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Capítulo 4 - Correndo contra o tempo

Romano calculava que levariam de vinte a trinta quilômetros até a praia. Eles não poderiam seguir à pé...

-Bravo 2, - chamou-o pela rede da tropa - venha já pra cá e veja se o caminhão tem condições de funcionar. Faça-o funcionar!

-É pra já, chefe – disse Salésio, saindo do seu posto de vigilância. –Bravo 7, vigie o perímetro.

-Positivo – respondeu Alexandre, pelo rádio.

-Estou indo ajudá-lo – ofereceu-se Ígor.

Salésio atravessou a plantação em zigue-zague, alcançou a lateral da casa e correu para dentro. Encontrou Nelson sentado na cozinha com um garoto assustado e continuou correndo. Saiu pela varanda da frente e se deparou com o caminhão atravessado. Ele tirou o capacete, as luvas de assalto e o NVG. Sacou a lanterna, antes de abrir o capô. Com uma careta, pôs mãos à obra.

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-Senhor... – chamou Nelson. – O garoto foi seqüestrado pelo Al-Shabab e vendido para o Tugada Badda. A família dele está num campo de refugiados no Quênia. A mãe e as sete irmãs. Fugiram depois que a irmã mais velha foi apedrejada até a morte, junto ao pai, em praça pública.

-É a maneira como tratam quem desonrou a família de alguma forma – Romano comentou, para ninguém em particular. – O pai era o responsável pelo comportamento da filha e pagou o pato junto. – Colocou uma fita-lacre no lugar do cadeado arrombado da caixa de metal e a levou para a cozinha. - Bom, o garoto vem com a gente. A ONU saberá o que fazer para devolvê-lo a sua família.

Ele deixou a caixa na cozinha e saiu da casa, rumo às gaiolas. Tava na hora de acompanhar o andamento da exfiltração. Avistou Doc tratando dos machucados mais urgentes, enquanto Álvaro escrevia numa prancha os nomes que conseguia entender. Os reféns falavam uma miscelânea de línguas – agitados e ao mesmo tempo.

-Um de cada vez, se não eu não consigo entender! – o calouro reclamou.

Romano riu. Novatos. Sempre tão... gentis! Ele sacou um apito e fez soar, calando todo mundo.

-Jesus, eu nem sabia que ele tinha um trem desses! – resmungou Salésio, tirando as mãos cheias de graxa dos ouvidos e voltando ao trabalho. – Não é à toa que Celeste decidiu se divorciar.

-Quem é Celeste? – quis saber K-nov (agora K-gão), voltando do mato naquele instante. O som estridente do apito ainda reverberava pelos seus ouvidos.

-Deixa pra lá,– cortou Salésio, ordenando: - venha me ajudar aqui.

-Shut up! – Romano berrou para o grupo alvoroçado de reféns. –Everybody! Shut up! Right Now!

Calem-se! Todo mundo! Calem-se! Agora mesmo!

Assim que todo mundo ficou bem quietinho - mais por choque do que qualquer outra emoção, ele voltou a falar: - Quero quatro filas, agora.

Novamente, os reféns obedeceram. Os mais machucados se moveram lentamente, mas no computo geral das coisas, até que foram rápidos.

-Certo, Bravo 8... – ele se voltou para o novato, com expressão de desagrado. – Para simplificar, diga à tripulação do DeWitt levantar a mão, depois diga à tripulação do cargueiro para fazer o mesmo. Conte as mãos levantadas e anote. Depois mande os respectivos passageiros levantarem as mãos. Conte e anote. Entendido?

-Sim, senhor! – respondeu, envergonhado por não ter pensado nisso antes.

O couro ia comer, depois, pensou Daniel. Com certeza. Ninguém tinha piedade dos calouros. E eles só deixavam de ser calouros quando antecipavam as ordens, faziam tudo certo e, lógico, salvavam as costas dos companheiros.

-Ótimo – disse Romano, olhando para o relógio. – Atenção, - avisou pelo rádio – cinco minutos.

-Jesus! Precisamos de mais tempo – reclamou Salésio cutucando algo dentro do capô.

-Cinco minutos – repetiu Romano, calmamente.

-Porra – resmungou Salésio. – Vai pro volante, K-gão, e gire a chave.

