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48 - Só uma Casa

– Ana, eu quero que você entenda que eu não gosto de falar disso, porque é como se eu estivesse denegrindo a imagem da Alice, e isso não é justo com ela. Eu quero tentar te explicar, pois acho que só assim você vai entender o quanto você é importante para mim. Mas me prometa que não vai vir com aquele papo de "eu não posso fazer isso" no final, ok?

– Ok, eu prometo que não vou fazer isso.

– Tenho memórias boas de quando era casado, mas guardo muito mais dor do que alegria em relação ao meu casamento. Alice era uma mulher espetacular, e eu me sentia privilegiado por ser uma escolha dela.

– Você realmente não se olha no espelho... – só quando Lucas sorriu, Ana percebeu que pensara em voz alta.

– Bom, antes de nos casarmos, Alice não era muito apegada. Eu interpretava o jeito distante dela como uma questão comportamental, relacionada ao meio em que ela vivia, afinal ela vinha de um contexto completamente diferente do meu. E para falar verdade, até agora eu não sei muito bem como ela me convenceu a me casar tão rapidamente com ela.

– Ela me pareceu uma pessoa que conseguia tudo o que queria.

– Sim, ela sabia ser muito convincente quando queria, mas nós também tínhamos nossas afinidades – ele não ia dizer que eles se davam muito bem na cama, não para Ana.

– Ela deve ter puxado o pai. – Ana interrompeu, novamente sem querer. Lucas a observou, curioso em saber como ela chegara a essa conclusão.

– Enfim, teve gente que achou que eu tinha me casado com ela por dinheiro. Desde o começo do casamento ela alimentava um grande investimento em meu nome sem o meu conhecimento, talvez porque quisesse assegurar um patrimônio livre da interferência dos Donatore. Eu sempre fui muito tranquilo com essa coisa de dinheiro, nunca fui muito ligado ao nosso patrimônio, nos casamos com comunhão parcial de bens por insistência dela e, sei que é difícil de acreditar, mas era ela quem cuidava das finanças, eu sequer acompanhava.

– Não imagino você entregando o controle de qualquer coisa a alguém. Não parece com você.

– É porque não se tratava de algo meu, entende? Era um campo novo. Até me casar, eu só sabia aplicar dinheiro e tinha acesso a algo conquistado por mim mesmo, e quando comprei a casa, nada mais me pertencia de fato. Esse lance do dinheiro virou um problema mais tarde, principalmente com o Ricardo.

– Ricardo disse que você é um interesseiro.

– É claro que ele disse..., bem, o caso é que, durante os seis primeiros meses de casamento tudo ia bem, eu não passava muito tempo em casa por causa do trabalho, mas quando estava aqui, eu buscava fazer tudo o que ela queria. Até que ela mudou, começou a problematizar tudo, cavava brigas e conflitos sem fundamento algum e achava que podia me comprar. Depois de ter lido a carta dela, eu entendo o porquê, mas na época eu... – ele respirou fundo – eu nunca queria voltar para casa. Minha relação com ela se tornou mais um campo de resiliência do que uma união de fato. No fim, eu já estava muito desiludido com tudo. Eu tinha necessidade de cuidar dela porque acreditava ser o responsável por sua doença, e porque ainda a amava, mas não me sentia mais como um marido... – ele abaixou a cabeça e passou a mão no cabelo – Ana, é muito difícil falar disso.

– Imagino... ­– "...é porque você não faz ideia de como é ter que te ouvir descrevendo sua vida com outra mulher."

– O caso é que, quando te conheci, esse caos de culpa e raiva em que eu estava foi invadido por outra coisa, e isso ainda me espanta. Eu me interessei na mesma hora por você. Foi imediato, eu te vi e no mesmo instante começou a brotar algo em mim. Eu quis te conhecer, quis te fazer perguntas, quis aprender a surfar, e você tinha razão quando me acusou de ficar te rondando, pois eu realmente fiz isso. E te desejei antes de te tocar, simples assim, sem razão ou porque, sem você ter feito nada além de sorrir para mim. Eu te achei linda e divertida, e só demorei para me aproximar porque achei que você não passava de uma adolescente, e eu fiquei super confuso na época por causa disso.

– Todo mundo acha isso... – ela estava emocionada com as palavras dele, pensando que com ela foi assim também. E sim, ela também ficou rondando-o, não tinha como mentir para si mesma.

– Não sei explicar, Ana, mas tudo o que vivi de bom com Alice não se compara ao que tenho vivido com você, e não se compara porque é totalmente outra coisa. E eu não quero dizer isso para menosprezá-la, pois ela era incrível, mas não se encaixava em mim. Não tem mesmo como comparar vocês, pois você me fez conhecer um outro tipo de amor, algo novo, livre, que não é fabricado ou forçado, ele apenas acontece e cresce, o problema é que...

Lucas parou de falar. Ana ficou inquieta.

– É sério que você vai falar essas coisas todas para mim, mas vai terminar problematizando a declaração de amor mais linda que eu já ouvi?

– Ah, Ana... Essa é uma das coisas que faz eu te amar e me irritar com você ao mesmo tempo. Você não consegue ficar quieta e ouvir até o fim.

– Vou ficar quieta agora, prometo.

Lucas sorriu, melancólico.

– O que eu queria dizer antes é que esse é um sentimento que cresce desenfreado, por isso dá muito trabalho, porque é intenso e incontido, vai contra tudo o que eu sempre fui, um cara comedido e ponderado. Você me faz perder o controle, agir por impulso, ser inconsequente, e isso é assustador. Você me faz querer coisas demais, querer coisas de menos, querer só você, e isso é um problema sim, porque eu não posso ser desse jeito.

– Não pode? Talvez você sempre tenha sido assim, só não tinha achado ainda alguém para te mostrar o caminho para fora de si mesmo.

Lucas sorriu, mais uma vez surpreso com a perspicácia dela.

– E é isso. Eu preciso aprender a conviver comigo depois que conheci você. E voltando ao assunto desta casa, às vezes estou aqui e olho para algum quadro que Alice escolheu, ou a cor da parede, e isso me faz voltar, quase sempre para momentos ruins, quando ela estava prostrada por causa dos remédios, ou gritando para eu desaparecer de perto dela, e eu me sinto culpado por odiar lembrar.

Ana se aproximou dele e o abraçou, e ele a envolveu, amando-a mais do que tudo nesse momento, aliviado por ter conseguido, enfim, abrir o coração para ela.

– Posso falar uma coisa agora? – Ela perguntou. Ele suspirou e aquiesceu – Alice teve muita sorte por ter sido amada por você. E eu tenho orgulho por você ter se aberto e deixado isso claro. Prometo que não vou deixar o amor que sentiu por ela assombrar nosso relacionamento, porque agora sei o quanto você se entrega e se compromete com o que ama. Eu amo isso em você. Com relação a este lugar, vamos dar um jeito nisso, ok? Se você quiser ficar nesta casa, vamos torná-la sua.

– Vamos torná-la nossa. – Ele respondeu, fazendo Ana quase levitar de contentamento.

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