Insegurança.
LUDMILLA POV
As coisas estavam realmente ficando sérias em relação a Cara, e eu realmente já estava com minha paciência esgotada. Eu não entendia o porque desses surtos dela. Não conseguia compreender porque logo agora ela queria algo comigo, agora que eu tinha algo muito melhor que ela, agora que eu tinha Brunna. Eu não a trocaria nunca, estava mais que certo para mim que eu iria passar o resto da minha vida ao lado dela. Estava destinada a lutar pela minha felicidade e de Brunna. E se Cara queria confusão, era isso que ela teria, mas agora comigo.
- Não vou sair daqui. — Disse me sentando na cama e vestindo meu moletom vermelho. - Vou me resolver com Cara hoje! — Falei decidida e Miley parecia preocupada.
- Não sei não, Ludmilla. E se ela tentar atingir você através da Brunna? — Perguntou Miley.
- Se ela quiser morrer com certeza vai tocar em Brunna. — Falei, e Miley sorriu.
- Estou aqui, na Mimi ela não encosta. — Miley disse e se sentou do meu lado. Ficamos ali conversando por um longo tempo e Cara não apareceu. Brunna ainda estava trancada naquele banheiro e não fazia ideia do que estava fazendo lá. Miley parecia nervosa, ela encarava a porta a todo instante como se esperasse por algo, e eu sabia o que. Até que ouvi a porta ser socada..
- Fica aqui. Deixa que eu faço ela ir embora. — Miley falou tentando me convencer a não abrir a porta.
- Não, Relaxa. Vamos ver o que ela quer — Falei tranquilamente e Miley estranhou. Abri a porta e Cara entrou disparado pelo quarto. Estava ofegante e descabelada, completamente puta.
- Cadê a Miley? — Perguntou Cara. Continuei parada segurando a porta e ela foi pra cima de Miley, lhe acertando vários murros. - Você é uma vagabunda! — Ela gritou e Miley a empurrou.
- Sossega essa piriquita, Cara! — Miley falou e eu ri. Fechei a porta e fiquei apenas observando a discussão das duas.
- Você é uma traíra! — Cara disse. - Mas com você me resolvo depois, meu assunto é com Ludmilla! — Cara agora me encarava e arqueei a sobrancelha.
- No que posso lhe ser útil, Cara? — Perguntei com um sorrisinho irônico no rosto. Aquilo a irritava mais ainda.
- Se você não largar Brunna e ficar comigo, nem que for por marketing, eu vou contar seus podres pra todo mundo. — Cara disse e eu suspirei, ainda sorrindo. Miley me olhou de boca aberta com cara de como-ela-pode-ser-tão-baixa?
- O que está acontecendo aqui? — Ouvi uma linda voz e me virei, dando de cara com Brunna com um conjuntinho de renda preto com as mãos na cintura. Eu a agarraria ali mesmo se estivéssemos sozinhas, estava maravilhosamente gostosa.
- Uau! — Ouvi a voz de Miley e a encarei séria. Ela secava Brunna com os olhos. Lhe dei um empurrão e ela riu, desviando o olhar de Brunna. Cara revirou os olhos e olhou para qualquer lugar.
- Cara veio dar show, amor. Pega a pipoca — Falei, pegando um roupão e cobrindo Brunna antes que Miley tivesse um orgasmo ali mesmo.
- Você não cansa, Cara? — Brunna perguntou e Cara bufou.
- Não, não me canso. Você que deve estar cansada de servir de curativo pras feridinhas da Ludmilla. — Cara disse e eu já ia rebater, mas Brunna foi mais rápida. Miley observava tudo com um sorrisinho no rosto.
- Nada que você falar vai me atingir Cara. Mas se não parar, minha mão vai atingir seu nariz mais uma vez. — Brunna disse e Miley riu alto. Cara pareceu temer pelo seu nariz, e se voltou a mim.
- Não quer que todo mundo saiba que você adora rasgar seu pulso, não é Lud? — Ela disse e arregalei os olhos. - E eu tenho provas.
- Como é que é? — Miley perguntou, com os olhos arregalados. Minha ira aumentou e minha paciência chegou ao limite. Minha vontade era esmurrar Cara inteira, mas mantive a pose.
- É mesmo? Então fala. Fala pro mundo que eu me corto. Eu vou abrir a boca também e dizer que você enfia o dedo na garganta pra ficar magrinha. Vou dizer a todo mundo que você e seu empresário me imploraram um marketing pra você ter fama. E se não estiver de bom tamanho, falo que você geme igual uma tartaruga tendo um orgasmo e que chega a ser broxante. — Falei tudo de uma vez e Cara estava de olhos arregalados. Miley ria descontroladamente e Brunna estava de boca aberta.
