16 - Espaço Seguro ❣️
Olá! Essa é a continuação do capítulo (e do ato) anterior, aviso que aqui também tem descrição de cenas de sexo explícito. Se o conteúdo te constrange, pule para o final do capítulo. Pra quem pula, boa leitura. Pra quem fica, boa diversão!
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Ana seguiu Lucas escada acima. Já no quarto, fechou a porta e se apoiou nela, aguardando, convidando-o a continuar. Lucas cobriu a distância e a pressionou contra a porta usando o próprio corpo. Sua boca buscou a dela enquanto suas mãos a contornavam e retiravam-lhe a blusa.
Mais uma vez ela estava sem sutiã. Quando os seios ficaram à mostra, Lucas os segurou com as mãos e, com os polegares, contornou as auréolas e os piercings.
– Eu fiquei maluco com isso aqui, Ana. Achei demais! – Ele segurou uma das joias entre o polegar e o indicador e deu pequenas puxadas enquanto capturava o outro bico com a boca. A carícia delicada fez Ana gemer e arquear o corpo.
– Me leva pra cama! – Ela pediu, as pernas moles como geleia.
Com carinho, ele a pegou no colo e a deitou suavemente sobre o colchão. Ali, com extrema delicadeza, removeu a última peça de roupa: a minissaia jeans que o enlouquecia.
– Quero fazer isso direito, Ana.
Ana sentiu o hálito quente das palavras ditas em seu pescoço e seu corpo inteiro se arrepiou. Lucas passou a acariciar a curva do ombro, beijou a tatuagem de triquetra e caminhou com os lábios ao longo do braço. Com os olhos fixos nos dela, trouxe o punho até a boca e lambeu a tatuagem dos pássaros de modo lento e sensual.
– Você tem tara por piercings e tatuagens, playboy? – ela sussurrou com malícia.
Ele mordiscou o punho dela e sorriu.
– Só pelos seus, pequena sereia.
Com um movimento rápido, ele a virou de bruços e passou a lamber a tatuagem da sereia, iniciando pela cauda desenhada no pescoço, e foi descendo com a boca até os cabelos negros da figura mítica que se espalhavam pela cintura delgada. O tremular do corpo moreno com a carícia ampliava seu prazer.
Ana sentia cada toque como se a pele estivesse em carne viva. Quando ele chegou a uma frase escrita em latim na base do quadril e se deteve por um tempo maior em carícias molhadas, ela começou a ficar impaciente e tentou se virar para ele, mas ele segurou o corpo dela contra o colchão.
– Sem pressa, garota da pousada...
O murmúrio a aqueceu, agora na base do glúteo. Por estar de bruços e não poder antecipar os movimentos dele, tudo ficava ainda mais excitante. Ela engoliu um soluço quando a mão dele se projetou para o meio de suas pernas e pressionou a região íntima com a ponta dos dedos, e arfou com o chupão que ele deu em uma das nádegas.
– Lucas...
– Shhh... – ele soprou no meio das coxas e continuou usando o ar para excitá-la ainda mais.
Voluntariamente, Ana soltou as pernas. Lucas as empurrou e abriu espaço, então colocou a boca onde estavam os dedos, se deleitando na umidade gelatinosa. Ela se encolheu, mas ele segurou o corpo dela com ambas as mãos, apertando as nádegas enquanto enterrava a língua no centro feminino. Quando ele subiu com a língua, escorregou pelo períneo e a tocou num ponto nunca antes tocado, ela abafou um gemido no travesseiro, achando que poderia morrer com o misto de timidez e volúpia que o gesto desencadeou.
Ele acrescentou os dedos à carícia, massageando-a por dentro e por fora. Os toques provocantes e a dupla estimulação a levaram rapidamente à borda do prazer, até que um ruído rouco e o contorcer das pernas evidenciaram o orgasmo. Ele segurou o corpo dela, prolongando o momento ao máximo até que ela não suportou a sensibilidade e se afastou. Então ele aproveitou o instante para remover as roupas e colocar o preservativo, depois se deitou e cobriu o corpo ainda trêmulo.
Ana sentiu o calor e o peso dele nas costas, e a ereção entre as nádegas lhe despertou novamente a luxúria. Lucas queria amá-la do jeito certo e sem pressa, então seus movimentos eram mais lentos e bem planejados. Ele se demorou roçando o corpo ao dela, provocando, aumentando a espera.
Quando os dentes dele se fincaram em seu ombro, ela pensou em todos os momentos de intimidade que já vivenciara, e concluiu que nenhuma experiência anterior poderia se comparar ao que Lucas despertava em seu corpo. Ela sequer sabia o que era desejar um homem antes dele, e a forma como ele fazia tudo, cada toque e cada carícia, revelavam o amante experiente que ele era.
