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Percebi o meu problema com relacionamentos longos: eu enjoava. 

As amigas da Paty me procuraram no serviço, elas vieram em duas, sem a Paty saber, e me tiraram do balcão da loja para fora, me questionando:

— Túlio, por favor, vai falar com ela, ela tá mal.

Mas que encheção de saco.

— Quanto mais cedo eu for sincero e mais cedo ela entender, mais cedo irá superar — eu respondi, cruzando os braços, nem gostando de ter esta conversa. Por um lado, me senti poderoso, pois eu já sabia que a minha pegada e o meu jeito encantavam as meninas, eu SEMPRE esperava que, em alguma altura do campeonato, as minhas ficantes caíssem apaixonadas.

Era tão comum e acontecia tantas vezes, que o meu mapeamento das mulheres era este: todas se apaixonarão. E, para falar a verdade, esta coisa delas por mim me engrandecia, massageava o meu ego, como se fosse um profissional das mãos santas, mas, no entanto, todavia, não mexia com meus sentimentos ao ponto de eu me apaixonar de volta.

Muito previsível e calculado o fato de que uma garota, principalmente as mais novas, as sem experiências na carteira, gamassem em um cara após a cama.

— Ela chorou por sua causa, estava super triste. Não diz pra ela que a gente veio, senão ela nos mata e termina até a amizade — a outra menina implorou.

— Podem deixar — garanti. 

O vento era ameno, soprou sobre nossos cabelos, enquanto a tarde se desfez debaixo de nossos olhos. Cio Pequeno continuava uma cidade tranquila como sempre, quase parando, tanto quanto o meu coração sem nada de emoção.

— Idas e vindas acontecem — falei — Eu quero o melhor para a Paty, a gente pode seguir como amigos, se ela assim desejar. Ela é tão legal.

As duas mocinhas se entre olharam, sem saberem se a proposta agradaria ou não à Patrícia.

— O que houve? — Uma me interrogou — Por que não fala pra gente? Podemos ajudar. Ela te fez alguma coisa?

— Não, meninas. Eu só, sei lá, num dá mais — eu não sabia me explicar, eu só sabia que enjoei. Como dizer algo assim? Não seria muito cruel? No entanto, eis a verdade. Estava enjoado.

Elas insistiram um pouco à mais, depois se foram. Quando voltei para os consertos da loja, haviam sacos pesados de areia invisíveis atados sobre meus ombros. Não gostei do fardo desta responsabilidade sobre minhas costas, como uma culpa que me encurva. 

Por que me senti tão criminoso de repente? Era meu direito não querer mais uma ficada, eu não seria malvado por isto. Por que dizer "não" era tão difícil? Eu não queria magoá-la, mas eu também precisava do meu tempo.

Entre um parafuso e outro na bancada, vendo as bocas do tio e do Lucas se moverem, mas sem me focar em nenhuma daquelas palavras ditas, deixando que conversassem entre si, me vi em um beco, encurralado: a única mulher com quem eu estava agora era a Felícia. Inclusive, meu celular apitou com mensagem dela. 

Me deu uma certa repugnância ver aquele monte de coraçõezinhos e emojis. Eu precisava variar o meu cardápio. Felícia de manhã, tarde e noite? Nem pensar. Você pode até ser um amante de churrasco, fanático e louco por carne assada, mas, vai por mim, se comer todo dia, enjoa.

Eu me programei melhor então, consultando mentalmente minha agenda, para voltar à caça com o Leandro e com o Lucas. Sem caçar, apenas estagnado, como um mármore preso à um canto fixo do solo, me sentia morto, com os pedaços do meu corpo soltando-se e ficando por aí. 

Nem sei porque deixei de sair com meus amigos e ir aos points de pegação da cidade. Ah sim, para manter o meu prato de cada dia com estas gatas. Mas agora que elas me fartaram, eu precisava de outras novas. Alguém por um acaso vive somente de arroz com feijão?

E partindo da onde eu estava: minhas noites haviam infelizmente se tornado a faculdade, junto de Caio, Felícia, Rosana e Liv. O quão fácil é para qualquer um de nós se encostar, se acomodar em um banco de mesmo tamanho e forma na vida, sem incômodos, na sua poltrona, na sua rotina, sem almejar algo maior, esplendoroso e gigantesco do que o mísero degrau onde estamos.

Ao sair do serviço, não vi graça em ficar em casa junto da minha própria sujeira. Eu estava me sentindo como uma engrenagem enferrujada, me deu agonia só de pensar em arrumar minha própria bagunça, minhas roupas espalhadas pela cozinha e sala, meus papéis nos vários lugares do quarto, etc. Eu joguei algumas na máquina, de qualquer jeito e até o talo, e deixei lá. Que esta dona fizesse tudo sozinha.

