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CAPÍTULO 11

Pés sobre a lama. A corrida dos curumins é contra o tempo. Antes que se vá a chuva — um temporal de verdade.

Medo de resfriado? Apenas estejam em casa antes das seis da tarde. A malária está nos igarapés.

Duas crianças nunca foram tão opostas ou são os seus mundos diferentes. Um passado o acolhe, um futuro o oprime. O desejo de conquistar o mundo chegou. A cidade o aguarda. Ele precisa de concreto, fumaça e barulho para continuar vivo.

Cauã vai em busca de amigos. É o melhor para ele. Corações preocupados olham para ele já se distanciando...

De repente, o mundo é o mundo. O meu filho é o meu filho. Manaus é Manaus. Tudo é um sonho! Tudo são lembranças?

— Alex!

As lembranças se fragmentam até sumirem na escuridão. Recuso-me a abrir os olhos e deixar que elas desapareçam, mas a dor no peito me faz querer gritar. Minha garganta e meu nariz fervem. Antes de abrir os olhos, sinto um último empurrão. Alana ainda permanece com as duas mãos no meu peito. Os olhos arregalados de Kulina desvanecem aos poucos.

Alana desaba de costas na superfície arenosa e um longo suspiro faz jus ao esforço que ela empreendia para salvar minha vida.

A quantidade de água que sai de mim aumenta a sensação de ardência das minhas vias respiratórias. Tento encontrar ar após um ataque de tosse.

— Você foi marinheiro e membro da guarda provinciana, mas não sabe nadar! — diz Kulina entre respirações rápidas e trêmulas.

— Ele sabe — diz Alana. — A perna esquerda dificulta o nado. Não é isso?

— Obrigado por me lembrar — digo, pondo a mão sobre o golpe. — Mas você não disse tudo, e não é sua culpa. Lembro-me, mesmo que vagamente, de uma doença que grudou na minha perna quando estava na marinha. Disseram que era incurável. Ela estava me consumindo. Fui dispensado e caí numa depressão.

— Como foi curado? — pergunta Kulina.

— Autoestima ajuda bastante.

— Difícil imaginar você desistindo de algo — comenta a indígena curiosa.

— A vida é curta demais para ficar lamentando o que não se pode controlar. Além disso, eu tinha pelo menos dois motivos para lutar contra a doença e continuar vivo.

Meu olhar atinge Alana após a última frase, uma tentativa vã de fazê-la lembrar de nossa vida juntos e trazê-la de volta a mim. Ela abaixa os olhos como se lutasse contra lembranças.

Alana levanta rapidamente e corre em direção à caixa metálica caída próxima ao rio.

— Ah, não! — exclama com as duas mãos atrás da cabeça.

De joelhos, ela digita rapidamente a senha para abri-la.

Kulina e eu nos aproximamos a passos mancos e lentos.

— Ainda bem que a salvei. Achei que seria útil. O que tem aí?

Alana arruma um por um em fileira na areia: um localizador, um sinalizador, pacotes de ração e outros itens de emergência.

— O drone estava sendo rastreado? — pergunto.

— Sim. Pelo menos antes de adentrarmos o vale. A resistência pode nos procurar até certo ponto. Só há uma tela escura agora.

— Que beleza! — exclamo.

— Aquela nave vai me custar caro. Não sei bem quanto, mas sei que o preço vai ser alto.

— Uma droga de resistência te dá uma nave para transitar por uma área de grande circulação de patrulhas e espera que você volte com ela intacta?

— Eu entrei para grupo porque não tinha nada que me prendesse. Mas, na verdade, eu...

— Você não confia neles!

O olhar de Alana foca qualquer coisa além do rio para fugir da conversa iminente.

— O conhecimento que temos um sobre o outro vai ser uma barreira contra o que nós buscamos? — pergunta Alana.

O questionamento me deixa sem ação por alguns segundos. Não sei se ela está falando sério ou tentando nos distrair da situação trágica em que estamos.

— O conhecimento? — retruco. — Você está falando sério?

— Se vocês não repararam, estamos cercados por ilhas — tenta interromper Kulina. — Acho que não é hora de...

— Não! — exclamo. — Você sempre achou que tínhamos um passado em comum, mas não, Kulina. Sua irmã e outros a quem você ama foram tirados de você. O mesmo aconteceu com Cauã, mas eles não desistiram de você e nem o abandonaram.

— Foi tão difícil para mim quanto para você! — berra Alana.

— Sério? Me pareceu que você escolheu o caminho mais fácil, enquanto eu procurava por ele.

— Cinco anos, Alex — suspira Alana. — Cinco anos.

— Eles passariam mais rápido se tivéssemos continuado juntos. Eu sei que você não esqueceu totalmente.

