Entrei na casa do Fernando e já me sentia completamente arrependida de ter ido tão longe. O que eu estava fazendo? Bianca tinha razão, e realmente queria alguma coisa comigo. Mas depois de James, acho que vou demorar um tempo antes de me envolver com alguém de novo.

Mas só uma coisa: quem disse que ele queria alguma coisa em longo prazo comigo? Pode ser que ele esteja procurando uma amiga com benefícios... Huuum, eu posso conviver com essa situação. Então acho que vou tirar uma casquinha hoje.

 – Uau Fernando, sua casa é realmente incrível.

– Obrigado, vem, vou te dar um tour rapidinho. – e tomando minha mão ele me mostrou todos os cômodos da casa.

A casa tinha quatro quartos enormes, uma cozinha enorme e bem equipada, uma sala de jantar, um escritório, uma sala de estar com uma televisão enorme embutida na parede. Toda a casa estava decorada minimamente, e pelo que parecia, ele mesmo tinha decorado ela.

– E aqui é meu quarto – disse ele abrindo a última porta da casa.

Uau, tinha quase o triplo do tamanho do tamanho do meu quarto. As paredes eram pintadas de um branco impecável. Tinha um armário de madeira no canto. A cama era exageradamente grande. Ocupava uma boa parte do quarto e parecia ser bem confortável.  Ele tinha alguns livros na cabeceira da cama, mas não consegui identificar os títulos. Na parede tinha um aparelho de som e outra televisão enorme.

– Você quer beber alguma coisa? – Fernando me pergunta.

– Claro, que tal um vinho? – ok, eu queria tomar vinho por que sei que ele me faz ficar mais leve. Ok, mais leve não, ficava mesmo era mais tarada.

– Tenho um ótimo, vamos lá na cozinha.

Ele pegou minha mão e fomos até a cozinha. Ele abriu um armário e tirou duas taças de lá. Depois procurou o vinho em uma pequena adega que ele tinha. Encheu as duas taças e me entregou uma.

– Aqui, acho que você vai gostar desse.

Não entendo nada de vinhos (acho que só de beber mesmo), mas aquele era muito bom. Tinha um gosto suave e descia muito bem.

– É ótimo Fernando. – então se fez um silêncio constrangedor na cozinha. Percebendo a situação, Fernando se aproxima de mim e me dá outro beijo.

O beijo foi aprofundando, o clima foi esquentando. Quando dei por mim, Fernando estava em cima de mim no sofá, beijando meu pescoço e sua mão serpenteando por debaixo do meu vestido.

– Você quer ir pro quarto? – não sabia o que responder, então só gemi alguma coisa incoerente. Ele pareceu muito feliz com minha resposta – Vem, enlaça tuas pernas na minha cintura.

Fiz como ele pediu e ele foi me carregando até o quarto dele. Meu vestido foi enrolando nas minhas pernas e já estava na altura dos meus quadris. Fernando me deitou com as costas encostadas na cama e voltou a montar em mim e me beijar.

– Você tem uma pele tão macia Camila. Quero te beijar toda – e procurou o zíper do meu vestido a fim de tirá-lo. Encontrou o zíper e foi descendo lentamente, me levantando ocasionalmente pra ajudar na descida. Ele me pôs de pé ao lado da cama, e retirou totalmente o vestido.

Fernando prendeu a respiração por alguns segundos. Não sei porque. Não era nada demais minha lingerie. Era simples, de renda azul escuro. Fernando demorou alguns minutos olhando para mim pra depois falar.

– Nossa, você é muito linda.

Nunca sei o que dizer nessas horas, não queria ficar envergonhada, então eu me aproximei novamente de Fernando e voltei a beijá-lo. Ele começou a beijar meu pescoço e depois  desceu para a curva dos meus seios. Começou a beijá-los por cima da renda e pude sentir meus mamilos enrijecerem um pouco e marcarem sobre o sutiã. Suas mãos foram para o fecho do meu sutiã e ele removeu o tecido sem maiores dificuldades, então passou a beijar meus seios nus.

Ele beijava carinhosamente meu seio direito enquanto sua mão apertava o esquerdo. Ele mordiscava o mamilo, o que me fazia gemer um pouco. Tirei a camisa dele. Nada mal, ele realmente tinha tudo no lugar. Ele não tinha barriga tanquinho, mas a barriga dele era lisinha. Tinha até alguns pelinhos ruivos no peito também. Gostei, deixou o Fernando com mais cara de homem bruto – sim eu amo homens com cara de brutos.

