Capítulo 37 - Baile de Máscaras
Na quarta-feira antes do baile de máscaras...
– Boa noite amor, cheguei – escuto a voz do James na sala, enquanto eu me enrolava numa toalha.
– Aqui no quarto amor – gritei.
– Tenho uma surpresa para você...
– Surpresa? – saio do banheiro com a toalha enrolada no meu peito e os cabelos presos em um coque alto.
James estava parado perto da porta, com uma caixa grande branca atrás dele. Olho para ele curiosa e me aproximo lentamente dele. Ele coloca a caixa em cima da cama, mas antes que eu olhe o que tem dentro dela, James me puxa para um abraço, e o faz de maneira tão rápida que eu estou nua na frente dele e a toalha molhada no chão do quarto.
– Hum, adoro quando você está úmida assim – James aperta minhas coxas e fala no meu ouvido.
– E é porque você ainda não viu nada – subo a minha perna na dele e olho dentro de seus olhos.
– Espera. Deixa eu te dar logo o seu presente...
– Tudo bem então – me afasto lentamente dele e vejo ele perder uns bons segundos analisando o meu corpo antes de pegar a caixa e me entregar.
– Espero que goste – a caixa não tinha nada em cima, então abri para ver o seu conteúdo. As palavras me fugiram.
Um vestido marfin com detalhes brilhantes. Em cima do vestido uma caixa de jóia, eu coloco a caixa de lado e retiro o tecido delicado e muito bem costurado de dentro. O vestido tinha alças finas segurando um corpete bem apertado e delicado com pequenos pontos de luz. A sai do vestido vinham em camadas suaves e esvoaçantes também marfin. As costas dele eram bem decotadas, mas tinham algumas tiras de brilhantes penduradas.
Me apaixonei pelo vestido à primeira vista...
– James, ele é... Mas é, lindo demais... Como você...
– Eu peguei um dos seus vestidos de noite para me basear no tamanho, então comprei esse vestido. Espero que ele fique bom.
– Ele é lindo demais James. Não precisava...
– Eu sei que não, mas eu quis fazer mesmo assim... – coloquei o vestido em cima da cama com muito cuidado para não amassar e fui dar um abraço no melhor namorado do mundo.
– Obrigada amor. Vou experimentar ele.
E como esperado, ele coube diretinho em mim. E o corpete do vestido, afinava a minha cintura e me fazia ter seios bem redondos e empinadinhos.
– Você está linda – James fala me abraçando por trás. Ele colocou a mão por dentro da fenda do meu vestido que nem eu sabia que existia, enviando ondas de arrepios por todo o meu corpo.
– Você gosta? – pergunto me virando de frente para ele, levantando a perna que dava acesso à fenda, passando a mão por toda a fenda, me abaixando um pouco. Ouvi James engasgar.
– Muito – sua voz toma o ambiente, e se eu tivesse usando uma calcinha ela teria se ensopado nesse exato momento.
Ele se vira e me entrega a outra caixa, que veio junto com o vestido. Dentro tinha dois pontos de luz como brincos e uma gargantilha delicada, dourada e com brilho na ponta. Passos os dedos de leve por aquelas jóias e eu fico abismada com tamanha simplicidade e beleza delas.
– Coloca em mim? – pedi, me virando de costas para ele.
Suas mãos passaram pelo meu pescoço segurando o cordão delicado. O brilhante ficou posto de maneira bonita no centro do meu peito, um pouco acima dos meus seios. Ele começa a beijar as minhas costas expostas pelo vestido e eu fico entregue aos seus lábios suaves e precisos na minha pele.
– Vira – ele pede quando termina de beijar as minhas costas e pescoço. E eu me viro lentamente para ele. – Você está belíssima.
Acho que fico muito vermelha com as palavras dele.
– Eu realmente gostei muito dos presentes amor, obrigada – falo com a cabeça um pouco baixa.
– Você vai ser a mulher mais bonita de lá...
– E você vai ser o cara mais bonito também...
– Agora, vamos tirar você desse vestido antes que eu te arranque de dentro dele e não quero estragar o seu vestido antes do tempo necessário...