Kurt deu a volta e sentou obediente atrás do volante. Então, constatou algo que o deixou gelado. Pôs a cabeça para fora da janela e gritou:

-Não tem chave.

-Ligação direta, K-gão. Use o "cerebelo", pelo amor de Deus! – gritou Salésio de volta.

-E-eu não sei fazer ligação direta.

-Porra – Salésio correu para o volante e disse: - Sai já daí!

Reciclagem, pensou Romano, o garoto teria de voltar para o curso de habilidades e passar de novo pela semana infernal. Com certeza!

Salésio fez a ligação direta.

-Volta aqui! – gritou para Kurt, que estava saindo de fininho. – Acelera quando eu mandar.

Salésio voltou a fuçar dentro do capô. – Agora! – ele disse, e Kurt enfiou o pé. O motor roncou alto.

-Dá o fora, novato!

Enquanto Salésio assumia o volante para não deixar o motor morrer, Kurt corria para a carroceria. Ele abriu as portas traseiras, usando a marreta do grupo (a marreta e a escada sempre ficavam a cargo do novato; e como estavam em três, os novatos tiraram no palito para decidir quem as carregaria).

Kurt encontrou o interior da carroceria lotado de sacos de grãos. Respirando fundo, pulou para dentro e começou a atirá-los para fora.

Do outro lado da casa, Álvaro berrava (imitando o tom do capitão), ordenando aos os reféns que saíssem em fila única das gaiolas; então, pôs-se a organizá-los, indicando a traseira aberta do caminhão. Os dois capitães dos navios seqüestrados se apresentaram para ajudar na organização dos traumatizados passageiros e das tripulações.

Vendo que por ali, estava tudo sob controle, Nelson correu para ajudar Kurt a tirar os sacos pesados de dentro do caminhão. Daniel juntou-se aos dois, em seguida.

Romano arrastou a caixa tecnológica dos americanos até a parte dianteira do caminhão, levantou-a e a depositou no chão do veículo, do lado do passageiro. Salésio baixou os olhos para a caixa, por um instante, e tornou a vigiar o movimento dos reféns.

O último saco foi jogado para fora e começou o processo de embarque. Daniel, Kurt, Alvaro e Nelson auxiliaram os cinqüenta passageiros e os trinta e dois tripulantes dos dois navios a se espremerem no interior da carroceria, do tamanho de um container.

Igor e Doc ficaram para trás, vigiando o grupo para que nenhum desgarrado se perdesse ou resolvesse fazer outra coisa que não embarcar naquele caminhão, que um dia já foi branco e reluzente. Agora, parecia saído de um dos filmes Mad Max, concluiu Igor. Ele tinha as suas dúvidas que aquela coisa conseguisse rodar, mas precisava confiar nas habilidades mecânicas de Salésio.

Os resgatados imploravam por água e comida. Romano se aproximou de Daniel e pediu que ele providenciasse pelo menos um gole de água. Daniel encolheu os ombros.

-Só se for do poço.

-Que seja – o capitão disse, gesticulando para que ele acelerasse o passo.

Enquanto Daniel cumpria sua ordem, Doc levantou as mãos para os resgatados que estavam na carroceria.

-Vai ficar apertado, mas vocês precisam agüentar até a gente chegar ao ponto de extração – avisou, percebendo que alguns ainda aguardavam na fila para subir, mas trocavam exclamações e comentários receosos por terem de ficar no espaço confinado do caminhão. – Já vamos providenciar um pouco de água, mas não vai dar pra todo mundo. Repito: vocês terão que aguentar as pontas até estarem a bordo do navio.

Os capitães da Marinha Mercante trocaram um olhar de preocupação. Teriam que organizar as pessoas para prevenir que não ocorresse um tumulto quando os soldados trouxessem a água. Chegaram ao entendimento de que a prioridade era saciar a sede dos mais debilitados. Eles então ordenaram aos imediatos que os ajudasse a puxar para perto da porta aqueles que precisariam receber água com urgência. Os demais poderiam agüentar um pouco mais. Durante todo o período em que ficaram presos naquelas gaiolas, os seqüestradores lhe deram um suprimento de água diário que era pouco, apenas uma vez ao dia. O capitão do DeWitt acreditava que ninguém ia morrer de desidratação até chegarem ao navio... Pois tinham se habituado àquela "ração" de água diária. Certamente teriam que tomar antibióticos e passar por um tratamento por causa da qualidade da água... Mas morrer de desidratação, ele acreditava que não.

