Paranoia.
POV BRUNNA
- Quem é a mulher que manda nesse mundo? Quem é a dona do universo? — Ludmilla brincou e eu sorri me sentindo leve, aliviada. Ela nem precisava dizer, a guarda de Jasmine era dela!
- Acho que vou chorar
- Megan está chorando. Pedi para Zayn gravar, mas ele não quer.
- Não faz isso, Ludmilla. Coitada! — Falei e a ouvi estalar a língua.
- Coitada de mim que tive que passar por tudo isso por causa dela. — Ela disse e eu suspirei. Ludmilla realmente havia ficado desesperada por conta disso. Era um alívio saber que tudo tinha dado certo.
- E como vai ficar agora? — Perguntei observando Pietro que quase dormia assistindo TV. Coloquei a chupeta na boca dele e vi seus olhos pesarem. Aquilo era a maior fraqueza dele.
- Megan fica com ela três finais de semana, infelizmente — Ludmilla bufou. - Mas o importante é que ela vai ficar comigo.. Alias, volto hoje mesmo..
- Amor, fica ai mesmo.. — Falei já pensando no que havia combinado com as meninas.
Demi faria aniversário e queria que fossemos para Malibu em uma casa de praia. Eu já tinha comentando sobre com Ludmilla, mas ela não parava de dizer que não queria estragar a união da família em Amsterdã. Que queria que eu ficasse apenas com ela. Então eu teria que fazer algo, pois era minha melhor amiga, agora grávida, eu tinha que fazer o que ela queria.
- Se é sobre o aniversário da Demi..
- Ludmilla, ela é minha melhor amiga.. — Tentei dizer, mas ela já parecia irritada.
- Eu tenho outros planos, Brunna. Eu já disse que não quero ir. Terão outras oportunidades..
- Ok, amor. Mas é aniversario dela, ela estava lá no meu, esteve presente a minha gravidez toda. Demi me quer perto e eu preciso estar perto pelo menos um pouco..
- Não da pra agradar todo mundo, e não da pra ficar perto de todo mundo também.. — Ela disse e respirei fundo, tentando ao máximo não me irritar. Eu odiava quando Ludmilla fazia isso.
- Se você for comigo, dá sim. Podemos levar as crianças, assim fica todo mundo junto. A não ser que você não queira ir.. — Falei e esperei que ela respondesse, mas Ludmilla permaneceu quieta, o que não era um bom sinal. - Ludmilla...
- Você não vai sem mim! — Ela disse e eu suspirei.
- Não vou, você vai comigo!
- Como quiser, Brunna. Tchau
- Ludmilla... Não fica puta comigo por isso. De qualquer jeito eu teria que ir por que tenho um jantar importante em um evento pra divulgar uma linha de roupas..
- Sei.. Já disse que eu vou. Até — Ela disse seca e revirei os olhos. - Tchau
- Vai ficar de birra mesmo?
- Não quero conversar, Brunna. — Ela disse e senti um aperto no peito. Odiava quando Ludmilla era grossa, eu nunca iria me acostumar com isso, mas ela sempre fazia suas grosserias quando eu não fazia o que ela queria.
- Então, tchau.. — Falei esperando que voltasse atrás, mas ela desligou. Estava agindo como uma perfeita idiota, aquilo me irritava. Se Ludmilla estava achando que eu iria atrás dela, estava muito enganada.
...
Recebi uma mensagem de Ludmilla de noite perguntando de Pietro estava bem. Ela não quis saber nem de mim e da Jas. Apenas perguntou se Pietro tinha melhorado da febre. Eu estava me sentindo extremamente rejeitada. Queria a atenção dela. Então lhe mandei uma foto. Queria puxar assunto de algum jeito.
Eu:
Bem e dormindo como um anjo agora.
Lud:
Legal. Estou indo dormir. Até.
Ela respondeu apenas e apertei o celular nas mãos. Que diabos Ludmilla estava fazendo que mal podia trocar mensagens comigo? Aquilo estava ficando estranho.
...
- Ela brigou por isso? — Vero perguntou e eu assenti. - Avisa a Ludmilla que ela já não tem mais idade pra isso.
- Eu falo, ai ela fica mais puta dizendo que chamei-a de velha. — Falei, rindo e Vero fez o mesmo.
