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ˣˣᴵⱽ. 𝐂𝐚𝐩𝐢́𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐯𝐢𝐧𝐭𝐞 𝐞 𝐪𝐮𝐚𝐭𝐫𝐨

2014, 9 meses depois da morte de Julia Klum.

𝐍𝐀𝐑𝐑𝐀𝐃𝐎 𝐏𝐎𝐑: 𝐕𝐀𝐋𝐄𝐑𝐈𝐄 𝐖𝐀𝐋𝐂𝐎𝐓𝐓

De acordo com os meus pais, eu não sei fazer nada direito.

Eles sempre foram muito rígidos, desde que tenho lembrança. Minha mãe costumava me arrastar para todo tipo de concurso de beleza na infância, e odiava que eu preferisse bagunçar as maquiagens nos bastidores ao invés de realmente utilizá-las. Eu era mesmo uma criança atentada. Aos nove anos comecei a frequentar uma escola de etiqueta e aos dez desenvolvi minha terrível mania de acumular cacarecos.

Foi uma tentativa burra de impressionar os meus pais. Eu imaginei que pilhas de entulho pela casa dariam conta do recado, mas foram só mais uma fonte de estresse e desgosto para os dois.

Talvez eles se impressionassem se descobrissem que venho escapando das consequências de um ato imbecil há meses. Que não sou tão imprestável quanto me disseram a vida inteira.

Não que eu me orgulhe das minhas mentiras, mas convenhamos que elas são muito boas — eu seria um sucesso nas aulas de teatro se papai não achasse que é um trabalho de vagabundo. Nada do que eu gosto de verdade é aprovado por eles, como se eu não tivesse cérebro o suficiente para fazer boas escolhas. Mas não é verdade. A única escolha realmente ruim que fiz nem foi bem uma escolha; foi um deslize.

Eu não escolhi matar Julia. Minha mão apenas apertou seu pescoço com mais força do que deveria, por mais tempo do que poderia.

Eu não a odiava, juro que não. Achava meio injusto que ela fosse a líder do grupo, mas Julia também havia sido uma amiga incrível antes de não ser mais. Quando a conheci, eu era uma esquisita com aparelhos nos dentes e ombros encolhidos, e Julia bateu de frente com os meus defeitos para me devolver a confiança que eles haviam eliminado. Em algum ponto, eu até a considerava uma mentora.

Julia Klum esbanjava felicidade, carisma e determinação. Ela nos lançou feito um foguete para o topo da hierarquia escolar e transformou a popularidade no orgulho que eu jamais tivera de mim mesma.

Assassiná-la sem dúvidas não foi o meu melhor agradecimento, embora ela também já não andasse merecendo muitos. Julia se desestabilizava muito fácil. Se permitia desestabilizar. Primeiro, com Heather, depois, por anos a fio, com Felix. Julia era fraca.

Eu passei a me virar sozinha quando os problemas pessoais dela passaram a interferir no resto. A minha popularidade é mais esforçada, porque eu realmente me desdobro para gostar de todos e ser gostada. Julia, por outro lado, tomava suas conquistas como garantidas. Ela não dava a mínima em ter o apoio e a simpatia genuínos dos outros. Seu jogo era falso, egoísta e, por muitas vezes, cruel. Azar o dela.

Se eu fosse uma vaca como Julia conseguia ser, já estaria na cadeia há muito tempo.

— Por que é que você não atende as minhas ligações?

Cash sobe as sobrancelhas, a mão na maçaneta da porta.

— Oi pra você também, Valerie. Quer uma água, um suco de maracujá?

— Quero que você responda à pergunta, Cash. — Cruzo os braços abaixo dos seios. — Não me diga que virou a casaca à essa altura do campeonato.

— Se eu não tive coragem antes, não teria agora. — Ele abre passagem para que eu entre na residência escura. — Eu não atendo porque você só me liga quando estou com Heather. Tive que mudar o nome do seu contato para Tia, inclusive.

— Uma mensagem seria bom.

O garoto esboça um sorrisinho amarelo.

— Aí eu já esqueço mesmo.

Sopro uma grande lufada de ar por entre os lábios. A casa está vazia e quieta, exceto pelo zumbido da máquina de lavar. Cash veste nada além da bermuda e das meias, com a toalha em seu ombro e os cabelos úmidos indicando que ele acaba de tomar banho.

Eu me sento no sofá, medindo-o de cima a baixo.

— Vai pra onde? — pergunto.

— Pra onde mais? — Ele sacode a toalha nos cabelos, antes de chutar a porta para fechá-la de novo. — Me encontrar com Heather, lógico. Ela disse que precisa de ajuda com um esquema.

— Ainda acha que está testando você?

— Com certeza. Heather não é tão burra quanto você gostaria, Valerie.