Claro que entre mais uma noite trancafiado neste maldito lugar, o qual eu já não aguentava nem mais olhar, com este odor de parede velha, preferi ir com o sem graça do Caio para a faculdade. Antes sair do que me fundir à um móvel e virar parte da decoração. 

Esta insatisfação estranha brotava em mim já há alguns dias, igual pé de feijão no meu teclado. Eu enjoava de tudo, só não de ganhar dinheiro ou de comer açaí.

Enjoei das músicas que ouvi 500x por dia, enjoei do MSN, do Caio, das mulheres, da minha função de mecânico, da minha cama grudada na janela, e foi quando decidi que eu precisava mudar, variar, procurar novos estilos musicais que me agradassem, novos amigos, novas garotas, uma nova função também, me focar em consertar pcs, o que era muito melhor do que os anos que eu passei consertando a porra das debulhadoras de caipira nesta cidade.

No interior da facul, com Caio ao meu lado, ele me mostrava alguns quadros pendurados naquele seu corredor de orgulhos, onde fotos de magnatas posavam com elegância. Caras que eu desconhecia, mas que Caio os admirava.

— Minha mãe gosta tanto deste — ele disse, apontando — Eu assisti o filme dele este domingo. Minha mãe quase não se aguentou no sofá, me apertando — eu via o careca que ele mostrava, que homem feio se fazendo de presidente da galáxia — é um documentário, vou levar a Rô pra ver comigo e a mamãe.

— Já contou sobre sua mina para sua velha? — Perguntei.

— E tem como não contar? — Os olhos dele pareciam brilhar com a aceitação da nora — mamãe me aconselhou à dar flores, à tratá-la como uma rainha, à ser gentil, muito atencioso, carinhoso, falar doce, dar bombons.

— Eu não faço nada disto, e elas me amam — dei de ombros. Como eu era malvado. Mas é que a falta de paciência afetava meu armazenamento interno.

Então Felícia do nada parou ao nosso lado, nos encontrando. Ela estava chique, sorriso meigo, saia curta, blusa apertada, maquiagem boa, bonita, no entanto, não me eriçou, pois eu já conhecia suas curvas, seus mistérios, seu corpo, seu jeito de gemer, de gozar, de foder, e não havia nada de novo ali, nada para desvendar, nada para eu correr atrás, nada para eu descobrir, nada para eu conquistar. Até o seu cu eu já havia comido. Era bom, quente, apertado, eu o tinha quando quisesse, não precisava me esforçar, já era meu, toda minha, e isto me fez esfriar.

Pegar o Túlio era fácil, quero ver manter o Túlio interessado.

O Caio seguiu conosco, conversando enquanto andávamos:

— Felícia, o que você estuda?

— Eu quero ser pedagoga.

— Vai dar aula para o governo ou particular?

— Para o que me contratar primeiro — ela riu.

— Prefere alunos jovens ou quase da sua idade?

— Eu não sei, talvez eu queira os menores, eu gosto muito dos pequenuchos.

— De 7 à 10 anos?

Caio, como você é insuportável, eu pensei. Cala essa boca, só sabe perguntar, não sabe comentar, aff. 

Piores foram as próximas: onde você mora? Quantos anos tem? Possui irmãos e irmãs? Seus pais moram juntos ou são separados? Você entra que hrs na sua turma? Você trabalha?

Quanto assunto manjado e chato, ou eu quem estava irritado de qualquer maneira. Eu precisava gozar, mas quando imaginei Felícia de pernas abertas na cama para mim, eu me recusei. Não havia mais nenhuma emoção ali, nenhuma caçada. Mais do mesmo não, por favor.

— Você sabia que a bolsa de valores subiu 2%, e que eu comprei 7 ações, o que dá um total de 14% à mais do que eu investi? Eu saí ganhando. Por que você não investe 7% do seu capital na bolsa dos EUA? Eu te garanto que te trará um retorno.

Se ele continuasse, eu ia lhe dar um soco. 

Mundo mais complicado este das finanças, ou Caio que era tão técnico que me deixou com sono, bocejos. Eu só conseguia pensar "que papinho fraco, do tipo que nenhuma gata relaxa na sua presença, por isto que não tem sucesso com as mulheres." 