– Tão tarado você – eu retiro com cuidado o vestido e o coloco estendido em cima da cama.
– Já como você fez com que eu não pudesse te jogar na cama – ele me toma nos braços – Então eu vou ter que te levar para o banheiro comigo...
– James! Espera, tenho que tirar os brincos e o cordão...
– Deixa, eu gosto assim...
– Tarado!
– Sempre – ele me beija com urgência e me leva para uma sessão quase inacabável de orgasmos no banheiro.
Quando saímos, estávamos tão cansados que nem nos importamos de tirar as coisas de cima da cama, fomos dormir no quarto de hóspedes e eu adormeci antes de chegar lá.
Sexta-feira, na manhã do baile de máscaras...
– Bom dia meu anjo – James me desperta com um beijo na testa. E quando eu abro os olhos ele me dá um selinho leve.
– Bom dia amor – falo, me espreguiçando. Depois de esticar todo o meu corpo, subo em cima do James.
– Acordou disposta hoje? – James fala rindo e segurando as minhas coxas.
– Não, só acho que assim é um jeito bem melhor de levantar para ir no banheiro... – dou uma pequena rebolada em cima dele e James segura os meus quadris.
– Anjo... Você sabe que eu já acordo animado, assim fica mais difícil controlar.
– Hoje é sexta feira, acho que posso chegar um pouquinho atrasada no trab... – James já levantou e me cala com um beijo. E eu adoro como ele parece não se importar com o meu bafo matinal...
Ele retira a camisa que eu estou vestindo e me beija todo o caminho para baixo nas minhas pernas enquanto retira a minha calcinha. Massageando levemente meus clitóris, ele faz seu caminho de volta para a minha boca, passando um tempo a mais pelos meus seios.
Retiro a cueca dele, com a ajuda de James e ele deposita aquele corpo em cima do meu.
– Bom dia – ele vai entrando devagar em mim e eu não consigo nem responder, somente afundo as minhas unhas nas suas costas musculosas e abafo um gemido mordendo meu lábio.
James começa as suas investidas contra mim lentamente e conforme nossos corpos vão aquecendo seu ritmo aumenta. Estamos tão sincronizados que as nossas buscas se encontram, juntos com os nossos gritos e gemidos.
Estava de olhos fechados, sentido meu corpo ficar tenso nos lugares propícios e sentindo o prazer se acumular por todo o meu corpo.
– Não posso segurar mais... – James fala ofegante e eu imediatamente olho para ele.
E quando nossos olhos se encontram, tudo é liberado. Sinto meu corpo todo amolecer e ficar tenso ao mesmo tempo. Sinto a vontade de gritar para ele parar e continuar ao mesmo tempo. Vejo os olhos de James escurecer da maneira que eu mais gosto. Sinto alguma coisa me preencher. O corpo de James coberto com uma fina camada de suor em cima de mim. Nossas respirações irregulares, mas tão regulares juntas.
– Isso foi... Diferente – James fala, ainda dentro de mim e ainda ofegante.
– Pensava que isso fosse difícil de acontecer...
– Eu também... Mas foi muito bom gozar junto com você...
– Com certeza meu amor. Deveríamos fazer isso mais vezes...
– Que tal agora? – James fala e eu já sinto seu pênis tremer dentro de mim...
– Nem adianta usar esses truques amor, porque assim você vai me fazer faltar o trabalho hoje...
– Você descobriu o meu plano do mal...
– Vamos tomar banho, quero aproveitar você mais um pouquinho... – levanto, tremendo um pouco quando James sai de dentro de mim.
Tomamos um banho rápido, mas muito bem tomado juntos, e nos arrumamos. James sempre dava um jeito de esbarrar em mim, ou me alisar de algum jeito. E eu adoro. Estou completamente pronta e James também e partimos para o nosso trabalho.
O dia hoje foi bem corrido e eu ainda tive que almoçar com um cliente, pois o horário estava cheio demais. Mas o Ian, sabendo do evento que tínhamos que ir mais tarde, me liberou mais cedo, ele disse que eu poderia levar trabalho pra casa, e se eu quisesse, ele abriria o escritório amanhã para qualquer eventualidade.