Estávamos indo para Malibu. Vero, eu e as crianças, que dormiam pesadamente após a longa viagem. Ludmilla não falou comigo desde o dia anterior no telefone. Ludmilla sabia que eu não iria falar com ela, na maioria das vezes ela voltava atrás, mas dessa vez foi diferente, o que me deixou preocupada. Passei a noite pensando no que Ludmilla poderia estar fazendo, com quem, aonde.. Por que estava tão ocupada e não podia falar comigo? Desenvolvi uma certa paranóia que não aparecia a bastante tempo, Ludmilla não era disso.
- Relaxa, Bru. Ela deve tá se mordendo pra não falar com você. Deve ter se amarrado em algum lugar ou tomou remédios pra dormir pra não voltar atrás. — Vero tentou me acalmar, talvez percebendo minha inquietação. Eu não parava de olhar para o celular.
- Ela vai tomar uma surra pra parar de ser trouxa. Quem ela acha que é pra me ignorar assim? Deve tá com alguma vadia...
- Bru..
- Ela me paga. Se eu ver coloco fogo nela e na vagabunda...
- Brunna!
- O que é? — Falei, talvez um pouco mais alto do que deveria encarei Vero. Ela estava com o celular na mão com o nome "Lud Popozuda" piscando. - Atende! — Pedi um pouco desesperada e ela atendeu.
- O que foi? — Vero disse e ouvi Ludmilla rir.
- Só liguei pra avisar que vou chegar um pouco mais tarde que vocês.. — Ela disse e percebi que estava com voz de sono. Eram quase duas da tarde, por que ela ainda estava na cama? Não havia problema nenhum em Ludmilla ainda estar dormindo. O que estava acontecendo comigo?
- Foi pra balada ontem pra ter acordado uma hora dessas? — Vero perguntou e Ludmilla bufou.
- Não complica minha vida, Veronica. Sei que Brunna está ai do seu lado e está ouvindo. — Falou e Vero me encarou de boca aberta. - Só liguei pra avisar. Então, até logo! — Ludmilla falou e Vero desligou o telefone furiosa, só que não mais que eu.
- Eu te ajudo a dar uma surra nela, Bru
- Deixa ela chegar.. Ludmilla vai ter que me explicar essa gracinha toda — Falei enquanto tirava Jas da cadeirinha. Ela dormia pesadamente assim como Pietro. Pegamos as crianças e fomos para a casa onde as meninas estavam.
...
Ficamos o dia todo dentro daquela casa jogando conversa fora. O assunto foi a gravidez de Demi e a ausência de Ludmilla. Eu não havia dito sobre a birra dela, pois não queria chatear Demi no aniversario dela. Mas todos já pareciam ter percebido que algo estava errado, eu mal conseguia conversar, pois não conseguia parar de pensar no que Ludmilla estava fazendo ou aonde estava.
- Quer que eu ligue pra ela, Bru? — Patricia perguntou e eu neguei com a cabeça. Ela sabia o que estava acontecendo, sabia porque ela sempre era informada sobre todos os passos que Ludmilla dava, mas não a meti nisso e nem pedi para me contar o que Ludmilla tinha feito no dia anterior ou o que estava fazendo.
- Ela foi pra onde? — Dayane perguntou e encarei Patrícia.
- Teve uma reunião importante hoje.. — Disse e vi que estava falando a verdade, mas minha raiva ainda não havia diminuído nem um pouco.
Depois que comemos e comemoramos discretamente o aniversário de Demi, vimos o carro de Ludmilla chegando. Nós ainda estávamos conversando e comendo, mas já era bem tarde, quase meia noite. As crianças já estavam dormindo de novo. As meninas continuaram conversando enquanto Patrícia, Vero e eu observávamos Ludmilla se aproximando. Vero me olhava receosa, talvez percebendo meu olhar fulminante em cima de Ludmilla.
- Ignora.. — Patrícia disse e eu assenti. Me virei e prestei atenção no que as meninas falavam.
- Então nós fizemos os exames e deu positivo. Miley chorou e tudo. — Demi disse e as meninas riram. Miley estava vermelha, o que era fofo.
- Quem diria vocês duas, hein? — Falei e senti uma mão no meu ombro. Eu sabia quem era, mas não me virei. - Eu nunca ia imaginar que isso daria certo.