Caio poderia estar treinando seu assunto, afiando a ponta da sua lança para acertar no alvo da Rosana, só que não. Ele falava de siglas que nenhum de nós entendia, falou de NPS, CTIU, polícias públicas, saneamento básico, tráfico de órgãos humanos, tráfico de drogas, e mano, até a Felícia já estava desligada, mexendo no celular, alheia ao papo.

Foi quando varri os arredores com os olhos, enxergando tantas meninas lindas, que entendi o desperdício de continuar preso à uma figurinha repetida, que alías, não completava o meu álbum.

Ao irmos para o refeitório, onde outros jovens se reuniam, nos sentamos os três, mas só o Caio realmente quis pedir algo para comer, indo até a cantina.

— Você está tão sério hoje, bebê, o que tá pegando? — Felícia me perguntou, com a voz repleta de gotas de preocupação, e de facilidade. 

— Eu acho que virei um escravo da minha rotina, tá tudo um tédio para mim.

— Eu posso ajudar com isto — ela me respondeu, arqueando sua sobrancelha, roçando sua coxa na minha, no entanto, aquilo não causou absolutamente nada em mim, alguém acredita?

Um quarto elementou juntou-se à nós, o Siso, me cumprimentando. 

— Oxente, que cê tá aí. Quem é esta moça ao seu ladu? — Ele sorriu para Felícia, e eu enturmei-os. Quando chegou o Caio, também apresentei. Siso continuava dentuço, magricelo e de uniforme de faxineiro, com o esfregão na mão.

— E eu só queria uma namorada, mas ceis sabem — disse ele — quantu mais ocê gosta da muié, mais ela si faiz de difícil pra você. Eu já to isperando a minha faiz um tempo, ela disse que gostava de mim, mas até agora só sabe falar com os que tein status, e eu não intendo essas mulheres. Será que quando eu comprar meu carro, melhora?

Caio dividiu o lanche com ele, ouvindo o relato. Siso não parou de olhar para a Felícia, como se nunca tivesse conversado antes com uma garota bonita na sua existência. Quem sabe fosse uma boa ideia tirá-la do meu pé, não?

— Hoje eu vou voltar mais cedo, eu tenho que cuidar da minha irmã — Felícia me avisou, e eu acompanhei-a até a porta da faculdade, onde trocamos alguns beijos de língua, aprofundando a droga da nossa relação. Eu não queria isto. Caio ficou vermelho com a cena, já Siso me olhou com uma feição indecifrável. Tanto faz.

Caio ainda quis dar mais passeio e me arrastou até o chafazir do pátio, por volta das 21 hrs da noite, e eu sempre me perguntando o porquê de ter aceitado vir até aqui, pois se era para fugir do tédio, igual o diabo da cruz, eu continuava entediado. Estava sendo quase como trocar seis por meia dúzia:

— Eu saí com a Ro-rô — Caio me avisou, chamando-me para algo de meu interesse, assuntos da pegação. Nos sentamos em um banco. Ele parecia um menino, ganhando pela primeira vez seu algodão doce — e eu peguei na mão dela, ela ficou tão tímida. Andamos nu roda gigante no parque, e eu a beijei.

— Foi o primeiro beijo de vocês dois?

— O segundo, Túlio — que lerdo, eu já teria comido e virado do avesso. O que eles faziam quando saíam, conversavam como duas irmãzinhas fofas?

— Você tá indo com calma — falei, lutando contra a vontade de dar um tapa nele.

— Eu sou um cara calmo — quase parando, Caio, já sabemos.

—Me revele mais, quero a fofoca na íntegra — exigi.

— A Ro sempre toca no nome daquele professor dela, o que lhe dá aulas de espanhol. Sabia que ela já entende programas da TV do México, sem precisar de nenhuma legenda? Ela assiste nos canais à cabo da casa dela. Gosta de novelas mexicanas e até me chamou para assistir com ela. Me sinto um leigo perto de uma mulher destas, ela é tão inteligente.

Também já achei que algumas garotas eram muita areia para o meu caminhão, hoje não mais, não ainda.

— Escuta — avisei — se encha de confiança, porque se ela está contigo, interessada em você, então é porque você é quem chamou a atenção dela.

— Eu acho que sim. Rosana vai me fazer dar um salto muito grande. Eu gosto dela. Quero dar muitos presentes e quero que nossa formatura seja juntos, que dancemos como um casal.

— Ótimo. Vai pegando experiência. E me conta quando vocês treparem.

Ele riu, igual um menino da quinta série que não pode ouvir a palavra "sexo". Esse Caio era muito frouxo, mas eu até que havia me acostumado a bater papo com ele.

(...)

— Tem planos para o sábado à noite? — Felícia me mandou no SMS. 

