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Capítulo 8 - Estarei pronto

Os fragmentos obsidianos daquela estrutura rolavam pelo chão, em poucos segundos uma pilha de escombros se formou tampando aquela passagem. A boca de um ser se moveu e um ranger gutural e irritante escapou da mesma. A criatura de corpo coberto por uma carapaça negra como azeviche, parecida com uma armadura, levantou seu braço direito e fez menção de socar o amontoado de entulhos, mas o constante reclamar da estrutura, indicando que não suportaria os danos, neutralizou sua ação.

Se recompondo o besouro andou até o altar que ficava em oposição direta a porta que ainda brilhava em vermelho, e sobre este — uma nave de igreja com cinco degraus — havia uma passagem maior que as demais e que emitia um tranquilizador brilho esbranquiçado. Incrustada na parede, acima do portal branco, havia uma estátua de metal em forma de dragão chinês e próxima a ela um monólito de cristal negro com um disco dourado sobre sua estrutura. O besouro humanoide seguiu até o disco e girou alguns de seus anéis cheios de caracteres gravados. Quando parou em uma combinação específica o ambiente tremeu, o lago emitiu uma luz clara e os diversos pontos que estavam ruindo começaram a emitir um brilho levemente dourado. Em pouco tempo o que foi destruído começou a se modificar, era como se as paredes, pilastras e tudo mais que havia sofrido danos estivesse voltando no tempo.

Enquanto toda a estrutura se reconstruía a criatura se voltou para a passagem coberta de escombros, a que ele mesmo havia soterrado. Ao olhar para ela viu que estava vazia, mas ele já imaginava que estaria, pois as passagens daquele recinto não eram portas, mas sim, portais.

Sem mais o que fazer a criatura se voltou para o centro da sala, onde havia um pequeno e contido lago artificial em formato octogonal. Respirando fundo, claramente decepcionado e perturbado com algo, a criatura avançou para dentro do lago e parou exatamente no meio dele. Ali ele suspirou e sentou em posição de lótus, mas não dentro da água, e sim, no próprio ar, flutuando.

A criatura em questão não tinha pálpebras para fechar seus olhos como humanos fazem, mas em compensação ele podia fazer algo trivial como simplesmente deixar de ver. Por alguns instantes seus cintilantes olhos branco-amarelados pararam de brilhar. Pareciam pequenas lâmpadas que haviam acabado de serem desligadas.

Quando mais calmo uma pergunta perturbou sua mente:

"Quem era você?" — se questionou pensativo.

A superfície da água logo abaixo dele recebeu um leve fluxo de energia, que perturbou-a gerando uma leve ondulação. Foi algo tão pequeno e trivial que poucos poderiam perceber, mas aquela criatura não costumava gerar nenhum efeito... nunca.

E pensar que tinha sido literalmente há apenas alguns minutos. Ainda sentado em posição de lótus, ele começou a repassar todas as suas memórias novamente, pois afinal de contas, eram as únicas informações que ele tinha para se preparar.

Aures estava em sua posição corriqueira, flutuando sobre a superfície do lago artificial, meditando, revivendo todas as batalhas que já travou e se aperfeiçoando com elas. Aquele ser era o guardião final, e como tal, devia ser absoluto, ou ao menos era assim que pensava.

Foi então que, em meio ao seu treinamento, a passagem logo a sua frente cintilou e um grupo adentrou o salão. Assim que todos colocaram seus pés no recinto o portal que era verde ficou vermelho. Já fazia algum tempo que algo do tipo havia acontecido, e Aures ansiava muito por momentos como este.

O portal do desafiante fora criado especificamente para que os verdadeiramente fortes pudessem desafiá-lo diretamente. Só que, com considerável frequência, quem usava aquela passagem não eram os verdadeiramente fortes. Aures havia preparado todos os andares de forma que os desafios fossem uma escalada progressiva, mas aquele grupo, assim como tantos outros, simplesmente ignorou.

Em verdade, e na maior parte dos casos, o portal que havia sido criado para não ficar atrasando seres realmente fortes estava sendo utilizada por criaturas de poder irrisório, exatamente como os que acabaram de surgir ali. Aquela passagem havia sido criada pelo mestre de Aures após um desafiante; certa vez, ter arrasado todos os andares. Mas impressionantemente eram sempre as criaturas mais fracas que acabavam passando por ela, e as criaturas mais fortes normalmente escalavam tudo superando todos os desafios.