- Agora só falta Dayane e Mani.. — Ouvi Ludmilla e as meninas riram da cara de espanta de Dayane.
- Eu tô muito bem paparicando o bebê de vocês. Obrigada! — Dayane disse e tomou um tapa de Normani. Ludmilla ainda estava em pé atrás de mim com as mãos nos meus ombros e minha vontade era dar uma cotovelada na barriga dela. Eu estava com tanta raiva.
- Você tem sorte que eu não quero ter filhos agora, mas vamos ter também. — Mani disse e Dayane tampou a boca dela.
- Não consigo imaginar isso. Vocês duas parecem mais duas amigas loucas por rappers negrões.. — Patrícia disse e nós rimos.
- Que preconceito, Patrícia! Eu poderia te processar — Dayane fingiu constrangimento e Patty levantou os braços em rendimento.
- Isso foi muito racista! — Vero falou se sentando do meu lado. Ela entrelaçou o braço no meu e deitou a cabeça no meu ombro, fazendo com que Ludmilla tirasse a mão dali.
- Onde você estava, Ludmilla? — Miley perguntou e Ludmilla se sentou em uma cadeira do meu lado, eu nem conseguia olhar pra ela, eu iria voar na pescoço dela caso olhasse.
- Estava jantando com uma garota. — Ela disse e todos tiveram a mesma reação de franzir a testa. Eu continuei olhando para qualquer ponto na parede tentando controlar minha vontade de socar a cara dela. Vero levantou a cabeça do meu ombro e encarou Ludmilla.
Jantou com outra mulher? — perguntou e ouvi Ludmilla rir. Eu estava perdendo a paciência.
- Sim. Digamos que me diverti bastante.. — Falou e percebi que ela me olhava. Fechei os olhos contando até 10 mentalmente. Minha cabeça latejava. Ela queria me provocar, eu sabia que queria. - Foi uma noite incrí... — Ela dizia e nem deixei que terminasse, a empurrei de sua cadeira e ela caiu no chão. Ludmilla começou a rir, o que me irritou ainda mais. Vero me segurou pelos braços e Ludmilla se levantou.
- Bru, fica calma! Ela está brincando — Ouvi Patty dizer, mas eu não estava me importando. Eu queria matar Ludmilla.
- Vero, me solta se não você vai apanhar junto! — Ameacei enquanto me debatia para sair dos mãos de Veronica.
- Amor, calma! Deixa eu explicar — Ludmilla disse se aproximando e eu lhe acertei um chute. Só de ouvir a voz dela minha cabeça começou a doer. Eu estava explodindo de ódio.
- Não me pede calma, sua filha da puta! — Falei e Ludmilla arregalou os olhos, mas depois riu. As meninas estavam rindo também e assistindo tudo, menos Patrícia e Vero, pois ela sim sabiam o tamanho da minha raiva.
- Ludmilla se fodeu, como sempre — Miley disse e Ludmilla a fuzilou com os olhos.
- Brunna, calma! Não foi um jantar romântico nem nada, é brincadeira! — Ela tentava se explicar e segurava o riso, só podia estar tirando com minha cara. - Selena é bonita, mas só queria falar de trabalho — Falou rindo e meu sangue ferveu. Me debati ainda mais nos braços de Vero e Ludmilla deu alguns passos pra trás, talvez temendo pela sua própria vida.
- Você provoca Lud, então se fode! — Vero disse e me soltou. E foi mais ou menos como tirar a coleira de um cão raivoso. Ludmilla tentou fugir, mas eu a agarrei pelos cabelos e a empurrei no chão. Ela ria, sem parar. As meninas estavam de pé e não sabiam se riam ou se ficavam espantadas com minha reação. Eu estava descontrolada. Minha raiva havia me deixado numa paranóia doentia e isso era tudo culpa de Ludmilla.
- Eu vou acabar com você — Falei enquanto distribuía socos pelo corpo dela. Ludmilla tentava se defender, mas parecia estar fraca por não parar de rir. - Do que é que você tá rindo, inferno!? — Gritei segurando ela pelos ombros, que me encarava espantada segurando o riso.
- Mila, as crianças estão dormindo. Sem gritos — Demi falou e eu ainda encarava Lauren daquele jeito.
