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Tenham uma boa leitura, nos vemos lá no final, anjinhos. 🧡

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Era segunda-feira, e como de costume, Yoongi foi o primeiro a levantar de todos os seus amigos. Sentou na cama e coçou os olhos antes de verificar as horas no celular, constatando que eram seis da manhã. Resmungou ao levantar-se da cama, não estava com a mínima vontade de interagir com alguém hoje, tampouco com aquele pirralho que vivia enchendo seu saco. Foi ao banheiro, escovou os dentes e lavou o rosto rapidamente antes de descer e ir de encontro com sua mãe.

Seokjin e Eunwoo haviam dormido ali, já que passaram a noite toda brincando com o irmão mais novo de Yoongi, Ni-ki. Ele era um garotinho esperto e com apenas seis anos, compreendia muito mais coisas que as crianças de sua idade. O rapazinho era um doce e extremamente apegado ao irmão velho, era praticamente impossível vê-los separados quando o Min mais velho estava em casa. Jieun e Jimin também tinham ido visitar o amigo pela parte da tarde, isso a convite da mãe do garoto, porém não puderam ficar para a festa do pijama que havia sido programada de última hora pelos outros.

Todos tinham medo do patriarca da família, visto que o homem não era uma das pessoas mais doces do mundo. Sabiam que Yoongi já haviam enfrentado poucas e boas por conta dos seus amigos em geral e evitavam causar problemas para o mais velho. Senhora Min sabia bem disso, afinal, já foi testemunha desses conflitos e por diversas vezes fora a responsável por afastar o marido do filho, com medo de que Geumjae machucasse ainda mais o seu pequeno.

A mulher estava aproveitando que o marido estava fora para dar um pouco de liberdade ao filho, já que sabia que quando o mais velho estava presente, quase não deixava o seu primogênito respirar devido ao alto número de cobranças que seu cônjuge fazia com o pequeno.

Às vezes, Kiyoko sentia-se culpada por ainda permitir que tudo isso acontecesse com o garoto. Entretanto, era praticamente impossível sair de casa com Yoongi e Ni-ki. Não possuía amigo algum naquela cidade, já que não saia muito porque isso não era do agrado do marido. E sempre que fazia isso, eles acabavam tendo uma briga feia quando a mulher retornava. Já havia perdido as contas de quantas vezes vira Yoongi com o irmãozinho no colo, consolando-o e assim que o fazia dormir, o Min ia correndo até a mãe para saber se ela estava bem.

Yoongi era precioso demais para esse mundo, Sana sabia muito bem disso. Seu filho era um menino de ouro.

— Bom dia, mãe. — a mulher sentiu os lábios do garoto na lateral de sua cabeça, seguido de um abraço lateral, onde o Min deitou seu rosto no ombro da mais velha e ficou um tempinho ali. — Se sente melhor?

— Bom dia, bebê. — acariciou a bochecha macia do filho mais velho antes de selar sua bochecha. — Estou bem, são somente algumas dores de cabeça, meu bem. Não se preocupe, okay?

— Não tem essa de não me preocupar, mamãe. Você e o Nini são as pessoas que eu mais amo no mundo, a minha prioridade. — ditou com seriedade, ainda que a face carregasse um ar suave. — Vai descansar, tá bem? Eu termino aqui e aqueles fedidos logo descem, vou controlar todos para não atrapalharem a senhora.

A mulher sorriu doce, enchendo o rosto do filho de beijos, logo parando e acariciando sua face com delicadeza. Por Deus, havia sido abençoada ao tê-lo como filho, tinha tanto orgulho do seu pequeno que não cabia em seu peito.

— Você é meu orgulho, Yoongi. — ditou com a voz embargada e os olhinhos brilhando, abraçando o seu pequeno com cuidado. Sentiu o maior retribuir o ato e com os olhinhos fechados, apertou ainda mais o corpo da mãe contra o seu.

— Você é meu exemplo, mamãe. Agora descanse, vou levar seu café e deixar o do Nini pronto. — Beijou a testa da loira mais uma vez e sorriu, vendo ela acenar e sorrir de volta. A mulher virou de costas e passou a caminhar até seu quarto, onde seu outro filho descansava tranquilamente.