- Isso não é verdade! — Cara disse um pouco atordoada.
- Mas em quem você acha que eles vão acreditar? — Disse, me aproximando dela. - Eu tenho mais de 15 anos que estou na fama. As pessoas me idolatram, Cara. E você? Você chegou agora e só é reconhecida porque namorou comigo. Todos trabalhos que te colocam eu tenho que estar junto, já percebeu? Você é reconhecida como a Ex da Ludmilla Oliveira, e não como Cara Delevingne. Por que eles acreditariam numa pessoa que nem tem um nome? Você anda na minha sombra, pegando as migalhas de fama que eu jogo pra você. Acha mesmo que você pode me ferrar? — Falei e dessa vez a deixei sem palavras. Ela me olhava séria com lágrimas nos olhos. Estava claramente derrotada.
Diferente de antigamente, me senti mal por humilha-la, mesmo só tendo Brunna e Miley ali. Ficamos em silêncio por um longo tempo. Brunna estava séria e pensativa. Miley olhava pra Cara, sorrindo, esperando pela reação dela.
- Eu vou embora. Isso não vai ficar assim!
- Vai ficar exatamente assim! Porque se tiver uma próxima vez, você vai ficar sem nariz. Não sou a Brunna, eu juro que acabo com você — Falei e ela arregalou os olhos. Miley gargalhou mais uma vez.
- Perdeu, Cara. Desiste! — Miley disse e Cara lhe lançou um olhar fulminante. Sem mais delongas, Cara saiu pela porta pisando firme. Miley deu pulinhos de alegria e eu ri.
- Você pegou pesado com ela.. — Brunna disse séria e estranhei que não estivesse alegre. Cara finalmente nos deixaria em paz, aquilo era incrível. E eu tinha certeza disso, porque sabia que Cara era insegura e nunca que iria querer que alguém soubesse de sua bulimia. Me senti mal por provoca-la tocando nessa tecla. Sabia que era um problema, mas como ela não se importava nem um pouco com os meus problemas, não me importei com os dela.
- Ludmilla, eu sou oficialmente sua fã — Miley disse me abraçando e eu ri. - Melhor ser sua amiga. Não quero nunca correr o risco de ser humilhada por você em público.
- Eu não faço mais esse tipo de coisa. — Falei e Brunna sorriu doce pra mim. Eu não podia estar mais boba e apaixonada por ela. Eu faria tudo, qualquer coisa para protege-la do que fosse. Machuca-la novamente não estava nos meus planos. Havia deixado de lado todo meu orgulho, estava preenchida por sentimentos. Eu só conseguia ver Brunna agora.
- Brunna te deu uma chave de boceta, não é Ludmilla? Entendo! — Miley disse e eu ri. Brunna ficou mais vermelha que um tomate, mas riu também. - To tentando dar essa chave na Demi, mas ela só tem olhos pra àquele bosta do peguete dela.
- Quem ela tá pegando?
- Joe Jonas. — Brunna respondeu revirando os olhos.
- Você tá afim da Demi, Miley? — Perguntei com uma leve dificuldade de acreditar naquilo.
- Demi é linda. Meiga. Cheirosa. Poderosa e completamente gostosa. Merece alguém muito melhor que aquele merda, e estou falando de mim mesma. Ela me merece.
- Concordo! — Brunna disse e franzi a testa.
- Mas você me disse que não curte amores, Miley.. — Falei e Miley colocou a mão no meu ombro. Agora estava séria.
- As vezes na vida, chega uma pessoa que faz você se questionar se você quer mesmo viver de sabores. Demi me deu uma chave de boceta, estou igual uma cadela atrás dela, Lud. Não sei mais o que eu faço. — Miley falou séria e não tive certeza se estava zoando ou não. Apenas assenti e Miley suspirou.
- Vou te ajudar com a Demi. Demi serviu de terapeuta pra nós duas. Você me ajudou hoje. Vocês se merecem.
- Nos merecemos mesmo, Lud. Já te agradeço, sou tua fã. — Ela disse e beijou minha testa. Beijou a bochecha de Brunna e depois saiu do quarto.
Brunna tirou o roupão, deixando amostra seu conjunto de renda que por um motivo óbvio, já era o meu favorito. Encarei todo seu corpo enquanto ela ajeitava a cama. Reclamei mentalmente quando ela se cobriu com o cobertor. Estava séria, mas ao me ver olhando para ela como um lobo faminto, sorriu e me chamou para deitar ao seu lado.
- O que você tem? Está tão séria.. — Me deitei e ela se agarrou completamente ao meu corpo, colocando a cabeça no meu peito.
