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Capítulo 7 - O Projeto "Fator Gelo"

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Quatro anos antes,

Sede do Comando da Força de Submarinos

Ilha de Mocanguê, Rio de Janeiro

Até agora, tudo o que Romano sabia era que o navio de pesquisa se chamava Orlov; era russo, mas reunia uma gama de cientistas de diferentes países. Pertencia a uma ONG de combate à depredação da natureza em seu território. A ONG, que tinha um nome impronunciável - Bor'bas Razrusheniyem Prirody (algo como Lutando contra a Destruição da Natureza), era conhecida apenas como BRP.

Graças a Deus por isso!

Orlov também era o nome do líder da ONG. Era um cara bem relacionado nos meios diplomáticos e teria ficado sabendo, por meio de uma fonte no governo, das atividades de exploração e perfuração submarina de petróleo, no Ártico. O "Projeto Fator Gelo". Ele resolveu coletar provas sobre os impactos na natureza marinha provocados por tais atividades. E foi aí que ferrou tudo.

Romano foi arrancado de seus pensamentos, quando o contra-almirante Carvalho Pinto posicionou-se diante da plateia heterogênea.

-Senhores – ele os cumprimentou, acenando com a cabeça e imediatamente a tela atrás de si iluminou-se com o mapa do litoral russo.

-Esta é a pequena cidade de Dikson, ao norte da Rússia – apontou com a vareta. A imagem foi ampliada até o recorte do litoral e o pequeno ponto com o nome sobre ele. - Fica às margens do mar de Kara, que pertence ao Oceano Ártico. Foi deste porto que partiu o navio de pesquisa oceanográfica Orlov, com os seguintes tripulantes a bordo: Orlov Ritek (o capitão e dono do navio); Diego Rúbios (ajudante de ordens, por assim dizer); Celeste Avelar (bióloga marinha, especializada em organismos marinhos de valor biotecnológico); Abner Baruch (bioquímico); Aleksandra Barov (bióloga especializada em estudos histológicos); e Anton Stanislavski (biólogo marinho e Doutor em correntes marítimas do Oceano Ártico, pela Universidade Estatal de Moscovo).

A imagem da tela mudou para a foto de um navio de lado - estava escrito Orlov em seu casco. Em seguida, pequenas fotos dos tripulantes foram subindo ao redor da imagem do navio.

-Como podem ver, trata-se de uma tripulação heterogênea: um israelense, três russos, um chileno e uma brasileira. Celeste Avelar é funcionária indireta da Marinha do Brasil, já que está vinculada ao projeto GOOS. – O contra-almirante comentou baixinho: - Orlov arrebanhou uma pequena força-tarefa para o seu propósito.

A foto da moça ficou em destaque na tela, com as fotos menores dos outros integrantes da tripulação. O contra-almirante teve que admitir, foi um excelente trabalho de apresentação feito por Leona.

Ele esperou que os presentes assimilassem os rostos da tripulação, nas fotos. Se bem que eles teriam esses mesmos rostos reimpressos dentro das pastas, contendo todos os dados da missão.

Romano levantou a cabeça e admirou o rosto expressivo de Celeste. Era um belo rosto. Oval, com lábios generosos e sobrancelhas bem feitas. O destaque poderia ser o nariz pequeno e arrebitado – e provavelmente, voluntarioso. Mas, foram os olhos inteligentes que o cativaram. Ele pôs de lado suas impressões e se concentrou no que o seu superior estava dizendo:

-A situação que trago aos senhores desencadeou-se por causa do Projeto Fator Gelo. Algum de vocês tem familiaridade com o tema?

Romano e Nestor tinham, e concordaram sutilmente com um aceno de cabeça. Entre os presentes, alguns tinham mais ou menos familiaridade.

-Pois bem, o resumo do projeto está na pasta que os senhores estão recebendo – havia um funcionário uniformizado distribuindo cópias da missão, com um resumo de tudo que precisavam saber, inclusive, sobre o Projeto Fator Gelo.