Mas aproveitei que Ian me liberou relativamente cedo e fui num salão fazer as unhas. Elas estavam horrendas. Ia fazer o cabelo também, mas ia demorar demais, então resolvi tentar a minha sorte em casa.
Para a minha surpresa, quando eu cheguei em casa, James já estava lá, sentado no sofá da sala, com o maior dos sorrisos nos lábios. Usava somente um calção e estava sem camisa.
– Pensava que você só ia chegar mais tarde... – falei, depositando um beijo na testa dele.
– É, mas fui resolver umas coisas, e acabei terminando mais cedo do que eu imaginava.
– Ah, tudo bem então – sento ao lado dele no sofá e ponho as minhas pernas em cima das dele. – Você gosta dessa cor? – mostro minhas unhas pintadas de azul escuro para ele.
– Muito... Imagino sua mão envolvendo uma parte minha assim, e essa parte já acordou...
– Isso podemos arranjar – desço os meus dedos para a o botão do seu calção, com um sorriso nos lábios.
– Espera – James segura os meus dedos e me olha nos olhos. – Vamos deixar esse fogo para quando chegarmos do baile, não é melhor? Eu comprei as nossas máscaras...
– Onde estão? – perguntei empolgada... – Mas isso é você que sabe, por mim pode ser antes, durante e depois do baile.
– Por isso que eu amo você. Nunca cansa de mim.
– Cansar de você? Tá maluco amor?
– Acho bom... Mas amor, acho que é melhor nos arrumarmos logo, como a IJJ é uma das colaboradoras, temos que chegar lá cedo...
– Tudo bem então, vou só tomar uma ducha rápida e me arrumar.
– E eu vou buscar as máscaras...
– Deixa que eu vou amor, não é melhor? Afinal, e já estou vestida aqui... E você sem camisa e gostoso não vai sair de casa... Pode deixar, está onde?
– No meu carro – ele pega a chave do bolso e me estende, mas de repente James fica branco e fecha a mão com a chave. – Pode deixar, que eu vou...
– Besteira amor, eu vou, rapidinho estou de volta, nem vou me atrasar muito...
– Não precisa amor, eu mesmo vou...
– Se você insiste James... – estranho, mas prefiro não estressar, se ele quiser ir, que vá.
– Volto já – ele me dá um selinho e pegando uma camisa, sai rapidamente do apartamento.
Eu aproveito que ele saiu e procuro uma lingerie bem bonita para usar com o vestido. Acabo separando uma branca delicada que tenho, com direito a um corpete combinando e tudo, o coloco em cima da cama e vou para o banho. Eu termino de tomar banho e nada do James voltar. Estranho mesmo.
Visto o corpete e a calcinha e pego o vestido pendurado de maneira jeitosa dentro do guarda roupa. Me abaixo para pegar os sapatos azuis que eu pretendo usar.separo tudo numa cadeira que tem no canto do quarto e vou tentar dar um jeito no meu cabelo.
Prendo ele de lado e falo alguns cachos improvisados com a minha prancha. Passo um fixador para que ele fique no lugar e ele está bem comportado na medida do possível... Assim que termino de arrumar o cabelo, James entra no quarto já vestido com a calça e a camisa do terno. E ele está simplesmente delicioso.
– Uau, que coisa mais sexy você... – falo me aproximando dele.
– Você que está linda com esse negócio aqui – ele fala apertando o corpete.
– Por que você não veio se ajeitar aqui?
– Não queria atrapalhar você, e ver você se arrumar é muito excitante, então, para que consigamos chegar na hora, eu preferi me arrumar no outro quarto...
– Ah bom...
– As máscaras estão ali na sala, eu vou buscar para você ver...
– Tudo bem. Vou colocar logo o vestido.
Passo o tecido pelo meu corpo e ajusto tudo no lugar. James entra usando uma máscara azul escura que destaca os seus olhos e me entrega uma menor e mais delicada, mas da mesma cor que a dele.
