Cap 1
Nem todo brilho é ouro, nem todo afeto é amor, por trás de sorrisos doces, muitas vezes, escondem-se venenos que só o tempo revela. O que você faz quando ninguém te vê fazendo?
* * *
Prazer, eu sou o Túlio, um garoto que acabou de completar 16 anos e vive em uma cidade pacata do interior, chamada Cio Pequeno. Meu potro filhote, cinza, é uma gracinha. Ele é meu menino, meu amigo. Nas cavalgadas de finzinho de tarde com a prima, rumo ao morro do cupim, a gente falava de tudo e de nada ao mesmo tempo.
— Ganhei de você, bobona — eu puxava as rédeas do meu bebê, montado nele, zuando-a.
— Ocê é um ixibido memo — seu sotaque era carregado — dexa ocê, tu vai si vê cum eu mais tardi. Quem ri pur útimu, ri melior.
A prima ia comigo para aquele montão de mato cercado por pequenos outeiros de barro, conhecidos como os cupinzeiros. Não eram nocivos, à não ser que você caísse em algum deles. Meu conselho: não beba se visitar os cupins, porque uma vez que eles te atacarem, quem estiver puro termina no céu, enquanto o resto de nós termina no beleléu.
Tia limpava as mãos molhadas no próprio avental, enquanto servia o café para nós, uma típica mulher de roça. Prima me olhava com cara de sem vergonha, bagunceira, mastigando seu lanche, pensando na sua aventura mais radical: me ensinar a empinar o cavalo, que alías, tia encheria ela de bolacha na cara se soubesse.
Prima vivia pegando grilo e jogando em mim, só porque eu era traumatizado com o fato de que, certa vez, um deles grudou no meu braço, me apavorando como se eu tivesse debaixo de uma chuva de baratas assassinas. Aquelas patinhas finas na minha pele continuavam vivas na minha mente.
Já na aula de química, fórmulas e moléculas se espalhavam pela sala enquanto a professora explicava, mas minha mente vagou longe, em reações bem mais complexas. Tão jovem que eu era, mas tinha uma certeza: palavras eram a matéria mais forte que existia no universo e na galáxia. Palavras podiam levar um ser humano para qualquer direção que o comunicador quisesse.
Eu queria ser um grande comunicador, um homem que as pessoas solicitassem e até mesmo pagassem para ouvir.
— Alguém pode me dizer o que é o processo de condensação da água? — A prof perguntou, e a resposta eu sabia. Era a minha chance.
A emoção do falar em público, no entanto, fechou meu estômago. O me expor, o arriscar-se na frente de todo mundo, a timidez, tudo me freou. Não, eu não podia ceder, eu queria ser o cara que palestra, eu queria ser o cara que todos olham e se calam enquanto fala. Que todos dizem "oh" quando termina o seu discurso.
Respirei fundo, lutando em um torneio de muay thai contra mim mesmo, eu versus eu. Suei, tentando banir aquele meu lado inibido e recatado, eu queria ser extrovertido, solto, fluído. Um leve tremor então me atingiu como um raio, e eu disfarcei a mão que balançava com ele, minha voz falhou e não saiu, até que com um pouco mais de força, eu abri a boca:
— Condensação é quando a água que está no ar entra em contato com uma superfície gelada, como um copo com gelo, etc, e, de gasoza, passa ao estado líquido de novo.
— Parabéns, Guido! Vou te dar um 10.
Fracassei. Guido foi mais rápido que eu. Perdi outra batalha.
Carol fazia um barquinho de papel com uma das folhas que arrancou do meu caderno. Ela era uma garota de cabelos compridos, castanhos, bonita, muito amiga minha, daquelas que eu já contava todos os segredos importantes da minha vida, inclusive os mais cabeludos que nenhum mortal da minha família jamais sonharia, enquanto ela também me contava os dela. No entanto, eu suspeitava que Carol não me via como grande coisa, só como um menino pouco evoluído, do tipo que enquanto todos os digimons digivolvem, ele, eu, o Túlio, fica para trás no processo.
