Marlboro, dez.
Marlboro
- Que cara de cu é essa? Tá com ciúmes?
O alaranjado arriscou, mesmo sabendo que o Kim ardia em ciúmes. Era notável pelo olhar cerrado dele, a mandíbula travada e pelo jeito que soprava um riso incrédulo ao balançar o líquido no copo.
- Não faz meu tipo. - desdenhou, sério. Tomou todo o uísque de seu copo. Aquilo nem ardia mais em sua garganta, pois o amargor na boca do estômago era muito mais forte.
Azia desgraçada.
- Okay... Então para de olhar para aqueles dois e conversa comigo. Me faça alguma pergunta, anda.
- Cadê seu namoradinho? - não tinha nenhum um pingo de interesse naquela pergunta. Os olhos ainda estavam cravados em Woosung e Jeongguk, que conversavam animados desde que a banda tinha terminado as apresentações.
Ele nem sequer olhou para o Kim desde que colocou os pés no clube.
- Tae, quer por favor, olhar pra mim? Eu tô do teu lado, cacete. Não naquela mesa. - um pouco irritado, puxou o rosto do mais novo – por meses –, para si. Taehyung revirou os olhos e se afastou, pedindo outra dose para Namjoon. - Admite logo que gosta dele.
- Não gosto.
- Gosta sim! Eu te conheço muito bem, Kim Taehyung. Esse teu olhar tá fervendo em ciúmes e só tu não aceita os fatos.
- Nada ver, Jimin. Eu não tenho nada a ver com aqueles dois. - procurou pelo maço de cigarros na jaqueta que usava, tentando por tudo que fosse mais sagrado, não se deixar levar pelas observações de Jimin.
Queria acreditar que estava apenas irritado por Jeongguk não ter falado com ele desde ontem. Ou melhor, desde que saiu da casa do mais novo.
A lembrança dos dois tomando banho juntos depois de gozarem, inundou sua mente. A barriga gelou por sentir o toque quente e molhado dele tão perto de si. O jeito que ele sorria e o abraçava, não se importando com a nudez.
Dormiram depois de duas horas. Conversando sobre coisas banais da vida e roubando beijos um do outro. Aquilo era típico de casais e Taehyung se assustava por pensar nessas coisas, quando sua mente traiçoeira insistia em destacar que só gente apaixonada fazia aquilo.
- Quanto antes você aceitar, melhor vai ser. Não pode viver o resto da vida negando isso, você pode se arrepender e depois não irá poder voltar no tempo ou correr atrás dele.
- Aí, Jimin! Desde quando tu ficou tão chato, hein? - olhou para o amigo, farto das palavras dele. Não precisava de conselhos, nunca os seguia e não seria agora que iria fazer. - Deixa que da minha vida cuido eu, okay?
Virou todo o uísque antes de se levantar, batendo o copo com certa força no balcão. Marchou para fora do estabelecimento, sendo atingido por uma rajada de vento que fez os cabelos negros se bagunçarem os olhos arderem.
O maço continha apenas mais dois cigarros, Taehyung tirou um e o acendeu, se virando para o lado contrário do vento. Tragou fundo duas vezes, fechando os olhos e pendendo a cabeça para trás. O nariz ardeu, mas ele nem deu bola, apenas fumou aquele cigarro enquanto olhava para o céu e observava as estrelas.
Tão brilhantes quanto os olhos de Jeongguk.
Balançou a cabeça, achando que aqueles pensamentos fossem se esvair. O que foi uma completa perda de tempo, porque segundos após, alguém saiu do clube e o cheiro do perfume do Jeon, tomou conta do nariz de Taehyung.
Ele praguejou baixo, ainda estava irritado com a situação toda e não queria ser grosso com o mais novo.
- Ah! Você está aqui. - a voz mansa e aliviada fez com que o Kim se virasse para o corpo atrás de si. Engoliu a saliva presa em sua garganta ao ver o rosto sorridente do garoto.
- Hm, estava me procurando?
- Sim, tu sumiu de lá e eu... Queria falar contigo.
