𝗖𝗜𝗡𝗖𝗢
Bati com a cabeça na parede, me fazendo sentir a dor de alguns dos meus ferimentos, mas eu não estava mais ligando. Eu simplesmente não estava acreditando no que estava a acontecer. Eu estava excitado no meio da rua por causa de um beijo. Um beijo com ela.
— Eu nem devia tê-la trazido. — Falei para mim próprio e peguei meu celular, que estava tocando novamente com o nome de Seonghwa gravado. Atendi levando até meu ouvido, ainda apoiado com a cabeça na parede.
— Você nem sabe o que aconteceu.
— JUNG WOOYOUNG EU VOU TE BATER! TEM NOÇÃO DO QUANTO EU TE LIGUEI? ONDE VOCÊ ESTÁ?
— Mesmo à frente do hospital, parecendo um doidinho com a cabeça encostada na parede, todo machucado, e ainda com um problema.
— Você se meteu em brigas?
— Não, fui salvo de um atropelamento e me esfarrapei todo no chão ao cair.
— Por isso que está no hospital?
— Bingo.
— Eu vou te buscar, mas só porque se machucou. De resto, você merece um belo tapa na cara.
— Vem logo que eu tenho mais algo para resolver que acredito que só com a mão que vai, pois ele é contra mim.
— Do que está falando?
— Depois você vê. — Desliguei e afastei minha cabeça da parede, olhando agora meus países baixos, vendo o rico problema que estava por arranjar.
— Eu odeio tanto aquela garota, puta que pariu. — Falei baixo e ainda falei um palavrão, respirando fundo e me virando após ajeitar um pouco meu membro, assim para não aparecer-se tanto, pelo menos até eu chegar a casa.
Não demorou muito tempo para ele chegar, mas para mim foi uma tortura porque minha cueca box chegou ao ponto de me estar desconfortável devido à minha ereção.
Eu até pensei em várias coisas aleatórias para ver se broxava, mas o raio do beijo me vinha em mente. Só piorava.
— Vai, me mostre o que era a outra coisa que tinha para resolver.
— Olhe para baixo. — Mordi meus lábios, mostrando um pouco do meu nervosismo enquanto colocava o cinto.
— WOOYOUNG PORQUE VOCÊ ESTÁ ASSIM? — Ele, literalmente, surtou assim que baixou seu olhar.
— Adivinha só quem me salvou do atropelamento.
— Ela? — Assenti com a cabeça, respirando fundo. — Mas o que rolou para você estar assim? Eu te conheço e é preciso que realmente faça algo mais... Você sabe... Para ficar desse jeito.
— Então... Eu vou te contar, mas nada de surtos, ok?
— Vou tentar não querer te dar um tapa, pois você falou que a odiava.
— E odeio.
— Nota-se. — Revirei os olhos, respirando fundo mais uma vez, vendo ele dar partida para sua casa.
— Ela me beijou como recompensa porque eu trouxe-a até aqui. Ela tinha o pé machucado então se não a trouxesse nunca mais chegaríamos e eu com certeza iria ficar pior dos machucados. Ai pronto, ela veio nas minha costas e no final me beijou como recompensa, mas eu não retribui, tanto que ela ficou meio chateada.
— Até eu ficaria. Mas porra, Woo, v... — Interrompi-o rapidamente.
— Não me interrompa ou eu perco a coragem de contar tudo. — Dei uma pausa, observando-o por segundos ele conduzir. — Ela apostou comigo dessa forma, "se você não conseguir me matar me deve um beijo". É óbvio que não consegui e também, além que eu estava à frente do hospital, mesmo que eu queira cometer um crime de ódio, acho que não sou capaz mesmo da matar. Com isso, fiquei a dever-lhe um beijo. E foi por causa desse último beijo que eu fiquei assim. Meu corpo esquentou completamente. — Seonghwa passou a mão pela face, e eu notei que ele tentou não rir. — Porque essa cara risonha? Tenho cara de palhaço agora? Não tem piada.