- Por que está tão brava? Que ódio é esse? — Ludmilla perguntou e eu me levantei. Puxei-a pela gola da camisa que vestia e ela ficou me encarando espantada. Qualquer movimento que eu fazia se esquivava com medo de tomar um murro, o que era bem engraçado.
- Você me deixou sozinha, diabo do meu ódio! Não me ligou, não me deu notícias por dois dias! Nem ligou pra saber se seus filhos estavam bem — Falei e ela que ria ficou seria, talvez percebendo que eu estava mesmo chateada com aquilo.
- Eu liguei pra Vero e perguntei das crianças, não se preocupe com isso. — Ela disse e encarei a traíra da Vero que não havia me falado nada daquilo. - Não sou tão irresponsável assim.
- Que se foda! Você saiu pra jantar com quem? — Perguntei puxando-a ainda pra mais perto pela gola da da blusa.
- Ai, ai tá machucando, amor.. — dizia rindo de novo. - É Selena amor, ela me chamou pra jantar para..
- O nome da vagabunda que saiu pra jantar? Que está tentando arruinar minha vida! — Falei e a empurrei no sofá onde as meninas estavam e elas saíram correndo.
- Bru, calma! — Ludmilla disse se afundando no sofá enquanto eu socava ela.
- Me fala onde ela mora que eu vou raspar o cabelo dessa piranha! — Falei e ouvi as meninas rindo.
- Aí caralho. Vou gravar isso! — Miley falou rindo.
- Posso te levar na casa dela, nós fomos pra lá ontem.. — Ludmilla e eu parei de soca-lá. Ela arregalou os olhos e se afastou ainda mais.
- Uhhh agora ferrou! — Ouvi a voz de Dayane dizendo.
- Bru, não caia na brincadeirinha dela — Vero falou e eu só conseguia encarar Ludmilla e imaginar de que forma eu podia mata-lá. Ela queria me provocar, estava gostando de me ver irritada e eu sabia disso, teria que dar um susto nela para aprender a não me irritar assim. Ludmilla não imaginava o quão psicopata eu podia ser.
Olhei para o chão e vi os saltos de Dayane caídos. Ludmilla olhou para o mesmo e arregalou os olhos.
- Bru... Não! Por favor! Meu Deus, socorro meninas! — Quase suplicou e o peguei rapidamente o salto no chão e me aproximei dela que estava quase entrando dentro do sofá. - Miley, para de gravar e me ajuda
- Não tem ninguém aqui — Dayane disse e tive vontade de rir.
- Calma, Brunna. Eu tô brincando!
- Tá vendo esse salto? — Gritei e ela assentiu olhando para o salto com os olhos arregalados. Aquilo era divertido demais. - Ele vai descer na sua garganta! Eu vou arrancar seus olhos com essa ponta aqui! — Falei com o salto muito próximo do rosto dela.
- Amor, deixa eu falar, eu juro que não fiz nada. É brincadeira! Eu juro, Brunna — Ela disse segurando minhas mãos e me soltei dela com brutalidade, o que a assustou e a fez quase dar um mortal pra trás.
- Gosta de provocar, não é? Sabe por que não te mato? Sabe o lado ruim de te matar? — Perguntei e ela negou com a cabeça. - Que eu não vou poder fazer isso de novo.
- Brunna, estou ficando com medo de você, já chega! — Demi disse e tirou o salto da minha mão e me sentou em uma poltrona. - Selena é a produtora do filme que ela está gravando. Não fica brava assim
- Imbecil! — Falei e vi Ludmilla ofegante com a mão no peito.
- Queria ver sangue rolando. Achei que ia ter salto na garganta, poxa — Dayane falou e as meninas se sentaram de novo. Nós continuamos ali e as meninas só sabiam zoar Ludmilla por te apanhado de mim. Eu ainda estava estranha com ela, ainda estava com raiva por ter me ignorado.
As meninas foram para seus quartos e eu fiz o mesmo. Demi havia avisado que Ludmilla dormiria comigo, o que era obvio, mas ela não apareceu no quarto. Dei banho em Jasmine que resolveu acordar aquela hora da madrugada e eu sabia que aquilo era por ter dormido o dia todo. Pietro acordou apenas para mamar e voltou a dormir.
