Desistindo.
BRUNNA POV
Eu simplesmente achei que as coisas entre Ludmilla e eu mudariam depois daquela noite, mas estava enganada. Ludmilla falou que eu era dela, me levou para casa sem dizer uma única palavra e assim ficamos. Com toda certeza bateu o arrependimento mais uma vez. Aquela situação era uma droga. Lidar com ela era dificil. Ela estava mais distante que nunca. Eu simplesmente não sabia mais o que fazer.
Ludmilla não me tratava mal e evitava ser grossa, mas sempre era seca e não conversava mais comigo. Eu sentia falta dela. Não sabia aonde tinha errado, não sabia o que fazer para tê-la perto de mim. Às vezes a via chorando pelos cantos, mas ela nunca me falava o motivo das lágrimas. Então, resolvi me afastar também. Ludmilla sabia dos meus sentimentos por ela e uma hora ou outra iria se tocar que eu era o melhor para ela, mas não sabia por quanto tempo aguentaria esperar.
Dinah me disse uma coisa e via agora que era verdade, a melhor forma de fazer uma pessoa gostar de você, é não gostar muito dela.
- Aonde estamos indo? — Perguntei quando vi Ludmilla entrando no carro. Haviam me falado que eu iria para um set de gravação, mas não sabia que Ludmilla iria comigo.
- Vai começar as gravações do filme que eu estou. — Ela falou e eu franzi a testa.
- E por que eu tenho que ir?
- Eu quero que você vá porque a Cara Delevingne está no filme comigo. — Arregalei os olhos. Senti um ódio gigante e o ciúmes borbulhar dentro de mim, mas me controlei para que Ludmilla não percebesse.
- E vou ficar lá fazendo o que?
- Nada. Só fique lá e não me deixe sozinha com ela. Por favor. — Ludmilla pediu e vi que estava com medo. Não sabia como essa Cara era, mas sabia que Ludmilla se sentia insegura perto dela.
O caminho no carro foi longo e silencioso. Eu não puxava mais assunto com ela, e Ludmilla também não se esforçava nem um pouco para ter qualquer interação comigo, então sempre ficávamos assim agora, em silêncio. A não ser quando Jasmine estava com a gente.
Chegamos ao set e Ludmilla foi se maquiar. Fiquei o tempo todo sentada no mesmo ambiente que ela, mas calada, apenas observando o que estava acontecendo. Até que uma menina alta, loira, com um corpo espetacular e olhos verdes entrou pela porta e se sentou em uma cadeira ao lado de Ludmilla para ser maquiada. Ludmilla olhou para ela e encarou todo seu corpo, senti meu ciúmes me dominar. Ludmilla continuou olhando para menina, até que ela percebeu..
- Me secando na frente da sua namoradinha, Oliveira? — A menina disse, rindo sarcástica. Ludmilla bufou e olhou para o espelho na sua frente. Ela me olhou pelo espelho e eu desviei, não queria que percebesse que eu estava morta de ciúmes daqueles olhares. A menina se virou para mim e estendeu a mão.. - Sou Cara, a ex da sua atual, mas acho que você já sabe. — Falou e eu apertei a mão dela rapidamente. - Você é a Brunna Gonçalves, não é? — Ela disse e eu assenti. Ludmilla se levantou e me puxou pelo braço para sair dali e a menina riu.
- Não fala com ela. — Ludmilla pediu me sentando em uma cadeira perto de umas câmeras.
- Mas eu não falei. — Eu disse e ela bufou.
- Não chegue perto dela. Ela vai querer me irritar e vai usar você pra isso. — Ela disse me deu um selinho, me deixando completamente em choque. - Fica aqui, tá bom? Eu já venho — Ela disse segurando meu rosto e eu assenti. Seu olhar tinha um pouco de desespero e senti pena. Ludmilla parecia ter pavor da ex dela.
Fiquei o resto da tarde ali vendo as duas e outros atores gravarem uma cena em uma escola. Em algumas pausas, Ludmilla e Cara conversavam e passavam as falas de algumas cenas. Minha raiva era tão grande que imaginei que a qualquer momento eu iria invadir no meio da cena e puxar Ludmilla de lá pelos cabelos. As duas agora conversavam animadas e Ludmilla sorria, ela estava sorrindo..
- Respira, Brunna — Falei para mim mesma, tentando controlar minha respiração. Aquilo era ridículo. Como ela podia ser simpática com aquela vadia da Cara e ser tão fria comigo? Senti minha garganta apertar e meus olhos arderem. Ludmilla parecia ter esquecido completamente minha presença ali. Eu estava profundamente triste.