Ela não desejava meus beijos, mas também não me deixava ir embora. Eu não entendia. Carol quem propôs este lance doido que hoje rolava entre nós. Começou quando eu, voltando para casa naquela noite após a aula, contei, feliz, que a Camila e eu ficaríamos amanhã.
Camila foi a primeira menina que conversei quando pus os pés nesta escola. Ela podia ser chata e esnobe com os outros, ela falou mal de todos os garotos que beijou, mas devia ser porque eram ruins, porque a experiência não vingou. Se eu pedisse uma esfiha e ela viesse fria, eu reclamaria. Com Camila se devia dar o mesmo.
Carol, no entanto, indignada, tentou de todos os seus argumentos para me convencer à não beijar a Camila. Ela andava, pisando duro pela estrada de terra, se aproximando da curva na qual nos separaríamos para cada um ir para o seu rumo, seu lar.
— Não, Túlio, eu não aceito isso, essa menina é uma vaca, eu odeio ela, você não pode ficar com ela!
— Mas essa rixa é entre vocês duas, eu falo tanto com uma quanto com a outra e não quero confusão pro meu lado. Sou eu quem vai beijar, não é você. Não tem nada de errado.
— Tem tudo de errado!
Por um segundo, eu quis pensar que ela estava com ciúmes. Eu quis acreditar que ela me desejasse sem que ninguém soubesse. Mas eu não queria crer numa mentira.
— E se — ela iniciou, cheia de um brilho maléfico no seu semblante — eu e você ficássemos, se eu fosse a garota no lugar dela, estaria bom para você? Você daria um fora na vaca amanhã?
— Quê? — Meu rosto queimou e devia estar mais vermelho que um tomate maduro — como assim?
Eu não queria dizer que não, também não queria dizer que sim.
Pra falar a verdade, eu preferia beijar uma amiga do que uma desconhecida. A Camila e eu éramos distantes, quase não nos trombávamos nos corredores, eu a via de longe, e ela o mesmo. Já a Carol, com esta eu tinha uma amizade forte, intimidade, confiança. Me sentia muito confortável ao seu lado para me expor, para retirar os entulhos do meu báu, por mais feios que fossem, e lhe mostrar. Eu preferia ser próximo da garota que eu ficasse, era aconchegante como uma almofada fofa gigante.
De tanta insistência de sua parte, eu acabei cedendo. 20 hrs em Cio Pequeno, terraços com plantas e muros com árvores, entre tudo isto não foi difícil encontrar um carvalho grande que nos escondesse nas sombras. Carol apenas me deu um beijo de língua para que, dia seguinte, eu recusasse a Camila. Um beijo não muito curto, nem longo.
E eu? Não senti nada de extraordinário, foi como deitar na cama todas as noites e adormecer, fez parte da rotina. Uma entre tantas outras atividades.
Carol gostava de um garoto mais velho, do terceiro ano. Ela sempre falou dele para mim, sempre morreu quando ele enviava à ela uma mensagem pelo orkut ou perguntava alguma coisa na troca das aulas. Ela chorou quando o viu namorar, eu a consolei por ela ter passado a semana inteira sem vontade de comer direito.
Carol era muito intensa quando gostava, eu já havia percebido que ela não conseguia digerir um não. Parecia uma comida que lhe dava azia no estômago. E ter um homem que se mostrasse "nem aí" aos seus encantos, mexia com ela, deixando-a descabelada de amores.
Sabendo de tudo isto, onde ficava eu, o amigo que ela beijou?
No intervalo daquela tarde, enquanto Carol mordia seu salgado, eu estava sentado ao seu lado com uma veneno cola na mão, tomando, observando meus amigos se distanciarem para irem não sei aonde, restando apenas eu e ela na mesa:
— Túlio, sabe, eu preciso estar apta para quando ficar com o cara dos meus contos de fada. Eu sou virgem, e ele deve ser acostumado com meninas mais experientes.
