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57- Colo de Pai

– Filha?

Eram cinco horas da manhã. O sol ainda não chegara a clarear a linha do horizonte, e Ana estava em pé, na porta do quarto de Antônio, que a contemplava com o olhar sonolento usando apenas uma cueca samba-canção.

Ana teria rido da aparência dele, se não estivesse tão destroçada por dentro. Por tantos anos, seu pai nunca dormira tão desnudo, e ela chegara a pensar se ele não estaria acompanhando quando bateu à sua porta.

Para alívio dela, ele estava sozinho, e abriu espaço para que ela entrasse, o que ela fez para em seguida se jogar na cama onde dormira a vida inteira, e chorar, chorar e chorar até que as lágrimas não tivessem mais forças para verter, ou apenas tivessem se findado.

Antônio, em toda a sua dificuldade de falar sobre qualquer tipo de assunto, teve a única atitude que ela realmente esperava dele. Ele se sentou na cama e a puxou de encontro a si. Ela se deitou em seu colo enquanto ele acariciava de forma inédita seus cabelos desgrenhados. Muito tempo se passou até que ele fizesse alguma pergunta.

– Foi o Lucas?

Ana fechou os olhos. Não. Não foi o Lucas. Foi simplesmente tudo, menos o Lucas. Ou talvez tenha sido apenas ele e mais nada.

– Não, pai. Eu me meti num assunto que não me dizia respeito. E eu estou com um problema que não posso abrir para ninguém antes de falar com ele, só que ele saiu de casa e eu não sei onde ele está. Eu liguei, mandei mensagens, mas ele não me retorna.

– O que aconteceu exatamente, Ana? — Antônio ficou confuso, ela não falava coisa com coisa.

– Sem querer eu escondi coisas dele, pai. Agora, ele está todo alterado por causa disso, e ele tinha melhorado com a terapia, acabou de voltar ao trabalho, e eu não falei a verdade para ele, eu simplesmente não pude... – e irrompeu em lágrimas novamente.

– Ana, se acalma! Vai ficar tudo bem, eu prometo.

Antônio não disse mais nada. Se tinha uma coisa que ele sabia respeitar era espaço, e se tinha algo que ele entendia bem como funcionava, era sobre o tempo. Ele ficou com Ana no colo até que ela adormeceu; só então, ligou para Lucas.

Lucas acordou com o sol batendo no rosto. O pescoço doía, bem como as pernas e as costas.

Ele estava todo dolorido.

A temperatura dentro do SUV subia rapidamente, levando-o a abrir mais os vidros, o que não diminuiu o mal-estar por ter passado o restante da noite dentro do carro. Esfregou o rosto e recolocou os óculos escuros na tentativa de enxergar qualquer coisa. A luz direta não o deixava ver nada, e subitamente ele se lembrou de Ana criticando-o por ficar fazendo careta.

"Você vai chegar aos 40 com cara de 60 desse jeito..."

Ana.

Chegaria o dia em que ela não teria mais como surpreendê-lo? Não havia dias previsíveis ao lado dela, fosse por coisas positivas, fosse por negativas. Essa história de ela esconder mensagens interceptadas por um Zé Ruela da Donatore o tirara completamente do sério. Isso sem falar do fato de ela estar carregando aquele micro SD.

Ansioso, ele pegou o celular para conferir as horas. 6h40 da manhã. Havia mensagens na caixa postal e ligações de Ana, que ele deixara de atender porque precisava, antes de tudo, entender a situação, já que mais uma vez a desconfiança surgira e se emaranhara dentro dele como um parasita.

Só que dessa vez ele soube isolar a coisa e extirpou o mal antes que se tornasse um problema. Angustiado e arrependido por ter fugido, resolveu retornar as ligações dela. Quando ergueu o aparelho, recebeu uma chamada. Era uma ligação de Antônio.

– Oi, Antônio. Tudo bem?

– Ana está aqui.

Lucas engoliu em seco. Pelo tom de Antônio, ele não parecia nada feliz, e Lucas se sentiu um moleque de treze anos sendo pego vendo pornografia no computador da própria mãe enquanto batia uma punheta.

– Ela está bem?

– Não, Lucas. Ela não está.

Lucas agora engoliu o ódio de si mesmo. O gosto era horrível e ele teve vontade de vomitar.

– Eu vou buscá-la.

Antônio não respondeu, não apoiou nem argumentou, apenas desligou. Lucas entendeu o recado. A atitude do patriarca deixava bem claro que Lucas não estava fazendo seu trabalho direito; afinal, como homem, ele não podia ficar mal, não podia ter problemas ou dúvidas, não podia fugir ou estar errado quando deveria estar certo; ele simplesmente não podia, porque era a porra de um homem, e homens não choram, não precisam de ninguém e era melhor que ele aprendesse isso o quanto antes e deixasse de ser um maricas cheio de frescura criado pela mãe, como ouvira tantas vezes dos colegas da Academia de Polícia.

Irritado, deu a partida e seguiu rumo à pousada.

Quando Lucas chegou, Ana estava no próprio quarto. Pelo que ele soube, ela passara a manhã vomitando, e agora não parecia nada bem. Ele a encontrou deitada, a tez antes morena estava pálida, o que era acentuado pelas olheiras que escureciam as órbitas, e um suor frio cobria toda a pele, deixando os cabelos da testa e da nuca úmidos.

– Eu vou levar você ao pronto-socorro – ele se inclinou com o intuito de pegá-la no colo, mas ela o empurrou firmemente.

– Não, Lucas. Não... Por favor, me deixa aqui, só mais um pouco... Eu só preciso descansar um pouco mais.

Lucas sabia que Ana tinha enxaquecas, mas ela não parecia estar sofrendo disso agora. Os olhos e o nariz inchados mostravam que ela chorara, e obviamente a culpa era sua.

– Ana, precisamos conversar. Eu... – ele interrompeu a narrativa quando ela se ergueu de um pulo e correu para o banheiro, para uma nova sessão de vômito sem conteúdo estomacal. Ele foi atrás dela.

– Lucas... tudo bem. Desculpa ter escondido, não era a intenção esconder, na verdade, eu... – mais vômito.

– Você precisa de um médico, Ana. Isso não é normal.

Ana voltou pra cama e cobriu a cabeça com um travesseiro. Ele se aproximou e segurou suas mãos geladas.

— Ana... Eu acho que chegou a hora de me encontrar com o Pablo. Preciso conversar com ele sobre aquelas mensagens. É algo muito sério, está relacionado à emboscada em Santos, e a você. Por isso fiquei tão irado... Ana...?

Lucas notou que ela respirava compassadamente. Como num passe de mágica, ela simplesmente adormecera. Ele ficou chocado com isso. Como ela conseguia dormir tão rápido? E do absoluto nada? Talvez ela tivesse passado a noite em claro. De qualquer maneira, ele não sabia o que fazer agora, então deixou o quarto e foi ao encontro de Antônio na recepção.

– Eu venho buscá-la à noite. Se ela piorar me avise, por favor.

– Eu sei cuidar da minha filha. Tenha um bom dia.

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