Às vezes, quando deixamos coisas inacabadas, parece que elas se tornam empecilhos, como a sujeira em um cano entupido. Enquanto não as finalizamos, é como se a vida não fluísse adequadamente, com áreas truncadas e insatisfatórias.

Este livro representa muito para mim nesse sentido. Eu comecei a escrever essa história há anos atrás, quando era adolescente. Um dia desses eu estava fazendo uma arrumação em casa e encontrei algumas páginas do manuscrito, apenas alguns capítulos datilografados. Meu marido me incentivou a finalizá-lo, e cá estou, dando continuidade a algo que comecei há tanto tempo.

Lucas, Ana e Alice são a representação de uma única pessoa, ambiciosa, porém despretensiosa, sonhadora, diligente e ao mesmo tempo procrastinadora, e refém, como a maior parte de nós, de questões emocionais relacionadas ao passado. É uma alegoria de como somos seres complexos, antagônicos e extraordinários por reunir tantas camadas numa composição única e inimitável. É um retrato leve de como o passado forja nossas ações no futuro, e cunha os rótulos que carregamos e dos quais demoramos tanto a nos livrar.

Eu espero que vocês se apaixonem por esses personagens do mesmo modo que eu me apaixonei, e que eu consiga imprimir a emoção e os desejos destas criaturas com a simplicidade dos quinze anos e a maturidade de agora.

Boa leitura!