Romano deu uma olhada na pasta. O referido projeto possuía o plano bastante ousado de construir usinas de energia nuclear subaquáticas para o abastecimento de submarinos não tripulados. Seriam estações de manutenção, construídas e administradas nos moldes dos aviões não tripulados, ou seja, comandados à distância. (Por jogadores de videogame, instalados em suas confortáveis mesas.)

Na opinião de Romano, qualquer soldado que se prezasse acharia perigoso substituir o fator humano pelo robótico. Da mesma maneira, consideraria temerária a ideia de tirar a decisão in loco das mãos dos especialistas, para entregá-la aos jogadores de videogames equipados com brinquedinhos caros e perigosos.

Mas isso era uma opinião muito particular sua. Afinal, Romano não podia negar o outro lado da evolução tecnológica - sua inegável contribuição nas missões mais diversas. Os drones, por exemplo, eram "olhos" muito úteis nos céus, durante uma guerra ou em missões especializadas.

-O Projeto Fator Gelo pretende utilizar um reator de 30 megawatts, – disse o contra-almirante - com durabilidade aproximada de 25 anos...

A construção de um reator de 30 megawats não estava longe da realidade brasileira. A Marinha do Brasil tinha investido em seu próprio submarino nuclear. O país possuía a quinta maior reserva de urânio do planeta, e quatro reatores em pleno funcionamento.

A Comissão de Energia Nuclear considerava a construção de um reator nuclear com 30 megawatts de potência, um salto tecnológico para o desenvolvimento do país, contribuindo para as pesquisas nucleares e o combate de doenças, tais como o câncer. Além do mais, poderia proporcionar a autossuficiência na produção de radiofarmacos.

A Comissão estabeleceu parceria com a equipe responsável pelo acelerador de partículas brasileiro denominado Sírius, inaugurado em 2018, na região de Campinas. O projeto foi executado pelo mesmo laboratório que construiu o UVX, o primeiro acelerador de partículas do Brasil.

Romano teve a oportunidade de conhecer suas instalações, por ocasião de sua inauguração.

-Bem, - falava o contra-almirante - considerando o histórico mal sucedido da Rússia em manter a segurança nuclear dentro de seu território, Orlov Ritek ficou sinceramente preocupado. É sabido que os russos tiveram quatorze desastres nucleares durante a Antiga União Soviética, envolvendo navios, fora aqueles que não foram relatados.

O contra-almirante encarou seus subordinados imediatos, Romano e Nestor.

- O governo da Rússia foi inacessível às tentativas de Orlov em obter informações sobre o andamento do projeto, classificado como sigiloso. Orlov enviou suas preocupações a um amigo e contato na ONU, que o alertou para ter cuidado. A ONU não poderia fazer nada sem provas. Assim, Orlov partiu pelas águas geladas do Ártico, a bordo do navio de pesquisa que leva o seu nome, a fim de identificar toda e qualquer alteração do meio ambiente provocado pelas atividades do Projeto Fator Gelo.

O contra-almirante Carvalho olhou para Leona, seu apoio operacional naquela explanação. Ela trocou as fotos dos tripulantes, pelo mapa do Ártico. A sala lotada de militares das forças especiais, entre CECOP 1, 2 e o Grupamento de mergulhadores de combate (GRUMEC) permaneciam num silêncio concentrado. O CECOP fora convocado àquela reunião de última hora e seus membros ainda não atinaram qual seria a participação de cada grupamento.

Estavam fora do seu elemento, e no território dos mergulhadores de combate. Entre estes, o lema era: "Marinheiros até debaixo d'água".

-Senhores, o Ártico é um imenso celeiro pouco explorado de recursos naturais. Sua exploração mal feita pode trazer danos irreparáveis ao meio ambiente. E – ele lançou um olhar para a tela – ao que parece, os cientistas a bordo do Orlov coletaram provas suficientes de alterações na fauna e flora locais, provocadas pelas atividades do Projeto Fator Gelo.