Exceto pelos que estavam doentes e febris. E foram esses que receberam água, apesar dos protestos dos outros, quando Daniel e Igor chegaram. Cada um deles carregando dois baldes de madeira cheios. Eles passaram os baldes para os capitães dentro da carroceria.

As pessoas bebiam direto do balde. E quando a água acabou as pessoas começaram a gritar por mais.

-Chega – disse Doc. - Temos que ir e vocês precisam agüentar as pontas.

Ele olhou para o relógio de pulso. Esperava só o comando de Romano para que evacuassem o covil. Nem queria pensar no que teria acontecido, se não tivessem encontrado aquele bendito caminhão. No final das contas, foi bom que a carga tecnológica tenha sido levada para o cativeiro. Caso contrário, eles teriam que caminhar. Levariam um dia, talvez dois, para conduzir aquela gente machucada rumo ao litoral – correndo o sério risco de entrar em combate com as milícias e até mesmo com o Al-Shabab.

E por falar em Al-Shabab...

Naquele instante, a voz de Alexandre soou na rede da tropa.

-Poeira na estrada à sete horas. Estimativa de chegada, cinco minutos.

-Venha para cá Bravo 7 – disse o capitão. - Evacuação imediata.

-Positivo!

Romano virou para os seus homens, que faziam os últimos ajustes antes de fecharem as portas do caminhão lotado de gente. Eles não sabiam quantos homens estavam chegando pela estrada e não podiam arriscar, considerando os reféns. Alguns dos Atobás se espremeram no banco de trás do caminhão.

Romano viu Alexandre correndo pela lateral da casa, ajustando a alça do seu rifle no meio do peito.

-Atiradores, nas laterais! – ordenou.

Salésio saiu do banco do motorista e se pendurou na porta, enquanto Romano assumia a direção. Nelson sentou no banco do passageiro e bateu a porta. Levantou os pés e os colocou em cima da caixa dos americanos.

Alexandre saltou e se pendurou na porta de Nelson. Mal teve tempo de se firmar, quando Romano enfiou o pé no acelerador

-Fé em Deus e pé na tábua – disse ele com um meio sorriso, arrancando rumo à estrada que levava ao litoral. Puxou o rádio do colete tipo Molle e avisou pela rede de comando: –Madri, estamos saindo do covil com os reféns e a carga.

-Quantas baixas entre os reféns – quis saber o contra-almirante.

-Um instante, Madri –Romano inclinou a cabeça para o banco de trás. - Bravo 8?

-Sim, senhor?

–Quantas baixas entre os reféns?

-Nenhuma, senhor. Temos... – Álvaro lhe ditou os números e Romano repassou pela rede do comando. E acrescentou: - De acordo com os capitães das embarcações, há cinco pessoas doentes, com infecção, desidratação e inanição. Há um diabético e um cardíaco que estão sem medicação contínua. Eles tomam Glifage e Hibropolol, respectivamente. 500 e 10 mg.

Romano repassou as informações, distraidamente. Sua atenção estava na saída da fazenda.

-Certo, estaremos verificando com os escritórios das respectivas embarcações – respondeu o contra-almirante. – A enfermaria do navio estará pronta para eles.

-Se chegarmos ao litoral, Madri – foi a resposta impulsiva de Romano.

-O que aconteceu? – quis saber o contra-almirante, preocupado.

Romano queria lhe dizer, de uma maneira bem desaforada, que se não fosse pela porcaria de um caminhão, eles não estaria chegando nem perto do ponto de extração. Que toda a merda daquela operação, cheia de "mimimis" sobre invasões de espaço aéreo, etc., era uma hipocrisia sem fim. Quantas vezes eles não violaram o espaço aéreo, quando lhes foi conveniente? Mas, ao invés de lhe dizer tudo isso, apenas informou num tom impessoal:

-Porque os bailarinos estão chegando. Espero que o senhor consiga aqueles helicópteros – disse Romano, antes de entrar na estrada principal com um solavanco. - Câmbio e desligo

Com os pés apoiados no degrau da porta e um dos braços passados pelo suporte do espelho retrovisor, Salésio usava a mira do seu rifle para vigiar a estrada que ficava para trás.

