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42 - Sacada

Olá. Aviso de mais um pouquinho de conteúdo hot. Boa leitura!

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Lucas estacionou o SUV na garagem e, enquanto aguardava o portão elétrico fechar completamente, ficou observando Ana adormecida no banco do passageiro. Sentiu uma pontada no peito enquanto olhava para ela, linda, mesmo com o cabelo desgrenhado e roupa amassada.

Alguns minutos se passaram enquanto ele apreciava os lábios entreabertos, a visão da curva do pescoço desaparecendo sob sua camiseta larga, os cílios tão longos que pareciam postiços, e o cheiro de mulher. Nesse instante cálido e singelo, ele se deu conta de que não queria que ela fosse embora.

Com cuidado, abriu a porta do passageiro e soltou o cinto de segurança, depois a ergueu no colo, mais uma vez preocupado com o quanto estava magra. Era como se estivesse carregando uma criança.

– Você precisa comer direito, pequena sereia... – ele sussurrou perto do ouvido dela, que acordou, mas não se afastou; ela apenas se apoiou no ombro dele, aproveitando a sensação de aconchego.

Lucas sabia que era muito cedo para sugerir que ela ficasse com ele. Tinha decidido permanecer na casa até saber o que fazer em relação à investigação, mas ainda não havia traçado um plano para o futuro, nem mesmo para os próximos dias. Tudo o que ele sabia era que precisava protegê-la; uma inquietação o corroía com a possibilidade de ela estar correndo algum tipo de risco.

Após acomodá-la na cama, foi até a garagem e vasculhou entre os equipamentos até encontrar um aparelho detector de sinal. Em seguida, começou a busca.

Ana acordou uma hora depois e foi procurar por ele. Encontrou a casa toda iluminada e ele andando de um lado para o outro com um aparelhinho preto cheio de luzes vermelhas que emitia um ruído irritante.

– O que você está fazendo? ­– Perguntou, curiosa.

– Procurando câmeras e escutas.

Ela ficou um tempo observando-o focado na busca, até que, sabendo que não havia como ajudá-lo, foi tomar um banho. Quando Lucas retornou ao quarto, Ana estava enchendo a banheira de hidromassagem, e ele decidiu dar privacidade a ela. Por mais que quisesse invadir o banho dela, precisava aprender a se controlar e manter as coisas dentro dos limites. E das calças.

Lucas voltou ao carro, pegou as compras e a bolsa de couro, e foi até o closet para guardá-las. Ele sempre mantinha uma bolsa pronta com o básico para emergências. Na tarde anterior, ele havia saído de casa tão aborrecido e assustado que nem sabia exatamente para onde ir, apenas que precisava se distanciar e levar Ana consigo.

A breve viagem fez bem a ele, o ajudou a acalmar os nervos, encerrar as pendências da alma, além de render momentos superdivertidos com Ana.

Com um sorriso nos lábios, ele pegou as poucas peças de roupa dela e as dobrou, colocando-as em uma prateleira vazia. A maior parte do espaço não era mais utilizada, pois uma semana após a morte de Alice, ele havia encaixotado e doado tudo.

Havia itens caríssimos entre os pertences: sapatos, bolsas e inclusive algumas joias, que ele entregou a uma instituição para que pudessem ser vendidos em brechós ou bazares, fazendo bom uso do dinheiro arrecadado. Algumas peças mais pessoais, como pingentes e um anel de família, ele entregou a Ricardo dentro de uma caixa contendo recordações e souvenirs que ela guardava. Ele havia se desfeito praticamente de tudo, exceto da aliança, que guardou junto com a sua em um cofre.

Lucas fez tudo como se pudesse apagar a existência dela. Esse foi o caminho mais fácil para ele, diante da dificuldade em aceitar que, de uma hora para outra, se tornara um jovem viúvo. Olhando agora para as prateleiras vazias, sentiu um alento ao imaginar toda aquela tralha do quarto de Ana espalhada por ali. Um sorriso se ampliou em seus lábios.

– Sonhando acordado? – Ele ouviu Ana atrás de si.

Ana estava usando o roupão dele, e tinha uma toalha enrolada no cabelo. Cheirava a xampu de menta e mulher, e Lucas sentiu o corpo reagir imediatamente. Ele tinha adquirido alguns itens de toalete e abastecido o banheiro no dia em que voltara da casa da mãe. Não imaginava que teria Ana ali novamente, mesmo que sonhasse com isso quando comprara os cosméticos.

