Marlboro, cinco.
Marlboro
— You look so good, common baby. Your taste is so good, just like candy on my lips. So good if you want me, i can take it slow.
A voz de Woosung podia ser classificada como a mais perfeita de todos os tempos. Jeongguk se via maravilhado pelo tom roquinho que ele usava, lhe trazia arrepios gostosos pelo corpo todo e óbvio, tinha certa semelhança com a de Taehyung. Porém, Taehyung tinha o tom mais firme, era rouco também e lhe trazia muito mais coisas que simples arrepios.
Riu por conta de seus pensamentos e voltou sua atenção para o pessoal ali. Se encontrava a banda, Jimin, Yoongi e Taehyung. O último citado, lhe ligou mais cedo dizendo que Woosung tinha uma música nova para apresentar ao pessoal.
Mesmo que o Jeon não fosse íntimo dos rapazes, Taehyung fez questão que o mais novo estivesse ali, ocultando a parte em que estava doidinho para ver ele.
— Gostou? — o Kim perguntou, baixinho no ouvido de Jeongguk, encostando os joelhos para chamar atenção dele.
— Ah, sim... Woosung tem uma bela voz e a letra é legal. — sorriu, olhando para o azulado de modo doce, um olhar singelo em meio ao sorriso. O cabelo úmido tampava um pouco os olhos singulares, mas nada que o impedisse de olhar dentro deles.
— Você tem razão. — soprou, encolhendo os ombros e encostando as cabeças.
Sabia que por mais que tivessem dormido juntos, não tinham tamanha intimidade. Mas Jeongguk o fazia se sentir confortável com qualquer coisa que fosse e não viu problema em tentar mais uma aproximação.
Era simples e não os assustaria.
E mesmo que a noite em que quase bateu uma pensando no outro, não saísse de sua cabeça. Não podia deixar aquilo lhe abalar, era um ser humano cheio de fraquezas, inclusive, vontades que poderiam ser consideradas absurdas.
— Tem algum mercadinho aqui perto? — perguntou, esfregando um pouco a cabeça na do mais velho, um carinho simples sem intenção alguma.
— Uhum, posso ir contigo?
— Claro, quem que vai me levar?
O riso sarcástico que soltou, acelerou o pobre coração de Taehyung. O azulado chiou com aquilo, mas se conteve e fingiu que não aconteceu nada, era melhor assim e não entrava em paranóias.
Deveria visitar um cardiologista o mais rápido possível.
— Aonde vocês vão? — Jimin soltou, curioso. Deixando uma das pernas por cima das de Yoongi, que tinha uma postura relaxada no estofado da casa dos Kim.
— No mercado da esquina, querem alguma coisa de lá?
Ninguém se manifestou e Jimin apenas negou com a cabeça. Os dois saíram da casa do mais velho e encolheram os corpos por conta do ar frio da noite, seguindo um cominho silencioso até o local desejado.
— E os seus pais, Tae? — perguntou.
Estava certo de que os dois não moravam sozinhos, pois aquela casa era típica de uma família que morava junto. E de tal modo, lembrava da casa de seus pais também.
— Minha mãe tá na casa do namorado e o meu pai... — ele sorriu triste e o Jeon viu de relance, quando se virou para escolher um salgadinho. — Ele morreu quando eu tinha 16 anos.
— N-Nossa... Eu- sinto muito. — não sabia o que dizer, fazia tempos que o homem tinha falecido, mas ainda era o pai de Taehyung e com certeza ele nunca superaria a perda.
— Tudo bem, ficaram boas lembranças e é isso o que importa. A morte dele foi tranquila, bem como ele queria.
O mais novo não disse mais nada, permaneceu quieto escolhendo um salgadinho e logo foi em direção ao caixa. O balcão tinha alguns chaveiros a venda, um em específico, chamou atenção do Jeon e ele o pegou sem pestanejar. Pedindo logo após, um maço de cigarros.
— Taehyung!
Chamou quando saiu da conveniência, vendo o mais velho sentado sobre a calçada, com um cigarro entre os dedos. Nem tinha notado que o garoto havia lhe deixado sozinho na loja.
— Esqueceu de nada? — perguntou só por perguntar, já que seus pensamentos foram até o falecido pai e ele lembrou que deveria tirar um tempo para ir até o túmulo do homem um dia desses.
