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55 - Marina

O sábado amanheceu ensolarado e Lucas acordou Ana bem cedo, para desgosto dela.

– Não, Lucas... hoje é sábado! Se você me ama, me deixa dormir...

Ana tinha demorado para pegar no sono na noite anterior porque passara a maior parte do tempo sentindo azia e mal-estar. Agora, a consciência do seu estado gestante era esmagadora. Talvez fosse melhor adiantar o assunto com Lucas ao invés de esperar um parecer médico.

– Não, Ana. Se anima. Preparei um dia especial pra gente. Coloca uma roupa de banho.

Rendida, ela se levantou e colocou um biquíni e um macaquinho florido por cima, depois foi até a cozinha onde Lucas preparava um café. Ela ficou reparando nele, vestido com uma bermuda de sarja, camisa polo, tênis de corrida e óculos escuros no bolso da frente. Ele parecia um almofadinha rico, e ela acabou rindo.

– O que foi? – Ele perguntou, intrigado.

– Gosto mais quando você usa preto – ela respondeu, travessa.

"Aí está você" – Lucas pensou, aliviado. – "Está tudo bem, é só adaptação."

Ele terminou de separar alguns itens dentro de uma bolsa térmica, depois levou Ana de carro até à marina próxima ao condomínio. Ao chegar, foi recebido com entusiasmo por um funcionário.

– Senhor Lucas! Caramba, quanto tempo! – Eles se aproximaram e trocam um aperto de mãos, animados – que bom te ver por aqui. Como andam as coisas?

– Vou bem, Carlos, obrigado por perguntar. Vida que segue, não é mesmo? – Lucas estendeu a mão à Ana para que ela se aproxime – essa aqui é a Ana, uma... Amiga.

Ana se sentiu mal com a forma como foi apresentada. "Amiga? Amiga é o cacete!"

– Olá, senhorita Ana. Seja bem-vinda!

Ela cumprimentou o funcionário com um sorriso azedo e seguiu Lucas pelo cais enquanto eram conduzidos a uma bela lancha com flybridge. Ela os observou conversando e, depois de assinar uma folha numa prancheta, Lucas a ajudou a embarcar, ligou o motor e se distanciou do cais. Quando estavam um pouco mais afastados, Ana gritou por cima do ruído, aborrecida.

– Amiga?

Lucas ficou sério e colocou os óculos escuros. Esperou até que o barco estivesse bem distante dos olhares de curiosos antes de dizer qualquer coisa.

– Discrição, lembra? Esse barco era nosso... Quero dizer, agora é meu. Todo mundo aqui conhece a família Donatore e sabe que eu sou o marido viúvo. Não precisa muito pra gente virar notícia.

Ela fechou a cara e respondeu, irritada.

– Se não queria ser visto comigo do teu lado, então por que você me trouxe aqui?

Lucas suspirou, desanimado. Talvez o passeio tenha sido uma péssima ideia.

– Ana... Eu só queria fazer algo legal com você, longe de tudo e todos. Me desculpa, ok? Se quiser, podemos voltar.

Ana olhou para ele, o cabelo ao vento, os óculos escuros, a bermuda... Ela se lembrou da primeira vez em que ele apareceu atrás dela na praia, do mesmo jeito tristonho... E teve vontade de chorar. "O que está acontecendo com você? Mais parece uma manteiga no sol!"

– Lucas, me desculpa – ela abraçou os joelhos e permaneceu encolhida. Preocupado, ele se sentou ao seu lado.

– Ana, o que você tem?

Lucas sentia a ansiedade e o medo crescendo dentro de si, arranhando o foco e o controle que com muito custo ele vinha buscando manter nos últimos dias.

Dr. Joaquim falava muito a respeito de analisar os sentimentos antes de permitir que eles ganhassem força e tamanho. Às vezes Lucas dava muita importância para fatos pequenos e via coisas importantes como insignificantes, porque o que não importava estava na frente, tapando a visão como um balão cheio de vento.

Ana olhou para Lucas e imaginou que a bomba que tinha a revelar poderia afundar o barco, e não teve coragem de fazer isso com ele agora, embora o momento fosse propício. Lucas tinha planejado um dia bacana com ela, parecia ansioso, preocupado, e ela não queria estragar tudo. Essa conversa poderia esperar até o fim do dia, aguardar só um pouco mais não faria diferença alguma.

Após a decisão, Ana o beijou de modo a maquiar as aflições, e o gesto simples calou os temores de Lucas por um pouco de tempo. Ele relaxou, abriu a bolsa térmica e tirou um espumante do cooler. Ana se deteve.

– Lucas, acho que eu não quero beber... Por causa da enxaqueca.

Lucas guardou a garrafa, desanimado. Ela assumiu que estava definitivamente arruinando o dia dele. Sem se dar por vencido, ele separou alguns lanches que tinha preparado, sanduíches frios e frutas. Ana se alimentou e ficou bem mais animada. Eventualmente, depois de alimentados, eles se deitaram no fly acima do cockpit para um banho de sol.

– Já está bem melhor – Ana comentou enquanto passeava o dedo pelas lesões no corpo de Lucas. Os machucados estavam praticamente cicatrizados, e as manchas roxas tinham assumido um tom esverdeado – ainda dói?

– Só quando eu respiro – ele respondeu com um sorriso.

– Então dói o tempo todo – ela comentou, divertida.

Lucas viu o sorriso sincero no rosto dela, e a beijou. Eles começaram a trocar carícias, até que acabaram se despindo e se amando sob o sol e no embalo das ondas. Ele continuava sentindo que ela estava diferente, e a sensação era para além do aspecto emocional. Seu corpo parecia diferente, a forma como ela reagia ao toque, muito mais sensível, muito mais carente.