– Você encontrou alguma coisa na sua busca? – Ana perguntou, preocupada.

– Sim. Cinco câmeras. Nenhuma escuta.

– Uau... Onde estavam as câmeras? – Ela sentiu uma timidez sem precedentes subir pelo pescoço e aquecer seu rosto. Ficou imaginando quem teria acesso às tais câmeras e o que teriam testemunhado.

– No hall, escritório, sala, cozinha e garagem. Havia um rastreador no carro também.

– Meu Deus...

– Desencana disso agora. Você está melhor? – Ele fez a pergunta de modo gentil. Há pouco ele queria quebrar pescoços alheios enquanto vasculhava a casa, mas quando foi guardar as roupas dela, tudo mudou de repente.

Era o poder que ela tinha de o fazer sentir paz, mesmo depois de ele passar o inferno na terra.

O curioso era que ela também tinha o poder de causar o inferno na terra quando queria.

– Estou me sentindo humana outra vez, Lucas. Essa banheira é tudo de bom!

Ele sorriu e resolveu tomar uma ducha. Enquanto isso, Ana foi até a sacada e ficou um tempo ali, contemplando o mar e imaginando a coragem de Alice em pular daquela altura. Ao longe, as luzes de algumas embarcações se destacavam sob o céu escuro e avermelhado, o prenúncio de um amanhecer ensolarado. Um sentimento de paz e conforto a envolveu, como se ela estivesse...

Em casa.

Durante toda sua vida, ela morou na pousada, um espaço compartilhado com pessoas que chegavam e partiam, mas nunca permaneciam. Por essa razão, ela cresceu sem compreender completamente o conceito de privacidade, mal entendendo o significado da palavra "lar".

Ana não guardava rancor disso; o fato não a incomodava, afinal, aquela era sua vida e estava tudo bem. No entanto, estar na casa de Lucas despertou uma nova ansiedade nela, um desejo de ter não apenas um quarto só para si, mas um lugar, um lar onde quem que ali estivesse não precisasse mais partir.

Enquanto escutava o quebrar das ondas na encosta e pensava sobre essas coisas, ela percebeu a mudança de ar atrás de si. Lucas estava ali, às suas costas, com o aroma inebriante de homem e sabonete.

Ele não fez nenhum ruído, como um gato à espreita, aproximou-se como sempre fazia, mas desta vez não passou despercebido. Ela o sentia. Seu corpo captava sua presença antes mesmo de ele tocá-la; o calor e o aroma viril invadiam seu espaço, assim como ele invadiu toda a sua existência.

Nesse momento, ela recordou que a sacada era um lugar de lembranças ruins para ele e começou a se mover para deixar o local, mas ele a aprisionou, envolvendo-a com as duas mãos na grade, ficando atrás dela. Ela sentiu o hálito dele em sua nuca, depois os lábios, então a língua. A carícia fez descer um arrepio quente por toda a espinha até as partes baixas do seu corpo, acendendo-a. Lentamente e com os dentes, Lucas deslizou o roupão por seu ombro, beijando a pele desnuda numa carícia suave.

Uma das mãos se soltou da grade e se projetou para dentro do roupão preso apenas pelo cinto, e tocou seu ventre enquanto a outra removia a toalha que envolvia seus cabelos. As madeixas caíram como uma cascata úmida nas costas já despidas, e ele afastou os fios do pescoço e mordiscou a veia que pulsava de modo irregular. O roupão finalmente se soltou completamente e foi ao chão, e ela sentiu o corpo nu encostado ao seu, quente, másculo e teso.

Um prazer imenso a envolveu na expectativa das carícias de Lucas, que massageava seu umbigo, brincava com o piercing usando o dedão e lambia a tatuagem em sua nuca. A outra mão desceu pelo corpo feminino até tocar o triângulo de pelos macios, encontrando-o úmido e pronto para recebê-lo. Com um suspiro entrecortado, ele a fez inclinar o corpo para frente enquanto puxava o quadril contra si, e de uma vez, a penetrou por trás.

Ana soltou um gemido esmagado quando o sentiu dentro de si, naquele ponto mágico que só ele alcançava, então se inclinou ainda mais e se apoiou na grade para senti-lo mais profundamente. Ele passou a se mover dentro dela, primeiro devagar, depois mais rápido, por um tempo que pareceu eterno, até que ela o sentiu estremecer e gemer de encontro ao seu ombro, e antes de deixá-la sem uma finalização, ele a tocou intimamente e a levou consigo, envolvendo-a num êxtase tão intenso que ela precisou sustentar o peso do corpo nos braços dele quando suas pernas fraquejaram.