— E o que você pretende? — Eu não sabia onde sua conversa ia chegar.
— Eu preciso de um treinamento, preciso saber o que fazer com o corpo de um homem — ela tinha seus 16 anos, e nós falávamos sempre sobre sexo. Eu perguntava curiosidades sobre mulheres à ela, e vice versa — você e eu podíamos, sei lá, treinar juntos para quando achássemos a pessoa que realmente queremos, daí não faremos feio com o nosso par ideal, nem passaremos vergonha. Vamos ter ganho prática, experiência, habilidade para saber o que é bom para um homem, e você, no caso, o que agrada à uma mulher...
Céus, o que minha amiga propunha?
Carol me chamou para uma propriedade deserta na hora da saída à noite para testarmos sua teoria. Era o meio de um matagal onde só havia nós dois. Ninguém nos veria. Ela me apalpou no escuro, escondida pelo gramado que chegava quase no nosso peito. Sua mão em mim, um tanto sem jeito, pegou em minhas partes íntimas, dizendo querer explorar, descobrir. Eu estava ansioso por sexo com alguém, pois não queria ser um virgem inocente. Eu precisava saber, pela primeira vez, como era ter uma garota alisando o meu pau.
Nunca fiz nada com ninguém além de beijos.
Carol liberou meu membro duro para fora, pegando nele totalmente desajeitada. Fácil de ver que nunca bateu uma punheta. Eu posicionei sua mão do jeito correto para que puxasse minha pele para cima e para baixo em torno de meu comprimento duro. Ela gostou do rítmo, aprendendo rápido.
Eu fiquei ofegante, ela estava batendo uma para mim. Então eu quis beijá-la, me aproximei, pus as mãos em sua cintura, a puxei, mas ela recuou.
Ahn?
— Você não quer... ééé, bem, como posso dizer, hum... beijar?
— Risos, Túlio, depois a gente faz isso, podemos?
Eu concordei. Mas o depois nunca chegou. Apesar de excitado, aquilo foi um fora, uma bota no meu traseiro, e doeu. Carol manuseou meu membro como quis, sempre perguntando qual jeito era o mais gostoso, mais correto. Fui feito de objeto, de pano que você usa para limpar um movel e depois joga fora.
Após 20 minutos me tocando, ela disse que precisava ir embora para que seus pais não suspeitassem.
Ok.
Por um lado, eu era só um laboratório de experiências, uma folha que você escreve o rascunho, amassa e se desfaz. Por outro, eu recebia um prazer que ninguém mais me dava à não ser Carol. Ela voltaria mais vezes? Ela realmente ia querer fazer de novo algo assim comigo? Suas intenções se baseavam em apenas aprender técnicos de sexo com um garoto tão inexperiente quanto ela?
A semana seguiu normal, o tempo passou e avançamos nas etapas do treino. Agora Carol usou sua boca no meu pau. Eu podia dizer que nunca senti algo tão delicioso na vida quanto uma mulher me chupar. Eu quis gozar e não durei muito. Ela consentiu, mas não engoliria nada, eu teria que fazê-lo em sua mão. E eu obedeci.
A linha que desenhava Carol como uma amiga, dentro da minha cabeça, começou a ser apagada. Carol me fez gozar. Não consegui mais não ter um desgosto à cada novo homem que ela beijava na boca e me contava. Não consegui evitar a sensação de que eu era um zero à esquerda na sua matemática, que eu não servia nem para um beijo, que ela tinha alguma espécie de nojo da minha boca ou de mim por completo.
Eu não podia entender sua lógica. Carol continuava me procurando. Me levou com ela no cabeleleiro, eu cortei primeiro, ele, gay, espetou meus fios e me deu um novo visual. Carol, que sempre dizia que fulano ou ciclano era bonito, que o beltrano era gostoso, que sua roupa a deixava doida, etc. me olhou, falando:
— Uau, esse corte combinou com você, Túlio.