Ele estava intrigado, embora a mudança o excitasse. Enquanto recuperavam o fôlego, ele passou um tempo contemplando o corpo curvilíneo, agora ainda mais exuberante. Depois que Ana voltara a ganhar peso, as costelas não apareciam mais, e os seios, minha nossa! Estavam de matar!

– Você está me comendo com os olhos... – ela brincou – Se gosta tanto assim, por que não quer ser visto do meu lado?

– Ana, não fala bobagem! Eu amo tudo em você.

– Ok, mas é estranho. Eu até tento entender, juro, mas às vezes você não faz sentido para mim. Deve ser por causa da diferença, sabe?

– Diferença? Que diferença?

– Sei lá, diferença entre a gente. Você é um cara acostumado a certos "luxos", Lucas. Usa roupas de marca, tem uma casa linda cheia de prateleiras certas para cada coisa, tem um ritual todo seu para tudo... Você tem uma hidro! E tem um barco! Tudo o que você tem é bem além do que eu estou acostumada, e às vezes eu me sinto meio deslocada.

Lucas suspirou, chateado. Odiava rótulos, de qualquer tipo, mas ultimamente eles o vinham perseguindo sem dó.

– Você conheceu minha família, Ana. Sabe que eu não sou nada disso que você está falando. As roupas nem fui eu quem comprei, e não dou a mínima para elas, se quer saber. Esse barco está à venda, e sim, eu sou organizado e sistemático, faz parte de mim, do meu treinamento e da forma como fui educado, então... Não posso me desculpar por ser como sou.

Ana percebeu que estava criticando-o pelas coisas que mais admirava nele. Que inferno hormonal que ela devia estar vivendo para agir de maneira tão desequilibrada!

– Não, Lucas, eu... Desculpa, eu não queria te ofender.

– Faz mais de um ano que não venho aqui... – Ele deu um longo suspiro enquanto contemplava o horizonte. – Eu escolhi voltar só para te agradar, não para te chatear. Não quis ostentar nada trazendo você aqui, eu... Só queria fazer algo diferente, ficar longe de tudo, isolado com você. Achei que você ficaria feliz.

– Eu estou feliz, Lucas... – Ana se sentiu uma megera – desculpe se passei a impressão errada. Você me apresentar para aquele funcionário como apenas uma amiga me magoou, achei que você estivesse com vergonha de mim.

– Meu Deus, Ana... Já disse que isso não deve nunca passar pela sua cabeça. Já expliquei para você, eu estou apenas te protegendo, nada além disso.

– Me protegendo ou se protegendo?

– Caralho, Ana!

Lucas se segurou para não elevar a voz. Estava inconformado com o jeito dela, e mais ainda consigo mesmo por não conseguir desvendar qual era o problema. Ele se lembrou, sem querer lembrar, de como Alice costumava cavar brigas com ele, e isso o deixou ainda mais aborrecido.

– Eu só queria saber até quando isso vai durar – Ana resmungou – se dias, semanas, meses... Fico imaginando, nós daqui a alguns anos, fingindo para todo mundo! Já pensou? A gente casado, com filhos e você fazendo de conta que não me conhece porque foi casado com uma socialite...

– Não tô acreditando que você está levando para esse lado...

Lucas esfregou as mãos nos cabelos e procurou se acalmar. Afinal, foi para isso que ele separou o final de semana, para conversarem. Era bom que ela estivesse se abrindo, dizendo o que pensava, e o papel dele devia ser entender e tentar arrumar o que estava ruim. Não devia ser tão difícil. Não deveria ser tão difícil.

– Só digo o que penso – ela murmurou.

– Acho que você está se precipitando, Ana. Eu só preciso de alguns dias, até encerrar o caso, até saber que você está segura. Não tem por que pensar em daqui a alguns meses ou anos, nem em casamento ou filhos, por Deus!

– Qual o problema em mencionar filhos? Você não quer filhos? – Nem ela estava acreditando no rumo que o diálogo estava tomando. Só depois que lançou as últimas palavras, se deu conta de como aquela conversa parecia sem sentido.

– Por que isso importa agora, Ana? A gente acabou de começar a se entender, não acha que está colocando o carro na frente dos bois?

Ana ficou muito triste pela resposta dele, e essa foi a deixa que a fez protelar mais um pouco a verdade. Ela tinha começado errado; na real, começara o assunto sem intenção de começar, e não era esse o jeito certo de falar sobre algo tão delicado.

– Tudo bem, Lucas. Não vou mais te irritar com isso, ok? Já passou. Agora, vamos aproveitar – ela recolocou o biquíni e mergulhou no mar para que ele não percebesse que ela tinha lágrimas nos olhos.

Lucas não entrou na água. Ele se contentou em vê-la nadar e aproveitou o silêncio para organizar as emoções. Estava chateado, mas entendeu. Talvez estivesse demorando demais para assumi-la. Precisava dar um jeito nisso o quanto antes.

Mais tarde, devido ao aumento de nuvens, Lucas resolveu retornar à marina. Eles ainda mantiveram um certo silêncio, mas não era algo ruim, era como se estivessem absorvendo a conversa, procurando um caminho para se entenderem melhor.

Quando chegaram ao cais, Lucas ajudou Ana a descer da lancha, depois foi até o funcionário assinar o documento de devolução. Desta vez, ele percebeu algo na planilha de controle que não tinha visto antes. Seus olhos se detiveram na assinatura, logo acima da sua.

A data era 11 de maio, 19h, noite em que Alice desaparecera no mar.

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