002
001 — O que estão achando da nossa protagonista? Me contem aqui.
002 — Meta de quinze comentários para o próximo capítulo!
Cassiopeia Tonks
Gosto de pensar que tínhamos tudo
Desenhamos um mapa de um lugar melhor
BILL SURGIU AO MEU LADO NO CORREDOR, o distintivo de Monitor-Chefe reluzia em seu peito e chamava atenção por onde passava, o garoto estava extremamente orgulhoso no cargo e qualquer um poderia perceber aquilo.
— Bill.
Ele sorriu, passando o braço ao redor dos meus ombros e fazendo com que eu caminhasse o mais próxima dele possível.
— Você está muito bonita hoje, Cassey.
Imediatamente estreitei os olhos, desconfiando do seu tom de voz.
— O que você fez?
Por um momento, ele fez uma expressão ofendida que eu não acreditei nem por um único segundo.
— Por quê acha que eu fiz algo?
— Eu te conheço.
— Uma pergunta: você já tem acompanhante para o baile de formatura?
O encarei surpresa com a pergunta.
— Recebi algumas propostas, mas não aceitei nenhuma — acabei confessando, sentindo meu rosto esquentar — Por quê?
Eu tinha negado todas as propostas para o baile de convite porque queria ir com uma pessoa específica que, naquele momento, estava me encarando com o rosto muito próximo ao meu. Bill Weasley tinha meu coração desde sempre, mas ele não sabia disso, porque eu morria de medo de acabar estragando nossa amizade.
— Curiosidade.
O assunto mais comentado em Hogwarts nas últimas semanas era o baile, a maioria das pessoas já tinha um par, eu ainda tinha a expectativa de que talvez Bill me convidasse.
— E você? Não aceitou a proposta de todas aquelas moças que vivem correndo atrás de você?
— Não, eu não aceitei nenhuma ainda.
Aquilo me deixou surpresa, pensei que ele seria o primeiro a arrumar um acompanhante para o baile, afinal, Bill era muito popular entre as garotas e aquilo não era um segredo.
— Surpreendente.
Ele riu.
— Não exatamente, é nosso último baile em Hogwarts e eu prefiro passar ele com alguém que tenha algum significado, também estou tentando evitar momentos estranhos — confessou, sorrindo — Então, Srta. Tonks, aceita ir ao baile de formatura comigo?
Congelei no meio do corredor, apesar de ter esperanças que isso acontecesse, não achei que era uma possibilidade real.
— Você está falando sério?
Bill arqueou a sobrancelha.
— Acha que eu brincaria com algo assim?
Mordi o lábio inferior, tentando conter a minha felicidade.
— Seria uma honra, Sr. Weasley.
O sorriso dele aumentou.
— Fico satisfeito em ouvir isso — ele respondeu, então se inclinou, dando um beijo rápido na minha bochecha — tenho certeza que vamos nos divertir muito.
Definitivamente aquele era um dos melhores momentos da minha vida.
— Óbvio, afinal eu sou uma companhia maravilhosa.
Ele gargalhou.
— Claro, claro.
— Ainda não acredito que vamos nos formar — murmurei, mudando de assunto — ainda não decidi o que vou fazer depois da formatura, é tanta pressão escolher o que vamos fazer para o resto da vida!
Senti ele ficar tenso por um segundo, mas quando o encarei, Bill já parecia ter se recuperado.
— É, muita pressão. Pensei que você tinha decidido ser medibruxa, ao menos, foi o que escolheu na semana passada — Bill comentou, franzindo a testa — Acho que você tem um talento especial para cuidar dos outros.
Meu rosto esquentou e eu olhei para o chão.
— Ainda não tenho certeza — resmunguei, me encolhendo — como falei, é muita pressão.
— Não importa o que você escolher, tenho certeza que vai se sair bem, afinal você é a garota mais incrível que já conheci.
Eu o encarei, sorrindo.
— Palavras bonitas, ruivinho.
— Apenas verdades.
Mas na estrada eu caí
Oh querida, por que você fugiu?
RESMUNGUEI UM PALAVRÃO ENQUANTO Nymphadora me arrastava até a sede da Ordem, ela estava desesperada e eu não tinha conseguido entender nada do que estava acontecendo. Não era aquele plano que eu tinha para o meu horário de almoço daquele dia.
— Dora, qual é o...
Entramos na sede e eu imediatamente entendi qual o motivo do nervosismo dela, Remus Lupin estava jogado no sofá, parecendo terrivelmente doente.
— O que aconteceu com você?
— Ele é um lobisomem — Molly explicou, surgindo na sala — Noite passada foi Lua Cheia.
Concordei lentamente e tirei minha capa, me aproximei de Remus e comecei a analisar seus machucados, não eram tão complicados quanto imaginei na primeira olhada.
— Oi, Sr. Lupin, se lembra de mim? Nos conhecemos semana passada.