Tal constatação a deixou enciumada, mas o calor do hálito quente dele em sua nuca a enviou de volta a um estado de ânsia incontida. Ela tentou novamente reagir e começou a ficar deliciosamente irritada com a expectativa prolongada.
– Porra, playboy...
– Tão apressada... – ele colocou as mãos uma de cada lado do corpo feminino e deslizou as palmas contornando a cintura, subiu pelas axilas e os braços até chegar nas mãos estendidas sobre o travesseiro, então entrelaçou os dedos aos dela com firmeza e apertou – Aqui e agora?
– Vai, Lucas!
Ele sorriu com a lembrança dela gritando essa mesma frase enquanto ele aprendia a surfar. Naquele momento, enquanto deslizava sobre as ondas e obedecia às instruções, jamais poderia prever que estaria deslizando sobre o corpo dela agora. Sem mais demora, ele afastou mais as pernas dela com o joelho e a penetrou de uma vez, de modo firme e profundo.
Ana, que já estava mais do que dilatada e pronta para recebê-lo, não tinha como antecipar o prazer que sentiu quando ele a tocou bem no fundo nesta posição. O espasmo foi tão intenso que o som que saiu de sua garganta a surpreendeu pela altura e textura. Ela afundou o rosto no travesseiro e quando ele investiu mais uma vez e mais fundo, ela teve certeza de que machucou a palma das mãos com as próprias unhas.
– Gostosa pra caralho! – ele grunhiu.
O hálito quente foi sentido agora na orelha, mas Ana não percebeu tanto disso porque todos os seus sentidos estavam concentrados nos movimentos firmes das estocadas, cada vez mais rápidas, cada vez mais ao fundo dela. O ponto de máximo prazer, tocado repetidamente pelas investidas a fez cavalgar mais rápido em direção ao segundo orgasmo. Quando ela soltou mais um grito entrecortado, sentiu ele se abandonar dentro dela.
Quando os espasmos diminuíram, ela percebeu o peito dele colado em suas costas, e uma camada de suor antes ignorada fez sua pele escorregar e pinicar. Ela se moveu enquanto ele deslizava de cima dela e tombava de barriga para cima, o peito subindo e descendo na tentativa de recuperar o ar.
— Lucas... meu Deus, o que foi isso...? — Ana se deitou de lado e espalmou o peito arfante dele, que virou a cabeça e a olhou bem dentro dos olhos. Como sempre, o impacto verde derreteu tudo dentro dela.
– Não sei o que fazer com tudo isso, Ana. Você me enlouquece...
Ela sentiu o peito inflar. Mesmo que não entendesse o que era, não podia mais negar o fascínio crescente por esse homem desconhecido, lindo e absurdamente irresistível.
– Cala a boca e me beija – ela ordenou enquanto escalava o corpo dele.
A noite estava longe de terminar.
≈
Ana acordou assustada sob o braço de Lucas. Levou alguns segundos para se situar e lembrar de onde estava, então se deu conta de que não voltara para o próprio quarto.
– Droga! – murmurou baixinho e tentou se desvencilhar do abraço sem acordá-lo.
Pegou as roupas no chão e começou a se vestir, mas não encontrou a calcinha. Enquanto terminava de colocar a saia, observava Lucas dormindo. A testa franzida e os lábios que se moviam sem som indicavam que ele estava sonhando. Ela se aproximou com uma vontade repentina de acariciar os cabelos revoltos, até que um sussurro escapou dos lábios adormecidos.
– Alice...
Como se tivesse levado um choque, ela recolheu a mão. Aborrecida, deixou o quarto em silêncio. Enquanto caminhava lentamente pelo corredor, aquela sensação de peito inchado começou a incomodar, e uma pressão nova e estranha transformou o calor em frio dentro dela.
Nesse momento, ela se lembrou de que não sabia nada sobre Lucas. Ela sequer se preocupara em saber. As lacunas não preenchidas da ficha de check-in vieram à sua mente, informações negligenciadas e esquecidas porque ela tivera medo de checar. Seria ele casado? Comprometido? Estaria apaixonado por outro alguém? Por aquela tal de Alice? Era por causa dela que ele era um amante tão impressionante?
"O que você estava pensando? Se enfiou na cama de um homem que acabou de conhecer, sua doida!"
Aos poucos, a constatação de que o sexo casual se transformou em outra coisa no meio da noite a encheu de tristeza. Não era para ser assim. Era apenas para ser divertido, uma experiência nova, nada além disso. Ela não sabia em que momento alguma coisa mudara.
Quando chegou ao próprio quarto, se jogou na cama com roupa e tudo - menos a calcinha que ela não sabia onde tinha ido parar. Ainda restavam algumas horas antes do amanhecer. Um desânimo a atingiu e seus olhos começaram a arder. Uma única lágrima escorreu por sua têmpora e se perdeu na fronha do travesseiro.