– Que linda amor! Acho que eu vou querer te ver mais tarde somente com ela – abro um sorriso.
– Agora imaginei você anjo, somente de máscara e salto alto pra mim... Mal posso esperar...
– Pois vamos logo fazer o social nesse baile e vamos voltar logo pra casa, para aproveitarmos o nosso baile de máscaras...
Faço uma maquiagem bem noite e calço os meus sapatos. James também fica pronto e de máscaras colocadas, entramos no carro dele e partimos para a festa.
O baile era uma casa grande de festas. Eu já tinha escutado falar dele milhares de vezes, mas nunca tive a oportunidade de entrar. Assim que saímos do carro, posamos para algumas fotos e entramos no ambiente. Lá era todo climatizado e bem grande. O teto do salão ficava muito alto e a luminária de cristal que estava no meio do salão era belíssima.
O chão era todo de mármore e do lado de fora desse salão estavam as mesas e um bar. Todas as pessoas que estavam lá pareciam muito bem de vida e esbanjavam luxo. Logo abaixo da luminária, estava a pista de dança. Alguns casais dançavam no ritmo da música. James procurava a mãe dele, até que eu a avisto de longe.
Dona Luíza usava um longo vestido prateado, muito elegante e uma máscara também prateada. Puxo o James comigo e vamos falar com ela.
– Luíza! – eu exclamo assim que chegamos perto o suficiente dela.
– Camila! Meu filho! Que bom ver vocês... – ela nos dá um abraço. Ela segura as minhas mãos e as analisa por um tempinho. – Nossa Camila, como você está linda... Que bom que o vestido coube em você direitinho...
– Sim, James realmente me surpreendeu...
– James querido, temos diversos doadores aqui hoje e eles estão loucos para ver você...
– Claro mãe. Onde eles estão?
– Daqui a pouco te levo lá, vamos esperar aqui o seu irmão, ele já deve estar voltando...
– O Ian já está aqui? – James pergunta.
– Sim, ele chegou bem cedo hoje, veio me ajudar com alguns preparativos ainda. Mas está tudo resolvido já...
– E por que a senhora não pediu a minha ajuda mãe? – um garçom passa oferecendo champanhe e eu aceito uma taça.
–Não precisa meu filho, eu sei que você está bem assoberbado com a mudança do trabalho, por causa do seu tornozelo, então preferi nem incomodar você...
– Mas não é incômodo algum mãe... mas já que o Ian resolveu...
– Resolvi o quê? – Ian se aproxima de nós e dá um abraço no irmão.
– Nada não mano – James fala, retribuindo o abraço.
– Camila – Ian vem e me dá um abraço também. – Você está linda – ele fala sorrindo.
– Obrigada Ian, você também está muito lindo... A Bianca não veio com você?
– Ela queria, mas teve que cobrir um plantão de última hora e não conseguiu vir... aposto que ela ia adorar isso daqui...
– Com certeza Ian...
– E vocês chegaram agora?
– Não deve ter muito tempo... Acabamos de encontrar a mamãe, e ela disse que você estava por perto...
– Okay. Vocês querem alguma coisa para beber? Eu estou indo no bar agora...
– Eu vou com você, você vem amor? – falei.
– Ele já alcança vocês. Eu tenho que apresentá-lo para algumas pessoas, tudo bem? – dona Luíza fala, levando meu namorado para longe.
– Ele realmente vem já Camila. Me acompanha até o bar? – Ian pergunta, me estendendo o braço.
– Claro – repouso o eu braço sobre o dele e vamos caminhando até o bar.
James realmente volta rápido, eu ainda nem tinha terminado a minha bebida, e James chega atrás de mim. Conversamos nós três animados e fluentes. James se ausentou por alguns momentos, Ian em outros, mas alguém sempre ficou me acompanhando.
Meus pés começavam a doer um pouco, então fui sentar numa mesa lá de fora. Dona Luíza rouba meu namorado mais uma vez hoje a noite e eu sorrio para os dois. Ian ainda estava ao meu lado, e conversava sobre algumas coisas da empresa, quando de repente ele fala:
– Preciso ir no banheiro Camila. Guarde o meu lugar – ele fala com um sorriso e se levanta da mesa.