Sacada: check.

Ana sentiu o ar quente que saia dos lábios ofegantes, e o roçar da barba em seu pescoço; a pele úmida de suor e o calor dos braços que a sustentavam a deixavam hiperconsciente do domínio que ele exercia sobre ela. Lucas não precisava se esforçar para controlá-la. Ele a tinha, e por mais que ela lutasse contra, não poderia mais se libertar.

Ele a virou de frente para si e a beijou nos lábios, delicadamente. Ela sorriu e engoliu uma lágrima de emoção. Que sonho era estar ali com ele, sem hora, sem gente para chegar, sem coisas a fazer, a não ser amá-lo e ser dele até o amanhecer.

– Eu amo você, Lucas. Amo seu toque, seu cheiro, você todo; até sua cara de bravo – ele sorriu e ela sorriu de volta – mas o seu sorriso... por Deus, Lucas! Por que vive carrancudo?

– Porque pessoas em geral me irritam.

– Eu te irrito?

– Você principalmente.

– Você não parece irritado agora – ela mantinha o sorriso e o queixo erguido.

– Descobri um jeito de fazer a irritação passar – ele voltou a lamber a curva do seu pescoço, fazendo-a arfar.

– Não sei por que isso parece tanto com uma desculpa... – ela riu quando ele a cutucou nas costelas fazendo cócegas, depois a abraçou com carinho.

– Não é uma desculpa, Ana. Eu amo até o jeito que você me irrita.

Ele a manteve nos braços enquanto permitia que o momento suplantasse suas memórias tristes e transformasse a sacada com uma nova realidade.

Depois de um tempo, uma brisa fresca deixou a pele dela arrepiada, então ele pegou o roupão caído e a envolveu. Ambos seguiram até o closet. Como Ana não tinha nenhuma roupa para dormir, vestiu alguma camiseta dele. Lucas surgiu ao lado dela e vestiu uma cueca samba-canção.

– Onde você colocou as calcinhas que roubou de mim? – Ana perguntou, marota.

– Que calcinhas?

Ela olhou para ele, que tinha um sorriso tão sacana nos lábios que mais uma vez ela lamentou por ele ter um humor tão oscilante. Rindo, entrou no banheiro e começou a abrir os armários.

– Você tem secador de cabelos? – Ela perguntou, vasculhando as prateleiras e apreciando o momento de intimidade como se fossem um casal.

– Não está aí. Alice guardava no outro quarto – ele respondeu com naturalidade.

Ana parou a busca. Lucas nem se dera conta de que estava vaporizando tudo o que Ana acabara de sentir. Angustiada, lamentou por ter sido lembrada de que esse lugar abrigara outra mulher, que estivera incontáveis vezes ali como ela, usando apenas uma camiseta dele, com os cabelos molhados e o corpo lânguido por ter acabado de fazer amor com o mesmo homem.

As definições de "fantasma" foram atualizadas com sucesso.

Lucas entrou no banheiro e viu a mudança na expressão dela. Só então percebeu o deslize.

– Ana, não... por favor, me perdoa! Não pensa nisso – Ele a abraçou – pense só em nós, aqui e agora. Eu estou aqui, e sou totalmente seu.

– Tudo bem, Lucas. Sei que é ridículo sentir ciúmes, mas... Isso é novo para mim, tudo isso é novo demais.

– Quando eu pisar na bola, fala comigo, e se for demais, briga comigo, mas não guarda essas coisas, ok? Eu estou aqui para você, sempre.

Eles desceram juntos até a cozinha e ela notou que ele havia abastecido a geladeira. Havia frutas no balcão e duas garrafas de vinho no nicho do armário. Dessa vez, a casa parecia habitada, a atmosfera era outra e isso tudo era muito bom.

– Ana... – Ele começou, um pouco acanhado – sei que é muito cedo para te propor isso, mas gostaria que você passasse mais tempo aqui comigo.

Ela sorriu, o peito expandido com a possibilidade de brincar de casinha com ele.

– Vamos levando, Lucas.

A aura romântica foi interrompida pelo toque do aparelho de Lucas. Ele saiu da cozinha para atender a ligação, e Ana permaneceu ali, saboreando uma maçã e curiosa em relação ao telefonema.