"Orlov Ritak teria contatado o seu amigo na ONU, usando um telefone via satélite. Por razões de segurança, ele terá seu nome preservado. Vamos chamá-lo de Senhor X. Segundo o que a Inteligência Naval nos passou, o Senhor X teria orientado Orlov nos procedimentos dali em diante. O que os dois não sabiam é que a Inteligência russa já estava de olhos nas atividades do BRP. O navio foi abordado antes de alcançar a costa por uma embarcação não identificada, provavelmente da Marinha russa. Todos os tripulantes foram presos. A acusação? Espionagem. O barco foi apreendido. A sede do BRP foi revirada em busca de todas as anotações e arquivos de Orlov. Os demais integrantes da ONG fugiram, apavorados. Alguns foram capturados e presos. Outros devem ter se escondido. Embora, cá entre nós, sabemos que é uma questão de tempo até que o Governo os prenda e cale para sempre".

A imagem da tela mudou para o mapa completo da Rússia com vários pontos nomeados por números.

-As duas mulheres foram conduzidas à Colônia Penal Número 14, onde aguardam julgamento. Os russos alegam a necessidade de invocar a segurança nacional, dizendo que os tripulantes do navio eram terroristas.

Ele olhou para a tela de relance.

-Os homens foram levados para a prisão IK-3, em Oblasti, do outro lado do país, próximo ao mar de Okhotsk.

Nestor trocou um breve olhar com Romano. Se a missão era como estavam imaginando, precisariam de ajuda.

-O Itamaraty tentou negociar o máximo possível – continuava dizendo o contra-almirante. - Os pais da Srta. Avelar voaram até a Rússia, e junto com o embaixador brasileiro, tentaram uma audiência com o presidente russo ou algum representante da Casa Civil deles. Perante o insucesso e a falta de recursos financeiros, os pais retornaram, mas foram para a televisão e a internet.

"Sabemos como a Rússia se comporta quando pressionada... A situação se arrasta há quase três meses. Obviamente, eles querem algo em troca da libertação dos cientistas. Celeste atua no GOOS¹ e especula-se que isto possa ser de interesse deles. Dada a natureza tecnológica envolvida, o Brasil não pode ceder. A família Avelar, porém, procurou-nos recentemente, alegando que a bióloga conseguiu passar uma mensagem pelo parente de outra detenta.

"De acordo com a mensagem, Celeste Avelar está muito doente. E parece que seu estado está se agravando. Ela sofre de uma doença crônica: bronquite asmática. Está sem sua bombinha e a aproximação do famoso inverno russo tão perto da Sibéria, provocou-lhe um resfriado constante que, suspeita-se, pode ter se tornado uma pneumonia. Pelo menos foi o que o médico da base concluiu ao julgar pelos sintomas descritos por ela, no bilhete que chegou à família. O médico acredita que será perigoso para sua integridade física passar o inverno naquela colônia penal.

-Quer dizer que não podemos mais esperar – raciocinou Romano.

-Exatamente, capitão.

-Senhor, estamos à disposição para defender todo e qualquer civil em situação de risco – disse Nestor, em sua voz de Optimus Prime.

Os membros de GRUMEC se olharam. A voz do cara era impressionante.

-A questão não é tão simples – respondeu o contra-almirante.

-Senhor, com todo o respeito, o Mossad está disposto a ir até lá pelo cientista israelense – argumentou Romano, beirando a insubordinação. – Por que nós não?

Proferida num tom respeitoso, era realmente uma pergunta legítima. E só por isso que o contra-almirante respondeu:

-Por que a bem da verdade, não temos poderio bélico e nem queremos deflagrar um conflito com a Rússia. Pelo menos, esta é a decisão oficial da Presidência, orientada pelo Itamaraty.

O detalhe da palavra "oficial" não passou despercebido pelos dois chefes de equipe.

O contra-almirante sinalizou para Leona desligar o datashow. As luzes da sala foram acesas em seguida.

-O que queremos dos senhores é o seu melhor em termos de furtividade. Esta é uma missão de resgate que não existe. Eu não estou aqui, nem os senhores.

Os militares acenaram com a cabeça. A furtividade era a habilidade requerida e treinada à exaustão, nos exercícios das forças especiais. O GRUMEC era um dos melhores nesse quesito, especialmente no mar.

