"Sei que poderia dizer que não desisto facilmente, sou um casmurro se queres ouvir porque não me afastei ainda a quis ouvir".

    Porque o sentimento de "crush", que qualquer um poderia ter por ela. Esmagava a minha mente sempre que me punha a pensar em alguém. Não quis me afastar para bem dizer ainda continuei, a presença dela ainda me cativava ainda mais do que antes porque vi que ela era uma mulher frágil e com o coração feito em diamantes.

   Passei albinas noites a tentar descrever aquilo que tinha acontecido entre nós, nos nós que se dissipavam no tempo e no espaço. Porque olha que se ela soubesse, quantos textos escreveria sobre nós achariam um exagero e se ela lê-se os que escrevi viajaria nos mistérios, o facto de cada historia contar uma vida mostra mais que o nosso futuro pode estar ligado em algum ponto nas linhas do destino, até pode não ser hoje nem amanhã, mais um dia nós pensaremos o que poderia ter sido.

   Poderia ter sido tudo menos o que foi, poderíamos ter tentado dar certo e não dar ou poderíamos ter nos ferido em vertentes diferentes, nos conectarmos, seríamos casados velhinhos com magoas ou não daquilo que poderia ter sido se fosse como o que foi.

   Mas na linha do tempo que habitávamos ainda continuávamos amigos, mais íntimos ainda. Mandávamos mensagens pela manhã pra saber qual foi o sonho antes de acordar, ainda ríamos e improvisávamos jantares. A sua presença ainda me fazia bem ainda me deixava viajar para além do horizonte onde esquecíamos de todos embaraços e continuávamos abraçados sem dizer nada, deixando os corpos conectados falarem diversas línguas nas quais traduzíamos em calor.

   As altas temperaturas se deduziram em olhares manhosos, mas queria mesmo era andar de mãos dadas no alvorecer da manhã não só em imaginação mas de frente ao por do sol recitar poemas, ter uma vida parecida às que escrevi pra nossa história. Que reinasse paz sem perdas e vitórias.