Taehyung não percebeu, mas Jeongguk estava nervoso.
As mãos suavam e ele engolia a saliva acumulada pelo nervosismo a cada segundo. Os olhos não paravam no lugar, percorriam o corpo do Kim, a rua atrás dele ou o céu.
- Pode falar. - deu de ombros, como se aquilo não significasse nada, queria estar alheio a Jeongguk, mas cada partezinha do moreno lhe chamava atenção.
- Quer dormir lá em casa hoje?
- Eu já dormi ontem e amanhã tenho que trabalhar, vai ficar ruim pra mim.
Mentira.
Jeongguk mordeu o lábio, sentia que o mais velho estava diferente consigo e queria apenas saber o porquê. Será que ele foi precipitado demais em ter dado a chave reserva de seu apartamento? Ou será que falou algo que não deveria?
- Tae... Eu fiz alguma coisa errada? - perguntou manso, se aproximando do corpo de Taehyung e vendo o maior arregalar os olhos. Tocou o rosto dele, deslizando o dedão pela bochecha quente.
- Quê? Da onde você tirou isso? É claro que não, Jeongguk. - disfarçou com incredulidade na voz, rindo forçado enquanto tirava a mão geladinha do moreno de seu rosto.
Era demais para ele ter qualquer contato físico com o Jeon.
- Tem certeza? - segurou o pulso do Kim, não queria se afastar dele. Gostava de ter contato com o mais velho, de o sentir perto, sentir a respiração dele contra seu rosto e de como os corpos esquentavam em questão de segundos.
Taehyung suspirou derrotado. Não poderia descontar nele suas frustrações. Seus sentimentos atordoados não eram culpa de Jeongguk e sim dele, que se prendia nos pensamentos de não querer ter algo com alguém.
- Tenho, Ggukie.
Os olhinhos do mais novo brilharam ao ouvir o apelido saindo da boca de Taehyung. Ele sorriu, fazendo com que as ruguinhas se formassem envolta do nariz grandinho. Inclinou o corpo e deixou um beijo no canto dos lábios do Kim.
Enlaçou os braços no pescoço do mais velho, deixando vários selos na boca rosada.
Taehyung não protestou contra, apenas deixou se levar pelos carinhos de Jeongguk. Se esquecendo pouco a pouco de seus desequilíbrios sentimentais, focando apenas em como suas mãos se encaixavam na cintura do moreno e de como as línguas se tocavam com lentidão e suavidade.
O gostinho da bala de iogurte e cigarros sempre predominando nas bocas.
[...]
O fim da tarde se perdia em sua visão, dando lugar ao céu escuro, Lua e as estrelas.
Suspirou cansado ao jogar a bituca do cigarro para o meio da rua, arrancando alguns olhares repreendedores das outras pessoas que esperavam o ônibus junto a si.
Puxou uma bala do bolso de sua mochila, abriu o pacotinho e a colocou na boca. Novamente, ele poluiu o meio ambiente, pouco se fodendo para isso.
Jeongguk [18:36]: Que tal jantarmos juntos hoje?
Jeongguk [18:36]: Podemos comer naquela conveniência que você adora.
Releu as mensagens que havia mandado mais cedo para o Kim, prendendo a respiração ao ver o homem online e não ter lhe respondido.
O coração se comprimiu com a hipótese de estar sendo ignorado, e isso doeu.
Guardou o celular na mochila e levantou ao ver que sua condução estava chegando. Sequer escutou alguma música ou mexeu em suas redes sociais, só queria que Taehyung o respondesse e nem isso teria.
Ao chegar em seu prédio de cabecinha baixa e suspiros tristes escapando de seus lábios, entrou no elevador, apertando os botões com força, ficando irritado pelo o mais velho ficar lhe ignorando e depois agir como se nada tivesse acontecido.
Abriu a porta de casa e jogou os coturnos para o lado, pouco se importando com o costume que tinha de deixar tudo em seu devido lugar. Arregalou os olhos ao notar as luzes acesas, não tinha as deixado ligadas, certo?