Ela nunca havia me feito um elogio.
O gay nos deixou sozinhos por 10 minutos no salão entre seus produtos de beleza e secadores. Nisso, Carol não parou de me atentar, perguntando como estava o "meu garotão", querendo saber quando o veria novamente e se eu havia aparado o danado hoje. Por incrível que pareça, depois que Carol e suas amigas comentaram que preferiam um pau careca, eu rapei inteiro, coisa que antes jamais se passou pela minha mente, usar uma gilete no saco ao invés de na cara.
Carol e eu nos enfiamos atrás do balcão no salão, ela se ajoelhou, desceu minhas calças e me mamou. Sua boca, quente e molhada em torno de meu cumprimento, me levou às nuvens. Mas tivemos de parar muito rápido, pois o gay, dono das malandragens, voltou, piscando para mim.
Sai fora, rapaz.
Ao tomarmos a estrada de terra lado à lado, resolvi virar macho o suficiente para chamar:
— Quer continuar o treinamento? — Ela me olhou com cara de indecência, pois pensava besteira, considerou a minha fala e respondeu:
— Vamos. Eu quero e preciso. Quando mais rápido eu ficar boa, mais rápido poderei chegar onde eu pretendo — naquele garoto do terceiro ano.
Mesmo aborrecido por ela ter citado indiretamente outro, mesmo chateado, mesmo com a sensação de ter levado uma marretada nas costelas, me enfiei com Carol entre os matos imensos que mais pareciam cabo de vassoura e deixei que ela me tocasse. Ela colocou uma camisinha em mim usando apenas a sua boca, e depois deu um pulo em comemoração ao seu feito.
Carol me mamou, alegando que precisava ir até o ponto de fazer um homem gozar. Confesso que sua boca se tornou muito mais travessa e que ela testou vários jeitos de me dar prazer. Eu gozei litros.
A partir de então, nas vezes sozinho no meu quarto e no meu banheiro no chuveiro, debaixo da água quente, quando eu me masturbava, eu via os lábios da Carol em volta de mim, eu via suas expressões, sua boca. Tudo. Eu ouvia sua voz à me dizer "Túlio, que pau gostoso você tem".
Gozei constantemente pensando nela ao ponto de considerar estar apaixonado. Eu nunca poderia lhe dizer. Nós não tínhamos a menor chance de existir. Ela não me queria, ela não me notava, haviam outros mais bonitos e interessantes. Eu era um amigo preto e branco, uma pesquisa de campo. Eu não sabia como reagir, como reverter o quadro, então eu apenas continuei aceitando a minúscula migalha de amor que recebia.
Foi no fim daquele mês, quando fomos dispensados mais cedo da escola, que Carol disse para as outras meninas:
— Vamos pro shopping conhecer garotos, gente, uhul — e todas subiram naquela carroça, pegando o transporte público para o centro da cidade, enquanto eu as seguia com meus olhos atá a esquina, vendo todas sumirem.
Mortificado e quebrado como um vaso que se espatifa no chão, fui para a casa solitário, me perguntando até quando eu seria um fracassado, um perdedor. Por que ela não gostava de mim do mesmo jeito que eu gostava dela? Doeu como uma facada. E se agora Carol começasse a chupar seus ficantes do jeito que ela me chupava?
Outro motivo para eu estar chorando aqui, trancado no celeiro, junto aos cavalos do tio e o meu potro. Montei nele, dolorido como se 10 agulhas vagassem no meu organismo. Para a dor do corpo há um remédio, você toma o comprimido e tudo cessa, mas e para a dor do coração?