Enquanto Ian está no banheiro eu avisto a minha mãe de longe. Eu aceno para ela, que logo me vê e vem na minha direção. Ela está sorrindo de orelha à orelha. Ela usa um vestido preto longo e chanfrado, uma máscara clara. Meu pai vem um pouco atrás dela, de terno escuro, os dois muito elegantes.
– Filha querida! E então?
– Então o quê mãe?
– Então, o que você disse?
– Disse sobre o quê mãe? – perguntei confusa. Minha mãe chega perto de mim e me dá a mão. Ela olha as minhas e depois dá um sorriso nervoso.
– Nada não filha... Esquece, eu confundi... Como você está linda...
– Obrigada mãe, a senhora também... E o senhor também papai – dou um abraço no meu velho.
– Você está linda demais filha – meu pai me dá um beijo na testa.
– Sentem aqui. Como estão as coisas, faz muito tempo que eu não falo com vocês, como vocês estão?
– Estamos ótimos querida. Já estamos organizando o nosso próximo cruzeiro... – minha mãe fala toda animada.
– Que maravilha, e você vão pra onde?
– Ainda não sabemos querida, mas já estamos economizando novamente para quando tivermos uma boa quantia, somente escolher o destino... Eu quero ir para uma praia bem bonita, mas a sua mãe quer ir para um local mais frio...
– Chiques! – brinco com ele. – Mais alguma novidade?
– Eu pensava que você que ia ter uma... – meu pai fala.
– Não pai... Acho que está tudo na mesma mesmo...
– Tem certeza? – ele pergunta.
– Tenho sim pai, mas porquê a pergunta?
– Ah, por que faz muito tempo que não vemos você querida, que eu pai acabou pensando que você ainda tinha alguma coisa para nos falar não é meu bem? – minha mãe fala.
– É, é sim filha, desculpe a intromissão do seu velho aqui.
– Que é isso pai, não é intromissão nenhuma. Eu adoro compartilhar a minha vida com vocês – percebo que os olhos da minha mãe se enchem de água. Ao perceber que eu estou olhando pra ela, ela diz.
– Droga, acho que entrou alguma coisa no meu olho. Você está vendo querido? – ela vira pro meu pai.
– Só um momento querida, para de piscar só um pouco que eu procuro – meu pai assoprou o olho dela e depois o fechou. E quando estava fechado, deu um beijo em cima.
– Obrigada Cláudio.
– Não há de quê querida.
– Filha, você está sabendo que o seu irmão está querendo abrir uma empresa de turismo?
– Não sabia mãe, sério?
– Sim, ele mencionou a idéia que ele teve num almoço que tivemos juntos. Ele pareceu bem empolgado para começar a aprontar tudo...
– Imagino como ele deve estar mesmo.
– Renata, Cláudio que bom que vocês vieram! – dona Luíza fala, se aproximando da mesa.
– Olá Luíza, que bom a ver novamente – minha mãe levanta para falar com ela, dá dois beijinhos no seu rosto.
– Tenho alguns amigos para apresentar para vocês dois. Você vem também Camila?
– Deixa para uma próxima dona Luíza, eu estou descansando um pouco os pés, já acompanho vocês.
– Okay querida – dona Luíza fala.
– Voltamos em breve filha – minha mãe fala.
– Conversamos em breve – meu pai fala, olhando nos meus olhos por um bom tempo e depois me dá um abraço. Meu Deus, como os meus pais estão esquisitos.
Eu avisto Ian conversando com as mesmas pessoas que o James a algumas mesas de distância. Eu estou comendo alguns canapés quando sinto o meu celular vibrar. Era uma mensagem da Bianca.
"Diz que você já aceitou..."
"Aceitei o quê exatamente amiga?"
"Ah, nada não...."
"Bianca, a senhorita pode ir desembuchando o que você sabe. Estão todos agindo esquisito, e eu quero saber o que é."