— Tudo aqui. — sorriu, puxando da calça o chaveirinho que havia comprado. O barulho que o objeto fez, chamou atenção do Kim. — Gostou?
— É fofo. O Stitch é fofo. — revirou os olhos com o próprio conceito sobre o personagem. Lembrava de ter olhado muitas vezes Lilo e Stitch com Woosung, era o filme preferido deles e só a menção de ver o pequeno chaveiro pendurado no dedo de Jeongguk, aquecia seu peito pelas boas lembranças.
— Toma. — alcançou para Taehyung, fazendo o mais velho arregalar os olhos. — É pra ti, comprei porque... — algo dentro de mim gritou “Kim Taehyung” quando vi esse bichinho estranho que sempre tive medo. Óbvio que não falaria aquilo, mas era quase isso. — Queria te dar algo.
As bochechas infladas se destacaram por conta do sorriso fechado que deu, logo depois de encolher os ombros. Os olhos brilhantes chamaram muito mais atenção de Taehyung, e o coração de novo, bateu forte.
Desceu os olhos pelo rosto leitoso que era iluminado pela luz da lua e alguns postes da rua, a boca estava inchadinha e vermelha, ressaltando a pinta abaixo do lábio inferior.
Droga! O coração de Taehyung não estava dando folga.
— O-Obrigado, Jeonggukie.
Sorriu grande e sincero, um sorriso que era quase contagioso e fez o mais novo sorrir abertamente junto dele. Era lindo ver como Taehyung sorria quando estava feliz com algo. Aquilo lhe derretia e o deixava bobo e ele sabia que tais sintomas, não vinham sozinhos.
— Quero um abraço. — pediu, inocente.
Taehyung mais uma vez arregalou os olhos, era estranho o quanto as ações e palavras de Jeongguk estavam o impressionando naquela noite.
Ele abriu os braços e segundos depois sentiu a cabeleira escura em seu queixo, pois o moreno enterrou a cabeça em seu peitoral e apertou o tronco com vontade, soltando um suspiro pelo contato que lhe aliviou a inquietação desde que suas cabeças tinham se encostado mais cedo.
O Kim circulou os braços nos ombros fortes e descansou o queixo na cabeleira cheirosa e macia. Por mais que o cheiro dos cigarros se sobressaissem pelos corpos, o perfume de Taehyung era forte, assim como o cheiro do shampoo de Jeongguk.
Doce, doce...
— Seu cabelo tem um cheiro tão bom. — ronronou. Olhos fechados, aproveitando a respiração quente dele sobre seu pescoço. O moreno soltou um risinho e afagou as costas do Kim.
— Seu coração está acelerado, tá tudo bem?
Sabia que não era algo com que devesse se preocupar, podia dar uma desculpa qualquer ou não responder. Mas, Jeongguk ergueu a cabeça para o olhar, aqueles olhos grandes e analisadores por seu rosto.
Apenas o abraçou mais forte, sentindo a inquietação de seu peito.
— Não é todo dia que um garoto bonito me pede um abraço. — disse, jocoso. Arrancando uma risada de Jeongguk.
— Até parece.
Revirou os olhinhos e se afastou, passando a caminhar de voltar para a casa do azulado. Deixando o mesmo para trás.
— Oi, Deus. Sou eu de novo. — sussurrou e logo iniciou uma prece bem longa, que durou em sua cabeça até que chegassem em sua casa.
[...]
Yeonjun [21:56]: Acho que acabei esquecendo meu moletom no dia que fui ai...
Pode guardar ele pra mim??
Quando eu tiver um tempo livre, passo aí pra pegar ele.
Não respondeu nada. Estava focado demais em sentir a mão de Taehyung acariciar sua coxa. A palma grande deslizava sobre o tecido da calça e vez ou outra, deixava um aperto fraco, quase provocante.
Jeongguk se sentia quente com aquilo e não poderia evitar. As duas cervejas que tinha tomado com os rapazes já borbulhava em seu corpo e sempre quando algum pingo de álcool corria em suas veias, parecia que qualquer mísero toque mexia consigo.
E para piorar, era Taehyung ali. Lhe tocando como se fosse a coisa mais normal do mundo.