O grupo que entrou parecia determinado, mas Aures não se importou, pois, para ele, não passavam de brincadeira. Foram poucas as pessoas que tinham chegado naquele ponto, e as poucas que conseguiram morreram todas em suas mãos. Mesmo com a perspectiva de ter sido abandonado por seu mestre, Aures nunca deixou e nem deixaria aquele local, pois era seu lar. Desde que se tornou guardião daquele ninho, aquela era sua vida.

Aures se moveu, e desfazendo sua posição de lótus pisou no chão. Aquele grupo teria o mesmo fim de tantos outros. Ele estava pronto para batalhar e suas preparações de sempre começaram, mas sentiu que não precisava de mais do que afiar seus sentidos. No instante em que sentiu a água gélida se infiltrar por entre as frestas de sua armadura natural, seus olhos que até então estavam apagados voltaram a cintilar, e como consequência o grupo de visitantes estremeceu.

As sete pessoas logo se organizaram em posição de batalha. Aures sorriu, mas infelizmente os visitantes não conseguiam perceber qualquer diferença naquele semblante estático. Se Aures risse, a única coisa que surgiria era um rangido ameaçador e irritante, algo bem próximo de um quadro sendo arranhado.

Ignorando o que não podiam perceber aquelas pessoas logo se organizaram. Uma mulher Orque de cabelos longos e grossos como a crina de um cavalo se colocou à frente do grupo já erguendo um enorme escudo do tipo torre. Um Elfo que parecia ser o líder e um humano que talvez fosse seu assecla sacaram ambas as suas respectivas espadas, e enquanto isso, logo atrás, mais quatro pessoas se preparam. O Elfo não possuía mais nada fora sua espada média e um olhar afiado e confiante, mas o humano levantou um pequeno escudo redondo pouco maior do que um broquel. Outro jovem humano mais atrás recitava algo com seu cajado em mãos, e uma jovem Meia Elfa de pele clara orava sobre um livro fechado. Tentando se esconder nas sombras e preparando seu bote um Halfling portando uma adaga se moveu para perto de uma das pilastras e, por fim, sacando seu arco e tomando cobertura em uma pilastra oposta à do Halfling, uma Elfa de pele escura estava com suas flechas no ponto. Foi uma olhada rápida, mas Aures entendeu que era um bom grupo, eles pareciam confiar em suas habilidades e, mais importante, pareciam ter confiança... quer dizer, dois deles eram obrigados a confiar.

"Ai está seu defeito." — Aures suspirou desanimado.

Por um momento, por um breve momento, ele quase acreditou que a luta pudesse durar ao menos um minuto, mas apesar de aquele não poder ser considerado um grupo ruim, Aures percebeu que havia uma falha. Dando um passo à frente, o besouro traçou sua estratégia. Ele nem sequer inflou seus músculos, não era necessário.

Tudo aconteceu em um instante, quase não houve tempo de reação. Com um movimento preciso de pés Aures sumiu, e no instante seguinte surgiu diante da Orquisa. O soco do besouro posou facilmente sobre o escudo da moça, que por sua vez mal conseguiu reforçá-lo a tempo de receber o impacto. Os olhos dos demais instantaneamente se arregalaram, ninguém tinha visto o movimento e isso por si só provava o quão insignificantes eram. Retratando, duas pessoas até viram, mas definitivamente não sabiam como reagir. Infelizmente para a mulher Orque foi a definição de sua sentença, pois em poucos segundos seu escudo fora perfurado tão facilmente que acreditou na possibilidade de a enorme chapa de metal que carregava com orgulho ter sido trocada por uma casca de árvore. O musculoso corpo da moça de pele esverdeada, e com mais de dois metros de altura, — maior até que o próprio Aures — voou pelos ares batendo contra a parede mais atrás, logo acima do portal que brilhava vermelho. Não foi nada agradável de ouvir. Por um instante pareceu que um tomate havia sido lançado sobre um bloco de mármore, era fácil para todos saberem que haviam perdido um "companheiro".