"Não amiga, não posso contar..."
"Claro que pode. Considere um pedido de desculpas por você não estar aqui do meu lado hoje."
"Ei! eu tive que trabalhar! Você não sabe o que eu faria para estar aí, toda trabalhada no vestido longo me divertindo aí..."
"Então fala Bia linda do meu coração,, diz que sim, vaaai?"
"Só se você me prometer não surtar, e nem dizer que fui eu que te contei."
"Minha boca é um túmulo, o que é?"
"James pediu permissão dos seus pais para casar com você..."
"E como é que você não quer que eu surte com isso?" Eu digito essa mensagem com um sorriso de orelha a orelha. Por isso que todos estavam olhando as minhas mãos. Minha mãe, a mãe do James... Ele vai me pedir em casamento.
"Sei lá amiga. Ele até falou comigo..."
"Sério? E como foi isso?"
"Fica para uma próxima amiga, agora eu tenho que ir, emergência. Depois te conto. Sorry, beijinhos"
Coloco o celular de volta dentro da bolsa e olho diretamente para James. Ele conversa tão distraído com as pessoas ao redor dele. Ele vai me pedir em casamento. E eu não podia estar mais feliz com isso. Apoio o meu queixo em minhas mãos e sorrio bobamente para ele.
Fico imaginando o anel que ele vai me dar. Deve ser tão especial quanto ele. Mas ele poderia me pedir em casamento com um anel de latinha que eu ia aceitar do mesmo jeito.
James está numa conversa com dois senhores de cabelos brancos, e quando percebe que eu estou sozinha, ele quer vir na minha direção, mas eu nego com a cabeça. Eu estou bem sentada aqui, e não quero atrapalhar os negócios dele. E eu estou decidida a passar o resto da minha vida junto dele.
Uma mão segura o meu ombro e eu me viro ainda sorrindo, mas ao ver aquela cachoeira de cachos ruivos, meu sorriso morre e eu fico num mau humor desgraçado.
James não virou para mim nenhuma vez, e eu estava desesperada para que ele olhasse. Eu estava quase gritando para pedir ajuda. Quase.
– Posso sentar aqui? – Marina pergunta parada na minha frente com o seu vestido preto colado e decotado. Ela estava muito bonita, tenho que admitir.
– Na realidade, eu preferiria se você não o fizesse Marina.
– Eu prometo que não vim brigar – ela levanta as mãos em sinal de paz.
– Nossa experiência passada provou que isso não é bem verdade... – falo bem ríspida.
Ela sentou na cadeira do meu lado mesmo assim. Meu sangue ferveu e por alguns segundos eu só enxergava vermelho na minha frente. Por muito pouco mesmo eu não enchi aquela mulher de porrada. Mas como estávamos num baile de caridade, eu respirei fundo algumas vezes e fiz a caridade de não partir a cara dela no meio.
– Tenho que falar com você – até a voz dela me enjoava nesse momento.
– Já que não adiantar negar as coisas pra você não é Marina, então fala logo o que você quer e cai fora.
– Não fale assim comigo, afinal você ainda nem sabe o que eu vou falar...
– Solta logo esse veneno mulher, não estou com a mínima paciência para os seus joguinhos – falo bem irritada.
– Já que James não quer mais me escutar, eu vou falar para você... Ele tem um filho.
Todo o sangue parece sumir do meu corpo, e a cara de felicidade que ela fez por ver o quanto essa notícia me afetou, quase me puxa do choque. Me lembro dela brincando com uma pequena criança ruiva no parque há algum tempo atrás. E como era bem previsível, depois de enfiar a faca, ela tinha que torcer.
– E o filho é meu também...
– Mas você não tinha perdido?
– Isso não é da sua conta, mas ele é a cópia do James, educado e bonito como o pai.
– Como também não era da minha conta saber disso, se o James não quer saber de você, isso não é problema meu... Mas pelo menos não herdou o mau caráter de você. Uma criança não merece ser assim – falo com a cabeça zunindo de pensamentos. – Agora se você acabou de falar as suas mentiras, ou sei lá o que sejam, eu tenho coisa melhor pra fazer do que ficar aqui conversando com você.