— Vocês se viram?
Notável que o Kim leu as mensagens, pois a proximidade dos corpos, permitia tudo. Tudo.
O mais novo suspirou pesado e assentiu com a cabeça, não demorando muito para mirar o rosto sério do azulado, que tinha o maxilar travado.
Se levantou do estofado, indo em direção a rua. Pegar um ar fresco lhe tiraria um pouco da quentura do corpo e assim também, poderia fumar e se acalmar. Taehyung o deixou tenso com aquele olhar sério.
Ainda dava para ouvir a conversa barulhenta dos rapazes e as risadas descontroladas. Riu soprado quando escutou a piada horrível de Jaehyeong, se escorando na mureta baixa que dividia a entrada da casa com as escadinhas. Acendeu o cigarro e fechou os olhos para relaxar enquanto se intoxicava.
Ouviu o barulho da porta, sentindo a presença de mais outro alguém ao seu lado. Só o cheiro já deixava bastante evidente de quem se tratava ser, por isso, ainda ficou em silêncio com os olhos fechados, apenas aproveitando o frescor da noite fria que ricocheteava em suas bochechas quentes.
— Ficamos uma última vez quando ele foi lá, depois de... Você ter ido embora.
Não tinha planos de contar para o mais velho o que tinha acontecido entre ele e Yeonjun. Era óbvio demais que ele não precisava saber de tal coisa, mesmo que quisesse calar a inquietação de querer saber como ele reagiria.
Idiota.
— E como foi?
— Yoongi hyung fez a mesma pergunta. — soprou um riso, colocando as mãos nos bolsos do casaco depois de atirar a bituca do cigarro para um canto qualquer. Olhou para o Kim de relance, mas ele estava focado demais em seus próprios pés. — Foi estranho.
— Mas você ama ele.
— E é por isso que eu não consigo entender o porquê de ter sido tão estranho.
— Talvez... Você devesse parar de alimentar esse sentimento.
— Acha que eu não tento?
— Não é isso, Jeongguk. Só acho que não sente mais na mesma intensidade de antes, entende? — desfocou a visão dos pés e olhou para o rapaz ao seu lado. Notando o rostinho incrédulo com as bochechas pegando fogo. — Você está superando ele. Ele já não é mais tão importante quanto antes.
— Por que tem tanta convicção disso?
— Já passei por isso.
Jeongguk ficou extremamente confuso. O próprio Kim lhe disse que nunca namorou sério e isso com certeza anulava várias hipóteses.
— Mas você me disse que-
— E é verdade, nunca namorei sério com alguém porque tinha medo de algo. — olhou para rua, sorrindo sem vontade. — É óbvio que eu tive paixões Jeongguk. Que já amei alguém em segredo e que isso me corroeu por inteiro — passou a língua por entre os lábios secos, puxando o inferior entre os dentes antes de voltar a olhar para o moreno ao seu lado. —, eu sempre saí machucado nessas histórias, deve ser por isso que não me vejo... Amando ou querendo construir algo com outra pessoa.
Jeon se desencostou da mureta e pôs-se bem a frente do corpo esguio de Taehyung. Tocou o rosto gélido e perfeito em sua concepção, vendo o quanto se sentiu afetado por aquele toque causado por ele mesmo. O Kim manteve o contato, focado demais nas íris escuras que transbordavam em brilho e aconchego.
— Não pode ter medo de amar, Tae. — a voz saiu baixa e mansa, o olhar terno de Jeongguk lhe hipnotizava e era quase como se ele aceitasse aquelas palavras e fosse bater em continência como um soldado a mando de seu capitão.
— Amar dói, Jeongguk. — soltou embargado e quase tropeçando nas poucas palavras.
— Mas é libertador quando amamos a pessoa certa.
— E existe? A pessoa certa, existe mesmo?!
Não queria ser hipócrita. Yeonjun para ele era a pessoa certa, era como se estivessem destinado a passarem o resto de suas vidas juntos, mas... A vida era assim, nem tudo dura para sempre, nem tudo suporta e nem todas as pessoas que passaram pela sua vida, vão ser as certas.