Era surreal se sentir tão triste por causa de um quase estranho.
≈
Alice caminhava em direção a Lucas. A camisola fina e transparente se movia com o mesmo vento que fazia os longos cabelos ondularem. Os passos eram lentos e sensuais, e quando ela chegou bem perto, colou os lábios aos dele com volúpia.
Lucas abriu a boca para receber a língua dela, porém algo parecia errado. Um cheiro conhecido, ferroso e salgado o envolveu, e o aroma invadiu suas narinas e mudou o sabor do beijo.
Alarmado, abriu os olhos e se deparou com um cenário perturbador. Aos pés de Alice, um vulto jazia imóvel numa poça de sangue. Era de uma mulher de cabelos ondulados e emaranhados, os fios cobriam parte do corpo e estavam cheios de areia.
Lucas sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao perceber que algo terrível acontecera ali. Ele tentou processar a cena, mas a mente estava confusa.
– Alice...
– Ela não vai tirar você de mim! Você é meu, entendeu?
– O que você fez?
Lucas se curvou ao lado da mulher caída, o medo de revelar a identidade da vítima era paralisante. Ele olhou mais uma vez para Alice, que o fitava de cima, depois virou o corpo caído e se deparou com o rosto conhecido.
Era a face da própria esposa, Alice, que já não estava mais em pé ao seu lado.
Lucas despertou agitado. O ar não parecia suficiente, o corpo estava paralisado, com exceção da sua mão direita, que tremulava sem controle. O suor cobria seu corpo ainda nu, e ele procurou regular a respiração, mas demorou um pouco até que o torpor se desfizesse.
Ele não esperava por isso. Pelo jeito, o sexo não era a solução definitiva para calar os pesadelos, este último bem diferente dos anteriores. O coração ainda pulsava como se tivesse medo de parar subitamente, nos ouvidos, um zumbido constante o isolava numa caixa pressurizada pela angústia, e o cansaço, tão extenuante e comum depois dos pesadelos, o envolveu como uma sombra perversa. Ele abriu e fechou os olhos repetidas vezes, abalado pela mistura de emoções que o sonho e a realidade trouxeram.
Ainda confuso, estendeu a mão à procura de Ana e ficou desapontado por não a encontrar ao seu lado. Talvez, se ela estivesse ali, tudo seria mais fácil. Mas era apenas um "talvez" que estava muito mais relacionado à noite impressionante que passara ao lado dela. Chateado, esfregou os olhos e se sentou na cama, o coração voltando lentamente ao ritmo. O desânimo o impeliu a se deitar e deixar que tudo desaparecesse, mas isso não ia acontecer, não com ele.
Até em seus sonhos, Alice conseguia envenenar qualquer chance de liberdade que Lucas pudesse almejar.
Irritado, saltou da cama, colocou a bermuda e foi até a sacada. O leve clarear do horizonte indicava que o amanhecer estava próximo. O aroma de Ana ainda estava impregnado em si, e a memória da noite intensa de paixão que compartilharam o acalentava e acalmava.
O efeito Ana vinha causando um alvoroço dentro dele. Ela era a personificação da liberdade, tão espontânea e tão singular que chegava a assustar, porque ela simplesmente seguia os próprios desejos e impulsos, e o incluía nisso. Ele nunca conheceu alguém tão livre de artificialidade, manipulação ou falsidade.
Ele sabia, porém, que não era uma boa ideia deixar isso crescer. Precisava estabelecer um espaço seguro entre eles, pois tinha planos de partir em breve e não podia criar falsas expectativas, nem nela, nem em si mesmo. Fatalmente uma hora eles seguiriam por caminhos separados, e depois da noite que tiveram, ele precisava pensar em como abordar esse assunto delicado com ela.
A verdade era que ele não devia ter deixado a coisa avançar tanto, mas estava alucinado, desesperado por ela. Certa vez leu em um livro de filosofia a respeito dos desejos do corpo e como alguns deles eram capazes de nublar a capacidade de raciocínio de um homem, e assumiu que foi exatamente o que Ana fez com ele desde que se aproximaram. Ele sempre foi frio, controlado e consciente de cada passo que dava, mas ela conseguia tirá-lo completamente do prumo.
Lucas ficou na sacada até que o céu clareasse totalmente. Antônio provavelmente já abrira a pousada, então, para espairecer, pegou a prancha no canto do quarto e decidiu ir até a praia treinar o que aprendera com Ana. O céu sem nuvens indicava que em breve esquentaria bastante.
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Se estiverem gostando, não se esqueçam de deixar suas lindas estrelinhas, e comentem, gostaria de saber o que estão achando da história!
Bjs.
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