17
A mente de Loreta começou a trabalhar, então o tutor de Mariel, não era um simples tutor. Aires. Tudo havia algo por trás, isso estava claro.
Em súbito, Loreta se levantou. Sabia bem onde se localizava a propriedade. Era longe de Piperia, mas iria até o fim com isso.
Agora próxima à sua menina, longas quatro horas, mas estava com sua menina, portando tudo que lhe era de direito. Ela deveria ter contado.
Ao adentrarem no quarto destinado a Mariel, se assustou, era um enorme quarto, frio, que não havia bagunças, ou quadros por todo lado, apenas três ao lado da cama. Cada um com sua peculiaridade, mas um em tons escuros e raivosos me chama atenção....o que se passa na mente dela?
- Lori? - Mariel Sussurra procurando a mão de Loreta.
- Oh! Sim? Estava admirando seu quarto.
- Ele é bem sem graça e cheio de coisas...- Ela sussurra e Loreta afirma com a cabeça.
- Bom Mari, o que tenho aqui são muitas cartas - ela diz pegando na mão de Mariel e passando pelo papel. - Talvez muita coisa mude entre nós, mas espero que você me entenda.
- Está me assustando, Lori. - Ela aperta a mão de Loreta, que respira fundo buscando coragem.
- Desde que você chegou no orfanato eu recebia cartas, cartas de um homem chamado George Vistovo e...ele era seu pai. - Diz com pesar.
- Meu pai? - Sussurra confusa.
- Sim, tenho aqui algumas cartas dele, vou lê-las tudo bem?
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- Então ele fez tudo isso e depois deixou uma herança para mim? - Ela sussurra.
- Sim. E tem mais! - Loreta balbucia com certa raiva.
- Mais? O quê?
- Aires Caperini, te adotou por ordem dele.
- Como?! Por quê?
- Eu não sei, como viu, na carta não diz, mas fico pensando o que esse Aires sabe. Se ele tem interesse no dinheiro, ele não é boa gente não Mariel. E temo por você. - Diz tentando arduamente esquecer-se do sequestro que Aires coordenou.
- Do que se lembrou? - Mariel sussurrou assustando Loreta, que esquecera que ela a conhecia muito bem.
- Ele me sequestrou, Mari. Por algum motivo ele queria informações sobre você, sobre a cegueira. Fico pensando em como ele não descobriu rápido. - Ela acaricia os ombros da menina que salta em choque, ao descobrir o que Aires havia feito.
- Eu também não sei. Você está bem? - É melhor não contar a ele? Digo, sobre a herança - Mariel Sugeriu.
- Acho melhor mesmo...o que eu faço com o dinheiro e com a escritura, Mari? - Sussurrou fazendo carinho em seus cabelos. - Estou sim, não se preocupe.
- Acho que aqui não é seguro, ele pode ser muito perigoso. Fique com elas. Como está no orfanato? Muitas crianças?
- Vazio...tedioso e vazio. Com as ordens exageradas de Lucrécia.
- Por que não vai embora? - Mariel sussurra.
- Não tenho pra onde ir e jamais deixaria você! Apontou com carinho.
- Eu fico bem, porquê não fica em uma dessas casas? A mais próxima talvez? Pode ser bom a você. - Sorrio gentilmente.
- Acha que eu posso? - Loreta sussurra pensativa.
- Deve! - Mariel sorri.
Do outro lado da cidade, Aires buscava por controle. Desde a morte de Berenice, algo em seu cérebro havia desligado, algo como a sanidade.
Ele sabia que as vezes virava outra pessoa. Ele era uma pessoa boa, ele sabia disso. Era alguém bom. Ou pelo menos se convencia disso.
Mas depois da morte de Berenice, ele tinha picos, picos de uma nova faceta.
Ele se tornava alguém cruel, frio, que não media as suas próprias ações. Era como uma fenda em seus olhos e quando via, ja havia feito. Isso acontecera várias vezes depois da morte de Berenice.
Agora ele estava, tentando manter o controle, estava sobre uma nova negociação, mas não estava de acordo com aquilo. Mas todos estavam. Por que seria vantagem para todos, mas por que ele queria mais? Ele queria ser o único a ganhar com isso. E ganhar em vantagem, em total vantagem. Por que não o deixavam ganhar?!
Apertava em uma mão o copo de uísque, na outra por baixo da mesa, ele torturava a caneta, a apertando com as mãos com toda força que tinha. Precisava ter controle mas não o queria. Ele queria ganhar. E iria ganhar, a todo custo.
De repente, Aires percebe que um líquido quente escorre por seus dedos...a tinta da caneta, pingava por sua mão, indo de encontro com o chão, o copo que ele esmagava, estourou e seu controle, ja não existia.
Em um segundo, ele havia se levantado, com tanto furor, de sua mão escorria a tinta, que trazia mais raiva a ele, na outra cacos de vidro cravavam em sua pele. Ele em um ímpeto, levantou a mesa e a jogou com ódio, no canto da sala, tudo que havia sobre ela foi ao chão, os copos, a papelada...tudo.
Todos olhavam para ele com semblantes assustados e ele olhava ao redor, mirava o semblante de cada um pensando em diferentes formas de matá-los. Um a um, de maneiras diferentes, mas com um final de morte.
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