Mas ele acreditava que sim. Que um dia iria encontrar alguém que o amasse na mesma intensidade que ele, que esse amor ia ser puro e renovador. Que ia sim, durar enquanto vivessem.
— Ela pode estar em qualquer lugar, hyung. — sorriu tênue, acariciando a bochecha macia com o dedão.
Seus olhos varreram o rosto do mais velho, desde a franja que quase cobria sua visão, mas ainda, deixava os olhos escuros à mostra e a bela singularidade da única pálpebra dupla. O nariz afilado com a pintinha na ponta do mesmo, os lábios finos e rosados em um formato peculiar, mas que era um tanto atrativo aos seus olhos e aquela pintinha ali também, o deixava mais charmoso.
Taehyung se sentia bem com tais toques e o olhar sobre si. Era como um sedativo lhe deixando mais tranquilo aos poucos, como se pudesse pegar no sono e ter bons sonhos. Mas o sonho era aquilo. Era Jeongguk bem á sua frente, lhe tocando da maneira mais pura e doce que podia, aquele olhar meigo sobre si.
— Jeongguk, eu... — aturdido. Como falaria aquilo para o rapaz sem que passasse a impressão errada. Claro, é muito normal no seu dia a dia alguém querer lhe beijar do nada e que se não o fizesse, sabia que poderia morrer com aquela vontade queimando dentro no peito.
— Você...? O que foi, Tae? — era um olhar preocupado e bastante decisivo.
— Não é nada, deixa pra lá.
— Taehyung!
Não deixou que o mais velho se afastasse. O puxou pela cintura, ainda mantendo o contato da mão sobre a bochecha. Que agora se encontrava quente, como tudo ali ao redor deles.
Arriscar, arriscar, arriscar. Era melhor arriscar do que se arrepender de não ter feito.
— S-Se eu te beijasse agora, vo-
Não terminou a pergunta porque os lábios macios que tanto ansiou sentir, estavam colados aos seus. E aquilo não parecia ser nenhum pouco real.
As mãos do Kim tomaram as mesmas direções que as de Jeongguk. Uma o puxou para mais perto, sentindo o mais novo ofegar entre o ósculo, e a outra, ficou entre o pescoço quente e a mandíbula marcada.
Queria sorrir e gritar, como se fogos de artifícios estivessem estourando no céu.
Não tardou a beijá-lo com vontade, sentindo o gosto do cigarro e cerveja misturados, lhe trazendo mais ao torpor. Sentia seus pelos arrepiados e sabia que não era por causa da noite fria.
Jeongguk lhe retribuía na mesma intensidade. Ora chupando seu lábio e mordendo de forma quase sensual. Eles ofegavam baixo um contra a boca do outro, loucos por mais contato.
— Hyung... — miou, quando se separaram por pouco. Para recuperar o ar que lhes faltavam. O Kim sorriu, mordeu o lábio e olhou nos olhos do garoto enquanto segurava o rosto quente com as duas mãos.
Hipnotizado demais.
— Só mais um pouco, Jeon. Sua boca é gostosa demais...
O beijou novamente, sendo empurrado de volta na mureta, espaçando as pernas para ter apoio e o corpo do mais novo ficar entre elas. Jeongguk chupou o lábio inferior do mesmo depois de puxá-lo por entre os dentes.
Taehyung adentrou a mão gelada pela jaqueta do moreno, encostando na derme quente, sentindo-o se arrepiar e tremer o corpo pelo contato. Apertou cintura fina com vontade quando sentiu os lábios macios descerem beijos molhado pelo seu pescoço.
Era o paraíso tudo aquilo, mesmo que fossem apenas uns amassos trocados em frente á sua casa numa noite fria.
Mas... Nem tudo era um mar de rosas. E se fosse, não precisariam ter se afastado com pressa e temerosos de que Woosung e Jimin pudessem ter visto eles.
Para a sorte dos dois, eles estavam concentrados demais na conversa que tinham, em meio a risadas altas.
— Ah! Vocês estavam aí. — o mais velho disse, alegre. Óbvio que era o efeito da bebida. Ele abraçou o Jeon de lado, enquanto Jimin se posicionava ao lado do melhor amigo.
— Nós vamos buscar mais bebidas, querem ir junto? — buscando um cigarro no maço e pondo-o entre os dentes, o alaranjado perguntou.
