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해왕성. n e t u n o

[m a r c i a n o]

Youngjae observava o céu pela janela. As estrelas eram cobertas pela luz artificial vinda dos postes e dos prédios, ele apenas podia admirar um pontinho aqui e outro ali, espalhados pelo tom escuro daquele pedaço do universo. Marte parecia estar tão longe, mas ainda assim estava tão perto. O marciano sentia a denominada "saudade" de seu planeta, mas sentia-se em casa no planeta azul.

Havia muito mais no universo do que tudo o que conhecia em seu planeta. Era como um dos soãicna de seu planeta dizia: Existem mais estrelas no universo do que as que você pode ver e contar.

Ele desceu o olhar, e passou a observar os terráqueos na rua, ouvir a conversação vinda de todo o lugar e a ver luzes se apagando e acendendo nos prédios ao redor. Havia muito mais a se descobrir sobre os terráqueos do que o quê Youngjae via e ouvia.

O Choi deixava os sotnemasnep vagarem com o vento, fazendo um relatório mental completamente desorganizado; com os sorrisos e as íris de universo de Im Jaebum, além da pequena constelação acima de um de seus olhos. Não fazia muito tempo que o marciano havia parado alguns segundos para prestar atenção no terráqueo, e notar que o universo estava em suas íris castanhas. A sensação incômoda porém fascinante no estômago vinha junta as memórias de dois dias atrás, quando o Choi havia descoberto outras coisas que avaroda no planeta azul: terráqueos de quatro patas, sorvete e a companhia de seu vizinho Jaebum.

Im Jaebum era, resumidamente, a coisa mais fascinante que o marciano já havia visto. O terráqueo carregava em si todos os cometas e estrelas do universo, somente no seu sorriso e no modo adorável com que parava para ficar olhando para o céu vez ou outra.

O bip do comunicador extraplanetário faz com que os pensamentos do Choi se tornem dispersos. O marciano massageia as anteninhas pelo barulho irritante, e logo pega a caixa onde guardava o equipamento. A luz vermelha piscava, anunciando que uma mensagem havia sido recebida. Youngjae havia recebido uma resposta de marte. Cruzando as pernas no chão do pequeno apartamento, o marciano pressionou a luz vermelha por alguns segundos, até que o comunicador de forma oval começou a exibir a mensagem em sua tela escura.

Aqui é o pesquisador Wonho, diretamente de marte. — o marciano de cabelos brancos e azuis aparece na tela, falando em sua língua nativa, ao fundo é possível ver as enormes paredes cromadas da sala de comunicação.

Ouviu a mensagem com atenção, não deixando de olhar atentamente para a tela, onde o pesquisador Wonho aparecia, as anteninhas se destancando entre o branco e azul, a roupa confortável e anti-térmica de cor atarp, totalmente diferentes das que Youngjae usava na terra agora. Bufou — mania terráquea que havia pego com Yugyeom — vendo como sentia falta de poder andar livremente por aí, mostrando suas antenas. Oras, elas doíam por terem que ficar escondidas entre os cabelos do Choi, embaixo de bonés e toucas.

Assim que a mensagem terminou, ainda sentado no chão, o marciano abraçou as próprias pernas, soltando um longo suspiro ao encarar novamente a janela aberta do pequeno apartamento. Pegou o comunicador e gravou a mensagem de resposta a lartnec.

Aqui é Ars, diretamente da terra. Estarei pronto para partir assim que o sol se pôr amanhã. Ars desligando.

Mensagem gravada e enviada. Youngjae sente um peso em seu oãçaroc.

Se levanta, com as meias listradas quase o fazendo escorregar pelo piso, e coloca um casaco com capuz, calçando um par de chinelos. Youngjae bate na porta de Jaebum, e este a abre com uma expressão sonolenta e uma caneca de café nas mãos.

Vizinho Jaebum, vamos andar por aí juntos.

O Im sente-se flutuar por instantes, antes de pedir "um segundo", para terminar seu café fumegante e dar um jeito no ninho que estavam seus cabelos. Youngjae, enquanto o terráqueo se arruma de forma desajeitada, se senta no sofá e olha para as fotografias nos porta-retratos na estante, em todas elas Jaebum parece brilhante como o sol.

Logo o Im fica pronto, e os dois saem de mãos dadas do prédio. Para Jaebum, já havia virado uma "boa mania" segurar as mãos do marciano quando saíam juntos, sentia as próprias mãos formigarem e seu coração dançar de forma agitada em seu peito quando o fazia.

