Todos eles não entendem. Todos eles não compreendem. Tudo que eu fiz, tudo que eu faço. É simplesmente pelo bem deles. Tudo isso é arriscado, mas é pensando no bem estar de cada um ali. Mas não, as coisas tendem a ficar complicadas. Elas têm que ficar difíceis. Meus amigos se tornaram inimigos. Matei a Eduarda, e não me arrependo. Mesmo sendo um garoto eu sabia o que ela iria fazer no futuro, semanas depois o Lucas me dar uma surra. Certo, eu mereço Apesar de ter passado anos e anos para mim. Para ele foi semanas, o ódio está recente, uma pena que a minha jovem versão vai crescer e vai matar o Lucas adulto como o troco da surra que ele me deu.

    Quando me deparei me juntei ao Rashid e ao Jeferson, e através deles, conheci o mundo como ninguém conhece, eu vi eu mesmo do futuro, com essa mesma idade no qual estou agora.

    Ao longo da História os humanos tiveram poderes, porém o governo sempre escondeu esse fato e usou essas pessoas como Armas Biológicas, eles são chamados de "Aprimorados" pelo simples fato de poder fazer coisas que um ser humano normal não consegue fazer. A forma como o governo soube esconder isso de fato é impressionante. Super heróis e vilões sempre existiram, mas sempre foram colocados na gaveta, sem ninguém saber, entretanto as coisas foram evoluindo e ganhando formas, a História por si só foi mudando e pessoa Aprimoradas  foram ganhando destaque e fama, o que era um segredo, se tornou publico, e devemos isso aos Chains, o primeiro grupo de heróis que lutou contra essa ditadura contra as pessoas Aprimoradas, a era deles foi impressionante.

    Vi tanta coisa que é difícil descrever, então hoje estou aqui, eu simplesmente conheci minha versão adulta e sim, o eu velho. Três Victors de linhas do tempo distante. Ambos me levaram ao que sou hoje e agora eu que vou levar aquele Victor ao que sou. Mas ainda não é o tempo.

     Agora devo me preparar para poder voltar à Terra. No momento agora, após o confronto que tive com Lucas, vim pro planeta onde moro chamado Phsonomis. Habituado por raças que se denominam Darkans. Criaturas cheias de fé a um deus chamado Salaniel, que sustenta esse planeta cheio de mistérios bizarros que nem eu entendo. Durante toda a História que passei a conhecer da Terra por causa das viagens do tempo que fiz, esse deus foi adorado por muitos povos nas regiões da Europa. O deus que pode trazer paz, um mundo melhor, sem dor, sem sofrimento, a filosofia bela que rege toda a alma humana, a que passa pelos nossos corpos despertando o desejo de no mínimo, viver.

    E você me pergunta. Viagens no tempo? Qual propósito? Porquê? É simples. O Artefato Triangular. Um objeto poderoso capaz de criar até mesmo uma nova realidade no qual estou interessado em fazer. Ao longo da história, homens poderosos teve esse artefato em mãos. Começando pelo Adão e Eva ao sair do Jardim do Éden... Moisés, Davi… Faraó Ramsés, o Alexandre o Grande e até mesmo Hitler e toda sua tropa, tiverem o privilégio de ter esse Artefato em mãos.

    Toda a História se tornou obcecada por esse objeto. Se passando de mão em mão, de povo em povo. Até que os Darkans vão numa vila que Salaniel era cultuado, e na sua versão que está fraca, no qual Edward conseguiu derrotar. É a primeira vez na História que um homem vence um deus com uma arma humana. Desde então esse rapaz sumiu do mapa, e os Darkans levaram o Artefato para planeta onde estou agora. Mas sabe o que é pior? Um outro homem em um outro Universo diferente do meu pisou neste planeta e conseguiu pegar o Artefato, nisso, ele conseguiu viajar para realidade onde sua filha aparentemente estava viva. Isso incomodou os Darkans, este planeta misteriosamente de forma tão natural libera uma energia que é capaz de viajar entre mundos sem precisar de tecnologia ou algo do tipo, só com poder do desejo, é o suficiente, ainda mais com este Artefato em mãos. Tentei matar o Thomas quando me encontrei com ele, mas até nisso falhei.

     Não estou gostando do meu desempenho, tudo deu errado quando tentei buscar o Artefato. Mas dessa vez será diferente. Eu agora sou conhecido como Marca Solar, domino o fogo e o Sol, não sou o mesmo Victor de antes, e irei usar todo o meu poder máximo nessa volta à Terra.

     Estou na sala reunido com Victor Velho, é assim que eu o chamo, ele é o meu maior conselheiro da vida. Ele cuidou de mim como ninguém. Melhor que o meu pai, que tive o prazer de matar, e todo ano volto no tempo e me vejo mais jovem matando ele. Isso alimenta a minha raiva.

— Então é só isso que precisa ser feito, se errar uma vírgula daqui em diante, todo o nosso projeto falhará — Ele disse para mim, mas os seus olhos estão grudados na janela vendo aquele céu verde com roxo, coisa que na Terra é impossível. Não, é diferente de aurora boreal.

— Dessa vez eu não errarei — Digo com confiança, certo e convicto do meu plano, eu não vou falhar dessa vez.

— Mas você errou Victor. Coisa que nem eu fiz quando tinha sua idade. Deixar o Lucas enganar você daquele jeito te faltou malícia. Não te treinei para isso. Expliquei tudo certo para você não errar. E assim errou. Victor, me escuta, por esse simples erro pode comprometer lá na frente, lá no futuro, um simples erro Victor, você me escuta? — Sinto um leve desapontamento na sua voz, ele me olha no fundo dos olhos, gerando uma grande urgência em sua postura.

— Pelo menos você não sumiu, agradeça pelo menos por isso. — Respondo, mantendo a postura, eu não quero parecer um fraco e perdedor. Eu sei que posso corrigir isso.

— Sim, não sumir, isso porque a cada mudança gera uma nova linha do tempo, criando novas realidades. Eu lamento por você, pois o seu futuro pode não ser o que espera. Pelo simples fato de ter tomado soco no r#bo. — Ele aumenta o tom de sua voz, demonstrando uma fúria jamais vista por mim, até me surpreende.

— Vou consertar, e dessa vez farei diferente. Vou voltar à Terra e tomar a força. Mas não irei sozinho. Ao longo da História na Terra conheci pessoas que podem ajudar. Alucino, ele é do século 22, e será útil pra mim. E Jeferson também, o meu diretor da escola. — Eu lhe dou nomes, tentando ver se ele vai ficar mais aliviado, mas não consigo ver convencimento em seu olhar. Vou te dizer, não sabia que tenho um jeito tão difícil de lidar.

— Piada Victor. Esses dois homens tem poderes que mexem com a mente. Isso não será útil para uma guerra que está propondo. — Ele conclui, dando por encerrar seus pensamentos, mas procuro sustentar o meu argumento.

— Então quem você sugere? — Estou curioso com a resposta dele

— Viaja para o universo chamado "Mundo Um". Lá existe um grupo de guerreiros que será muito útil para você…— Essa foi a sua resposta, curta e direta, sem paciência ao ponto de nem olhar na minha cara. Ele joga as coisas no chão murmurando enquanto me levanto e vou até a porta, e sobre viajar para uma outra realidade, achei isso minimamente... Interessante.

— Relaxa velhote, eu vou consertar toda essa merda — Eu jogo essas palavras, e fecho a porta, sem querer esperar pelo o que ele iria falar.