Precisava de mais contato, então comecei a desabotoar sua calça jeans e procurar seu membro. Senti-o por cima da calça e da cueca. É, nada mal também. Quem sabe isso não pode dar certo? Parei nosso beijo por um momento para abaixar sua calça até os tornozelos e voltei a me levantar e beijá-lo. Passei minhas mãos por todo seu corpo. Definitivamente não era musculoso como James, mas era bem cuidado.

Lembranças de todas as noites que eu passei com James vieram a minha mente. Tentei não lembrar dele e tentei me concentrar no que estava acontecendo aqui. Sem pensar demais, levei minha mão até a cueca de Fernando e acariciei sem comprimento por cima da cueca. Ele deu um gemido baixinho que fez seu peito tremer.

Com medo dos meus pensamentos caírem em James novamente, coloco minha mão por dentro de sua cueca e acaricio seu pênis no contato de pele com pele. A sensação é boa, e tudo parece estar fluindo bem. Sinto seu membro já bem duro e consigo sentir uma umidade na ponta.

Fernando continua me beijando e então ele finalmente decide tirar minha calcinha. Já estou num estado que eu preciso ter um orgasmo pra esquecer tudo que está na minha mente, nem que seja por poucos segundos. Lembranças de James e de todos meus relacionamentos fracassados inundam minha mente.

Ele manuseou meu clitóris inchado com seu polegar com firmeza, e não sei se era o efeito da bebida, ou se ele realmente era muito bom no que fazia, ou se era minha vontade própria, mas já estava muito perto de gozar. Descendo em beijos no meu corpo, Fernando chega ao meu monte e começa a me beijar já.

– Hmmm, – é tudo o que eu consegui pronunciar. Me agarrei aos lençóis da cama, e já começava a sentir meu corpo querendo entrar em estado de libertação.

Nesse momento segurei os cabelos do Fernando e comecei a gemer um pouco alto. Foi então que a onda de prazer me acertou. Meu corpo se deixou levar e logo depois foi se soltando. Meu coração estava muito acelerado e eu não pensava em nada enquanto gemia coisas sem sentido aos quatro ventos.

Quando reabri meus olhos, estava sorrindo que nem uma boba, Fernando estava sentado na ponta da cama, com uma cara nada feliz. Meu sorriso morreu em meus lábios. Sentei também na cama e perguntei.

– Fernando, aconteceu alguma coisa?

– Err, me diga você se aconteceu...

– Não sei do que você ta falando. Aconteceu alguma coisa?

– Infelizmente sim. Não sei como te dizer isso, mas você sabe como você me chamou? – chamei ele de alguma coisa que ele não gostou?

– Fernando, realmente não sei do que você está falando, eu te chamei de alguma coisa que você não gostou?

– Você, você, me chamou pelo nome errado...

Nome errado? Putz, que mancada!!! Será que tinha sido um ator famoso, ou alguma coisa do tipo. Acho que eu corei muito. Não consegui nem mais olhar nos olhos dele a partir desse momento. Com a cabeça enterrada no meio dos meus joelhos, perguntei.

– Ai meu Deus Fernando, me desculpa. Mas de que nome eu te chamei?

– Er, não sei se me sinto confortável em te dizer isso...

– Putz Fernando, eu sei que foi mancada, mas será que você não pode me dizer mesmo?

– Camila acho que você não entende o quanto isso afeta o ego de um cara.

Pensando por esse lado, Fernando tinha toda razão. Acho que eu ficaria arrasada se eu fosse pra cama com um cara e esse alguém falasse o nome de outra mulher. Ainda mais com o fato do Fernando estar a fim de mim há um tempo. Não acredito que fiz isso...

Ainda não conseguia olhar em seus olhos. Eu sei que eu vacilei, mas eu precisava saber, a curiosidade estava me matando.

– Acho que eu só consigo ter uma idéia do seu sentimento agora Fê. Eu realmente sinto muito por tudo isso.

– Tudo bem – ele deu um pequeno suspiro. Logo seguido de um sorriso triste – E o pior de tudo foi achar que eu tinha uma chance.

– Não fala assim Fernando, você sabe que eu não fiz por mal... E você é uma cara maravilhoso, eu tenho certeza que você vai encon...

– Não – ele falou colocando um dedo sobre meus lábios suavemente. – Isso só torna tudo pior. Essa história de cara legal, não dá. Vou ficar bem Camila, acho que agora só preciso de um tempinho sozinho com meus pensamentos.