— Jung Wooyoung — Chamou-me pelo nome completo — Está óbvio que você não esqueceu ela, de alguma forma, mesmo que com isso lhe tenha causado um problema enorme. Mas eu compreendo, não deve ser fácil mesmo.
— Quer morrer? Como você pode falar uma coisa dessas?
— Ela gosta de você, certeza. — Ri.
— Só nos seus sonhos. Ela acabou com a minha carreira.
— E ela teve a liberdade comprada e agora anda por aí como se nada fosse.
— Ela supostamente ia embora depois, foi o que me disseram.
— Sim, você me disse que ela iria mudar de país e tudo. E também, Woo, você pode estar com uma raiva do capeta e está bem visível e até eu ficaria, mas sabe que o amor não escolhe pessoas, não é?
— Eu nunca, repito, NUNCA, gostaria de uma criminosa.
— A maneira que ela descreve não é de ódio. Uma pessoa que odeia a outra não a chama de gostosa.
— Aish! Mas eu não posso mentir sobre isso, ok?
— Está vendo, está me dando razão.
— Mas você me atirava a cara que eu tinha comido ela e agora está com esse discurso mansinho? Que raio de hipócrita que você é.
— Vai se foder. — Usou palavrão, parando no semáforo vermelho. — As opiniões mudam. Os acontecimentos acontecem.
— Não deixa de soar hipócrita. Nem um dia fez, foram só horas.
— Eu posso mudar de opinião no segundo a seguir que falo, sabia?
— Hipocrisia.
— Vai se foder. — Novamente falou o palavrão. — Você que ainda não quer admitir. Se eu fosse você e odiasse mesmo ela, teria me vindo embora no momento exato que ela fez essa aposta.
— Hmhm. Nem consegue me provar isso, porque eu iria acreditar.
— Eu não sou como você, Wooyoung. Lembre-se disso.
•
— Sério que eu vi essa merda? Preferia ter colocado gasolina nos meus olhos.
— Se quiser eu coloco. Está sendo um chato só falando disso. — Sungchan riu.
— Você tem noção que ele te prendeu? Eu que tive que fazer tudo depois! Você esteve presa por causa desse imundo!
— Mas agora eu estou na rua.
— Não importa! Você foi presa por esse policial idiota! Entenda isso, por favor! Além que, você teve a oportunidade de ir viver para outro lugar, assim esquecendo tudo o que passou aqui. Mas não! Você ficou!
— Fiquei sim, qual seu problema? Nem era você que estava metido, você só me comprou a liberdade.
— Só comprei a liberdade? Então é esse o valor que me dá. Você, por acaso, tem noção do tempo que ficaria presa?
— Se continuar a falar-me essas merdas eu vou querer voltar no tempo para nunca ter-me ajudado! — Sungchan parou o carro brutalmente, quase me fazendo bater com a cabeça no banco da passageiro, já que eu estava no de trás. Por sorte, eu tinha o cinto.
— Sai do carro.
— Saio nada, está doido?
— Sai do carro. Agora!
— Sungchan! Qual seu problema?
— O que você acabou de dizer, pelo menos eu não fui abandonada, sua adoptada de merda. — As palavras de Sungchan me doeram, me doeram ao ponto de eu chorar.
— Porque você é assim comigo.
— Você começou. — Eu tive vontade de sair do carro, mas apenas limpei minhas lágrimas.
— Eu só falei para voltar no tempo. Não cheguei ao seu ponto.
— Você ultrapassou.
— Se você volta a mencionar que eu sou adoptada, eu não vou me responsabilizar do que te farei.
— Se você me matar, o seu querido Wooyoung não te vai tirar da prisão. Ele vai rir de você.
— Para e me logo para casa, estou cansada de ouvir sua voz. E entretanto é do seu rosto.
— Saia do carro então, se está farto de mim, só saia do carro.
— Eu estou machucada. Seja um irmão de jeito e me leve para casa. — Sungchan não falou mais nada e eu respirei fundo.
Eu nunca tinha brigado assim com ele.
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