-Furtividade para que tipo de missão? – Romano fez a pergunta de um milhão de reais.

-Enviaremos uma força tarefa, dividida em dois grupos. Participarão dela: o GROM, o Mossad, o GRUMEC e os CECOP. O que caberá a cada grupo? Infiltração, assalto e extração ficarão por conta dos CECOP 1 e 2. Seus alvos são as duas instalações penais. A infiltração será articulada com o GROM. A extração, com o GRUMEC. A inteligência fica por conta do Mossad.

-Diretrizes? – pediu Nestor.

-Entrada via aérea, saída pelo mar. Uma vez em solo, vocês não podem ser identificados. Não usarão os uniformes padrões das forças especiais. Seu kit de assalto deve ser cuidadosamente planejado, nesse sentido. Deverão neutralizar os alvos nos locais, evitando ao máximo eliminá-los. Provoquem uma fuga em massa, para que não haja provas do motivo porque estão lá. Eles saberão, mas não poderão provar. O Mossad cuidará das contramedidas. O GROM vai coordenar o salto HALO e deixar os senhores em segurança em Y.

Romano torceu os lábios. O salto HALO era muito perigoso. Ocorria em elevadas altitudes e a abertura do pára-quedas, em baixa altitude. Apenas os paraquedistas mais experientes ousavam executá-lo – não sem risco.

-O GROM também fornecerá a navegação em solo. O GRUMEC irá preparar o plano de extração. Entendido? – olhou para todos. – Agora, temos duas equipes altamente qualificadas aqui. Qual dos CECOP vai buscar a brasileira? Como recompensa, posso assegurar uma medalha, um saco de defunto, ou os dois.

-Eu vou - disse Romano, com mais ênfase do que planejado.

Nestor ergueu as sobrancelhas, nada disse por alguns segundos. – Tanto faz para mim.

-Ótimo. – Romano se levantou. – Podemos começar?

-Sim, Leona vai lhes fornecer os horários de planejamento e treino em conjunto com o GRUMEC e o GROM. Os senhores serão chamados a qualquer momento, de acordo com a janela sinalizada pela Inteligência. Portanto, agilizem-se e fiquem de prontidão.

Os militares receberam o cronograma em seus celulares, naquele instante, numa mensagem coletiva disparada pela equipe operacional.

-E não esqueçam, senhores... – as sobrancelhas grisalhas e rebeldes do contra-almirante se ergueram, eloqüentes. - Será um desastre diplomático se os senhores forem apanhados ou se falharem. Teremos de alegar que desconhecemos quaisquer ações na área. Boa sorte e... Estão dispensados.

Romano se levantou. Já começava a esquematizar as peças do quebra-cabeça que era a sua missão. O salto, a travessia pela floresta, o alvo, a exfiltração pela floresta, o ponto x no Mar Báltico, provavelmente, rumo à fronteira da Finlândia, que é a mais próxima. Uma vez no litoral, o resto ficava por conta do GRUMEC.

Manter o plano simples era a única forma de não perder o foco, nem cometer erros. Ele precisava sentar com o líder do GRUMEC e obter informações da Inteligência do Mossad. Ele precisava conhecer, por exemplo, a topografia local, as vias de acesso da colônia penal, sua rotina, a cultura e o comportamento básico dos agentes prisionais; bem como, o nível de segurança do lugar.

Na saída, ele soube de Nestor que o assalto ao presídio masculino contaria com três agentes do Mossad. Nesse caso, eles teriam que trocar informações sobre os seus respectivos planejamentos e estabelecer um tempo estimado para as duas missões, em conjunto. A sincronia era essencial para ambos os grupos. Mas isso deveria ser visto depois. Agora, ele tinha a própria missão para planejar.

Assim que chegou à ilha do Tatu, mandou uma mensagem de convocação via Pager para todos os seus homens em estado de prontidão. Enquanto esperava pela sua chegada, fez uma rela de equipamentos de assalto básico; estudou a pasta novamente; elaborou perguntas e as enviou para o operacional repassar ao Mossad.