Yoongi começou a preparar tudo, desde o café ao suco que sua mãe gostava, feito diretamente da fruta. Via isso como terapia, cozinhar lhe deixava mais calmo. Principalmente comidas que pareciam ser difíceis de serem preparadas. Essas, sem dúvida alguma, eram suas favoritas. Era uma das poucas coisas que conseguiam distraí-lo depois de compor, tocar piano e jogar basquete.

Costumava dizer que era onde se sentia livre, onde poderia ser quem é de verdade. Sem precisar se esconder de um pai abusivo e uma sociedade julgadora, onde poderia deixar sua armadura de lado e abrir seu coração. A música lhe permitia criticar, divagar e apreciar as coisas. Era através dela que alguém poderia conhecer o verdadeiro Min Yoongi, porque ele costumava se esconder em diversas personas.

Havia o jogador de basquete, o irmão mais velho, o melhor aluno, o filho dedicado, o amigo conselheiro, entre outras. Mas em meio a tudo isso, ainda havia o Yoongi de coração mole, que chora com mínimas demonstrações de afeto, que ama carinho no cabelo e na barriga. Havia muito para ser descoberto sobre ele e sua vida, mas o moreno temia a dor.

A dor do abandono e do desprezo.

Porque ele já havia sentido isso, no exato momento em que seu pai pôs os olhos em si.

Balançou a cabeça para espantar aqueles pensamentos, não queria pensar nele enquanto ele não estava em casa. Era melhor assim, sem ter o patriarca por perto. Todos eram mais felizes dessa forma.

Então, foi levado, ainda que inconscientemente, a pensar em um certo basquete que havia acontecido na semana passada. Automaticamente se lembrando do sorriso debochada de um certo loiro de araque insuportável que atendia pelo nome de Jung Hoseok.

Eles eram completos opostos e se odiavam desde pequenininhos, Hoseok era uma borboleta social, que fazia amigos por onde passava e sempre estava com um sorriso no rosto. Em contrapartida, Yoongi era tímido e recluso demais, tinha poucos amigos, porque não era de falar muito. Seokjin, Jimin e Jieun lutaram muito para conseguir sua amizade, porém assim que adquiriram, não saíram mais do lado do pequeno Min.

Secretamente, Yoongi agradecia por isso. Por eles nunca terem desistido dele.

— Ew, esse moleque gruda na cabeça que nem chiclete. Se bem que ele é grudento e enjoativo como um, então faz sentido. — Resmungou, começando a separar todas as comidas delicadamente em uma bandeja, deixando alguns chocolates em um potinho para a mulher. Já que ela amava doces.

— Você parece um velho falando sozinho desse jeito e olha que o idoso do grupo é o Seokjin. — Eunwoo falou, encostado na lateral da porta, tendo os braços cruzados e um sorrisinho sarcástico na cara.

— Velho é esse seu cu, se manca, garoto. — Seokjin passa pelo garoto e acerta um tapa em sua cabeça. — Mas o que rolou, Yoon? Já tá de mau humor por causa do seu namoradinho?

— Namoradinho a cabeça da minha pica, Seokjin. Não fode. — deu o dedo do meio para o mais velho, que riu juntamente do outro rapaz que estava presente. — Vão comer, logo. Deixei tudo separado pra vocês. Não façam barulho, o Nini ainda está dormindo. — os garotos assentiram e logo foram se sentar, começando a se servir.

O moreno pegou a bandeja com as comidas, colocando o copo de suco do irmão e a xícara de café da mãe. Saiu da cozinha com o objeto em mãos, caminhando tranquilamente até o quarto da mulher, dando duas batidinhas na porta antes de entrar no cômodo.

Notou que ambos estavam dormindo, Ni-ki tinha o rostinho escondido no pescoço da mãe, que o abraçava de forma confortável e calorosa. A cena encheu o coração de Yoongi de amor e o deixou quentinho, com um sorriso nos lábios, caminhou calmamente até a mesinha que ficava no canto do quarto e apoiou a bandeja ali em cima. Aproveitou e selou a testa do irmão e da mãe, antes de sussurrar um breve "eu amo vocês" e sair do cômodo.