— ATACAR! — gritou o Elfo que empunhava uma espada com corte apenas de um lado, quase uma katana se não fosse o fato de ser uma lâmina reta com ponta diagonal muito parecida com um estilete.

Não havia tempo para se perderem no choque, e com ira em seus olhos os demais seguiram a ordem. O jovem humano de cabelos castanhos e escudo e o Elfo de cabelos longos, que de tão bonito seria facilmente considerado sexy symbol caso fosse um ator; brandiram juntos suas espadas mostrando uma boa sincronia de ataque. Ambas as lâminas brilharam e Aures apenas se divertiu com a cena. Ele podia sentir claramente a quantidade de energia que eles haviam imbuído no item, e do seu ponto de vista, era irrisório.

Ambas as espadas miraram o pescoço do besouro, cada uma de um lado e visando um ataque em tesoura, mas nenhuma sequer chegou ao seu destino. Agindo rápido e tranquilamente Aures apenas levantou seus dois braços, ele nem sequer precisou usar manipulação para endurecer ainda mais sua pele, sua carapaça já era bastante dura e foi o suficiente, desde o início ele tinha certeza de que seria suficiente. No instante em que Aures sentiu o choque das espadas, e principalmente, que elas haviam se quebrado, ele esticou seus dedos e usando suas próprias mãos como se fossem espadas fez dois cortes limpos.

Dois Katas foram desferidos ao mesmo tempo, um com cada mão, e aquele foi seu contra-ataque. As mãos de Aures atravessaram os músculos do trapézio logo acima dos ombros de seus adversários, passando facilmente pelos músculos escalenos, decepando a garganta, cortando através das veias jugulares e descendo diagonalmente até traçar parte de um dos pulmões — em cada um dos dois adversários ao mesmo tempo —, cortar algumas costelas e sair abaixo, pouco acima do quadril. Foi um corte tão limpo, uma divisão tão bem-feita e simétrica, que era difícil acreditar que foram feitos por mãos em vez de lâminas.

Os olhos do mago e da clériga ficaram arregalados e uma ânsia de vômito atingiu suas gargantas. A clériga, que até então não estava acostumada com esse tipo de situação, quebrou sua parca concentração para impedir seu almoço de fugir por completo através de sua boca. Foi um ato que custaria sua vida. Claro, não é como se os poderes dela fizessem alguma diferença para Aures. O punho do enorme besouro humanoide avançou em direção a moça, mas infelizmente não a pegou de primeira. O jovem mago se jogou na frente, usando seu corpo e a armadura arcana que havia conjurado nele mesmo como escudo.

Aures ficou realmente surpreso, mas se aquelas pessoas pudessem identificar alguma expressão no rosto dele, perceberiam que estava rindo. Foi uma surpresa que o fez esboçar um leve sorriso e foi a surpresa que fez o pequeno Halfling se mover. Saindo do meio das sombras a criatura com pouco mais de um metro e vinte voou em direção a Aures com uma adaga em mãos. Para atacar a clériga Aures teve que se abaixar um pouco, afinal de contas, ele tinha mais de dois metros de altura, e esse gesto foi o que expôs um pouco da região esbranquiçada, gelatinosa e carnuda de seu pescoço. Uma região sem carapaça. Era uma brecha tão mínima que poucos se atreveriam a se mover por ela, mas para alguém que se considera um assassino profissional era a chance perfeita, ou ao menos, um assassino que ouse se chamar de assassino. Bem, foi o que pequenino havia pensado. Só que há um detalhe, e é o de que um assassino verdadeiramente profissional perceberia imediatamente a armadilha. Afinal de contas, os dois espadachins também eram mais baixos que Aures, e ainda assim ele não criou uma abertura igual àquela quando os matou; mesmo tendo se curvado ao ponto de descer suas mãos até o quadril de ambos os homens o besouro permaneceu impenetrável.

No instante em que a adaga pousou houve um tilintar. O rosto do Halfling estava pálido, ele até podia ser jovem, mas ele era bom, ou, pelo menos, ele acreditava que fosse bom. No instante em que a adaga percorreu o caminho até a carne macia abaixo da carapaça sobre pescoço de Aures, o mesmo expandiu seus músculos.