O primeiro a entrar pela porta, com um bronzeado de fazer inveja, cabelo comprido e barba por fazer, foi Salésio Rodrigues.

-Hop, Capitão! – disse à titulo de saudação.

-Seja bem vindo, Safo – respondeu Romano. – Descansou bem? Espero que sim, por que o tempo está pegando.

Salésio pôs a prancha de surf e a mochila num canto e disse: - Manda ver, chefe.

---

De chinelos e bermudas, Romano esticou os pés sobre a sacada, respirou fundo e olhou para o mar.

-Vamos repassar a rela mais uma vez – determinou, ouvindo o bufar exasperado de Safo, atrás de si.

Sorriu e bebeu um longo gole da sua Good Ol' Sailor Beer.

Safo podia ser o que mais rebarba, mas entendia bem das principais etapas de execução das missões: reconhecimento, planejamento, infiltração, cobertura e, nesse caso, essencial – a retirada. Sim, cobertura e retirada eram as especialidades daquele atirador de elite, em particular.

-O cronograma é apertado demais – resmungou Salésio, olhando para os trajes que espalhou sobre a mesa de bilhar. Por alguma razão, nenhum dos dois quis utilizar a sala de instruções enquanto toda a equipe não estivesse presente.

A sala de instruções era usada para apresentação, planejamento e depois, para a obrigatória Revisão Pós-Ação. Entretanto, como as missões poderiam ocorrer em diferentes partes do mundo, a RPA deveria acontecer enquanto os eventos ainda estavam frescos na mente. Então, raramente realizavam uma RPA na sede, a não ser se fosse para revisar as missões de treino - no centro de operações e no labirinto dos sinos.

Levantando-se da cadeira, o líder dos Atobás foi até a mesa e inclinou a cabeça. Viu que Salésio tinha separado o GPS de pulso, a boa e velha bússola, canivete suíço e canivete Microtech, facas Emerson e Benchmade, rádio e headfone, placas balísticas, colete tipo Molle, kit de primeiros socorros, carregadores de pistolas, coldres de cintura e coldres Robocop...

-Coldre Robocop? – Romano fez um careta. – Pode tirar. Ele atrapalha na corrida, porque desliza pela perna. E vai por mim, a gente vai correr muito! Quero todo mundo treinando condicionamento físico.

-Entendido – Salésio empurrou o coldre Robocop para o lado.

-Quanto às armas, facas e o rádio, - Romano prosseguiu - encontre equivalentes entre as armas apreendidas em outras missões. Não podemos levar nada que nos identifique como militares das forças especiais brasileiras. Precisamos de armas que possam ser encontradas em qualquer parte do mundo, mas que sejam precisas. Isso inclui os rifles dos atiradores.

O capitão fez uma análise crítica do que estava na mesa.

-Precisamos de coletes que não sejam comprados pelas forças.

-Tá brincando... Senhor?

-Não estou brincando, não... Sei que não será tão seguro, mas, como eu disse antes...

-Não podemos ser identificados – completou Salésio.

-As botas têm que ser as que usamos para longas caminhadas. E precisamos de jaquetas próprias porque vamos estar bem pertinho da Sibéria. As máscaras têm que ser tipo de assaltante mesmo. Que cobre toda a cabeça e só deixa os olhos. Vamos raspar os cabelos para não deixar nenhum tipo de DNA para análise, no alvo. As luvas de assalto tem que ser da Vinte e cinco de Março.

-Tá de gozação... Senhor?

-Tô, não... – Romano levantou a sobrancelha. – Essa nossa missão nem existe, se quer saber.

-Bem, se ela não existe, eu também não quero saber.

Os dois riram.

-Temos que pedir ao operacional que providencie todo o equipamento para um salto HALO.

Salésio sacudiu a cabeça. Não era fã das alturas. A parte dos saltos era o que menos gostava. Além do mais, o HALO era muito mais perigoso do que o HAHO.

Romano levantou o kit de primeiros socorros e tirou o conteúdo.

-Precisamos tornar nosso kit também uma arma.

-Não entendi – Salésio coçou a cabeça.