Certo!
- Que porra... - a voz morreu ao ouvir o tom suave e grave de Taehyung vir de seu banheiro. A porta estava aberta e de lá, emanava uma boa quantidade de vapor.
Largou a mochila no sofá, o coração passando a acelerar em cada passo que dava para o cômodo. A voz se tornando mais vívida e a canção reconhecível para si.
Aquilo era... Elvis Presley?
Homens sábios dizem, que só os tolos se apressam. Mas eu não consigo evitar
de me apaixonar por você.
Eu devo ficar?
Seria um pecado, se eu não conseguisse evitar de me apaixonar por você?
Jeongguk se encostou no batente, tendo a visão embaçada do homem ali. Ele com certeza estava de olhos fechados, aproveitando a água quente e a música boa que saía de suas cordas vocais.
A farda estava jogada em um canto e a escova de dentes dele estava junto da sua no copinho de vidro. Sorriu pequeno, negando com a cabeça.
Como um rio que corre, certamente para o mar. Querida, é assim. Algumas coisas estão destinadas a acontecer.
Pegue minha mão, tome minha vida inteira também. Pois eu não consegui evitar de me apaixonar por você.
Não percebeu quando um filete de lágrima escorreu de seu olho. A canção era linda, mas tinha certo pesar na voz do Kim, e aquilo lhe atingiu.
Taehyung girou o registro, desligando o chuveiro e puxando a toalha verde do box. Aquela toalha não era de Jeongguk, certamente, ele tinha trazido roupas.
Quando o mais velho correu a porta, deixando que mais vapor saísse dali junto de si, levou a mão ao peito, se assustando quando viu a figura do garoto na porta. Braços cruzados e um mínimo sorriso nos lábios.
- Que susto! Por que não avisou que estava aí?
- Eu que levei um susto. Por que não avisou que viria? - o Kim se aproximou. Corpo molhado e com alguns vergões vermelhos pela água. Toalha circulando a cintura e braços, agora, cruzados.
- Queria fazer uma surpresa. - respondeu baixo. Um biquinho adornou os lábios e o Jeon o achou fofo daquele jeito.
- E fez, Tae. Porém me assustou também. - sorriu, se aproximando do corpo alheio, reparando em como os fios de cabelos dele ficavam bem maiores quando molhados. - Podia ter respondido minhas mensagens.
- A regra era não falar com você hoje.
- E me deixar triste? - inflou as bochechas. - Conseguiu com êxito.
Deu as costas para o maior, seguindo em direção ao seu quarto. Franziu o cenho quando viu a mochila de Taehyung ali, aberta. Mostrando pijamas, cuecas, meias, camisetas e calças. Sem contar nos perfumes e cremes.
Ele tinha se mudado?
- Aí, Jeonggukie... Eu queria fazer um jantar legal, mas você chegou cedo demais. - veio atrás, reclamando.
- Cheguei no meu horário de sempre, oras. - se virou para o Kim, engolindo em seco por ter descido os olhos curiosos pelo corpo todo.
- Não tinha planos de demorar no banho. - penteou os cabelos da nuca com os dedos, sentindo os respingos de água nas costas.
- Vai me ajudar a pagar a água esse mês, acha que aqui é a casa da mãe Joana?
Por Deus... Jeongguk conseguia ser mais lindo ainda, sendo marrento daquele jeito.
- Tá bom, meu amorzinho. Eu te ajudo. - disse, com um sorriso presunçoso nos lábios, abraçando o moreno á sua frente e beijando o queixo enrugado.
- Que tanto de coisa é aquilo ali? Resolveu se mudar sem me avisar?
- Ah! Meu Deus, você tá chato hoje. Que bicho te mordeu? - encarou o garoto, que tinha uma feição nada boa. - Eu só vim ficar contigo um pouco, não posso mais?
- Poderia ter me avisado, não acha?
- Qual é a parte da surpresa que você ainda não entendeu? - Jeongguk revirou os olhos e amoleceu o corpinho cansado no corpo desnudo do mais velho. - Vai tomar um banhinho, okay?
