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Abraços rápidos, beijos no rosto, risadas soltas. Tudo como sempre. Tudo normal. Só que não, nada estava normal.

Quando Rosana chegou perto, o perfume dela subiu no ar como um aviso do risco, doce e instigante, um veneno disfarçado de encanto. Eu engoli em seco. O abraço foi breve, mas o suficiente para eu sentir o calor de sua pele contra a minha. Sua proximidade arranhou parte de minha sanidade como unhas em vidro.

— Vão pedir o que? Estou prestes à comer um mamute se toparem, vou jogar até os tijolos desta construção no meu prato e oh, comer tudinho, igual grávida que come terra — Liv disse, puxando a cadeira.

— O Tritão é comilão, guloso, todas sabemos — Rosana brincou, e elas riram.

Difícil, muito difícil. Rosana me exaltava no aspecto mais importante para um homem: a sexualidade. Ou seja, ela me via como um rei nesta área, não como um subalterno, bobo, virjão feito o Caio.

Péssimo se comparar à ele, mas foi inevitável. Eu gostei de ser superior à outro macho. De me sentir o mais forte da espécie, e por isto, autorizado à inseminar a fêmea de melhor qualidade do bando.

Rosana.

— O gato roubou sua língua, Tutuzinho? — Liv me chamou para a órbita da atmosfera da mesa novamente.

"Isso já está te afetando demais, Túlio. Parou!". Mas o meu cérebro se rebelava como um escravo que trai o seu próprio dono. Quanto mais eu dizia "chega, basta, não deseje, não olhe, não queira", mais eu ficava à flor da pele.

— Eu só tô me recuperando do calor, tá quente pra caralho aqui — falei, mas a voz soou um pouco diferente aos meus próprios ouvidos. Que diabos havia de errado comigo? Tentei focar no menu, nas conversas paralelas, nos nós dos cadarços dos tênis dos demais clientes, mas era como se todo o ambiente tivesse desbotado e perdido sua cor ao redor de Rosana. Só havia ela, esplendorosa como uma deusa, fascinando os meros mortais com o quão linda estava. 

Linda era pouco. Nenhuma mulher daqui se igualava. Os outros caras percebiam também, eu notava seus olhares, alguns discretos, outros nem tanto. Alguém chegaria nela em breve, eu tinha certeza.

Rosana então se sentou bem ao meu lado, cruzando as pernas com uma naturalidade cruel, sem saber — ou talvez sabendo demais — o efeito que causava. O vestido subiu um pouco na curva das coxas, e precisei me concentrar nas lascas de madeira da mesa, contar os riscos no verniz, qualquer coisa para manter o controle.

— Ah, Tritão — ela de novo — a Apinéia, minha colega de sala, foi a única que disse um talvez para comparecer hoje. Ainda tem chances de você sair com uma garota nos seus braços esta noite.

— Puxa, como você é bacana comigo — Ela deu um sorriso malicoso e indecifrável, como se estivesse pagando para ver a minha interação com a tal da Apinéia — espero que ela seja mais bonita do que o seu nome.

Todas riram. 

Conforme elas pediam, eu observava a forma como Rosana me espiava pelo canto dos olhos, com um brilho sensual. Era na inocência ou havia segundas intenções ali? Eu não podia saber ao certo. Não queria saber.

Queria sim.

Então, como se o universo quisesse testar minha lealdade ao Caio, o telefone dela vibrou no seu bolso, e logo que Rosana o sacou, o nome dele apareceu na tela, reluzindo como um lembrete de tudo o que eu deveria enterrar naquele instante.

Não quis encarar com meus olhos aquela chamada, Rosana também não, e desligou, coisa que muito me satisfez. "Você está ganhando dele. Caio é um perdedor. Ela nunca iria preferi-lo à você. Você sabe como dar um orgasmo à uma mulher, como excitá-la, ele não", e a sensação da vitória desta disputa se instalou. 

"Ele não é seu amigo? Você não trai seus amigos. Você é leal, você sempre foi à eles."

O pecado e a santidade brigavam dentro de mim. Uma segunda ligação fez aquele celular vibrar, desta vez o nome era "Eduardo <3". Rosana pediu licença, indo para longe na hora de atendê-lo.