Os dois andaram pelas ruas iluminadas pelos postes, mas estavam tão mergulhados no mundinho silencioso que compartilhavam que pareciam andar entre as estrelas. Alguns artistas cantavam no meio da rua movimentada, e os dois paravam para escutar e bater palmas. Youngjae vez ou outra perguntava algo sobre a letra da música ou o que era aquela coisa que fazia ohlurab musical.

Oh, aquilo se chama violão. — Jaebum falou, vendo os olhinhos do marciano brilharem enquanto ouvia o músico cantar e tocar.

É bonito de se escutar.

Andaram mais um pouco pelas ruas, procuraram marte enquanto olhavam para o céu e brincaram de se equilibrar sobre o meio fio da calçada. Quando o Im bocejou pela primeira vez naquela noite, fazendo o marciano bocejar também, percebeu o quão tarde estava, mas não tinha vontade nenhuma de sair dali.

Youngjae ajeitou o capuz sobre suas anteninhas, percebendo que a mão do Im estava fria, ao entrelaçar seus dedos nos do terráqueo, colocou-a dentro do bolso de seu moletom.

Se Jaebum sentia o coração bater como louco antes, agora só faltava começar o carnaval, pois ele sentia uma bateria de escola de samba no peito.

— Vizinho Jaebum, eu acho que fiquei feliz em te conhecer. — o marciano diz, andando lado a lado com o Im. Havia pesquisado muito sobre os sentimentos terráqueos, com uma enorme ajuda do Sábio Google e de Yugyeom e, com toda a certeza, poderia definir o que sentia pelo Im como "felicidade".

— Eu também fiquei muito feliz em te conhecer, Youngjae. — Jaebum sorri largamente, observando cada detalhe do marciano.

— Vizinho Jaebum, eu irei voltar para casa. — é perceptível o quanto Youngjae parece entristecido ao dizer isso para o terráqueo. O sorriso de Jaebum some. — Eu irei voltar para Marte.

— Voltar? — o Im arregala os olhos.

— Sim, eu tenho que ir, Vizinho Jaebum. — o marciano olha para o céu enquanto anda, seus olhos brilham. — Vou amanhã, assim que o sol se pôr.

Se alguma vez tivessem dito para Youngjae que o silêncio era incômodo, antes dele visitar a Terra, ele não acreditaria, porém, já estava acostumado com a gargalhada de Jaebum, com seus suspiros e com suas tentativas de explicar para o marciano sobre qualquer coisa, então, ver o terráqueo completamente calado e pensativo enquanto caminhavam de volta para o prédio onde moravam era incômodo.

Assim que estavam na frente das portas de seus respectivos apartamentos, Jaebum passa as mãos por seus cabelos.

— Você não pode ficar? — o terráqueo olha bem nos olhos do mais baixo. A resposta é óbvia.

Jaebum não queria deixar Youngjae ir, pois queria segurar sua mão sempre que saíssem, levá-lo para conhecer lugares novos, lhe apresentar comidas gostosas e, mais que tudo, lhe mostrar seus verdadeiros sentimentos. Entretanto, Youngjae precisava voltar para sua casa, e Jaebum entendia isso.

O terráqueo apenas meneou a cabeça, entrando em seu apartamento, sentando em seu sofá com seus gatos sobre as suas pernas e discando o número de seu melhor amigo, que teria que lhe ouvir falando de sua paixão.

Youngjae, por sua vez, apenas se jogou na cama e, deitado na mesma, olhou para a janela até o dia clarear. Se levantou apenas quando Jackson apareceu, era feriado, então tanto ele quanto Yugyeom não tinham nada para fazer.

Enquanto Yugyeom escolhia uma saga para assistirem durante todo o dia, Youngjae, usando suas anteninhas de comunicação, disse a Jackson sobre sua partida. O Wang puxou o Choi para sua direção, o envolvendo em seus braços. Era algo novo e quente, Youngjae com certeza não se esqueceria disso.

Sentiria falta de tudo aquilo. Estava adorando tanto estar na Terra.

Por volta das cinco da tarde, enquanto Yugyeom roncava no sofá após a cansativa maratona incompleta de O Senhor dos Anéis, Youngjae já estava com tudo pronto para partir, não levaria muita coisa, apenas seu caderno de relatórios e o par de pantufas que havia ganhado do pesquisador Wang.