- Tá me chamando de fedorento?
- Santo Cristo, aonde eu fui me meter? - resmungou, abraçando o garoto, sentindo o cheiro gostoso de sua pele. - Você tá muito mole, deve estar cansadinho. - disse, após balançar o corpo em seus braços.
- Eu tô uma ameba, acho que vai ter que me dar um banho.
- E quem vai cozinhar pra você, hm?
- Tu?! - se afastou, o olhando com os olhos cansados bem arregaldos.
- Surpresa!
[...]
Jeongguk secava os fios escuros de seus cabelos com a toalha enquanto olhava para o beco mal iluminado abaixo, lembrando da primeira vez em que Taehyung posou em sua casa e ainda teve de presenciar uma cena nada agradável enquanto fumava.
Deixou a toalha sobre os ombros, mirando a cama ainda bagunçada pelas coisas do mais velho. Pensando em como seria tudo dali há dez anos se caso, ficassem juntos.
Ele ainda seria bagunceiro?
Balançou a cabeça em negação, não queria pensar muito naquilo... Em um futuro com Taehyung, sabia que não iria acontecer pois já tinha em mente o que o homem pensava em relação àquilo.
Antes de seguir em direção á cozinha, onde tocava jazz em baixo volume, onde o cheiro bom de comida emanava para todos os cômodos de seu apartamento, fumou os dois últimos cigarros em seu maço de Marlboro.
- Espero que o gosto esteja tão bom quanto o cheiro. - disse, ao escorar o corpo na mesa, assustando Taehyung que estava de costas para si em sua frente.
- Você ainda vai me matar do coração! - a mão estava sobre o peito novamente, só que agora ele vestia uma camiseta verde musgo bem solta e um calção preto. Nada de peitoral molhado e toalha marcando o volume nada modesto do mais velho.
- Nada dramático, né?
Cruzou os braços, o olhando de forma cerrada com um bico audacioso na boquinha vermelha.
Taehyung, o vendo ali, em todo seu esplendor de garoto marrento, se aproximou. O puxou pela cintura, fazendo os peitos colidirem e a boca do mais novo se abrir de forma surpresa.
- Ser dramático não faz mal a ninguém, Ggukie. - passou a balançar os corpos em sintonia a música. Jeongguk se deixou levar pelo ritmo, aproveitando o toque do Kim em seu corpo, de como ele lhe segurava com força medida e entoava a melodia da música sem abrir a boca, deixando a voz presa em sua garganta.
- Por que estava estranho comigo aquele dia no clube?
Trouxe o assunto á tona, pois mesmo que não quisesse, o perturbava ainda.
Taehyung fechou os olhos ao sentir os braços fortes de Jeongguk, ficar envolta de seu pescoço. Ele adentrou os dedos nas madeixas úmidas do moreno, passando a raspar as pontas dos dedos no couro em um breve carinho.
- Por que acha que eu estava estranho? Você que não falou comigo desde que tinha chegado.
- Por que só eu que tenho que ir falar contigo?
As orbes escuras fitaram o rosto leitoso á sua frente. O Jeon tinha as sobrancelhas unidas, esperando uma resposta para suas perguntas.
Mas o que diria a ele? Que Jimin estava certo? Nunca!
Nem ele mesmo sabia daquilo mas parecia que 99% de seu corpo já sabia a resposta.
- Eu só não estava em um bom dia, Jeonggukie. Não era nada pessoal, esquece isso. - mentiu. Tocou o lado esquerdo do rosto pequeno, vendo os olhos se fecharem por conta do toque.
Jeongguk praticamente se esfregou na palma e ronronou, como gatinhos fazem. O Kim sorriu com aquilo e grudou os lábios em um selar demorado e simples, apenas para sentirem a textura um do outro e ficarem querendo por mais.
- Vou acreditar em você. - disse baixo, ainda de olhos fechados.
A música trocou e então o mais velho voltou sua atenção para o que estava fazendo.
[...]
Não queria levantar.