Ele concordou fracamente.
— Ok, vamos levar você para um quarto e começar a trabalhar, felizmente já atendi alguns lobisomens antes e sei o que fazer.
Eu o ajudei a levantar e Sirius Black rapidamente me ajudar, nós o levamos para um dos quartos do primeiro andar e o colocamos deitado na cama velha de solteiro. Limpei seus machucados e apliquei uma pomada especial para lobisomens que sempre tinha guardada na bolsa, pois sabia que eles normalmente não tinham tanto acesso a recursos.
Depois de tudo limpo e a pomada aplicada, lhe dei algumas poções.
— Ele vai ficar bem — expliquei para Sirius, que parecia aflito — Só aplicar essa pomada a cada seis horas.
Entreguei a pomada para Sirius, que rapidamente pegou e a guardou no bolso.
— Obrigada, Cassiopeia.
— Pode me chamar de Cassey.
Ele concordou e um pequeno sorriso surgiu em seu rosto.
— Ainda não acredito que você é filha da minha prima, lembro de conhecer você antes de ser preso, você era uma garotinha muito esperta — Sirius comentou, me observando com atenção — Consigo ver um pouco da Andy em você.
Eu tinha algumas memórias de Sirius antes dele ser preso, ele realmente nos visitava com frequência e sempre me trazia brinquedos legais.
— Eu deveria examinar você também, passar tanto tempo na presença de dementadores tem péssimos efeitos, você tem muitos pesadelos? — perguntei, curiosa — Nunca tratei de ninguém que ficou preso tanto tempo em Azkaban.
Sirius fez uma careta.
— Os pesadelos são a pior parte, mas estou lidando com isso. Molly preparou o almoço, você deveria comer antes de voltar para o trabalho.
Concordei com ele, sabendo que Molly poderia aparecer a qualquer momento para me obrigar a almoçar. Sai do quarto e segui para a cozinha, onde todos estavam sentados ao redor da mesa, fiz uma careta ao perceber que William estava ali.
— Boa notícia: Remus vai ficar bem — comentei, atraindo a atenção de todos que estavam ali — Má notícia: eu estou com fome.
Molly me indicou a única cadeira vazia, que infelizmente era de frente para seu filho mais velho.
— Tonks me contou que você ia vir ajudar Remus, então fiz sua comida favorita! — ela contou, animada — Com direito a torta de abóbora de sobremesa.
Me sentei na cadeira vazia e sorri para a mulher.
— Tia Molly, a senhora é um anjo.
— Oi, Cassey, tudo bem com você?
Lancei um olhar azedo para William, que me encarava com um sorriso.
— William.
— Então vocês dois não são mais amigos? — Ron perguntou, confuso — Ou vocês brigaram? Nunca vi a Cassey chamando o Bill pelo nome dele assim...
William ficou tenso, seu olhar se desviando para o prato em sua frente.
— É complicado.
— Não somos amigos há seis anos — expliquei rapidamente, forçando um sorriso — Desde que ele foi embora sem se despedir.
Os gêmeos trocaram um olhar.
— Cara, você está ferrado — Fred murmurou.
— Muito ferrado — George concordou.
Comi o meu almoço em silêncio, decidindo não participar das conversas que se iniciaram ao redor da mesa. Terminei meu almoço e ajudei Molly a recolher os pratos da mesa.
— Posso ajudar vocês? — Dora questionou, ansiosa.
Molly deu um sorriso nervoso.
— Ah, não precisa querida — ela murmurou, hesitante — Cassey já está me ajudando aqui.
Depois de terminar de recolher os pratos, comecei a lavar eles. Eu gostava de fazer aquelas coisas sem magia, afinal meu pai havia me acostumado assim, fiz o trabalho em silêncio.
— Vou te ajudar.
Revirei os olhos quando William surgiu ao meu lado, começando a secar a louça.
— Não precisa.
— Eu insisto — ele respondeu, dando um pequeno sorriso, tenso — É como nos velhos tempos.
Eu o encarei, seus olhos verdes já estavam focados em mim. Por o conhecer desde sempre, eu sabia muito bem o que ele estava tentando fazer, era a mesma coisa sempre que a gente brigava, Bill sabia que eu não conseguia ficar muito tempo o ignorando.
Só que agora não éramos mais adolescentes.
— Por quê? — sussurrei, sem conseguir aguentar — Eu não teria me importado com toda a coisa de se mudar para o Egito, nós ainda poderíamos ter sido amigos se você ao menos tivesse respondido às milhares de cartas que mandei. Você pelo menos as leu?
Ele franziu a testa, eu não conseguia entender a expressão em seu rosto.
— Eu não as li porque tinha medo que se fizesse, acabaria correndo de volta para cá — murmurou, os olhos focados nos meus, ele parecia sincero — Eu não contei porque se você tivesse me pedido para ficar, eu não teria coragem de ir.