O ar do ambiente faltou, os músculos de Aures cresceram e um som análogo a válvulas pneumáticas atuando se fez presente. A carapaça flexível expandiu junto a sua musculatura e o pequeno espaço entre a armadura de suas costas e o seu capacete natural, se fechou. A adaga acertou a parte dura e sorrindo Aures fez um movimento rápido, simples e direto.

O mago ainda estava suspenso no ar pelo braço monstruoso que atravessava seu tórax. O corpo do jovem era fino e quando Aures expandiu sua musculatura para se defender do Halfling, o peitoral do mago cedeu e seu corpo caiu no chão. Vendo que a moça diante de seus olhos permanecia em choque e que o Halfling atordoado estava encurralado do seu lado, Aures fez um movimento simples. Sem perder um segundo sequer, um milésimo que fosse, o besouro girou seu corpo e com as costas de sua mão direita estapeou o rosto da Clériga, e em seguida, com o mesmo movimento, acertou o Halfling que ainda permanecia no ar devido a seu ataque anterior. Foi uma ação tão rápida que o assassino diminuto nem sequer teve tempo tocar seus dedinhos dos pés no chão antes de explodir como um balão devido ao ataque do besouro. O tempo foi tão bem gasto que em menos de um segundo duas pessoas haviam morrido, o mago e o assassino.

Com pouco menos de um minuto cinco pessoas haviam sido mortas e uma incapacitada. Apesar de a Clériga ter tomado o mesmo tapa que o Halfling, somente a pontas dos dedos de aures atingiram seu rosto, fazendo com que o impacto não passasse de um peteleco mal dado, mas mesmo que tenha sido me mal jeito, foi o suficiente para arremessá-la contra a parede logo atrás e desmaiá-la com o choque.

Enfim, agora havia apenas um único individuo em boas condições, mas Aures não se apressou. Sentada no chão, encostada em uma pilastra, uma jovem Elfa Escura tremia. Seu arco e aljava foram jogados de lado e ela mal pôde se manter de pé. Aquele era o elo mais fraco... Não em força, nem em habilidade ou velocidade, não era esse o motivo de ser o elo mais fraco. Se Aures considerasse puramente a quantidade de energia da jovem, provavelmente era a mais forte de todos no grupo. Havia tanta energia que a mesma facilmente poderia ser uma maga em vez de uma arqueira. O problema dela era outro.

— Por favor, me deixe ir... — ela tentou implorar por sua vida, com lágrimas nos olhos, lágrimas de felicidade e tristeza.

No momento em que ela viu a Orquisa, sua parceira de correntes, morrer, ela tirou a mão do arco em choque, mas no momento em que seu "líder" foi dividido em dois, ela sorriu. Quando o Halfling e o Mago morreram, a mesma coisa. Agora o algoz de seu grupo estava diante dela e ela sabia que não adiantava atirar flechas. A Elfa estava triste por sua amiga Orquisa, mas feliz pela situação dos demais, era uma situação difícil e confusa. Aquela jovem tinha sido forçada a lutar através do controle mental de uma coleira de manipulação psicológica.

— Você está livre criança — Aures respondeu.

No instante seguinte a garota engasgou-se com seu próprio sangue e ficou mole. Havia um buraco em sua garganta. Aures deixou uma certa quantidade do ar comprimido que inflava seus músculos escapar a partir da ponta de seu dedo indicador. A velocidade desse disparo foi tão alta que se tornou um projétil capaz de quebrar o aro de metal envolvendo o pescoço da garota e por consequência perfurar sua garganta. Aures nunca teve intenção de deixar ninguém escapar, independentemente de suas condições.

— Essa é a verdadeira liberdade — disse a criatura antes de se agachar e fechar os olhos daquela jovem.

Finalmente o lugar voltou a ficar em silêncio. Era assim todas as vezes. Já fazia um bom tempo que Aures não tinha uma boa luta. Era triste, mas nada poderia ajudá-lo, já que não podia sair daquele lugar. Já se foi o tempo em que reclamava de sua condição. Sem demoras ele pegou a Clériga desmaiada pelos cabelos, jogou sobre um de seus ombros e em seguida agarrou a perna da Orquisa e avançou em direção ao lago artificial. O corpo Orque era pesado, mas não para Aures, um ser capaz de parar o avanço de um rinoceronte enlouquecido com as mãos nuas.