Estar entre aqueles braços era bom demais, não tinha o porquê de sair dali tão cedo.
Era quente, confortável e ainda o apertava como se dissesse: não vai ainda, só mais um pouco.
Com muito custo, Jeongguk conseguiu se desvencilhar dos braços de Taehyung. O mais velho resmungou, o procurando pela cama, e na falta do corpo quente e fofo do Jeon, ele abraçou o travesseiro com o cheiro dele.
O garoto fez suas higienes no banheiro e então voltou para o quarto. Vestiu suas roupas confortáveis para trabalhar e antes de sair de casa, deixou um beijo na bochecha de Taehyung. Que ainda meio grogue pelo sono, sorriu pequeno voltando a Terra dos sonhos.
O dia passou como deveria. Jeongguk fez seu trabalho com um sorriso no rosto enquanto conversava com seus colegas e preparava pedidos.
Taehyung depois de acordar, passou um café. Arrumou a cama e fumou antes de sair.
Estava com planos de comprar um apartamento. Já tinha juntado uma boa quantia para dar de entrada, porém, só faltava um lugar que lhe agradasse.
Claro que não tinha pressa, sua mãe não estava o expulsando de casa ou algo do tipo, mas ele tinha em mente de que deveria arrumar um outro lugar, sair debaixo das asas da mais velha e se virar sozinho.
Conseguiu um bom emprego e aquilo já lhe era o suficiente no momento.
O prédio que olhou dessa vez, era um pouco afastado do centro, já que lugares perto da aglomeração, eram caros demais. Mas nada que o impedisse de muita coisa, tinha sua moto e poderia sair com ela a hora que quisesse.
O bairro era tranquilo, e só de pisar naquele lugar, lhe trouxe certa paz.
A vista era bonita, pois o lugar era cercado por árvores e logo na próxima quadra, tinha uma pracinha. Com a quietude do ambiente, podia ouvir as crianças, pássaros cantando e os poucos automóveis que passavam pela rua.
Era a primeira vez que ficava tão satisfeito com um lugar. Não era muito grande e nem tão pequeno. Tinha dois quartos, sala e cozinha acoplados, banheiro e a varanda.
Parecia ser perfeito para si.
Sorriu, sentindo a brisa do quase fim de tarde lhe atingir o rosto.
- Gostou? Esse é um bom lugar para quem quer começar uma vida diferente.
- Diferente? - se virou para a corretora. A mulher era trabalhada no terninho preto e saltos. Seus cabelos eram loiros e um batom vermelho, bem chamativo, adornava os lábios finos.
- Sim. Talvez um casamento, filhos e essas coisas.
Ele deixou que a saliva descesse pela garganta. Não estava se mudando para aquilo, só queria um lugar para chamar de seu. Porém, não deixou que aquela baboseira lhe afetasse.
- É... Talvez. - saiu da varanda, olhando novamente os cômodos bem arejados. Iria comprar aquele apartamento, tinha de ser somente seu.
Fechou a compra com a moça, ela lhe desejou sorte e que fosse muito feliz ali. A mulher sumiu de suas vistas e ele ficou mais um pouco no apartamento, principalmente, se demorando na varanda. Tinha gostado dali.
Olhou as horas em seu celular, eram 17:56. Faltava ainda para poder buscar Jeongguk, então optou por ir na casa de Jimin. Estava ansioso e queria contar a notícia para o melhor amigo.
Estacionou a moto em frente a calçada dos Park e pulou o cercadinho de madeira, era pequeno e não tinha o porquê de abrir o mini portão.
Bateu na porta e logo foi atendido pela progenitora do alaranjado. Ela sorriu, abraçando Taehyung, e o cheiro de pães doce tomou conta do olfato do rapaz.
- Jimin recém chegou do estágio, pode subir lá. Daqui a pouco chamo vocês para o café.
O Kim apenas assentiu e subiu as escadas em passos grandes. Entrou com tudo no quarto do amigo, assustando-o enquanto o mesmo estava focado em tirar seus sapatos e arrancar a gravata de seu pescoço.