Retornou para a cozinha e notou que os meninos ainda estavam ali, sorriu antes de ir se sentar e comer com eles. Ficaram jogando conversa fora assim que terminaram a refeição e subiram, cada um foi para um banheiro diferente para ser mais rápido. Yoongi pegou seu uniforme e foi para o quarto do irmão, aproveitando o banho para pensar no que faria assim que visse Hoseok, que infelizmente era seu vizinho e parecia que conhecia cada passo seu, porque o mais novo sempre estava no mesmo local que ele.

O Jung sempre estava acompanhado pelo seu grupinho, composto por cinco loucos que tinham o mesmo pensamento do loiro oxigenado. Toda vez que o viam, faziam questão de avisar Hoseok para que ele viesse perturbar a sua paz.

E sendo sincero, hoje não estava com paciência para ele. Quer dizer, nunca estava.

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Devidamente prontos, os garotos pegaram suas mochilas e começaram a caminhar até a esquina da casa de Yoongi, onde o motorista de Jieun iria buscá-los, já que a casa do garoto era um tanto longe da escola. O que de certa forma deixava o moreno contente por poder ter tempo de pensar nas coisas enquanto caminhava, era satisfatório para si. Às vezes, no meio do caminho, começava a cantarolar uma nova melodia ou magicamente surgia uma letra em sua cabeça. Quando isso acontecia, tinha certeza que teria um dia incrível pela frente.

Não demorou mais que dez minutos para chegarem no local esperado, em meio a diversas gargalhadas e empurrões, Yoongi acabou por recordar-se do jogo da última semana.

— Ih ala, Seok. Ele tá com aquela cara de quem comeu e não gostou. — Eunwoo, que até então, apenas ria das piadas sem graça do Kim, falou. Cutucando o mais velho no braço logo em seguida.

— Pior que ele não come ninguém faz um tempão mesmo. — comentou, com um falso tom de voz triste, arrancando uma risada do Lee e uma carranca de Yoongi,

— Seokjin, vai mamar uma rola, vai. — rolou os olhos e mostrou o dedo do meio para o maior, que gargalhou junto do outro. — Cala a boca, pelo amor de Deus. O carro chegou e eu já passei vergonha demais com você.

— Me calar é homofobia, você sabe!

— E você acha que eu me importo? — o encarou com deboche e abriu a porta. Desejando um bom dia para todos os presentes e ficando calado até chegarem na escola.

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Assim que chegaram na sala, cada um foi em busca do seu lugar. E como de costume, Seokjin, Eunwoo, Jimin, Jieun e Yoongi sentavam juntos, nas duas fileiras do canto direito do cômodo. Foi então que o Kim achou a hora perfeita para colocar seu plano em ação.

— Yoongi, seguinte! — Seokjin exclama enquanto eles estão sentando em suas cadeiras, encostando-se em sua mesa e cruzando os braços.

— O que é? — o moreno murmura enquanto retira as coisas de sua mochila e passa a arrumar sua mesa.

— Eu tenho um plano. — disse com orgulho, estava tão feliz com a ideia que faltava somente uma lâmpada em cima de sua cabeça para completar a cena.

Seokjin parecia que havia saído do filme da turma da Mônica e levado os meninos consigo. Ele e o Min eram uma espécie de Cebolinha e Cascão, a diferença é que Seokjin amava tomar banho e Yoongi não falava errado, tampouco tinha língua presa.

— Fodeu. — Yoongi e Eunwoo falaram em uníssono, sendo vítimas do olhar mortal de Seokjin. — Tudo bem, fala aí.

— É simples, meu caro chocolate branco. — passou o braço pelo ombro do menor. — Vocês perdeu pro corte químico, certo? — com uma carranca na cara, o moreno confirmou com um aceno. — Convide ele pra uma partida mano a mano, e prove que você é o melhor no basquete. Porém, dessa vez você vai com todas as armas e vai usar uma que ele nunca viu.

— Ah não, hyung!

— Ah sim, meu garoto. Você irá persuadi-lo através do flertar e vai vencer, sacou? — murmurou um "sim, hyung" e fez bico. — Pirralho manhoso, fica tranquilo que vai dar certo. Confia no pai. 

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Vejo vocês no próximo capítulo! Se cuidem, bebam água e se alimentem direitinho, okay? 🧡