— Meus amigos darão uma festa particular, e eu fui convidado — mentira, eu iria para a gandaia com eles.

— Irei sentir sua falta, me liga no domingo se estiver livre. Tem um filme que eu quero muito ver no cinema. Você vai adorar.

— Ligo sim, Felícia, pode deixar, se tudo der certo, vamos — até parece. Você agora seria a minha reserva. Se eu arrumasse uma noitada boa, talvez passasse o fim de semana inteiro ao lado dela, mas se não encontrasse nada na farra, teria que lhe agradecer por se colocar à minha máxima disposição, pois você será a minha opção número 2. Não ficarei sozinho jamais, pois eu preciso transar, tenho esta necessidade, e quero sair para comer uma sobremesa diferente esta noite.

Siso encontrou à mim e ao Leandro numa das esquinas que combinamos. Finalmente ele viria com os manos.

Leandro, com aqueles seus cordões caros de luxo, cor prata, anéis no dedo e camisetas iguais aos do 50 Cent, passou a imagem de ser um artista famoso. Ele veio dirigindo o carro do pai. Sua pele negra brilhava no escuro, ele curtia e acho que as garotas também. Eu apenas entrei no carro, vestido com meu jeans novo, tênis branco, meu boné virado para a frente, enquanto que Siso usava uma camisa xadrez e o cabelo lambido pela vaca, escorrido e de lado. A culpa da sua falta de mulher era dele mesmo, por que não espetou a porra do cabelo?!

Leandro conhecia os points mais badalados da cidade, mas hoje ele resolveu nos levar até a Metrópole urbana, fora de Cio Pequeno. Fomos se aquecendo no trajeto, conversando sobre nossas aventuras com mulheres. Descobri que Siso já teve uma namorada bem patricinha e dondoca, que exigia restaurantes caros, presentes, jantares chiques, e que ele se matava por ela, até ela trocá-lo por um homem mais rico e fino, segundo suas palavras.

Devia ser daí o trauma.

— Mas ceis são é loucus, eu vou aparecer num carraum desses e essas minas vão cair matando nimin — Siso disse.

— Anda com a gente e elas vão te ver como um novo homem — Leandro garantiu, dirigindo todo pomposo — mas, velho, sério, você quer arrumar mulher? Tem que se cuidar, mano, cuidar da aparência, porque nós não queremos uma destrambelhada, e elas também não querem um cara feio.

— Mas muié não olha só pra um homi bonito não, minha mãe sempre me insinou que os feinhos conseguem uma namorada desde que sejam íntegros.

Leandro sorriu para a resposta do Siso, dizendo:

— Tem uns feios que dão a sorte de estarem com uma mulher bonitona por algum motivo que ainda me é desconhecido, mas que em breve descobrirei. No entanto, eu prefiro fazer minha própria sorte.

Ao estacionarmos, estávamos em um barzinho lotado, onde tocavam músicas de hip hop, que era o estilo que gostávamos. Descemos os três do carro. Dei então uma boa encarada em volta, analisando o ambiente, vendo as gatas que dançavam, as que tinham rapazes juntos, as que estavam sozinhas entre amigas, etc. 

Leandro nos conduziu até o balcão, onde pedimos uns drinks. Cada qual tomou o seu, que batida forte tinha aquela música, Nelly Furtado, Promiscuous, e eu sei o que a ninfeta safada cantava. Uma letra dessas me energizava, me punha na frequência certa para eu caçar.

Meus olhos iam em busca de um alvo, procurando por alguma garota que correspondesse ao meu flerte. Aconteceu logo, sempre acontecia. Eu podia não ser um Brad Pitt, mas eu era jeitoso. Peguei ela me olhando duas vezes, e na terceira, ela sorriu, se desviando, tímida.

Pronto.

Ela queria, eu também. Agora era ser homem de chegar. Deixei meus amigos e me dirigi ao grupo das garotas, muito direto e reto, sem nenhuma carta na manga ou plano:

— Eu te vi dali, gostei de você e vim te conhecer.

As amigas ficaram pasmes, mas gostaram, agitando ela para mim, me autorizando.

— Como você é direto — ela disse, rindo, e eu me acomodei no estofado ao seu lado. 

Claro que não esqueci dos meus brothers, e depois de uns 10 minutos, estávamos todos na mesma mesa, havendo uma mulher para cada um de nós. Eu não sabia se o Siso beijaria alguém, mas eu tinha certeza de que eu sim. Todos eram apenas conversantes até que se provasse o contrário.