- Temos que acabar com esse negocio de marketing. — Brunna falou e engoli seco.
- Por que?
- Não sei, isso está me incomodando. Não quero que se caso um dia a gente termine você ache que fiz tudo que fiz por fama. — Ela se levantou para me encarar. - Quero que saiba que fama é o que menos importa pra mim. Eu largaria tudo por você.
- Não vamos terminar, Bru.. — Falei puxando-a de volta. A abracei com toda força tentando lhe passar certeza. Sabia que tudo aquilo era resultado de tudo que eu havia dito a Cara. - Não se preocupe. Já está mais do que provado pra mim que você é diferente.
- Isso me preocupa.. — Ela se levantou de novo. Vi um pouco de medo e desespero em seus olhos, como se quisesse mesmo me provar aquilo. - Você tem que se lembrar sempre que lutei por nós até quando "nós" era só eu.
- Tudo bem, Bru. Não se preocupe com isso, já disse.. — Acariciei as mãos dela numa tentativa falha de lhe passar tranquilidade, e agora ela tinha lágrimas nos olhos. Pedi mentalmente para que ela não chorasse. Vê-la chorar doía mais que um soco no meu estômago.
- Não quero que as pessoas olhem para nós duas e pensem que estou sugando sua fama. Eu não sou desse tipo, Ludmilla. Eu tenho a mais absoluta certeza que eu te amo..
- Desde quando você se importa com o que as pessoas falam, Bru? — Perguntei. Vê-la tão frágil era doloroso. Ela não precisava ter duvidas sobre nós duas, mas algo estava perturbando sua cabecinha.
- Eu vi as pessoas me chamando de suga fama na internet. — Brunna disse e fez um biquinho de pré-choro. Ela estava tentando se segurar pra não desabar ali.
- Isso não faz sentindo, pequena. — Disse, acariciando seu rosto e secando com o polegar uma única lágrima que rolava. - Você é famosa também. E já era bem famosa antes de mim.
- Isso não é verdade. Patrícia me colocou pra namorar com você pra eu ter fama. Sou realmente uma sugadora de fama. — Falou com voz chorosa e não pude deixar de rir. Já estava fazendo manha, mesmo ainda preocupada com o assunto.
- Não pense nessas coisas, meu anjo. Se parar pra pensar nisso vai surtar. — Ela se deitou novamente no meu peito. Ficamos assim por um tempo, em um silêncio agradável. Fiquei observando seu rosto por um tempo e me senti completamente feliz por tê-la. Ela não era apenas linda, era... fascinante. Brunna estava tão quieta que achei que já estivesse dormindo, mas não, ela encarava a parede, pensativa. Aqueles pensamentos dela estavam me preocupando bastante, então resolvi quebrar o silêncio..
- Você me da a paz que o mundo tira.. — Falei, e encarei seu rosto. Brunna sorriu e virou seu corpo me dando um selinho bem demorado. - Eu ficaria assim com você pelo resto da minha vida.
- Só faltou nossa menina aqui.. — Ela disse e eu suspirei. Pulei de alegria por dentro ao ouvir o "nossa menina". Jas era nossa menina. - Você sabe que saio em turnê em 5 dias, não sabe? — Brunna disse e senti um aperto no peito. A maldita turnê estava chegando. A turnê que me deixaria longe dela por muito tempo.
- Sei.. — Falei sem muita emoção.
- Você vai ficar bem sozinha por uns tempos? — Brunna perguntou, e novamente vi medo em seu olhar. Brunna realmente temia que eu a deixasse de novo.
- Bem eu não vou ficar.. — Falei, sorrindo e ela permaneceu séria, estava tensa. - Eu vou ir ver você sempre que eu puder. Não se preocupe quanto a isso. Vamos nos falar por celular todos os dias. Por favor, não me deixe dormir sem ouvir sua voz — Disse, beijando seu rosto. - E não me deixe acordar sem seu Bom dia. Na verdade, você pode me acordar todos os dias até o fim desses três meses. É uma ordem!
- Vê se você se comporta, viu Ludmilla? — Brunna falou e eu assenti. - Você tá gravando com a Cara. Sabe que tem que ficar longe dela não é? — Assenti novamente. - Acho bom.
- Ihhh, bateu ciúmes? — Falei, sorrindo e ela estava séria.
- A única coisa que vai bater aqui é minha mão na sua cara! — Eu ri.
Ela se deitou na cama e me deitei atrás dela, repousando minha mão em sua barriga. Ela estava completamente insegura, e sabia muito bem por que. Minha ações até agora não foram as melhores. Mas teria que faze-la acreditar que meus pensamentos estavam mudados. Estava pedindo a Deus para que essa insegurança de Brunna não virasse um problema.
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