Quando Aures chegou ao lago usou o disco de metal para inserir um código especifico. Assim que a água emitiu um brilho vermelho Aures atirou os corpos sobre a mesma e em questão de segundos esles foram dissolvidos. Carne, ossos, o couro das roupas, o metal das armaduras, tudo, até mesmo o sangue, foi devorado. Quando percebeu que nada sobraria, assim como sempre, Aures então se virou para recolher o restante dos corpos. Após alguns segundos, ficou apenas um.

Finalmente Aures foi em direção ao corpo da Elfa que estava recostada em um dos enormes pilares que sustentavam aquele suntuoso salão com paredes de lisos blocos bem escuros. Ele poderia superar o caminho de apenas alguns metros bem rápido, mas como normalmente não tinha mais nada para fazer, andou tranquilamente.

Foi então que uma inquietação tomou seu corpo.

Aures imediatamente vasculhou seus entornos, mas nada parecia ter mudado. Pelo menos até suas suspeitas serem confirmadas:

AHHHHHHHHHHHRG!!!

Um grito estridente tomou o salão e olhando em sua direção Aures viu algo que nunca tinha acontecido com ele; acontecer. O corpo da jovem Elfa voltou a se mexer.

"Necromancia?" — se questionou.

Faria sentido, uma jovem com tanta energia simplesmente usar um arco era algo suspeito. Mas ele não tinha tempo para ficar perdido em devaneios, pois estava na hora de mais uma luta.

— Eu achei que você quisesse liberdade... — Sua voz grave irrompeu.

Aures não era do tipo de que falava muito, e mesmo quando alguém chegava em sua sala para desafiá-lo, dificilmente se prestava a emitir algum som, mesmo que as pessoas o questionassem ele apenas evitava. Só que diferente da maior parte das situações que vivia ali, essa era excepcional, pois um inimigo que matou havia se levantado e isso nunca tinha acontecido antes.

Aures nunca teve a oportunidade de lutar contra Necromancia, ele sabia que o seu mestre, o Dragão Negro que o criou, era versado nesse tipo de magia, mas no tempo que eles lutaram um contra o outro Aures foi considerado um oponente tão fraco que seu mestre não se prestou a utilizar nenhum tipo de magia do gênero. A única coisa que ele sabia de fato era que Necromantes são oponentes ruins de se lidar se não possuir conhecimento relacionado a cura. Isso se deve as magias que lhes permitem infringir envenenamento, necrose, maldições e outros tipos de fraquezas físicas.

— Eu não sei que tipo de truques usou para escapar da morte, mas não vai funcionar duas vezes — sua voz gutural fora manifestada novamente.

Assim como sua outra fala sua voz parecia inalterada, e de verdade, para qualquer ser humano seria praticamente impossível perceber os sentimentos por trás de suas palavras, mas sua última linha de texto saiu realmente animada. Tão animada que inflou seus músculos quase que por instinto.

Bem na frente dos olhos de Aures ele viu a garota tentar se levantar e acabou parando em resposta. O rosto da mesma havia mudado, de certa forma ela parecia a mesma, mas diferente, e o que fez ele perceber isso foram as orelhas que encurtaram e o cabelo que se tornou preto. Os cabelos de Elfos Escuros geralmente são completamente brancos devido a maldição da luz, e o dessa jovem não era diferente até tê-la matado, mas então, de repente, ele se tornou negro e cacheado.

Curioso com o que havia acontecido e em guarda para o oponente que surgiu de repente, Aures se aproximou e usou sua maior arma. A jovem também olhou para ele e com isso o mesmo se aproveitou para vasculhá-la com "Os olhos do Dragão", uma habilidade que lhe permitia entender melhor seu adversário, mas o que ele obteve em resposta foi apenas um grande nada.

"Sem energia?" — a mente de Aures ficou confusa e a sensação ruim que sentia intensificou.