As lágrimas queimavam no canto dos meus olhos enquanto eu cavalgava no meu potro, sem nem saber para onde ia, totalmente sem destino, sem direção. As rédeas entre meus dedos só me diziam isto, você é um caipira pequeno, alguém invisível, nenhuma garota gosta de você, nenhuma delas te nota, você é feio e inseguro. Pequeno, fraco, frágil como um cristal, bateu forte, quebra.
Não, eu não queria ser assim!
Desanimado, sem nada falar com meu tio ao chegar em casa, nem ele comigo, eu jantei ao seu lado e depois me tranquei no meu quarto no escuro, virado para a parede, magoado como um marido chifrudo, e chorei mais um tanto.
Eu só queria alguém não me achasse feio como a Carol achava, alguém gostasse de mim além da aparência. Por que eu não nasci bonito como os garotos do terceiro ano? O que faltava para mim ser interessante como eles? Todas as meninas só sabiam falar de como os caras mais velhos eram o máximo.
Eu não estava acima do peso, nem abaixo, mesmo assim, eu era comum, talvez na média, talvez abaixo dela, segundo a Carol. Eu queria muito ser mais velho para ela se apaixonar por mim.
Droga.
Este sentimento estava acabando comigo. Eu era um pêssego estragado, meu suco estava desbotando. Não queria mais sofrer como um condenado, não queria mais me revirar em uma poça amarga de não ser correspondido. Estava decidido: eu esqueceria a Carol. Ela não valeria nem cem reias para mim.
Eu pensei que ao menos Carol fosse minha amiga, que se importasse comigo, que me amasse, só que não, ela não teve um pingo de cuidado de não falar, contente assim, sobre ir atrás de macho no shopping. Ela esfregou no meu nariz. Mas ok, consideração zero por parte, eu também podia aprender a dizer não para esta garota.
E adormeci.
(...)
Feio, feio, feio. Acordei com o xingamento martelando na minha mente. Lembrei então daquela vez que algumas pessoas fizeram uma lista de pessoas mais feias da nossa sala, e advinha se a Carol não disse meu nome.
Por que eu me lembrava disto agora? Ainda estava chateado. Não aguentando o próprio inferno que torturava as almas dentro de mim.
Eu estava mal.
Me arrumei cedo, comi meu sucrilhos enquanto o meu tio, um negro na casa dos 50 anos, me analisava. Ele não era de muito papo, sabe como são estes homens antigos de roça. E logo ele abriu sua loja de consertos. Mandando eu passar lá antes de sair.
Eu fiquei um tempão escutando música com cd player e o fone de ouvido, criando histórias com meus personagens favoritos. Passatempo? Não. Fuga da minha cruel realidade. Eu corria para um mundo de fantasias quando alguém me socava psicologicamente aqui fora.
Ao ir na loja do tio, prestes à ir para a escola, ele me disse:
— Distrai um pouco, garoto — e me olhou como se soubesse o que eu sentia — vai panfletar dipois, ocê num fique avexado pur nada. Ocê é jovem dimais. Vai sê feliz.
Distrair.
Eu sorri.
— Obrigado, tio, eu nem sei o que dizer...
— Diz nada, só tira sa cara di interro.
No caminho, pensei muito sobre quais eram as características do homem que atrai as mulheres. Elas reclamavam de meninos sem atitude, elas não queriam ser a primeira a darem o passo na paquera, preferiam que o cara fizesse, as tirando para dançar ou dando o passo inicial na conquista, falando que eram lindas, elogiando outros de seus atributos, e principalmente, sabendo a hora de puxá-las para um beijo.
Número um: ter iniciativa. Saber que ela espera por você, pelo seu movimento antes do dela.
Ok.
Mais um dia na aula, eu e Carol conversamos normal. Ela não me contou sobre o shopping, e eu deduzi que ela não queria me dar a péssima notícia de que conheceu alguém por lá, beijou, pegou o telefone e blá blá blá.
Eu não perguntaria para confirmar.