Esse garoto realmente podia ser apaixonado por ela? E por que isto estava me incomodando hoje? Meus pensamentos pareciam a louca da casa ou a loira descabelada do banheiro. Então resolvi fingir que nada em mim tinha mudado. Que Rosana era só uma amiga preto e branca e pronto.

As meninas conversavam sobre a chatice aguda do seu professor de filosofia. Mencionavam trotes que o pessoal mais antigo da faculdade fazia com os novatos, contavam sobre um rapaz que pensou que a Liv era hetero, que o gaydar dele era ridicularmente falho, no entanto, não importava para onde a conversa ia ou vinha, eu sempre voltava para Rosana, como se alguém tivesse acendido uma luz sobre ela. 

Tudo que antes me era despercebido agora se destacava em detalhes vívidos. A sua inteligência fora da média. A sua rapidez de pensamento. O seu jeito peculiar de ser.

Ela sempre estivera ali, sempre fora parte do grupo, mas eu nunca havia me dado ao trabalho de realmente vê-la, enxergá-la. Rosana não era só bonita — não da forma óbvia e imediata que faz um cara virar o pescoço na rua — havia nela algo muito mais perigoso do que uma simples beleza física. 

Ela era magnética.

O copo de cerveja gelada escorregou na minha mão suada enquanto eu tentava, em vão, me envolver no assunto das meninas. A presença de Rosana ali tão perto, era um campo gravitacional sugando toda a minha atenção. Eu ainda tentava digerir o impacto daquela súbita atração por ela, como se minha mente estivesse tropeçando em algo que sempre esteve debaixo do meu nariz, mas que eu nunca tinha notado antes.

E então aconteceu.

Uma bebida pousou na mesa, deslizando como um convite não solicitado, acompanhada pelo garçom que apontava para o remetente: um homem grisalho, sentado no balcão, sorrindo com a confiança de quem já tinha jogado esse jogo antes. Rosana olhou para o presente inesperado, arqueando uma das sobrancelhas, e, antes de sequer tocar o copo, já estava tecendo sua teia.

— Que cavalheiro... — murmurou, virando-se para o homem com um sorriso que era um puro convite.

Eu segurei a respiração. Ela ia entrar na dança. Eu não podia acreditar, aquilo ia me matar, mas não dava para culpá-la.

— Agradece ao senhor pelo mimo. — Sua voz saiu como de boa moça, carregada de doçura.

O grisalho captou o sinal e se aproximou, seu olhar deslizando sobre Rosana com a esperança de um apostador prestes a rolar os dados. Ela cruzou as pernas devagar, tocou a borda do copo com os dedos como se estivesse considerando algo proibido.

Disfarça, Túlio, disfarça. Ninguém pode perceber o que se passa aqui com você.

— Espero que goste — disse ele, a voz carregada daquela entonação de quem já se imagina vitorioso. Um otário de primeira.

Rosana riu. Uma risada baixa, que fez algo dentro de mim apertar com desgosto.

— Ah, eu gosto de homens generosos... — Ela pegou o copo, rodou o líquido âmbar dentro dele como quem avalia uma joia rara. O grisalho sorriu mais largo. E então, com um brilho cortante no olhar, ela empurrou com elegância para longe de si a bebida — Mas gosto mais ainda quando sabem a hora de não insistir.

Silêncio. O sorriso do homem murchou no rosto, como uma vela ao vento. Ele abriu a boca, fechou, e depois balançou a cabeça em uma tentativa de manter a dignidade enquanto se afastava, murmurando algo ininteligível.

Rosana apenas pegou um guardanapo, limpou a ponta dos dedos e voltou para a conversa, como se nada tivesse acontecido.

Eu? Ainda tentava entender como alguém podia ser tão filha da puta e, ao mesmo tempo, tão fascinante. Não pude negar o quanto gostei do fora bem dado.

— Já é o terceiro essa semana — Liv falou como se fosse algo corriqueiro na rotina de saideiras delas — a mana é uma expert em mandar os grudentos irem pastar.

— Grudentos? — Perguntei, virando meio copo de vinho pra dentro. Foda-se a minha sobriedade.