Leandro fez um truque de mágica com a moeda e impressionou à todas. Palmas. Ele contou sobre as viagens que faria quando se tornasse um grande vendedor, comentou sobre mim, dizendo que eu tinha um negócio próprio, que eu era meu próprio patrão, e falou também sobre o Siso, o qual estudava para ser um futuro engenheiro.

Nas palavras de Leandro, nossas profissões se tornaram maior do que a forma como eu realmente as via. Sua visão sempre foi fora da curva. Eu aprendia muito com ele. No entanto, hoje eu queria realmente enfiar minha língua bem fundo na goela desta menina.

Pamela, seu nome. Uma hora depois, eu pedi para ela me acompanhar até o lado de fora, onde, longe das amigas, tive uma privacidade maior de beijá-la na esquina. Demos alguns amassos quentes, mas não foram tão longe, apenas mãos bobas.

Por volta da meia noite, Leandro quis ir embora conosco. Despedimos, entramos no carro, e ele deu partida, falando:

— E aí, seus dois vacos, como foram? 

— Eu peguei MSN e orkut dela para um round dois — respondi, animado.

— Eu num sei o que há cumigo — disse o Siso — eu acho que num bebi o bastanti, porque quando eu tentei dar um beijo nela, num foi, ela disse que gostou de mim só comu amigo.

Leandro então pensou, tendo algum tipo de ideia maléfica:

— Tem um lugar agora que eu vou te levar pra tu sair dessa seca, sem precisar gastar com puta. Quer?

Ele nem perguntou se eu topava, porque estava escrito na minha face que sim.

Siso concordou, um tanto desconfiado, mas resolveu confiar. Leandro dei meia volta com aquele FIAT, pegando um caminho desconhecido. Como a Metrópole era diferente de Cio Pequeno. Suas ruas todas eram asfaltadas, mal se viam árvores ou bichos, muito menos fazendas e cercas, apenas portões e prédios. Estávamos próximos ao centro.

Talvez um dia eu saísse do interior. Talvez eu me tornasse um homem de maior status aqui, eu não sabia. Fui acordado das divagações pelo freio. Leandro parou diante de um local onde havia uma grande aglomeração de pessoas:

— Bem-vindo, cavalheiros! — Disse, ele destravando o cinto e abrindo a porta, descendo — vou apresentar à vocês o sambódromo!

— Sam o quê? — Disse Siso, um pouco cabisbaixo, indo para a calçada comigo.

— Aqui eles pulam carnaval, e povo que gosta de carnaval é povo zueiro — disse Leandro, bem sabido da malandragem.

As garotas usavam roupas curtíssimas, enquanto que muitos homens estavam sem camisa, tanto na porta, como dentro daqueles portões. Era um espaço muito amplo, à céu aberto, onde havia um trio elétrico no centro, tocando músicas de pagode, samba, eca, junto à galera que pulava ao seu redor.

— Aqui o esquema é fácil, vou mostrar para vocês — Leandro tirou do porta malas uma garrafa de vodka, deu alguns goles, passando para nós, afirmando — vão precisar. Vai esquentar vocês na noite fria — sim, o vento bateu gelado.

Ele andou, se misturando às pessoas. Algumas seguravam garrafas também, e Leandro apenas mirou seus olhos em uma garota, ela correspondeu, ele então se aproximou, sorrindo, conosco vendo à distância, e meteu a boca na dela, beijando.

Mas, hein?

Sem papo, sem conversa, sem nem perguntar o nome?

Caralho, se fosse realmente assim, eu estava no PARAÍSO!

Tentei a mesma técnica. Me empurrei pro meio da muvuca, encarei a primeira mulher, mas ela desviou o rosto, então foda-se, olhei para a segunda, essa estava mais receptiva, me aproximei, ela viu, não fez nada, ficou lá, sorrindo, eu disse "oi", envolvi sua cintura, ela não resistiu, e a gente se beijou. Nossas línguas se entrelaçaram, ela babou em mim, mas estava tão gostoso que não liguei.

Leandro, tu é um gênio!

— Conheçam as maravilhas de uma micareta! — Disse Leandro, já de braço dado com uma outra mina, indo para não sei onde — a gente se vê às 5:30 neste mesmo portão — ele ia sumir, mas Siso e eu decidimos ficar juntos.

Fiquei um tempo trocando saliva com a gata, até as amigas dela puxarem-na para longe. Ninguém permanecia no mesmo lugar nesta multidão, todo mundo se movia, andava, trocava de posição. Eu sei que estávamos apertados, como em um show, então avistei Siso dando o seu primeiro bote. Sim, ele deu um beijão na garota, e não era uma feia.