Uma lágrima ameaça sair dos olhos claros de Alana.

Cerro os lábios a fim de segurar mais desabafos, mas meu olhar continua firme na mulher em busca de uma resposta. Simplesmente, foi mais fácil para ela lidar com a perda de Cauã me abandonando.

— Eu fui muito fraca. Você não imagina...

Kulina abaixa a cabeça diante do momento familiar.

— Bom, agora você está aqui — falo suavemente. — O pior já passou, eu acho. Nossa busca continua, certo?

Alana morde o lábio e me joga um olhar reconfortante. Temos muito que conversar, mas Cauã é o centro de nossas atenções agora. Um suave, mas perceptível som, interrompe qualquer tentativa de finalizar o assunto.

Alana põe algumas mechas de cabelo atrás das orelhas enquanto uma aeronave desce lentamente. A nave exibe uma imponência monstruosa com sua coloração azul-claro e faixas em azul-royal. O formato imita a estrutura de uma ave. Diria eu que é uma andorinha. O pouso é tranquilo na areia.

Alana não perde tempo e corre na direção do objeto. Uma porta se abre.

— Alana! — exclama o homem, descendo pela rampa. — Desculpe por não chegarmos a tempo.

— Tudo bem, você está aqui agora — responde ela.

O homem tenta disfarçar o desconforto por estar no meio de um histórico existente entre mim e Alana. Com o sorriso mais largo do mundo, ele vem em minha direção e estende a mão.

— Denis Sousa.

— O Denis do blog? — pergunto ao apertar a mão dele.

—Ele é um fã — debocha Kulina.

— Não um fã — rebato. — Um admirador.

— Tudo bem, Alex. Eu o admiro mais ainda. Temos objetivos parecidos. Lutamos pelas mesmas causas.

Olho para ele tentando decifrar suas intenções.

— E quais são nossas causas?

O sorriso largo do homem vem recheado de esperança e de empolgação. Tudo isso será jogado nas minhas costas, tenho certeza.

— Conto no caminho — diz Denis, com um tapinha no meu ombro. — E, Alana, ótimo trabalho.

O olhar entre os dois me atinge em cheio. Uma confusão de sentimentos me consome por dentro. Por que me sinto assim? Faço questão de levantar o fardo pesado da culpa como se ela fosse realmente minha. Alana fez uma escolha. Ela não me escolheu.

— É incrível, não é? — Aponta Denis para o avião. — É um Tangara. O nome científico soa menos estranho, pode acreditar.

— Eu ainda prefiro Sanhaçu — digo ao admirar a estrutura.

Subimos na nave sob forte escolta. Além de soar estranho, o Tangara não faz jus ao nome da ave que homenageia. Os Sanhaçus são aves de pequeno porte. Essa nave é gigantesca por dentro. Sinto-me num galpão. Tudo é prateado e com cheiro de novo. Faixas de luzes azuis se movimentam no teto como se indicassem um caminho pelo corredor.

Essa nave não pertence à Província. Não sei o porquê de o grupo ainda ser chamado de resistência. Com o domínio de toda essa tecnologia, eles assumiriam em pouco tempo o controle de todas as Províncias.

Kulina parece mais enojada do que admirada. Toda essa demonstração de poder e superioridade é uma afronta e apenas representa ameaça para tribos que tentam sobreviver à soberania cruel imposta no Oeste. Enquanto tento sentir a textura de paredes tão cromadas, Denis se aproxima.

— Me aguardem nos assentos, por favor. Vou à cabine de comando e logo colocaremos os assuntos em dia. Quando falo em dia, quero dizer apenas um. Fiquem à vontade. — Denis tenta evitar contato visual com Kulina, que o encara indiscretamente.

Alana olha com desconfiança para mim enquanto segue seu capitão. Um sorriso forçado sai do canto de sua boca.

Kulina e eu nos dirigimos à parte mais larga do corredor, onde há vários assentos acolchoados acoplados nas paredes, o que deixa o compartimento mais espaçoso ainda.

De longe, vejo três pessoas acomodadas. Ao me aproximar, percebo que não passam de jovens de no máximo dezessete anos.

Um garoto asiático está encurvado com as duas mãos cobrindo a boca. Sua expressão é de muita preocupação. A menina de pele negra sentada de frente para ele encara o horizonte pela janela. Seu olhar impõe confiança e um pouco de fúria para quem ousar desafiá-la. Não tem como não fazer de imediato uma comparação com minha amiga indígena que vem logo atrás de mim.

Depois da garota sisuda, os outros assentos estão ocupados por um garoto folgado que se esparramou de costas e não se envergonha nem um pouco de estar num sono profundo em plena crise na Província. Ao menos, um boné preto cobre seu rosto.


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