tomou seu corpo. Respirou fundo e continuou com sua caminhada até a praia. As mãos suando e ele as secando de minuto em minuto no jeans de sua bermuda branca.
- Tudo bem, primo? - Somin, a única prima que se dava bem com Jeongguk, perguntou.
- Mais ou menos, fiquei nervoso do nada.
- Do nada? - ergueu a sobrancelha, claramente desconfiada.
- Tá... Tem um motivo.
- Óbvio que tinha.
- Chata. - resmungou. - E o seu namorado?
- Ah... Nós meio que demos um tempo, sabe? As coisas andavam meio estranhas entre nós.
- Saquei. Livre, leve e solta, então?
- Não totalmente, ainda gosto muito dele.
- Sua molenga.
- Nem vem! Tu é todo baitola pelo bonitão ali. - apontou para Taehyung, que estava um pouco mais a frente deles conversando com os pais de Jeongguk.
- E tem como não ser? - Somin revirou os olhos e bufou. - Ele é tudo, sabe?
- Aham, sei. Yeonjun também era tudo.
- É muito diferente agora, você sabe.
- Pior que sei, os olhares e sorrisos de vocês entregam tudo.
Dito isso, eles apenas riram e foram de encontro ás suas respectivas pessoas. Jeongguk entrelaçou seu braço no de Taehyung, ganhando um sorriso bonito e um beijo em sua têmpora.
Tiraram seus chinelos e sentiram a areia gélida em contato de seus pés. Caminharam mais um pouco e se sentaram sobre a areia.
- Nunca imaginei que estaríamos assim agora. - Taehyung disse, enquanto olhava para a imensidão do mar.
- Nem eu... Vai totalmente contra tudo o que você já me disse.
- E isso é ruim? - virou o rosto para olhar Jeongguk, sentindo o coração falhar quando seus olhares se encontraram.
- Nem um pouco.
Se aproximou para beijar os lábios do Kim, sorrindo contra ao ter seu inferior sugado e sua nuca acariciada pelos dedos longos.
- Eu te amo. - o mais velho sussurrou. E mesmo que Jeongguk já soubesse daquilo, seu coração teimava em bater forte e rápido, lhe fazendo explodir por dentro em tamanha felicidade.
- Tae...
Chamou baixinho, fazendo com que Taehyung se afastasse alguns centímetros só para lhe ver melhor.
- Fala, amor.
- Me chamando assim só me deixa mais nervoso. - murmurou. Taehyung uniu as sobrancelhas e empurrou os fios castanhos para trás.
- Nervoso com o quê?
- Com o que eu quero te pedir. - soltou para si mesmo, mas era óbvio que Taehyung tinha ouvido.
- Contanto que não seja o meu coração, eu te dou. - brincou.
- Não é seu coração, seu bobo.
- Então o que é, bebê?
- Argh! Eu ia te pedir em namoro. - maldita era a falta de controle que Jeongguk tinha sobre sua língua. Arruinou tudo.
- Ia?
- É, ia.
- Não vai mais? - Taehyung riu, achando uma graça o rostinho emburrado e corado de Jeongguk. O mais novo cruzou os braços e virou o rosto na direção contrária.
- Não sei, você quer?
- O quê? - soltou jocoso. - Ei, olha pra mim.
- Não consigo, vá que você me dê um fora.
- Jeonggukie... Bebê, eu não vou te dar um fora.
- Sério? - olhou para o Kim com os olhos brilhando. Como Taehyung teria coragem de recusar aquilo para o seu moreninho? Nem que estivesse louco.
- Juro.
Beijou os lábios com gosto de bala e esfregou os narizes. Jeongguk sorriu com aquilo e então tirou a caixinha roxa de veludo de dentro do bolso de sua bermuda. Taehyung arregalou os olhos e sorriu todo bobo, quase chorando por se sentir todo eufórico daquele jeito.
- Kim Taehyung, você é realmente tudo pra mim. Sei que já estraguei a surpresa, mas não custa nada ir até o fim. Ainda mais se for por você... O homem da minha vida. - sorriu extasiado e abriu a caixinha, deixando à mostra os dois anéis finos de prata. - Que tal você ser o meu namorado, hm?
O Kim riu com a frase meio fora de contexto, mas não demorou para assentir freneticamente com a cabeça e beijá-lo com todo o amor que sentia por aquele garoto à sua frente.
- É claro que eu vou ser seu namorado, que pergunta mais besta.
[...]
Já tinha cinco dias desde que chegaram em Busan. Logo após ter passado a virada, os familiares de Jeongguk foram embora no dia seguinte. Restando apenas seus pais na casa e o mais novo casal de namorados.
E Taehyung estava bobo. Olhava de minuto em minuto para seu anel de compromisso e surtava completamente por dentro. Ele mordia o lábio para evitar de sorrir grandemente, pois já sentia suas bochechas começarem a ficar doloridas.
Jeongguk também não ficava para trás, e ainda demostrava mais que o Kim. Pois vivia saltitando pelos cantos da casa.
- Céus...! É tão bom ficar aqui com você. - ronronou de olhos fechados, abraçando mais o corpo de Jeongguk e beijando o rosto alheio.
- Não sei se quero ir embora.
Disse embolado por conta do sono. Já se passavam da uma da manhã e os dois estavam deitados na rede da varanda, aproveitando o vento fresco da praia.
- Também não sei... Cada minuto com você é sempre perfeito.
- Nossa, esse meu namorado é tão romântico. - se aconchegou mais no corpo de Taehyung, passando uma perna pelo quadril magro e esfregando o nariz no pescoço cheiroso.
- Eu sempre fui romântico, você que não conhece esse meu lado. - se defendeu, passando a acariciar a coxa arrepiada do namorado.
- Mostre ele mais vezes então. Eu gosto bastante.
- Como quiser bebê. - selou a testa lisinha. - Quer ir deitar?
Jeongguk assentiu manhoso e então se levantou. Eles tomaram água na cozinha e subiram as escadas devagar, cuidando bem os degraus pois as luzes estavam apagadas.
Ao chegarem no quarto, apenas se atiraram na cama e se aconchegaram um no outro, dormindo logo em seguida.
Eram quase quatro horas da manhã quando o celular de Taehyung tocou alto. Estava em cima da mesa de cabeceira, vibrando feito louco e arrancando o Kim de seu sonho bom.
Atendeu sem ao menos ver quem estava a lhe ligar.
- Alô...
- Taehyung? - era Jimin. - Kim Taehyung, preste bem atenção. Sooyoung entrou em trabalho de parto, Areum vai nascer a qualquer momento.
- QUÊ?!
Se sentou de modo brusco na cama, assustando Jeongguk com seu movimento e grito.
- É exatamente isso que você ouviu, seu arrombadinho. Sua filha está vindo ao mundo. Então trate de vir pra cá imediatamente!
Dito isso, Jimin desligou o celular.
- Amor... Quem era? Aconteceu alguma coisa? - Jeongguk perguntou, um tanto grogue pelo sono e beijando o ombro de Taehyung.
- N-Nós temos que voltar pra Seul. Sooyoung entrou em trabalho de parto.
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