Eu também gostaria que ele a elogiasse apenas por gostar dela, mas o ruim é que Heather já provou sua capacidade. Por culpa da garota, a polícia voltou a se preocupar com o caso e uma ou duas testemunhas foram convocadas para novos depoimentos. Eu estive de dedos cruzados, com esperanças de que Heather não metesse mais o nariz onde não cheira bem, mas ela meteu. Foi até falar com Ártemis, pelo amor de Deus. Sua postagem no Facebook em defesa da deusa grega ganhara milhares de curtidas.

Já não era a primeira vez que Heather roubava os holofotes que não pertenciam a si. No funeral de Julia, ela milagrosamente conseguiu subir ao púlpito para proclamar um discurso chinfrim quando eu quem já tinha até escrito algo muito melhor para dizer ao lado do caixão e estava puxando o saco de Tina e Edgar há dias.

Teria sido a minha performance mais comovente, uma piada interna com o meu segredo, mas a garota novamente atrapalhou os meus planos — e ainda apareceu na primeira página do jornal.

— Eu a vi conversando às escondidas com Taylor hoje — falo, a cabeça pesada acima das mãos. — Se ela já não sabe sobre a mentira das luvas, está perto de descobrir.

Cash repuxa o canto dos lábios, paralisado ao vestir uma camiseta.

— O esquema deve ser para pegar você — ele deduz.

— É. — Jogo a cabeça pra trás, e encaro o teto. — O que eu faço?

— Não sei. Talvez contrate um advogado.

Viro pra ele, a fim de ver se está falando sério, e sua expressão inteiramente sóbria me diz que sim.

— Você confia tanto assim nas habilidades dela? — indago, chocada.

— Heather é esperta e corajosa, Valerie, eu já falei. — O garoto se senta ao meu lado no sofá para calçar os tênis. — Se não fosse, eu não sei se gostaria tanto dela.

Reviro os olhos, sem paciência para o sentimentalismo.

Cash só se amarrou em Heather porque ela não lhe tratou como lixo que nem o restante de Peach Hills. Quando ele me alertou que a garota pretendia investigar, eu vi em seus olhos a tentação de se aliar ao inimigo e guiá-lo lentamente até a verdadeira culpada. Cash já está cansado de me proteger, mas ele sabe que precisa proteger a si mesmo também. Com meses de cumplicidade, já é tarde demais para amarelar.

— É. Heather é tão esperta que nem se toca que você está caidinho por ela — resmungo, desdenhosa. — Já contou que pensava que vocês iam a um encontro no dia do interrogatório da Ártemis?

— Eu, não. É vergonhoso. Agora que ela está mais de boa comigo, vou ficar na minha.

Difiro dois tapinhas irritados nas costas dele.

— Que bom pra você, garanhão. É uma pena que não vou poder comparecer ao casório se estiver presa.

— Valerie. — Cash se interrompe na amarração dos cadarços, e ergue os olhos sisudos para o meu rosto. — Você sabia que isso iria acontecer. Cedo ou tarde. Nenhum crime é perfeito.

Rosno um palavrão indignado.

— Para a polícia parecia ser. Eles desistiram facinho.

— Mas a polícia não era melhor amiga da Julia desde criança.

Pra ser sincera, eu nunca entendi como uma amizade entre polos tão opostos sobreviveu por anos antes de se desmanchar. Não foi uma grande surpresa ver as divergências de personalidade se sobressaírem na relação das duas, mas Julia pareceu desolada até o fim de sua vida. Ela foi fraca logo na nossa festa de iniciação do The Francium, quando quase botou tudo a perder para todas nós por causa de alguém que não estaria ali nem se implorássemos. Uma líder de verdade saberia como silenciar o emocional para alcançar seus objetivos, e Julia nunca soube.

Era apenas Heather, porra. Não custaria nada esquecê-la por um segundo para não nos envergonhar diante de um grupo inteiro.

— A cadeia é muito ruim? — pergunto à Cash, num sussurro acuado.

Ele franze o nariz para a tevê de tubo à nossa frente.

— Bom. Eu não fiquei mais de duas semanas lá, mas definitivamente não é uma experiência que quero repetir. — Ele olha pra mim de relance, sugestivo. — Boa sorte.

Bufo, conformada com o meu destino.

— Obrigada por ter me dado cobertura — digo.

— Uma mão lava a outra, certo? — Ele me lança um sorriso de lado.

Cash e eu sempre fomos extremamente cordiais um com o outro, a pontos que até ultrapassam os limites impostos pela lei. Nas festas do The Francium onde ele trabalhava, eu lhe sorria, dava gorjetas e, em meus dias mais inspirados, puxava conversa quando ninguém estava olhando.

Diferente dos outros, eu o enxergava, e não demorou muito para que Cash me enxergasse também.