Na verdade, à cada novo evento que ela mencionava durante a aula, meu coração se apertava, implorando para que eu não ouvisse sobre outro homem, do contrário até o meu café da manhã congelaria no estômago e se tornaria pedra pelo desgosto.
Mas, como um bicho invisível, a incerteza perturbou o meu juízo, por que como assim Carol foi tão legal de repente? Dizendo que eu devia ser cuidado. Ela foi tão simpática e linda, que todas as minhas esperanças de pobre medingo pedinte se reacenderam, mastigando minha carne lentamente durante horas.
Imaginei: será que eu fui duro ao pensar que ela pouco se lixou para mim? Será que me enganei?
Foi quando Pedrini tirou onda com a minha cara, e Carol entrou na frente e me defendeu. Meu coração fez um tum tum à mais. Eu devia estar maluco, mas ela... ela... me considerava sim.
Então, quando estávamos voltando de noite juntos, eu tive de saber:
— Carol, posso te fazer uma pergunta?
— Sim, Túlio, fale.
— O que eu e você somos depois dos "treinos"?
Ela parou, me analisou em meio à paisagem rural, e sorriu para dizer:
— Amigos que treinam, oras.
Amigos que treinam? Mas que desgraça significava isto?
— O que é um ficante pra você?
— Túlio, nós não somos ficantes, porque ficar é beijar na boca, e a gente não beija. Nós só praticamos juntos aquelas coisas para nos prepararmos, somos tipo uma escola um pro outro, não foi o combinado?
— Foi, sim sim, eu só fiquei confuso.
— Um ficante é alguém que eu não namoro, mas eu saio com ele. Nós beijamos, então entre nós existe algo além. Só que quando você está ficando, você não está comprometido, ou seja, você pode ficar com outra pessoa sem problemas, porque, afinal, vocês não são namorados. Agora quando você namora, você é só daquela pessoa e aquela pessoa é só sua.
— Eu tô entendendo — meu pai era um destes, não namorava e saía com uma mulher diferente à cada fim de semana. Ou seja, todos conheciam o mundo das ficadas desta forma, eu precisava incorporar em mim este aprendizado — quando vamos treinar de novo? — Saiu no impulso, confesso.
Vê-la tão perto e não pegá-la, tomá-la para mim, ficava cada vez mais difícil.
— A gente pode ir agora, se você quiser.
O meu corpo todo tremeu como vara verde, e depois esquentou.
— Eu quero — anunciei.
Voltamos ao mesmo matagal, nos ocultando no meio daquele verde. Carol pediu:
— Vai, me mostra ele.
Eu tive vergonha, mas estava excitado e não podia ser um frouxo, sem atitude, mas sim um cara ousado, então desci minhas calças e cueca, deixando que visse também minhas coxas, parte essa do meu corpo que eu particularmente achava maravilhosa.
Carol pegou no meu membro, e eu fiz festa em segredo. Ela, sem dizer nada, fez conforme eu havia lhe ensinado, e não demorou para se ajoelhar e me tocar com a boca. De novo aquela chupada. Me mamou ao ponto de eu ficar doido e novamente gozar.
— Nossa, você tem muito leite.
— Eu gosto muito quando você me faz oral, eu acho que eu to viciado — eu não aguentei e falei. Estes sentimentos todos, desabando como um desfiladeira sobre mim, confundiam minhas ideias.
No entanto, ao nos separarmos, eu reforcei aquele propósito de ir com calma. Eu precisava olhar para outras mulheres e ir atrás delas, deixando a Carol um pouco para lá. O resultado da minha decisão mudou um pouco a configuração de minha mente, já que agora haviam mais 3 meninas da minha sala que eu considerei dar uns pegas, imaginando-as fazendo o mesmo que a Carol fazia, ajoelhadas, provando de mim. E no meu enredo pornô, todas engoliam o meu gozo, gostavam e pediam por mais.
A Carol começava a perder espaço no meu coração.
O que eu não esperava era a notícia que viria a seguir...
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