O plano do Leandro para desencalhá-lo, funcionou.

Siso adquiriu mais confiança depois deste beijo, ainda que a menina tenha vazado. Ele sentiu-se poderoso, estufando o peito. Saímos da pista, ficando nas laterais, onde haviam caras com isopor, vendendo cervejas e pinga. Compramos a 51, misturando com refrigerante de limão. Realmente ficou uma delícia.

Logo estávamos loucos. 

Na arquibancada haviam duas garotas, encaramos, elas corresponderam, chegamos, sentei do lado de uma, e Siso, da outra. Não levou 5 minutos para nós as beijarmos. Tive orgulho, sabendo que meu novo parceiro de gandaia não era um incompetente, marica, como o Caio. Siso era esperto, pegava o jeito rápido e estava se dando bem.

Então as garotas nos deram tchau, indo-se para a multidão. Tudo bem, haviam milhares de outras nos esperando. Nos misturamos lá embaixo de novo, no meio da muvuca. Daqui a pouco peguei na mão de alguém, como era mulher, só puxei, vendo a quem pertencia aquele lindo braço. Não deu outra, beijamos. A língua dela na minha, a minha na dela, a gente se lambendo, mordendo e lambuzando. Ela apertou minha bunda, uma danadinha, eu apertei a dela. Então apenas sorri safado, passando a mão pelo seu corpo, por de cima dos poucos tecidos que a cobriam.

Eu mesmo a puxei para o canto do sambódromo, só vi que estava escuro, mas nem tanto, que ela ajoelhou, me chupou, pois seus peitos no meu pênis, lambeu o quanto quis, enquanto toda aquela gente estava em volta. Eu adorei, queria gozar, mas não tão rápido, eu gostaria de me enterrar dentro da sua boceta.

Ela me arrastou para não sei aonde, eu fui. Beijamos mais, desta vez por baixo das arquibancadas, a garota deitou no chão, eu puxei sua calcinha por baixo da mini saia, ela arreganhou suas pernas para mim, eu vi o meu paraíso, e duro como estava, coloquei a camisinha, depois soquei. 

Transamos gostoso.

Ela falou que queria beber minha porra, eu lógico que concordei. Gozei em seus lábios, mal podendo acreditar que estávamos se engolindo naquele lugar depravado. Como havia muita gente na arquibancada, fez sombra sobre nós dois, nos ocultando ali, abaixo dos bancos.

Ajeitamos nossa roupa no lugar, e eu a coloquei no meu colo, de lado sobre minhas coxas, mas ela não quis ficar, me puxou pela mão, pegou sua bolsinha e acendeu um cigarro, subindo para o topo da arquibancada comigo. O vento nos refrescou, enquanto eu observava aquelas pessoas mergulhando nos prazeres da carne, tanto quanto nós dois.

— Dá onde tu é? — Ela me perguntou.

— Do interior, de uma cidade chamada Cio Pequeno, e você? — O barulho era tanto que tínhamos que gritar — Eu sou o Túlio, qual o seu nome?

— Me chama de Nanda, Túlio. Moro aqui mesmo, mas numa zona mais pobre. Nóis tamu na zona de rico neste sambódromo.

— Na zona do pecado — eu falei, e ela riu.

— Do que mais cê gosta, Túlio, além de foder desconhecidas?

— Gosto de conversar e conhecer pessoas novas, e você?

— Gosto de fumar um baseado, aliás, tô com um aqui, mano, bora?

Mas eu educamente disse que não.

Ela era meio maloqueirona. Confesso que não me senti conectado, então depois de um tempo de conversa, eu queria afogar meu ganso em outra. Me despedi e fui para a multidão, na pista. Eles se esbarravam, seus corpos estavam quase despidos, a música cantava letras indecentes, mexendo com nosso cérebro para que automaticamente pensasse sem sexo.

Me esfreguei em várias garotas, houve uma do rabo grande que logo que colei nela por trás, sarrando, ela empinou e dançou igual uma panicat até o chão. Só faltou dar para mim no meio da pista. Claro que esta eu beijei, passei a mão, apalpei, apertei, e falei que queria ela comigo dentro de um quarto.

No entanto, ela acabou desaparecendo. Não importava. A fila andou depressa. Eu resolvi então mandar uma mensagem para o Leandro toda vez que eu beijasse alguém de língua. No fim da madrugada, por volta das 4 hrs da manhã, eu contei 37 garotas no total, sendo que com uma delas aconteceu o sexo.