Lucas foi até a área externa para atender a chamada vinda de um número desconhecido.

– E aí, cara? Beleza? Falei com teu tio sobre a viagem, ele disse que o hotel está sem vaga. Perguntou se você quer que ele faça reserva em outro.

Lucas reconheceu a voz do outro lado da linha e respondeu:

– Não sei, cara, o que você sugere?

– Eu tentaria aquele hotel que você comentou outro dia. Acho que é o mais provável de encontrar alguma vaga legal.

– Você chegou a fazer uma pesquisa?

– Pesquisei sim, pensão completa.

– Certo, e sobre o acompanhante, alguma restrição?

– O custo da hospedagem é pro casal. Faço a reserva?

– Segura um pouco, preciso checar algumas coisas antes. Valeu, cara! – Lucas desligou e suspirou, preocupado.

Qualquer pessoa que ouvisse o diálogo, pensaria que se tratava de um planejamento de viagem, mas era na verdade uma conversa codificada, onde:

Tio = encarregado da investigação;

Viagem = investigação;

Vaga = crime;

Reserva = denúncia;

Hotel = suspeito;

Pensão completa = múltiplos delitos;

Acompanhante = Ana;

Casal = Lucas + Ana.

Traduzindo, a conversa ficaria assim:

"Falei com o encarregado da investigação e não foi encontrado nenhum crime no primeiro suspeito. Você quer que eu investigue o outro suspeito que você mencionou? É bem provável que encontremos algo mais concreto nesse, já que a ficha do sujeito mostra que ele já cometeu vários tipos de delito. Com relação à Ana, existe sim um risco tanto para ela quanto para você. Devo tomar providências?"

O que mais preocupava Lucas agora era que Ana estava no olho do furacão sem saber. Ele já sabia que havia uma pessoa corrupta dentro da polícia colaborando com Diego e Nancy, e agora precisava isolar essa pessoa antes que Ana virasse dano colateral.

Na volta para São Sebastião, Lucas ficou queimando os neurônios para encontrar uma forma de filtrar possíveis suspeitos dentro da delegacia, e o ponto de partida seria encontrar mentirosos ou delatores. Enquanto Ana dormia profundamente no banco do passageiro, ele ligou para Garcia e o atualizou sobre a desconfiança de estar sendo rastreado.

Garcia prontamente se comprometeu a investigar a equipe de segurança do condomínio e alertou o delegado Alencar sobre um possível localizador no SUV de Lucas. Alencar questionou o motivo de Lucas desconfiar estar sob vigilância, e Garcia alegou não compreender o motivo.

Alencar telefonou para Lucas e falou um monte de merdas para ele, mas Lucas não revelou nada sobre estar investigando escondido. Não sabia em quem podia confiar, então lançou iscas e ficou aguardando quem se enrolaria no anzol.

A estratégia foi solicitar informações em sigilo para o pessoal da perícia: Lívia Sanches e André Morato, e para outro policial transferido há dois anos, o investigador Paulo Souza. Lucas jogou um papo paralelo para o escrivão e plantou uma mentira qualquer para o agente mais novo da Civil. Garcia ficaria de olho nas conversas paralelas e informaria Lucas sobre qualquer suspeita. Por onde vazasse informações e quem viesse com a primeira mentira, seria o suspeito número um.

Por enquanto, apenas um dos policiais vinha se mostrando o mais prestativo entre todos, e se tornou uma peça-chave para reunir as informações de maneira coerente sem levantar suspeitas, além de estar pronto a tomar alguma atitude mais drástica antes do pior acontecer. Pelo menos Lucas não se sentia mais tão isolado nessa história.

– Quem era? – Ana surgiu no batente da porta.

Lucas olhou para ela e não respondeu. Ana entendeu o recado, ele não ia falar, e ela teria que se acostumar com isso a partir de agora. Seria por isso que Ricardo dizia que Lucas não deixava ninguém se aproximar?

Podia até ser, e aparentemente não havia muito o que fazer. Ana imaginava o quão difícil devia ser para Lucas guardar tudo dentro de si e ver a dúvida e a desconfiança crescerem ao redor como erva daninha, mas com ela seria diferente, ela ia arrumar um jeito desse silêncio não os distanciar.

– Vem, vamos pra cama – ela o convidou estendendo a mão. Ele respirou aliviado por ela não insistir em obter respostas. Eles foram para o quarto e adormeceram nos braços um do outro, esperançosos de que, no fim, tudo daria certo.

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