Não saí do lugar, continuei sentada olhando fixa para as duas que riam animadas de alguma coisa. As duas saíram dali e foram em direção ao camarim de Ludmilla, sozinhas. Dessa vez não pude controlar e uma lágrima rolou no meu rosto. Eu estava tão magoada com tudo que estava vendo. Limpei rapidamente e me esforcei para não desabar ali mesmo. Queria ir lá para ver o que as duas estavam fazendo, mas não podia. Ludmilla não era minha namorada e podia fazer o que quisesse.
Lembrei-me que Ludmilla me pediu para não deixa-la sozinha com Cara, então usaria isso como desculpa. Me levantei e fui até o camarim. Cheguei perto e a porta estava fechada. Virei a maçaneta devagar e abri a porta lentamente. Arregalei os olhos sentindo meu estômago doer quando vi Ludmilla aos beijos com Cara Delevingne em cima de um sofá.
Fiquei parada ali sem conseguir me mexer. Eu queria correr, queria ir para longe e chorar, queria tirar aquela cena da minha cabeça, mas não conseguia mover um músculo. Ludmilla me viu e correu para longe de Cara, que começou a rir me deixando com mais ódio ainda. Tentei controlar a respiração quando vi Ludmilla se aproximar com os olhos arregalados..
- Desculpa, não queria interromper. — Falei e vi os olhos de Ludmilla se encherem de lágrimas.
- Mas interrompeu, queridinha. — Cara disse e franzi a testa.
- Tudo bem, continuem — Falei, e dei um sorriso forçado. Andei até o outro camarim para pegar minha bolsa. A essa altura meu rosto já devia está roxo e banhado de lágrimas. Eu queria sumir, queria distância de Ludmilla, não queria vê-la nem pintada de ouro. Mas meus desejos não foram atendidos quando me virei e vi Ludmilla parada na porta, com o rosto vermelho e também banhado de lágrimas.
- Me perdoa — Ela disse, chorando ainda mais. A ignorei e tentei sair dali, mas ela me segurou e trancou a porta. Ela tentou se aproximar, mas recuei.
- Ludmilla, por favor, fica longe de mim
- Me escuta, me perdoa. Eu não queria ficar com ela, não sei o que aconteceu. Foi mais forte que eu. Quando vi já estava beijando e não pude controlar porque no fundo eu queria aquilo — Ela disse e desviei o olhar dela. Não conseguia encara-la. Como ela conseguia ser tão idiota?
- Ludmilla, vai se tratar. Você é bipolar. Tem problema...
- Brunna, por favor, me desculpa
- Você não me deve nada. Não precisa se preocupar comigo. — Eu disse e ela mexeu a cabeça negativamente.
- Eu sei que você sente algo por mim e eu sinto o mesmo, mas não sei como agir. — Ela disse e chorou ainda mais alto. - Eu sempre estrago tudo. Você está tão afastada e não sei me aproximar, só sei te afastar mais e isso tá me matando Brunna. Eu não sei o que fazer..
- Sabe o que você pode fazer? Ir a merda — Eu disse friamente e ela arregalou os olhos. - Eu fui sincera com você, te pedi uma chance e tudo que você fez foi me destruir Ludmilla. Você só me faz mal e me trata como se eu fosse nada. Talvez eu devesse ser uma ogra com você também. Eu tinha que foder com a porra da sua vida, só assim você me daria valor, não é? Você gosta de pessoas que te machucam, não é? — me aproximei dela. - Eu acreditei em você quando disse que se importava comigo, quando disse que estaria por perto. Mas você mentiu. — Eu dizia e ela me encarava séria com os olhos cheios de lágrimas. Aquilo me deu um aperto no peito e eu chorei ainda mais. - Eu tentei, todo esse tempo derrubar essa parede entre a gente, e você nunca me deu espaço. Agora você reencontra sua ex, que acabou com você, que já chegou aqui te provocando, e fica com ela sem nem pensar em nada. — Eu disse baixo e ela suspirou abaixando a cabeça. - Eu te pedi uma chance e você não me deu. Saiba que você tem toda liberdade para ficar com quem quiser, sem se importar comigo, por que vou me virar para te esquecer..
- Não, Brunna, por favor! — Ela disse, um pouco desesperada se aproximando e eu me afastei.
- Estou desistindo de você. Eu queria ter tido a chance de te mostrar o quanto eu poderia te fazer feliz, e realmente lamento por isso. Só peço que me deixe em paz. Temos mais 5 meses dessa merda de marketing e nesse tempo quero que respeite meu espaço do mesmo jeito que eu estava respeitando o seu.
- Por favor, Brunna, eu imploro! — Ela suplicou, chorando, mas me mantive firme. Eu estava acabada, machucada ,sentindo meu coração pular no meu peito. Ainda mais a vendo daquela forma, tão desesperada, só piorava minha situação. Mas seria assim, estava tudo acabado e eu não voltaria atrás.
- Se quiser algo agora, lute você. Mas como sei que você é covarde, nem vou criar esperanças. — Eu disse e ela engoliu seco. Então, sai dali. A deixando sozinha.
...
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