– Se você acha melhor assim. E eu realmente sinto muito Fernando – me levantei da cama e procurei minhas roupas que estavam espalhadas pelo chão.

– Espera – Fernando segurou meu braço, me obrigando a olhar nos olhos dele, e ficou de pé na minha frente. – Se você quiser tomar um banho, pode usar qualquer banheiro aqui. E vou te deixar em casa depois, se você quiser.

– Não precisa se incomodar Fernando, vou de taxi mesmo – falei, tentando escapar da situação constrangedora que seria a minha ida para casa no mesmo carro que ele. Mas estava muito suada e nojenta, acho que ia ter que aceitar o banho. – Mas em relação ao banho, eu acho que eu vou aceitar.

Fernando me deu um sorriso, mas esse não alcançou seus olhos.

– Você pode usar o do meu quarto mesmo, vou te esperar lá na sala. Tem toalhas e alguns artigos de limpeza na pia. Pode usar o que você quiser.

– Obrigada Fernando.

Ele somente assentiu com a cabeça e saiu do quarto. Assim que a porta do quarto se fechou, esperei alguns minutos para ter certeza que ele não poderia mais me ouvir, enfiei minha cabeça no travesseiro e gritei o mais alto que consegui. "O que diabos há de errado com você Camila? Um cara lindo te chama pra sair, te leva pra casa e você fala o nome de outro? Só pode ser muita vontade de ficar sozinha mesmo. AHHHHHHHHHH"

Por incrível que pareça, eu me senti um pouco melhor depois de gritar como uma louca no travesseiro dele. A Bianca ia me matar certeza por estragar tudo com o Fernando. Putz, e ainda teria que contar tudo pra ela. Por que eu não esperei nutrir algum sentimento por ele? Fez merda, agora agüenta.

Fui em direção ao banheiro e tomei um banho o mais rápido que eu consegui. Lavei rapidamente meu corpo, e usei o sabonete do Fernando. Nossa, não tinha percebido ainda, mas seu cheiro era muito bom. Parabéns Camila, você conseguiu espantar um cara que além de lindo, atencioso, era muito cheiroso.

Saí do banho e vesti meu vestido que estava amassado por ter sido jogado no chão. Ainda no quarto dele, liguei para um táxi informei o endereço do Fernando para ele vir me buscar. Ele me disse que em questão de dez minutos estaria chegando. Esperei ainda uns cinco minutos no quarto dele, tentando encontrar coragem para olhar nos olhos dele e ir embora. Resolvendo não adiar o inadiável, respirei fundo, abri a porta e fui em direção a sala.

– Pronto Fernando, obrigada por se tão compreensivo – encontrei-o sentado numa poltrona, tomando alguma bebida em um copo alto, deve ser uísque, pensei. – Já liguei para um táxi, e ele deve estar aqui a qualquer momento.

– Disponha Camila. Tudo bem. Vou ligar pra portaria aqui e liberar a entrada do táxi – ele saiu por um momento e usou o interfone.

– Fernando, não sei se um dia você vão conseguir me perdoar. Muito menos querer alguma coisa comigo ainda. Mas eu realmente gostaria de tentar de novo daqui a um tempo. Acho que preciso de um tempo sozinha, pra superar algumas coisas, obviamente.

– É, acho que fomos rápidos demais, pulamos algumas etapas. Vamos dar tempo ao tempo. Acho que vamos nos curar e quem sabe num futuro podemos nos encontrar novamente?

– Eu gostaria muito Fernando.

– E provavelmente deve ser a bebida falando, mas vou te dizer quem você chamou – arregalei um pouco os olhos. Ele ia me falar? – Quem sabe assim você possa superar mais rápido?

– Se você se sentir desconfortável, não precisa. Já me sinto mal o suficiente pelo que disse, ia ficar pior se soubesse que te convenci a dizer alguma coisa que você não queria.

– Não, acho que vou ficar pior se não falar.

– Se você acha melhor assim... – estava um pouco aliviada que iria matar a minha curiosidade, mas não deixei transparecer meu alívio. O interfone da casa tocou, e era o táxi que tinha chegado. Fernando pediu licença e foi atender o interfone.

– O táxi já está aqui na frente.

– Obrigada Fernando. Espero te ver em breve – fui à direção dele e dei um abraço apertado. Querendo esquecer tudo o que aconteceu hoje a noite.

– Você me chamou de James – Fernando me falou um pouco antes de se livrar do meu abraço e me deu um beijo na bochecha. – Fica bem Camila.

– Você também Fernando.

Puta merda. Só posso ser muito idiota.

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