Na noite em que Julia morreu, ele me enxergou fugindo do banheiro imediatamente após abandonar o corpo dela no chão.

Eu me sentia atordoada, em choque pelo o que havia feito, e Cash me parou para perguntar se estava tudo bem. Eu olhei pra ele, sorri e assenti. Foi a primeira enorme mentira que contei, por mais que ela só tenha durado até eu "encontrar" o cadáver e fingir um desmaio para fins de dramatização. Cash desconfiou que eu tinha algo a ver com o assassinato desde o princípio, mas não falou nada para a polícia por certa implicância com os detetives e medo de acusar alguém injustamente como ele era acusado.

Cash perdeu o emprego, o dinheiro e a chance de uma vida melhor porque não quis atirar uma garota legal aos lobos. Eu temi tantas vezes que ele chegasse ao seu limite e colocasse a boca na botija, mas o garoto se manteve quieto até o final. Seja por medo de acabar enquadrado por obstrução de justiça ou simples pena de mim, ele tem me livrado de algumas poucas e boas.

Minha melhor forma de demonstrar gratidão foi abrir as pernas e o coração para Cash, lhe confessando toda a verdade.

Julia estava sendo uma insuportável a festa inteira e despertou em mim muito da podridão que sempre tentei abafar. Nós discutimos no salão de jogos dos Mattingly e eu subi para assistir ao discurso de Ártemis na sala, que perdeu a graça rapidamente conforme minha consciência pesava pelo o que eu tinha dito à minha amiga. Eu de fato a procurei para me desculpar, e a localizei trancada no banheiro, passando mal. Ofereci ajuda, tentei segurar seu cabelo, mas Julia continuou apenas me afastando e cuspindo ofensas horríveis na minha cara.

Você se acha melhor do que todo mundo, não é? Pois adivinha só, Valerie: Você não é. É só uma girafa desesperada por atenção.

Era um golpe sujo, apesar de correto. E como girafas e vacas nunca se deram bem mesmo, eu a enforquei contra a parede por volta do centésimo insulto de baixo calão para retrucar o que Julia falou sem ser interrompida.

Eu me arrependo de ter levado nossa discussão tão ao extremo. Uns tapas teriam a colocado em seu devido lugar, e Julia provavelmente ainda estaria viva. Mas, de tão cega de raiva, eu sequer percebi que ela havia parado de se debater por oxigênio.

— Não esquenta, Cash. — Bato em minhas coxas ao levantar. — Se eu cair, vou sozinha. Ninguém vai saber que você me acobertou.

O garoto sorri e concorda com a cabeça, se levantando também.

— Valeu, Valerie. Nós até que formamos um bom time.

Tudo é questão de lealdade. Eu fui uma amiga absolutamente leal a Julia mesmo quando duvidava de sua competência, e jamais ganhei um terço da apreciação que merecia. Ela achava que minha pose de boa samaritana era apenas uma fachada boba e irritante, e nunca a cogitou como uma ótima ferramenta para nos impulsionar na popularidade. Julia era fraca e arrogante, mas tudo bem.

Quem ri por último com certeza ri melhor.

— É. Já que você tem um compromisso, acho que vou pra casa. — Dobro a coluna para me espreguiçar. — Quer uma carona para se encontrar com a sua amada?

— Tá. — Cash ri uma risadinha fina. — Só se eu fosse doido mesmo.

Eu sorrio e estico a mão no sentido da maçaneta da porta.

— Estarei esperando ansiosamente pela brilhante descoberta da Detetive Lung. — Faço um biquinho, e batuco o indicador no queixo cinicamente. — Será que eu não deveria dar um jeito nela também?

Cash se encolhe que nem uma mola.

— Credo, Valerie. Não brinca com isso. Você soa como uma psicopata.

Eu balanço os ombros.

— O que está feito, está feito. Agora, não tem mais volta.

Se pudesse voltar, eu voltaria, e nunca teria ido atrás de Julia para começar. Talvez sequer tivesse falado com Felix sobre a traição. Ele deveria saber, mas não era o meu dever contar — como Taylor bem me avisou. De boas intenções o Inferno está cheio, ela havia dito. Minha única intenção era livrar uma amiga de um namoro fracassado, e acabei a mandando para o próprio Inferno ao invés.

Ao menos, em compensação, também consegui meu Inferno particular na Terra.

Ainda tenho pesadelos de vez em quando, e não acho que algum dia eles vão parar. Minha punição suficiente além da cadeia já é ter que conviver com o meu crime pelo resto da vida, temendo diariamente que uma chata metida à investigadora me desmascare. É estressante. Eu queria não me lembrar do que aconteceu ou ter alguma doença que justificasse minha canalhice no tribunal.