Meus números me entusiasmaram, enchendo cada fibra de mim com mais testosterona. No entanto, eu cansei, me arrastando como um zumbi que há muito tempo não come um humano. Achei um vendedor, comprei vinho, água e arrumei uma arquibancada para repousar, sentado. Talvez eu cochilasse um pouco até Leandro vir me buscar, que noite maravilhosa foi esta...

Mexi no meu celular, mandando mensagem para o Siso, foi quando eu vi duas garotas cochichando entre si e rindo, e por alguma razão, apitou dentro de mim uma luz de que elas falavam ao meu respeito. Ignorei, pois eu estava com sono, mas a pulga atrás da minha orelha não me deu sossego, até que eu olhasse para elas, bem na outra ponta, tentando descobrir se era um sinal de interesse.

Mulheres podiam ser bem sutis.

A mais branquinha então se escondeu por trás da amiga, como se estivesse com vergonha da minha observação. Gostei daquilo, me senti instigado, mirando as duas mais uma vez e sorri para elas, chamando-as com a mão, foi então elas que me chamaram. Pronto. Era como um filme onde você é o protagonista e experiências deliciosas te acontecem.

— Vocês duas são uma graça — eu falei, deixando a minha branquinha toda vermelha. Ela era o meu alvo, a que me deu trela.

— Eu sou a Sara e esta é a Amêndoa.

— Amêndoa — eu disse, curioso sobre — que lindo nome. Me deu vontade de morder. Eu gosto também de amendoim.

Elas riram. Minha nossa, quanta mulher na minha rede!

— Fala seu nome para a gente — a Sara me intimou — queremos saber esta informação para te sequestrar. Você é rico, moço?

— Eu sou, mas só de mentirinha. Quero entrar para a quadrilha.

E foi assim que eu as conheci. Sara era a mais falante, falava sobre serem melhores amigas, sobre suas mães serem parecidas, sobre seus pais serem divorciados, sobre ela querer ir para a faculdade, enquanto que Amêndoa revelava muito pouco sobre si, não me deixando rastro nenhum para chegar nela.

O mais inusitado foi que comecei a me perguntar sobre como conquistar Amêndoa, e aquilo pôs fogo em meus rins, como se fossem turbinas à jato. Ela havia sido minha melhor experiência da noite, apesar de não tê-la beijado. 

O fato é que quando você precisa rachar o seu crânio no coco para encontrar uma resposta, para desvendar um resultado, você dá valor àquilo. 

O dia começou à brilhar, a aurora brotou no céu, e eu percebi que Amêndoa e eu ainda não havíamos nos beijado, quero dizer, eu nem sabia se ela realmente estava à fim, pois ela quase não falava, foi quando, num passe de mágica, como se ela fosse uma telepata que tivesse lido minha mente, ela começou a me fazer várias perguntas, muito interessada.

Eu adorei responder cada uma delas, eu só não sabia me sair da Sara, que não dava espaço para eu agarrar a menina. Continuávamos no mesmo local, parados na mesma arquibancada.

— Sabe, daqui a pouco eu tenho que ir, mas eu gostei tanto de vocês, que tem que ter a parte dois — falei, sacando meu telefone.

— A parte um já acabou? — Amêndoa disse, fazendo biquinho, e eu enlouqueci. Céus, ela me queria.

— Ainda não, mas a Sara não dá licença para eu colocar um final digno neste nosso filme né — falei na maior zueira, e a guria se fez de ofendida, dizendo:

— Está vendo como são as coisas, a gente cresce junto, Amêndoa, dormindo uma na casa da outra, para depois vir um completo estranho e te tirar de mim, e você ainda ir com ele! Me defenda, por favor.

— Eu quero ir com ele.

Foi tão inusitada a fala, que rolamos na gargalhada. Sara disse que ia comprar umas águas, e assim que ela virou as costas, meu braço já estava agarrando Amêndoa, comigo chegando mais perto, sentados um ao lado do outro no banco de madeira:

— Eu queria fazer isto desde a hora que você estavam me olhando — confessei, beijando-a.

— Eu também — ela sussurrou entre o beijo.

Não a larguei mais. Sara voltou, mas continuamos com a língua um no outro. Ela falava conosco, mas permanecíamos abraçados. Senti seu cafuné, seu toque delicado, enquanto eu mesmo acariciava seus cabelos, suas costas e me perdia no perfume do seu pescoço, pondo o nariz ali, fungando. Foi quando a porra do meu celular vibrou com a ligação do Leandro.

— Ah não, o papai veio me buscar — elas quase acharam que realmente fosse meu pai — é meu amigo, o que trouxe o bando para cá. Alô, Leandro?