Levanto da mesa e vou diretamente para o bar. Ela não me segue, para a minha alegria. James finalmente olha na minha direção e me segue para o bar. Finalmente ele atendeu as minhas súplicas silenciosas. Peço uma dose de alguma coisa forte para o bartender.
– O que aconteceu meu amor? Parece que comeu alguma coisa estragada... Você está com uma cara – ele fala beijando de leve o meu pescoço.
– Sua ex amor, ela tem esse dom de trazer essa minha cara à tona.
– Marina? Onde ela está? E o que ela queria com você?
– Espalhar mentiras, mas nem me abalei – menti virando o líquido escuro. Pedi outra dose ao garçom. – Só preciso de mais umas duas dessas e dançar. Você quer vir?
– Claro que eu vou com você. Vou só falar com a minha mãe um momento.
– Claro amor, te espero na pista de dança.
Tomo mais três copos e me sentindo um pouco mais zonza e leve vou sozinha para a pista de dança. Está tocando uma música animada e eu me mexo devagar. James chega atrás de mim alguns momentos depois ofegante.
– Assim não dá amor... Esse vestido e você assim, vou ter que me controlar para não tirar a sua roupa aqui no meio do salão.
– Comporte-se, estamos no meio de uma festa da alta sociedade...
– Você que está uma coisa de louco com essa fenda no seu vestido e esse cabelo selvagem, você está atraindo muito olhares.
– Mas eu só quero o seu olhar...
Passo os meus braços pelo seu pescoço e começamos a nos movimentar ao som de uma melodia suave e lenta. Mesmo estando nos braços dele, não consigo relaxar. E se essa vaca estiver falando a verdade? E se eu estiver impedindo o James de ficar junto do filho dele?
Olhei para a minha frente e vi uma Marina com o rosto vermelho de raiva, combinando perfeitamente com os seus cabelos. E só de ver ela furiosa assim, fiquei mais feliz. E se ela tiver realmente falando a verdade, não vou ser eu que vou impedir ele de conhecer o filho. Mas isso é um assunto só para amanhã. Amanhã eu digo tudo para o James e ele decide o que vai querer fazer...
Uma salsa começa a tocar. James abre um sorriso malicioso e me olha de canto de olho.
– Quer dar um motivo para eles realmente olharem?
– Você vai dançar?
– Pode apostar, quero ver como essa fenda vai se comportar na dança.
– Então, segue meus passos, que vamos dançar agora.
James cola seu corpo ao meu e começa a me guiar naquela dança que me deixava com um tesão louco. Rodopios, a mão dele me segurando com firmeza, o cheiro dele que tomou os meus sentidos, sua mão repousava em lugares estratégicos no meu corpo e eu só sentia mais vontade.
Quando a música terminou, James segurava a minha coxa livre pela fenda, a outra mão segurava com firmeza a base da minha coluna, meus dois braços estavam ao redor do seu pescoço. Algumas pessoas que estavam ao nosso redor aplaudiram. Agradecemos com sorriso, mas permanecemos abraçados, eu tinha que esconder a ereção violenta dele.
Aos poucos as nossas respirações se acalmaram, e James se acalmou lá também.
– Você quer água, ou alguma coisa? – James pergunta no meu ouvido.
– Água não seria uma má idéia... – falo desenlaçando meus braços do pescoço dele.
James vai buscar a água e eu fico ainda dançando na pista de dança. O efeito do álcool começa a pesar um pouco sobre mim, mas eu me controlo. Vejo dona Luíza de longe conversando com uma pessoa estranhamente familiar. Ela segura na mão dele e sai de fininho do salão. Eita dona Luíza!
O cara que ela estava acompanhando era bem alto e usava uma máscara que cobria todo o seu rosto e parte dos cabelos, a iluminação dali não me permitiu ver quem era o rapaz. Será que ele estava ajudando ela a superar a morte do ai do James?
Espero que sim, a dona Luíza merece ser feliz.