— Depois dele quase me desidratar de tanto secar com os olhos — se explicou Rosana — precisava entender que minha resposta era um não.

E isto só significava uma coisa: ela não era uma mulher fácil que ia com o primeiro que a cortejasse. Homens pagando bebida ou bancando quaisquer outras coisas, como passeios e presentes, para ela não lhe interessavam. Rosana queria qualidade, como eu também. Enfim, uma mulher de valor. Ela não tinha medo de quebrar um cara se fosse preciso para defender sua honra, como acabou de fazer.

Porra. Após todas estas constatações, meu caso só piorava. Rosana possuía as características de uma mulher separada para se ter um relacionamento sério, não para zuar.

O grisalho saiu dali em um carrão, ela dispensou um homem com muito dinheiro. Outra não teria feito isto. Ou seja, Rosana não media um homem por bens materiais ou por grana, isto não era suficiente para impressioná-la, para cativar o seu interesse, ela devia medir o cara pelo que ele era, pelos seus adjetivos. E eu achando que um carro caro fosse o suficiente para seduzir qualquer mulher no planeta. Eu acabava de encontrar a exceção à regra, a mulher fora da curva, aquela que nos obrigaria ir à luta, à caça por ela. Rosana.

Caio, como você é estúpido. Como você deixou uma mulher destas escapar?! 

Foi quando Rosana se inclinou levemente sobre a mesa para pegar uma fatia de pizza, e nesse movimento casual, chamou a atenção do garçom que passava. O rapaz, jovem e prestativo, se aproximou rápido, perguntando se precisavam de algo mais.

Caralho do meu tio. Mais um?

— Na verdade... — Rosana começou, erguendo os olhos para ele com um sorriso que reconheci na hora. Não era um sorriso qualquer. Era um que carregava um brilho malicioso, um convite sutil, como quem se diverte testando os limites do outro.

Ela pediu um novo sabor de pizza, mas não foi o pedido que chamou a minha atenção. Foi a forma como ela fez isso. A voz dela desceu uma oitava, envolvente, brincando na fronteira entre o desinteresse e a provocação. Ela inclinou a cabeça de leve, ajeitou o cabelo atrás da orelha com um gesto lento, e manteve contato visual por um segundo a mais do que o necessário.

O garçom sorriu, claramente fisgado.

Senti o meu sangue subir para a cabeça em um misto de irritação, de vontade de dar um chute na cara deste engraçadinho, enquanto eu também fui fisgado por ela. Rosana fazia isso de propósito? Ou era simplesmente sua maneira de ser? A naturalidade com que interagia com as pessoas, como se estivesse no controle o tempo todo, como se soubesse exatamente o efeito que causava, era hipnotizante.

E não só isso.

Ela era absurdamente comunicativa. A forma como transitava entre os assuntos, como envolvia todos na conversa sem esforço, era impressionante. Diferente de outras meninas que falavam apenas por falar, Rosana sempre parecia saber o que dizer, como dizer e para quem dizer. Ela tinha lábia. Mas não aquele tipo de lábia vazia e ensaiada — não. O que ela dizia tinha peso, tinha inteligência.

Ela era engenhosa, sempre tirando soluções do nada, sempre um passo à frente. E acima de tudo, havia nela uma maturidade rara. Enquanto as outras ainda pareciam tatear no escuro em algumas situações da vida, Rosana tinha um olhar de quem já havia entendido o jogo.

E o pior de tudo?

Eu nunca notei. Até agora.

Agora, sentado aqui, observava ela rir e lançar olhares divertidos para o garçom que se afastava satisfeito. Algo estranho se revirava em meu estômago. Eu não podia nomear aquilo, muito menos permitir.

Mas, inevitavelmente, já estava lá.

O garçom voltou minutos depois, equilibrando a bandeja com a bebida que Rosana havia pedido. Ele se aproximou primeiro dela, como se o resto da mesa nem existisse, e colocou o copo à sua frente com um sorriso que carregava segundas, terceiras e quartas intenções.

— Um drink especial para a moça mais encantadora da pizzaria — ele disse, a voz carregada de um entusiasmo que soou ridículo para mim. Parecia um adolescente que nunca beijou na vida.