— Você não me contou por medo?
Desviei o olhar, focando na louça suja da pia. Eu tinha esperado seis anos por aquela resposta e agora que finalmente tinha conseguido, não me sentia melhor e nem ao menos sabia o que fazer com aquilo.
— Você era a minha melhor amiga, eu não queria te deixar, não tive coragem de te contar porque você parecia tão feliz na nossa formatura, com todos aqueles planos... — Bill suspirou, cansado — Não teve um único dia que não senti a sua falta, eu juro.
Agarrei a beirada do balcão da pia, tentando processar tudo aquilo.
— Palavras bonitas.
Bill tocou meu braço, parecendo triste.
— Você não acredita em mim?
— Não.
Me afastei dele e peguei minhas, me preparando para ir embora.
— Um dia vamos poder voltar a ser como éramos antes?
Não respondi.
Eu estava lá por você
Nas suas horas mais difíceis
ARTY ME ENCAROU ENQUANTO segurava a vassoura que Dora tinha lhe dado de presente. Havia uma expressão chateada em seu rosto, ele estava doentinha e infelizmente a poção infantil que apliquei não fez muito efeito, o que era terrível, considerando que eu tinha uma reunião da Ordem para comparecer em dez minutos.
— Mamãe, você vai sair?
Suspirei baixinho e me abaixei, ficando na sua altura. Meu filho era a minha prioridade, se ele precisava de mim, eu iria ficar, aquilo não estava em discussão.
— Eu vou ficar aqui com você — murmurei, tirando a vassoura da sua mão e em seguida o pegando no colo — vamos ver um filme embaixo das cobertas, que tal?
Ele concordou baixinho e colocou a cabeça no meu ombro, o levei para o meu quarto e o coloquei deitado na cama, então coloquei um filme na tv trouxa que meu pai tinha me dado de presente. Coloquei uma fita vhs com um desenho infantil e troquei rapidamente minha capa por um pijama de ursinho que combinava com o de Arty, o ursinho pooh apareceu na na tela, o seu desenho favorito.
Me deitei na cama com ele e imediatamente o garoto se aproximou, me abraçando.
Arcturus era uma criança naturalmente carinhosa, mas quando ele estava doente, ficava ainda mais. Não demorou muito para ele adormecer, eu checava sua temperatura de cinco em cinco minutos, preocupada com a possibilidade de uma febre,
A noite estava passando lentamente, Arty dormiu abraçado em mim e o filme estava no final quando senti os feitiços de proteção do apartamento me alertarem que tinha alguém na porta. Me levantei da cama com cuidado para não acordar meu filho e imediatamente peguei minha varinha, quando abri a porta, fiz uma careta ao ver Bill ali, segurando dois potes do que parecia ser uma sopa.
— O que você está fazendo aqui?
Ele analisou meu pijama com cuidado, uma expressão divertida surgindo em seu rosto mesmo que eu tivesse uma varinha apontada para sua garganta nesse exato momento.
— Tonks disse que você estava doente — Bill explicou, dando um pequeno sorriso — e você já pode imaginar como minha mãe reagiu, então como moro aqui perto, fui encarregado de te trazer um pouco de sopa.
Pela décima quinta vez no mês, eu quis matar minha irmã mais nova. A ideia de ser filha única estava se tornando cada vez mais tentadora.
— Vou dar meus agradecimentos a Molly na próxima vez que a vir, agora pode ir embora — murmurei, guardando minha varinha e pegando os potes de sopa — Tchau.
Bill franziu a testa.
— Você não parece doente.
Uma ótima observação, considerando que eu realmente não estava doente.
— Tchau.
Tentei fechar a porta, mas ele foi rápido em impedir que eu tivesse sucesso naquela missão.
— Cassey, eu...
— Mamãe?
Arcturus sempre teve um timing impecável, então não me surpreendi quando ele surgiu na sala, agarrado a um ursinho de pelúcia, uma expressão avermelhada no rosto que era um claro sinal de que ele estava prestes a chorar.
Ignorei a expressão de choque no rosto de Bill e empurrei os potes novamente para ele, então segui na direção do meu filho, o pegando no colo em um rápido movimento.
— O que foi, meu amor?
— Eu acordei e você não estava lá.
Me sentei no sofá e o embalei um pouco, o corpo de Arty estava quentinho, o início de uma febre surgindo. Ele voltou a pegar no sono com uma facilidade impressionante, então eu finalmente olhei para a porta, onde Bill ainda estava congelado, em choque.
— Você tem um filho.
Revirei os olhos.
— Parabéns por reparar no óbvio — resmunguei, cansada — Vou colocar ele na cama, deixa a comida em cima da bancada e vá embora, não estou com tempo para visitas no momento, como você pode perceber.
Levantei do sofá e fui para o meu quarto, deitando Arty na cama.
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