Começa a tocar uma música que eu gosto muito então me solto um pouco mais. Sinto mãos quentes na minha cintura. E antes que eu possa me virar para descobrir quem é, a pessoa fala.
– Então finalmente você vai descobrir quem eu sou – a escolha de palavras, a voz quente e familiar me arrepia completamente. Não consigo gritar, não consigo correr. Estou parada no chão e totalmente chocada com o dono da voz.
– CUIDADO! – uma voz grita ao meu lado e sou jogada imediatamente no chão, com um impacto forte.
Quando abro os olhos depois do impacto vejo a luminária cair ao chão, se quebrando em milhares de pedaços minúsculos e voando para todos os lados. Instintivamente cubro meus olhos, mas sinto as batatas de minha perna queimarem.
Quando eu olho para elas, vejo que estão cobertas com pequenos cortes e esses sagram muito. É nesse momento que eu percebo que ainda tem uma mão me envolvendo, eu tento me afastar dele, mesmo que para isso eu tenha que me aproximar dos milhares cacos de cristal no chão.
A mão que estava na minha cintura me puxa para mais próximo dele e sinto uma coisa dura nas minhas costas.
– Nenhum movimento, nenhum pio. Isso é uma arma e eu não tenho medo de usá-la. Vamos sair daqui agora.
Somente concordo e me levanto, cortando a minha mão por me apoiar no chão. O salão agora estava um alvoroço. Pessoas correndo, gritando e sangrando. Ele vai me levando para fora do salão e quando eu avisto James de longe e penso em gritar, ele cobre a minha mão.
– Mas você é uma menina muito má. Eu disse sem dar nenhum pio. Você pensa que eu não atiro em você? Ou melhor, que não atiro nele?
Meus olhos arregalaram e se enchem de lágrimas. Porque que isso estava acontecendo, porque logo ele? Eu nunca tinha percebido nenhum comportamento estranho dele.
– Você perdeu a sua chance de ir ao meu lado apreciando a vista...
Ele afrouxa um pouco o seu aperto e eu aproveito o momento para tentar fugir. Tudo o que eu conseguia pensar no momento era estar nos braços do James. Então eu dou um pisão no seu pé, e uma cabeçada com toda a força que consegui juntar no seu nariz. Corro com toda a velocidade que reuni para o bar, onde eu esperava encontrar o James.
E eu o encontrei, ele estava vindo para o salão,confuso por toda aquela gritaria.
– James! – grito antes de sentir o impacto contra a minha cabeça. Estou meio zonza, mas ainda de pé.
Eu olho para James e ele está a procura de alguma pessoa em meio as que tinham na pista de dança, ele estava a minha procura. Aqui James, eu estou aqui...
– Não devia ter feito isso – um pano molhado encosta na minha boca e eu vou perdendo os sentidos. Queria tanto que o James pudesse me ver. Queria tanto que ele viesse por mim. Ainda tínhamos tanta coisa para passar juntos. E ele ainda nem tinha pedido.
E antes de adormecer completamente, eu vejo uma última vez os olhos da pessoa que estava fazendo isso comigo.
Os olhos tão familiares.
Os olhos azuis iguais ao de James.
Os olhos azuis familiares do Ian.
Boa madrugada pessoal!!!! Finalmente vocês descobriram quem é. Desculpem se você acharam que era uma outra pessoa, mas eu desde o começo do livro pensava no Ian, então pleeease não fiquem chateadas comigo Também tenho que pedir desculpas pelos possíveis erros no capítulo. Escrever as duas da manhã não é o meu forte, então relevem qualquer coisa <3 E agora, o que vai acontecer? Desculpem a demora para postar, mas é que eu estava extremamente ocupada ;D Mas e aí, o que acharam da revelação? Se vocês gostaram não se esqueçam de votar e comentar aqui ^^ Beijos amores, e estamos muito perto do fim, então apertem os cintos, que agora vão ser revelações atrás de revelações ;D Um bom restinho de final de semana pra vocês e tenham uma semana maravilhosa também. Nos vemos no próximo capítulo que será do meu bombeiro mais querido ;D <3
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