Sem resposta para as suas perguntas sua mente ficou bagunçada por alguns instantes. Só haviam três possibilidades para Aures: Um, aquela jovem era habilidosa o suficiente para esconder seus poderes dos olhos do dragão. Dois, ela tinha uma habilidade que estava ativa em segundo plano consumindo toda a sua energia. E três, ela de fato não tinha energia alguma, o que só era possível se a mesma fosse algum tipo de boneco ou golem. Seja como for, todas pareciam perigosas, e por isso ele tomou uma decisão simples: Aniquilação.

Claro que de qualquer forma Aures a mataria, já que normalmente o mesmo recolhe o corpo do inimigo para alimentar o ninho assim como havia acabado de fazer com os demais, mas dessa vez o besouro sentiu que não seria uma boa ideia alimentar o ninho com ela, e por isso deveria obliterá-la. O famoso medo do desconhecido estava fazendo mais uma vítima, mas naquele instante Aures não conseguia diferenciar o desconforto que estava sentindo de empolgação. Para aquele ser o desconhecido era infinitamente empolgante.

Desde de que fora criado por seu mestre Aures não passava de um avatar de batalha, e se não haviam batalhas, não haviam motivos para que o besouro existisse. Para ele, batalhar e viver eram sinônimos.

Foi então que, se aproveitando do estado aparentemente debilitado da jovem, avançou. Vendo que ela tinha dificuldades de se levantar, Aures desferiu um golpe avassalador usando o ar comprimido de seus músculos inflados como um canhão através de seu punho. Mas contrariando todas as suas expectativas, a jovem desviou, perdendo apenas alguns fios de cabelo no processo.

Se Sophia pudesse ler as feições daquele ser como pode ler as de um ser humano, perceberia que ele estava definitivamente chocado.

Sophia não perdeu tempo e correu, correu como nunca antes. Aures engoliu em seco, sua boca tentou se mover, mas ele não disse nada. Sua cabeça estava a mil, pois ninguém fora seu mestre havia conseguido desviar de seus golpes usando ar comprimido antes. No passado houve aqueles que aguentaram, aqueles que desviaram de uns socos, uns chutes (coisa que ele não é muito bom), mas desviar de seus tiros de ar, jamais. Segundo as histórias de seu mestre existiam criaturas fora dali que poderiam, mas até então, em todo o seu tempo como guarda, nenhum dos fortes apareceu para desafiá-lo.

Instantaneamente seu medo fora apagado, um sorriso surgiu e um pensamento permeou sua mente: "Essa é a luta que eu tanto esperei?" — se questionou.

Então, sem esperar qualquer tipo de resposta, ele flexionou suas pernas e colocou em seus músculos da coxa a maior quantidade de ar que conseguia. Aquela seria a sua velocidade máxima. Por fim ele sumiu, mais rápido que um jato ele se tornou menos que um vulto no ar. Após atravessar uma pilastra que atrapalhava sua visão ele chutou horizontalmente, e com todo o seu poder, a cabeça da Elfa diante de seus olhos, mas quando o fez não acertou nada fora o próprio ar.

Sem poder deixar de sorrir a parede diante de seus olhos colapsou e o corpo da jovem que rolou para frente passou pelo portal antes de os escombros tamparem a passagem. O chute havia sido tão poderoso que reverberou através de todo o ninho.



O barulho de seus pés cascudos chocando-se contra a superfície da água o acordou de seu transe momentâneo, fazendo-o perceber que estava eufórico. Ele nem sequer havia desinflado seus músculos antes de entrar em posição de lótus. Então, diminuindo de tamanho e ainda ofegante, ele olhou mais uma vez para a passagem vazia.

— Quem era você?! — perguntou em voz alta enquanto encarava o profundo nada que havia restado.

Nesse instante ele percebeu que tremia, mas não era de medo, era excitação.

"Seja quem for, estarei pronto" — disse Aures se recompondo e retornando a sua posição de lótus.

E mais uma vez ele repetiu a cena, primeiro seu soco, depois o seu chute e a cada vez que repetia o ocorrido em sua mente, ele ficava um pouco mais perto de conseguir acertá-la. De acertar o inimigo que ele nem sequer conhecia, mas que desejava muito enfrentar novamente, e que, apesar de ter fugido, sabia que reencontraria. Aquela é a sua casa, e exatamente por ser ele sabia muito bem que o portal que a garota tomou não era a saída, mas o começo de um desafio.

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