— Eu tô aqui com o Siso, você devia ver isto, ele bebeu pra caralho, tá aqui vomitando, sentado na calçada. Acho que ele não é acostumado. 

— Caralho, eu to indo. Dá engov para ele.

— Eu já dei. Tô no mesmo lugar onde parei o carro.

— Me aguarda — desliguei, sofrendo por ter que ir — venham comigo, eu vou apresentar os meus parças para vocês — vi a feição de Amêndoa se iluminar. Acho que ela curtiu tanto quanto eu, estar com ela agora era um novo desafio, uma nova tela de vídeo game que eu teria que passar. Eu queria vencer este jogo.

Fomos de braços dados.

— Olha os pombinhos — disse Sara pelo caminho. 

Ao chegar no carro, Siso suava, mas parecia passar bem, o Leandro havia deitado-o no banco de trás, onde ele parecia tranquilo. Vi que o negão já deu seu olhar 43 para Sara, e já entendi.

— O Leandro é nota 10, vocês não vão se arrepender de terem dito oi para ele, será o melhor oi da vida de vocês — enchi a bola do canalha. Ele sorriu, todo assanhado, puxando assunto com a Sara. Ficamos mais uns 10 minutos, onde eu aproveitei para dar meus últimos beijos na boca da Amendôa. Ela beijou tão bem. Peguei seu telefone e dei tchau.

Leandro começou à dirigir, me contando:

— Vão bora! E ae, o que achou?

— Você é um putão de primeira. Sabe qual podia ser a sua profissão? Cafetão, mas de putinhas bis.

Ele riu. 

— A gente precisa ir num puteiro, pagar duas mulheres pra se pegarem na nossa frente.

— Vamos combinar — mas, no fundo, eu não engolia isto. A graça seria convencer duas mulheres à toparem um ménage comigo, de livre e espontânea vontade, porque não se aguentavam de vontade, e não por dinheiro.

Eu queria o desejo delas.

— Romena... Romena... — Siso falou entre seus delírios.

— Ele tá sonhando, tá tendo alucinações? — Perguntei.

— Eu chequei, acho que ele tá só mamado — Leandro respondeu.

— Ah, Roiama, por quê? Pur que? — Siso continuava.

— Roaiama? — Falei — Parece o nome daquele estado.

— Rosssss...

Rimos da fala enrolada dele.

— Vamos marcar um date, eu, você, sua mina de hoje e aquela Sara — Leandro propôs, e eu aceitei.

Ele deixou Siso na porta de casa. O cara estava bem, só precisava descansar. Depois foi a minha vez. Agradeci. Entrei, me arrastando como um saco de pedras, que range à cada passo. Cheguei na cama e capotei, sem nem tirar o meu tênis. Fui acordar apenas 15 hrs do dia seguinte, com o celular tocando e um nome específico na tela: Felícia.

Aff...

— Fala... — atendi, mal humorado.

— Nossa. Aconteceu algo, meu amor? — Um apelido carinhoso?

— Nada. To com dor de cabeça apenas — mentira.

— Olha, eu tô com dois ingressos hoje para o filme de super herói que lançou. 

— Ah que legal — tentei fingir animação, enquanto ia para a pia do banheiro, jogar água na cara e espantar a assombração do sono — mas hoje eu tô com tudo atrasado, não vou ter tempo, o tio pediu para eu ajudar ele com umas encrencas da loja também. Coisa de comerciante — foi a única desculpa que consegui pensar.

— Ah, tudo bem, que pena, mor. Eu queria tanto te ver. Vou sentir saudades. Bom, vou deixar você quietinho agora, qualquer coisa fala comigo que eu te respondo. Te adoro.

— Te adoro também — e desligamos.

Será que ela não percebeu que não estava mais sendo correspondida?

Mandei SMS para Amêndoa:

— Oi, gatinha. A parte dois ainda tá pendente... tá ocupada ou livre hoje?

— Eu diria que estou livre, mas você vai me achar muito fácil — ela respondeu tão rápido que eu me engasguei com a saliva. Então eu não estava morto, eu só precisava de uma nova presa. Eu me divertia correndo pela floresta atrás do meu jantar. Sentar na mesa e comer, sem ter caçado, amarrado o seu arco e flecha nas costas, não era tão emocionante quanto isto...

— Aonde fácil? Você é a pessoa mais difícil do mundo. Até para te fazer dizer um "ai" eu tive que comer 10 pratos de arroz com feijão.

— kkkkkkkkkk então eu aceito. Para onde você vai me levar hoje?

Domingão, eu ia fazer meu planos imediatamente. Amêndoa não perdia por me esperar...

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