Rosana ergueu os olhos para ele, e eu percebi o ar ao seu redor mudar. Aquela expressão de interesse surgiu de novo, como se ela estivesse prestes a jogar um jogo que conhecia bem.

— Ah, é mesmo? — Ela deslizou os dedos ao redor do copo gelado, brincando com a borda enquanto sorria — E quantas moças encantadoras já receberam esse mesmo tratamento hoje?

O garçom riu, se inclinando um pouco sobre a mesa. 

— Só as que realmente mereceram.

Cruzei os braços, observando a cena sem saber bem como me sentir. O cara estava dando em cima dela na cara dura, e Rosana... Bem, ela não estava exatamente rejeitando.

Pelo contrário.

Ela brincava com ele, deixava-o acreditar que estava no controle, mas, no entanto, todavia, enxerguei algo mais profundo. Era um teste.

— Ótimo saber, bravo! — Rosana disse, levando o canudo aos lábios devagar, sem desviar o olhar do garçom. — Mas e se eu disser que já tenho um favorito por aqui?

O garçom arregalou os olhos, claramente surpreso. 

— Ah, é? E quem seria esse sortudo? — Ele perguntou, e eu também quis saber.

Ela olhou então ao redor como se procurasse pelo cara, até finalmente parar e fixar em mim. O quê? Eu petrifiquei, congelei, mas também esquentei, indo à mil graus, dois mil, três, e transpirei. Ela... ela tava dando em cima de mim? E então Rosana desviou mais rápido do que eu pude deduzir ou tirar minhas conclusões, e se fixou em qualquer um por aí à nossa volta.

Movimento sutil, mas de impacto imediato. O brilho de confiança no rosto do garçom vacilou por ela já ter alguém. Ele pigarreou, tentando disfarçar a confusão, e vendo que sobrava: 

— Bom... Espero que ele saiba a sorte que tem.

Rosana curvou os lábios em um riso, eu diria maléfico: 

— Se ele for esperto, vai aproveitar até a última gota desta sorte.

Como é? Ela estava me desafiando? Eu sei o que eu vi. A indireta. Ela me deu um tapa na cara com uma maldita indireta. Eu iria pegá-la com força para que visse só!

O garçom forçou um sorriso de fachada depois do pastelão, hesitou por um segundo, e então se afastou, derrotado.

O que diabos tinha acabado de acontecer? Rosana me cutucou com a vara curta. Eu não podia mais ignorar o jeito que o meu coração batia forte no peito e os meus desejos gritavam para eu avançar neste semáforo e beijá-la até ela ficar zonza.

— Você está vestida para matar qualquer homem hoje — eu disse quase em seu ouvido. Eu mostraria à ela o homem de atitude que eu era — sério, você tá fatal, Rosana. Dois já caíram estirados neste chão com o gatilho que você apertou. Saiu até no jornal, um morreu de bala no peito e outro de bala no umbigo — ela riu, e não parecia nada como uma menina, mas sim como uma mulher — eu não tenho medo dos seus disparos.

— Um homem ousado. Gosto disto. Algum deles por um acaso te atingiu?

— Mais do que eu esperava.

— Foi intencional...

— Você gostou de saber que me afeta?

— Muito...

Antes que continuássemos, ouvi uma nova voz se aproximando da gente, parando à nossa frente.

— Oi, fofas e lindas! Desculpa a demora!

Levantei os olhos e vi a garota que Rosana havia prometido trazer para mim. 

Apinéia?

Como era?

Porra, ferrou.

Era bonita, sim — no sentido mais genérico da palavra. Cabelos longos e loiros, maquiagem impecável, um vestido justo que parecia ter sido desenhado para gritar olhem para mim. E, claro, o silicone. Não que eu tivesse algo contra, mas quando era a única coisa notável em alguém, passava longe de ser um elogio.

Rosana abriu um sorriso e se levantou para recebê-la. Ou ela era ótima atriz, ou realmente queria esta sujeita aqui.

— Achei que tivesse desistido de vir, doida!