- Fica aqui deitadinha.. — Coloquei Jasmine deitada no meio da cama e a enrolei. - Mama tudo, viu? — Dei a mamadeira a ela que assentiu a levanto até a boca.
- Cadê a mamãe?
- Está lá em baixo. — Falei enquanto colocava Pietro ao lado dela na cama e o rodeava com alguns travesseiros para não cair.
- Ela não vai vim dormir? — perguntou e eu assenti.
- Vai sim. Vou chama-lá. Agora mama isso logo — Pedi e ela levou o bico a boca de novo. - Quer ver TV? — Perguntei e ela assentiu. Liguei a TV e olhei os meus dois bebês na cama. - Fica de olho nele, qualquer coisa grita. Já venho. — Ela assentiu e eu sai dali para ir ver o que Ludmilla estava fazendo. Era quase 4 da manhã e ela ainda não tinha ido dormir.
A casa estava escura. Todas as meninas estavam em seus quartos. Fui até a sala e nada de Ludmilla. Olhei o resto da casa e constatei que ela não estava lá dentro. Fui para o lado de fora onde tinha a praia e a vi de longe falando no celular. Com quem estava no telefone aquela hora? Eu estava pedindo a Deus para que Ludmilla não estivesse aprontando comigo.
Parecia estar discutindo com alguém, mas eu não conseguia ouvir, e nem queria. Queria que ela me contasse o que estava acontecendo.
- Ludmilla? — Chamei me aproximando devagar e ela se assustou.
- Ow, Bru! Que susto — Ludmilla disse e sorriu. - Ei, depois nós falamos. — desligou o telefone e se aproximou. Seus olhos estavam vermelhos e úmidos. Ela estava chorando? - Está mais calma? Você estava bem nervosa. Não tá grávida de novo não, né?
- Não, claro que não. Estou calma — Falei e sorri. - Está tudo bem? — Perguntei e ela assentiu parando na minha frente. - Estava chorando..
- Não é nada demais, amor. Não com que se preocupar. — Ela disse e eu continuei a encarando. Não estava me olhando nos olhos. Estava mentindo. Por Deus, aquilo estava me deixando com medo.
- Eu confio em você, sei que não mentiria pra mim de novo.. — Falei, talvez com a intenção de pressiona-lá, o que não era certo, mas eu queria saber o que estava acontecendo. Ela me encarou e ficou assim por um tempo.
- Me desculpe por ter te ignorado. Eu nem sai do hotel. Fiquei dormindo porque estava com raiva. Achei que você estava sendo egoísta em querer dividir o nosso tempo com as meninas, mas na verdade eu que estava sendo egoísta! É sempre divertido estar com elas, então obrigado por me trazer. — Ludmilla falou mudando completamente o foco da nossa conversa. Eu me senti aliviada, pois pelo menos ela não havia saído pra lugar nenhum.
- E o jantar com Selena? — Perguntei e ela riu.
- Eles querem que Jasmine faça umas cenas do filme — Arregalei os olhos, mas depois sorri. Aquilo podia ser incrível. - Querem que ela faça umas cenas minhas que voltam no tempo. Basicamente ela vai ser eu quando criança.
- Isso é incrível, Lud. Uma grande oportunidade pra ela. — Falei e ela suspirou assentindo. - O que você disse?
- Falei que eu ia pensar, mas acho que vou deixar. Não sei o que pode vim acontecer e eu quero ter a chance de ver minha filha realizando algum sonho dela.. — Ela disse e franzi a testa. Não entendi porque estava falando daquela forma, mas eu estava feliz por ela estar apoiando a filha.
- Conversa com ela sobre isso. Jasmine vai ficar feliz.
- Vem, vamos entrar que está ficando frio aqui. — Falou e entrelaçou nossos dedos.
Entramos na casa e Ludmilla se sentou no sofá me sentando no colo dela. Parecia preocupada com algo, me olhava de um jeito estranho, seu olhar assustado. Odiava quando ela estava assim, estava me lembrando a Ludmilla de dois anos atrás. Eu queria ajuda-lá, mas sabia que não adiantava, ela só me contaria o que estava havendo quando quisesse. Ludmilla sabia que eu já havia sacado que algo não estava bem. Eu a conhecia. Estava preocupada, mas não podia fazer muita coisa.