Os que antes se beijavam, se olharam de relance e Taehyung se ofereceu a ir junto, porque não aguentaria ficar perto de Jeongguk novamente se não tivesse-o com os lábios colados aos seus.
E Jeongguk, ficou ali mesmo depois d'eles terem saído. Fumou uns dois cigarros antes de voltar para dentro daquela casa e fingir que nada tinha acontecido.
[...]
A cabeça já não estava mais focada no trabalho, estava impossível se concentrar nos seus afazeres e aquilo lhe deixava puto a um extremo que nem ele conhecia.
— Vai com calma, Jeon. Não queremos você sem um dedo.
Hoseok brincou, mas falava sério. Notou o jeito apressado e sem noção do garoto enquanto mexia com a faca. Ele não era assim, sempre foi cuidadoso.
— Cacete! — xingou, a faca o cortou dedo de raspão, nada muito fundo, mas muito ardido.
— E eu não disse. — o mais velho o puxou para pia, onde ligou a torneira e deixou a água cair sobre o dedo ferido de Jeongguk. — Yerim, você pode buscar um band-aid no banheiro?
A outra garota assentiu apressadamente, indo em busca do curativo. Jeongguk tinha os olhos vidrados, parecia que um milhão de coisas dava spam em sua cabeça e aquilo assustava Hoseok.
— Tá tudo bem, hyung. — disse, sem emoção. Desligando a torneira enquanto a mão do Jung segurava seu pulso ainda.
— O que está acontecendo, Jeongguk? Está passando por alguma situação difícil? Precisa de alguma ajuda? Sabe que pode falar comigo, moleque. — puxou o papel toalha e enrolou o dedo só para o secar, Yerim chegou e alcançou o band-aid para o ruivo.
— Hoseok, tá tudo bem, okay?! — o olhou. — Obrigada pela ajuda e preocupação, é só... Minha cabeça mesmo.
Voltou aos afazeres, não queria uma Kang Seulgi em suas colas dando o ar da graça. O Jung respirou fundo e ganhou tapinhas nas costas vindo da Kim, ela sorriu para ele, tentando-o confortar e voltou ao trabalho.
Já estava quase no final do expediente, mas demorou para terminar de lavar a louça que havia sujado, assim como demorou para pegar suas coisas do armário e sair da lanchonete sem dar tchau aos colegas.
— Oi, hyung. — atendeu, depois de deixar o celular tocar pelas duas primeiras vezes.
— Aonde você tá?
— Ah, eu tô bem e você? — ignorou a pergunta, se acomodando no banco da parada de ônibus.
— Jeongguk... — ouviu o suspiro pesado do outro lado da linha. — Te mandei mensagens ontem combinando de sair, você apenas as leu e me ignorou na cara dura. O que anda acontecendo?!
Não falaria que tinha beijado Taehyung, e tampouco diria que o mais velho não tinha lhe mandando nenhuma mensagem depois que fora embora da casa dele naquela noite.
— Eu esqueci.
— Você não me engana nenhum pouco... Estou indo para seu apartamento. Quer alguma coisa?
— Doces.
Sim, doces.
Quando se via triste com algo, ou qualquer outro sentimento que o deixasse cabisbaixo, era o doce quem o alegrava só por míseros segundos.
Sabia que não podia ficar brabo com o Kim, já que ele também não mandou nada. Era como se os dois estivessem competindo o orgulho e aquilo não era nada saudável.
Jeongguk [19:46]: Está aí?
Nego, rindo consigo mesmo e apagou.
Jeongguk [19:47]: Vai me evitar pra sempre?
Não também.
Jeongguk [19:48]: Podemos esquecer o que aconteceu e voltarmos a ser como éramos antes?
Não! Não queria esquecer. Fora tão bom beijar o Kim que não tinha como pôr uma pedra ou um ponto naquilo tudo.
E apagou outra vez, respirando fundo e encostando as costas no banco do ônibus.
O celular vibrou duas vezes e ele revirou os olhos. Só podia ser Yoongi lhe enchendo o saco. O que era bom e trazia outro sentimento sem ser o vazio.
Taehyung [19:50]: Música ao vivo amanhã.
Te pago uma cerveja se aparecer por lá ;)
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