— Rô, nem me fala, trânsito infernal, quebrei uma unha, chorei por meia hora com meu motorista. Ele teve que achar uma nova coleção importada de Paris para mim, senão eu nunca me consolaria. Ain, o trânsito para cá estava um saco, eu quase morri de tédio. Fui salva pelo jogo da garrafinha no tablet, a única coisa para se fazer dentro de um carro abafado. Loucura — Que tagarela fresca — Então você é o Túlio.

Ela me avaliou de cima a baixo com um interesse nítido. Me senti carne na vitrini de açougue.

— Eu mesmo. Prazer — falei com tanta empolgação que oh!

— Você bem me disse que ia me apresentar alguém legal, vamos ver se você é tudo isso, Túlio.

Eu quase a mandei ir passear no bosque. 

Meu olhar se conectou com o de Rosana, e eu li nas suas entrelinhas não um ciúme manifesto, nem qualquer coisa que pudesse ser nomeada com facilidade. Mas por um instante, parecia que Rosana não queria tanto assim que essa garota estivesse comigo, parecia que se mordeu pelo rumo que nós dois tomamos nesta mesa. Aquilo me levou nas alturas. Rosana com ciúmes de mim? 

Cuidei então de não dar nem um sinal verde sequer para a loira.

— Então, Túlio... — Apinéia deslizou os dedos pelo canudo da própria bebida, olhando para mim como forma óbvia de flerte, chegando perto, no entanto, eu me empurrei um pouco mais para distante — Rosana me disse que você é super interessante e inteligente. Que tem um negócio próprio, que faz seu salário. Com o que trabalha?

Eu verifiquei outra vez Rosana, querendo compreender o que ela esperava de mim em tal situação embaraçosa. Eu só queria colocá-la no meu potro e sumir pela noite. Não parava de criar cenários entre nós dois na cabeça, principalmente agora que eu sabia que sim, ela também estava à fim... Fiquei muito excitado de pensar.

— Bom, eu sou só um cara normal, sem graça até, por que será que tô solteiro até hoje? Porque sou chatão — Respondi, mas Apinéia riu como se eu tivesse contado a piada do ano — Eu tenho que te entregar aquilo que você me pediu — falei para Rosana, que levou um segundo para entender o meu recado:

— Nossa, sério? Eu há uma semana esperando. Muito obrigada, vamos lá, quero ver. É que é uma coisa pessoal que eu pedi para ele investigar para mim — Rosana inventou e interpretou tão bem, que até mesmo eu me perguntei qual o resultado da investigação. Só sei que finalmente saímos para o lado de fora sob esta desculpa esfarrapada.

Começamos a andar lado à lado pela calçada, indo não sei para onde, se afastando da pizzaria. Eu só queria estar sozinho com a sua pessoa e confirmar que não fui o único à me sentir terrivelmente atraído aqui.

Não sei porquê, mas pela primeira vez em muito tempo, uma garota fez eu me sentir nervoso. Eu tava tenso.

— Rô...

— Tritão...

Silêncio.

Mais silêncio.

E de novo silêncio.

— O que achou da Apinéia? — Houve um vacilo na sua voz. 

— Quase não notei sua existência — afirmei — pois o meu interesse estava todo em uma certa pessoa que conseguiu apagar todas as outras da minha vista. Eu só via ela na minha frente. Eu nem sei o que houve comigo...

Paramos em uma encruzilhada. Somente nós dois. Rosana demonstrou timidez, confesso que eu também me encabulava. Ela até sustentou o olhar, mas:

— Essa garota, você gostou tanto assim dela? — Me disse com um sorrisinho de quem havia entendido — parece com o efeito que um certo rapaz tem causado sobre mim... — e desviou.

— Que rapaz?

— Você primeiro.

— Fiquei preso em você desde a hora que eu te vi. Você passou por mim como um terremoto, e eu tô destruído ainda.

— Tritão... eu... — Puxei-a pela cintura, nossos corpos se trombaram, unindo-se. Aquele calor que eu tanto queria, o perfume que me deixara bambo, os meus dedos entre os fios de seu cabelo, as respirações se esbarrando, quentes, fazendo eu ter sensações que desconhecia, até que seu toque suave afagasse minha nuca, e eu interpretasse isto como um "vem". 

Eu a beijei.

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