- Caralho, sabe bater não?
Taehyung se jogou na cama do rapaz e lhe deu a língua, feito uma criança birrenta.
- Tenho algo pra te contar. - disse, animado.
- Ah é? Se declarou pro Jeongguk, foi? - Taehyung negou, revirando os olhos, cansado dos assuntos voltados a Jeongguk. - O que é, então? Ganhou na loteria?
- Comprei um apartamento!
Jimin arregalou os olhos e sorriu. Pulou em cima do Kim que estava na sua cama, sentando sobre a barriga dele e o enchendo de tapinhas.
- Seu filho da puta! Que coisa boa! Por que não me contou que estava planejando se mudar? - apertou o mamilo escondido sobre o moletom, arrancando um grunhido em meio as risadas do mais novo.
- É que eu não achava nenhum lugar que me agradasse, mas hoje foi mágico. Tenho que te levar lá.
- Tua mãe já sabe? - Taehyung negou, mordendo o lábio para conter a risada ao ver a faceta nada agradável de Jimin. - Sabe que ela vai te xingar, não sabe?
- Eu amanso a fera e bom, eu já comprei. Não tem mais volta nem se eu quisesse. Ela vai me entender.
- Ela vai se sentir sozinha, Tae.
- O Woosung ainda tá lá. E nada ver, ela vive saindo com o namorado dela. Ela já superou a morte do pai.
- Falando nisso... Já resolveu aquilo?
- Ainda não. - soprou o ar de seus pulmões, levando as mãos para as coxas envolta de si. - E já faz anos, também. Acho que não vai adiantar eu ir lá.
- Bom, você que sabe. Mas seria de boa ajuda, não?
- Sim, seria. Mas ainda tenho que ver mais algumas coisas, se eu tiver tempo e disposição, vou lá e pego.
Ambos concordaram e segundos após, a mãe de Jimin gritou lá debaixo, chamando-os para o café delicioso que ela tinha preparado.
[...]
Jeongguk jogou a mochila sobre as costas e saiu em passos rápidos da cozinha, tinha passado um pouco do horário e talvez perdesse o ônibus.
Queria chegar rápido em casa e ver Taehyung.
Mas, sorriu aliviado ao sair da lanchonete e ver o Kim em sua moto, mexendo no celular e mascando chiclete.
- Uou, que gatinho é esse aqui? - brincou, se aproximando. O mais velho ergueu o olhar e sorriu, guardou o celular no bolso e desceu do automóvel encostado.
- Não sei você, mas o único gatinho aqui, está bem na minha frente. - abraçou o corpo do garoto e cheirou o pescoço branquinho, o sentindo estremecer e rir baixo. - Quer uma carona?
- Não sei se você é totalmente confiável.
- Até parece, você sabe que eu dirijo muito bem. - semicerrou os olhos.
Jeongguk sorriu e então colou a boca vermelha na de Taehyung, fazendo um estalo ecoar ao se separarem.
- Vamos, eu estou morrendo de-
Cortou a própria frase ao lembrar que tinha falado para seus pais que jantaria com eles hoje.
- O que foi? - o Kim perguntou, subindo o banco da moto e tirando o outro capacete de lá. Pegou a mochila do Jeon e guardou.
- Tae... Quer ir comigo na casa dos meus pais hoje?
- Hoje?
- Sim, eu tinha marcado de jantar com eles. Desculpa não ter te contado antes, acabei esquecendo.
Taehyung pensou por uns breves longos segundos.
Jantar na casa dos pais de Jeongguk?
Não era nada demais, ou era? Bom, eram os pais de Jeongguk, porém, não era como se eles estivessem em um relacionamento. E era óbvio também, que o mais novo não iria chegar dizendo que eles se pegam de vez em quando.
Olhou para o rapaz em sua frente. Ele tinha aquele olhar calmo, como se não fosse nada o levar na casa dos pais.
Antes de colocar o capacete na cabeça dele, deixou outro selo nos lábios molhadinhos e murmurou um: — vamos sim.
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