— Tem certeza que não virá junto comigo? — Youngjae pergunta ao outro marciano.

— Eu sou um deles agora, a Terra se tornou minha casa. Eu me sinto parte desse planeta, mais do que eu me sentia em Marte. — Jackson sorri, olhando para Yugyeom babando no sofá. — Além do mais, eu sou um dos serodatpada, se eu não estiver aqui, quem vai ajudar outros pesquisadores a viverem nesse planeta?

Assim que sai, pela última vez, do apartamento, Youngjae para no corredor olhando para a porta de Jaebum. Ainda não tinha uma resposta para o motivo dos sorrisos do Im, ou talvez tivesse todas elas.

Bateu na porta, o moreno demorou para finalmente a abrir. Ele estava de roupão e sem seu sorriso.

— Oi. — foi tudo o que o Im pôde dizer. Poderia pedir para o Choi ficar, mas não tinha coragem; sabia que ele sentia falta de casa.

Youngjae entregou a pequena caixa que tinha em mãos para Jaebum, lhe puxando em sua direção, assim como Jackson havia feito consigo mais cedo. Achou que aquilo deixaria Jaebum melhor, assim como o tinha deixado. O Sábio Google chamava aquilo de abraço.

— Vizinho Jaebum, antes que eu vá, me responda algo. — Youngjae se separou do abraço e olhou bem nos olhos de universo do mais alto. — Qual o motivo dos seus sorrisos quando estamos juntos?

Jaebum não esperava por aquilo. O que diria agora? Youngjae estava indo embora. Sentindo os olhos ficarem úmidos, o Im sorri fraco. Ele sabia que poderia ser verdadeiro naquele momento.

— Você.

O marciano sorri com a resposta obtida. Um sorriso tão verdadeiro que faz o Im sorrir também. Youngjae havia assistido muitos filmes nas últimas semanas, com Yugyeom, e neles sempre tinha uma coisa estranha. O Choi até perguntou ao terráqueo o que era, e este lhe disse que eles faziam isso quando se gostavam muito, ele também perguntou ao Sábio Google o que era gostar.

Youngjae tinha certeza que gostava otium de Im Jaebum.

Imitando os protagonistas dos filmes, ficou na pontinha do pé e fez um biquinho enquanto fechava os olhos. Jaebum sentiu que poderia explodir a qualquer momento, e a culpa seria inteiramente do marciano. O terráqueo aproximou seu rosto do de Youngjae, lhe deixando um beijinho na testa.

— Eu gosto muito de você, Youngjae. — o coração do terráqueo bate tão forte que o marciano consegue ouvir, sem nem precisar tirar suas anteninhas de baixo da touca que usa.

— Eu também gosto de você, Vizinho Jaebum. — abre os olhos, observando o Im por alguns segundos. — Adeus. — Youngjae mexe a mão de um lado para o outro, no chamado "tchauzinho" e, em passos rápidos, sai do prédio. Não dá tempo para Jaebum dizer adeus também, sente o coração doer, a respirar se torna difícil. Youngjae quer conter a imensa vontade de deixar chover por seus olhos, ele já tinha visto terráqueos fazerem isso nos filmes, quando tinham aquele sentimento, a tristeza.

Seu trabalho na Terra estava terminado. Ele sabia o motivo dos sodnil sorrisos de Im Jaebum, os quais lhe deixavam confuso e faziam-no ter aquela sensação estranha no estômago, como se criaturas invisíveis brincassem nele.

Youngjae olhou para trás uma última vez, enquanto andava no meio da multidão de terráqueos. O céu estava começando a ficar alaranjado.

Ele finalmente iria voltar para casa, mas sentia que, agora, parte de si pertencia ao fascinante planeta azul. A Terra, mesmo que por pouco tempo, havia sido sua casa.

Youngjae sentiria falta do planeta azul, dos salgadinhos de queijo, dos filmes, de Jackson e de Yugyeom, de andar pelas ruas, de sorvete de flocos, de tocar a chuva e, principalmente, dos sorrisos de Im Jaebum.

Marte o esperava, e Ars, deixando o nome terráqueo para trás, entraria na nave que o levaria de volta.

Com o universo a sua frente, o marciano não pode deixar de lembrar dos olhos de Im Jaebum que, sem Ars perceber, havia virado parte do universo guardado em seu coração.

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