- Que foi? — Perguntei acariciando o rosto dela. Nossas testas estavam coladas e ela olhava nos meus olhos. Meu coração apertou quando vi aqueles olhos verdes se encherem de lagrimas.
- Estou com medo — Ludmilla sussurrou e engoli seco. Meu coração estava acelerado e eu já estava nervosa, mas tentei ao máximo não demostrar isso.
- Medo de que? — Perguntei e ela fechou os olhos deixando as lagrimas escorrerem livremente no seu rosto. Eu não sabia o que fazer, ela estava chorando. Agora não era uma choro baixo, era até desesperado. Ludmilla queria segurar, mas não conseguia. Eu não tinha muito o que fazer, então e abracei. Ela me agarrou com força, seus braços apertavam minhas costas de uma forma bruta. Pressionava cada vez mais seu rosto contra o meu ombro enquanto chorava. Aquilo era uma tortura. Eu queria muito saber o motivo daquilo, queria ajuda-lá, mas ela não conseguia falar.
- Brunna? — Ela tirou o rosto de meu peito e me encarou. Seu rosto vermelho e todo molhado de suas lágrimas. Aquilo doía em mim. - Não se preocupe e nem sinta medo. Eu prometo que vai ficar tudo bem.
- O que está acontecendo? Do que está com medo? — Perguntei aflita e ela respirou fundo tentando se recompor. Fiquei a observando enquanto limpava o rosto. Ludmilla me encarou e sorriu. Colocou sua mão em minha nuca e eu sorri para ela. Eu não estava com vontade de sorrir, eu estava agoniada, mas quis retribuir o ato dela.
- Gosto quando você sorri pra mim. Eu amo o seu sorriso. — Disse e eu sorri ainda mais, agora verdadeiramente. Ouvir aquilo dela era reconfortante. Ludmilla me puxou pela nuca e colou nossos lábios. Ficou um tempo parada com os lábios nos meus, e depois se afastou me fazendo suspirar em protesto. Eu queria beija-lá.
Encarou meus lábios, ainda muito próxima e depois me olhou nos olhos. Sua respiração quente se chocando contra o meu rosto, me fazendo arfar. Ela apertou seus dedos nos meus fios da nuca e puxou minha cabeça um pouco para trás, deixando meu pescoço livre para seus lábios que logo se chocaram contra minha pele, beijando e a maltratado.
Passou a língua lentamente na minha pele, me fazendo sentir um arrepio no meio das minhas pernas. Segurou na minha coxa e eu me virei, sentando de frente no colo dela. Subiu os beijos pelo meu queixo e maxilar, segurou meu rosto e nossos lábios se encontraram novamente. A língua dela contornou meus lábios e eu não consegui resistir a fazer minha língua se encontrar com a dela.
Levei minhas mãos a sua nuca e a beijei com vontade e até desespero. Ela desceu suas mãos pelas minhas costas parando na minha cintura, onde ela apertou e me puxou ainda mais para ela. Chupei o lábios inferior de Ludmilla e seu gemido foi abafado contra os meus lábios, fazendo todo meu corpo vibrar em prazer. Desci meus lábios até seu pescoço e o beijei com delicadeza. Ludmilla desceu mais suas mãos até minha bunda e apertou com força.
- Brunna.. — Ela pronunciou meu nome mais em forma de gemido do que qualquer coisa, soltando um suspiro longo em seguida. Eu a encarei e ela estava de olhos fechados. - Se por alguma razão soubesse que não lhe resta muito tempo de vida, o que faria? — Perguntou, simplesmente. Eu fiquei paralisada a encarando tentando entender o porque daquela pergunta assustadora. E então, ela sorriu. Sorriu como se quisesse me confortar, me deixar despreocupada. Mas era tarde demais.
- É uma resposta fácil e ridícula... eu passaria com você! — Respondi sorrindo. Ludmilla suspirou e depois sorriu triste. - Do que está com medo? — Perguntei mais uma vez.
- Eu diria que meu único medo agora é perder você.. — Ela falou e alisou meu cabelo. Meu coração batia descompassado do meu peito. Eu estava com medo também. Do que? Eu não fazia ideia, mas eu sabia que algo estava muito errado com Ludmilla, e eu descobriria o que era.
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