Entretanto, como estou meio encurralada, é melhor aproveitar a minha liberdade enquanto ainda a tenho.

— Você podia confessar. — Eu ouço Cash hesitantemente sugerir às minhas costas.

Uno as sobrancelhas, tentando entender qual de nós dois está delirando. Na escada para o quintal da casa, eu viro pra ele, devagar.

— O que você disse?

— Disse que você podia confessar o que fez — ele repete, e dá de ombros. — Foi só uma ideia.

— Meu Deus. Você trocou de lado mesmo.

Cash revira os olhos e se aproxima a passos afoitos.

— É só pela lógica, Valerie. Se Heather vai sacar a qualquer momento que você é culpada, apenas confesse logo. Finja muito remorso. Talvez te ajude no julgamento.

— Eu não vou me entregar para uma babaca qualquer depois de meses enganando os babacas supremos, Drystan. — Planto as mãos na cintura, enfezada pela tolice. — E, mesmo se Heather sacar, ela precisa de provas para me incriminar. Aposto que não tem nada, tem?

— Ela tem a Taylor. — Os olhos de Cash tremem com seriedade. — A Taylor sabe que você usava luvas, Valerie.

Cambaleio nos sapatos, assombrada pela visão de minha prima me dedurando para os policiais a pedido de Heather. Lembro até que tiramos algumas fotos juntas na festa. Taylor pode fornecer provas irrefutáveis de que eu sou uma mentirosa.

— Não — falo, mais pra mim mesma do que pra Cash. — Ela não faria isso comigo. Ela não me trairia.

— Ela não te trairia sobre uma besteira como caguetar a sua amiga para o namorado. — Ele desliza as mãos para dentro dos bolsos. — Mas você matou a sua amiga, Valerie. Não é a mesma coisa.

Eu odeio esse termo. Matar. Dá a impressão de que eu sou a pior pessoa do mundo.

No entanto, foi o que eu fiz. Eu matei Julia Elizabeth Klum — e tenho guardada a principal lembrança do ato, como a boa acumuladora biruta que sou. A luva que eu neguei usar está escondida debaixo do colchão em meu quarto, onde também guardo o diário que a psiquiatra infantil me mandou escrever. Eu deixei registrado nele cada vitória minha contra a investigação policial. Caso termine mesmo no xilindró, eu vou seguir escrevendo até ter material o bastante para publicar um livro, que decerto seria um absoluto estrondo de vendas.

— Não. — Balanço a cabeça para mais ênfase. — Eu não vou falar nada. Vou esperar. E você pare de tentar me convencer, Judas.

— Tudo bem, tudo bem. — Cash ergue as mãos rente à cabeça. — Mas você sabe que Heather também tem a Julia, não sabe?

Estreito os olhos pra ele, confusa.

— Como é que é?

Cash franze o rosto e pressiona a ponte do nariz, se praguejando por falar mais do que deveria. Eu permaneço o encarando, no aguardo de uma explicação, com a sensação de que meu corpo vai desabar em um buraco negro daqui a pouco.

— Heather diz, desde o primeiro dia que a conheci, que o espírito de Julia anda com ela. O tempo todo — Cash revela, a contragosto, como se tentasse engolir um punhado de areia em sua boca. — Foi por conta dele que ela resolveu investigar. Julia não lembra de nada porque estava drogada e insistiu para Heather ajudá-la. Ela tem a vítima como parceira, Valerie.

Ela tem a vítima como parceira. Ela tem A VÍTIMA como PARCEIRA.

Eu sabia que algo não estava certo. Aquele papo de sonhos com a defunta já foi esquisito pra cacete e, agora, Heather é uma droga de sensitiva também. Que briga mais injusta.

Eu nem duvido do que Cash fala porque lembro bem do interrogatório que eu e ela tivemos no refeitório da escola. Heather me bombardeou com perguntas quase específicas demais e nem exibiu qualquer enorme reação às respostas que eu jurava que ela não sabia. Eu atuei perfeitamente como a mocinha arrependida, mas a garota não atuou tão bem como uma maldita xereta sem pista de nada.

Agora, tudo está claro: Heather tem uma informante. Julia me perturba até depois de ser enterrada.

Eu não quero ser perseguida pelo espírito da garota tanto quanto já sou perseguida pela sua memória. Talvez eu deva mesmo confessar, como um meio de buscar alguma redenção.

O problema é que eu sei que não há redenção pra mim. No fundo, a verdade é que não me arrependo tanto de um erro que não posso mais consertar. É inútil. O que está feito realmente está feito.

E, finalmente, encontrei um obstáculo do qual não posso mais escapar.

Pra me encontrar nas redes, é @hounselllara2 no passarinho e @hounselllara no Instagram ッ Obrigada pela leitura e até o próximo domingo!

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