"Vamos, vamos, vamos!" – ele urgia, em pensamento, vendo a plantação desaparecer ao sul. Olhou para o capitão, de relance. Romano estava acelerando o máximo que podia sem fundir aquele motor velho. O caminhão era enorme, mas estava todo detonado. Provavelmente, foi roubado de alguma empresa de transportes, pelos piratas somalis.

O veículo fez a curva, pegando o caminho da ponte. No entanto, quando estava quase deixando para trás a plantação, o comboio do Al-Shabab surgiu pelo lado sul da pista; quatro picapes com torres e homens armados, alguns vestindo jelabas e outros, usando abornozes. Eles avistaram a traseira do caminhão virando à direita. Ao invés de entrarem na propriedade, como o planejado, o comboio passou reto e saiu em perseguição.

-Bailarinos vindos pelo sul – informou Romano, pela rede de comando. - Alpha, posição?

-Rumo à ponte - respondeu Spencer Tracy.

Romano rangeu os dentes.

-IRS são nossos olhos, Alpha – argumentou o comandante operacional SEAL. –Bravo chegará à ponte em dez minutos. Alpha em vinte.

-Entendido, Madri – respondeu o SEAL.

-Inferno, entendido, Madri – respondeu Romano, e resmungou consigo mesmo: - Vamos todos dançar a porra de um flamenco.

Salésio balançou a cabeça, entendendo tudo.

-Os perseguidores chegam colados com a gente e os SEALs só chegam depois –concluiu Salésio, agarrando-se à porta com outra guinada brusca do caminhão. O capitão olhou pelo retrovisor novamente.

-Bravos, preparem-se! – ele avisou, pelas duas redes.

Na base, em Dijibouti, todos ficaram tensos diante do aviso. Significava: confronto iminente.

De súbito, soaram tiros potentes de AK 47, distinguíveis mesmo acima do motor do caminhão. Os jihadistas estavam atirando neles. Olhando pelo retrovisor, ele viu Kurt saltar da traseira do veículo, rolar para a lateral da estrada e responder ao fogo inimigo. O veículo da frente do comboio Al Shabab perdeu o controle e capotou.

O caminhão ganhou alguns minutos de vantagem.

-Muito bem, Bravo 9 – vibrou Doc pela rede da tropa.

-Evasão, Bravo 9 – ordenou Romano, fazendo os pneus guincharem na próxima curva. Salésio teve que se agarrar com mais força. Quase derrubou o rifle.

-Calma aí, chefe! – resmungou ele.

Kurt disparou mais algumas vezes, impedindo os ocupantes da picape capotada de saírem de trás da carroceria. As demais picapes da fila tiveram de parar a uma distância razoável do tiroteio. Os Al Shabab saltaram e abriram fogo contra Kurt.

Suas AK 47 eram eficientes, mas não se igualavam a uma H&K - MP7. Kurt empunhou a submetralhadora com confiança e mandou ver.

Ra-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Os inimigos se esconderam atrás dos veículos, outra vez. O que lhe deu tempo de desaparecer em meio à plantação. Enquanto corria como louco para colocar alguma distância em relação aos jihadistas, ouviu-os gritarem algo que não conseguiu compreender. Suspeitava, porém, que eles pretendiam caçá-lo dentro da mata... Um soldado das forças especiais era um troféu e tanto para que o deixassem escapar.

Dito e feito: o líder do comboio mandou um pequeno destacamento em sua perseguição. Os demais embarcaram nas picapes restantes e aceleraram a fim de alcançar o caminhão.

Kurt ouviu o motor dos veículos em movimento.

-Bravo 1, - chamou pelo rádio - fiz o que pude para atrasá-los. Estão indo atrás de vocês.

-Entendido, Bravo 9. Proteja-se e saia no pulo.

Kurt ouviu um barulho de mato farfalhando atrás de si e olhou para trás. Sim, eles o estavam caçando.

E se não corresse, logo o alcançariam.

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