-Vamos para uma região pantanosa, repleta de mosquitos. Fora o habitual, vamos levar repelente pra gente e para os dois pacotes. As mulheres precisarão de roupa de inverno, ou não agüentarão o percurso. Também vamos levar anticoagulantes, seringas, bandagem, fio e agulhas... Mas, estive pensando em levar seringas extras e sedativos, juntas à munição. Quero levar dardos tranqüilizantes, gás paralisante e máscaras – vendo que Salésio estava perdido na tradução, explicou: - O contra-almirante quer que evitemos matar os alvos. Podemos neutralizá-los atirando dardos, usando gás e seringas. Ah, e tranqüilizantes para animais. Eles caem num sono profundo e nós entramos.

-Boa – Salésio balançou a cabeça. – Especialmente para os cães, assim eles não podem nos perseguir. Não me importo em machucar alguns humanos cretinos, mas não gosto de machucar os animais.

Romano balançou a cabeça.

-Extra oficialmente, é claro – acrescentou Safo.

-É claro – o capitão olhou para o lança-granadas adaptado por Anderson, o armeiro-chefe do CECOP. - Duvido que a gente consiga sair de lá sem disparar um tiro. Vamos tentar, mas quando a fuga for descoberta, os russos vão colocar em campo todas as forças atrás de nós. Teremos de fazer uma marcha forçada pela floresta até o litoral, onde os GRUMEC irão nos recolher.

-Mas é muito longe.

-Eu sei. Esta é uma variável que requer improvisação.

Safo apenas negou com a cabeça.

-Então, se vamos andar pra cacete, não vamos levar escada nem marreta, né?

-Vamos precisar delas, mas não vamos levá-las. Teremos de usar o que encontrarmos por lá. Vou pedir todas as informações da Inteligência e ver o que podemos improvisar. Sargento, nós não podemos levar os trinta quilos habituais de equipamento para correr pela floresta. Estaremos mortos de exaustão antes de chegarmos na colônia penal.

Salésio observou o capitão sentar novamente na varanda da sede, agora com um bloco de papel na mão.

-Consiga com a Leona cópia impressa do mapa da região em que a colônia penal está situada. Quero as imagens por satélite, para colarmos na parede da sala de instruções.

-Entendido – Salésio foi ter com o operacional. – E como está indo o pessoal da CECOP 2?

-Conversei agora a pouco com o Nestor e disse a ele que vai ter que fazer sua incursão completamente mudo, usando a linguagem dos sinais, ou todo mundo vai conseguir descobrir que se trata do nosso Optimus Prime.

Rindo, Salésio perguntou:

-O que ele respondeu?

-Ele disse, pelo telefone, que estava me mostrando o dedo do meio.

-Ele já está exercitando a linguagem dos sinais, capitão.

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Salésio saiu para conversar com o armeiro do CECOP sobre os equipamentos adaptados e sem identificação. Quando voltou, Romano já tinha um esquema tático da missão.

JJ Ulrich chegou meia hora depois disso.

-Hop, capitão!

-Chegou o homem dos contatos – disse Salésio. – Acha que podemos emprestar do BOPE algumas das armas apreendidas com os traficantes?

JJ fez cara de espanto, mas não questionou.

-Acho que se o capitão quiser, podemos fazer algumas armas apreendidas virarem gás. Sabe como é, cortesia de força para força.

Romano assentiu.

-Na coxia? – quis saber Salésio.

-Na coxia – confirmou JJ. – Mas do que se trata?

-Uma manobra.

JJ balançou a cabeça. – Me passa a rela.

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Rodapé:

1 - GOOS-Brasil é um braço da Aliança Regional para a Oceanografia no Atlântico Sudoeste Superior e Tropical - OCEATLAN. Um sistema nacional de observação dos oceanos para observar, coletar e controlar dados referentes aos oceanos para o monitoramento também climático do Atlântico. O GOOS, no Brasil, fica vinculado ao Ministério da Defesa e é articulado pela Marinha do Brasil. Em português, a sigla significa: Sistema Global de Observação dos Oceanos

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