Capítulo 12. Nete, A Menina Estratégica
- Ele sequer olhou nos meus olhos. – disse Nete a Felipe, enquanto corriam durante a aula de Educação física.
- Você não deveria ter falado com ele. Era muito óbvio que ele não acreditaria em uma história dessas. – falou Felipe bufando de cansaço devido a corrida. Seu físico, mais cheinho e o seu sedentarismo, não condiziam com a prática de esportes.
- Eu tenho que mudar o meu plano, acho que não dar mais para agir pacificamente. Eu tenho que separar aqueles dois. – afirmou Nete sem perder o passo na corrida.
- Como assim você pretende "separar"? – falou Felipe sem entender o que Nete falou.
- Se o Léo não acredita em mim, mesmo mostrando as fotos que tirei. Então eu vou atacar o relacionamento dos dois.
- Nete, isso pode ser um pouco pesado demais. O Léo está muito feliz com ela.
- Felipe, não enche, eu estou fazendo isso para o próprio bem dele.
Os dois, cansados da corrida e com sede resolveram parar e sentar embaixo de uma árvore próxima da pista de caminhada. Observaram os outros colegas de sala enquanto praticavam os esportes recomendados pelo professor. Em umas das quadras, jogando futebol, o time feminino da escola, jogava contra o time masculino. Até então, as meninas estavam ganhando.
- Eu ainda acho essa história toda muito estranha. Na minha opinião Nete, eles devem ter forjado a própria morte para pegar algum dinheiro dos pais, afinal, eles são ricos, tem uma casa gigante e até um carro importado. Não é pouca coisa. – disse Felipe se referindo a Esther, Beatriz e Victor.
- Eu também não acho que eles voltaram dos mortos. Acredito que eles sejam alguma espécie de vampiros como do crepúsculo. A história é tão estranha. – falou Nete enquanto virava a garrafa d'água na boca. – Porém eu não quero descartar nenhuma hipótese, por mais que essa história seja fantasiosa demais.
- Entendo, e como você pretende fazer com que o Léo termine com ela? – perguntou Felipe, curioso.
- Eu acabei de ter uma ideia, depois te conto. – disse Nete enquanto apontava o dedo para Guilherme, que jogava futebol no time masculino.
Naquela tarde de inverno, o sol brilhava vívido e brilhante pela manhã. Não era um calor ou brilho que incomodasse. Era perfeito para espantar o frio que reinava na cidade durante o início do mês de julho.
Esther e Beatriz, no campo de futebol, atuavam a frente do time, Beatriz como capitã e atacante, e Esther como goleira do time. Até então, ambas com um desempenho elogiável. Do outro lado, o time masculino, que contava com Douglas e Victor no ataque, Guilherme como um meia-armador, e Léo que jogava como goleiro. O desempenho do time masculino não se saiu tão bem, ouve diversas brigas e confusões devido as divergências pessoais presente em cada jogador do time. O placar estava em 3x1 para as meninas.
Após mais alguns minutos de jogo, sem conseguir aumentar o placar, e com apenas um gol feito por Douglas, o jogo termina, com um placar final de 3x2. A aula continuou na sala, onde o professor esperava que todos se acomodassem para passar os últimos recados. Prontamente de mochila nas costas, os alunos aguardavam ansiosamente o final da aula, estavam sujos e suados.
- Apenas um breve recado. – avisou o professor em voz alta. – Tenho certeza que vocês irão gostar.
Os alunos pararam toda a algazarra que fazia e olhavam atentamente o professor, aguardando o que ele diria.
- Tenho aqui papéis que todos devem assinar, na próxima semana vamos fazer um acampamento.
Os alunos vibraram em êxtase, uma viagem para fora da escola era um momento de muita festa e diversão, e ainda mais, um acampamento. Beatriz já se mostrava a mais animada para viagem.
- Acampamento, acampamento, acampamento!! – dizia Beatriz repetidamente.
- Calma, vamos ouvir o professor. – pediu Esther acalmando os ânimos da colega.
- Obrigado Esther. Bem, aqui tenho uma lista do que devem levar. Lembrando que faremos uma trilha no meio de uma floresta. E ficaremos acampados bem no meio dela.
- Visitaremos um parque florestal professor? – perguntou Victor curioso. Tinha uma admiração imersa pela natureza.
- Sim, vamos. Então usem roupas para uma boa caminhada e usem repelentes para evitar mosquitos. E lembre-se, nada de bebidas. – avisou o professor.
Esse aviso era de crucial importância, contudo era quase inevitável que essa viagem não tivesse bebidas, drogas e cigarros. Para muitos, como a Beatriz, era a oportunidade perfeita de ficar chapada em um lugar diferente.
Uma semana após o aviso, o ônibus que levaria os garotos para o parque florestal já estava posicionado. A frente, sentavam-se Nete e Felipe, distante de toda a euforia que estava nos fundos. Diferentemente deles, no famigerado fundão, estavam sentados Esther, Douglas, Victor, Léo e Beatriz. Um pouco a frente, e com seus amigos, Guilherme estava sentado portando um narguilé. Diante de toda a exaltação que se via, Beatriz era a mais exaltada, já tomara algumas balas, e agora, cantava loucamente uma música que vinha de umas das caixinhas de som.
- Hoje eu vou voltar pra casa só se for no camburão. Hoje eu vou virar, o Fabio Assunção. ** Beatriz cantava e dançava em pé no ônibus.
- Beatriz, senta aqui. - pediu Esther quieta ao lado de Léo. Beatriz não deu a mínima para ela.
- Deixa ela Esther. Vamos apenas ficar de olho para ela não fazer bobagem. – disse Victor que se sentava ao lado de Douglas.
- Essa menina tem um gás. – brincou Douglas.
A viagem seguiu caminho pelas curvas que circundavam a montanha que dava acesso ao parque. Só Deus sabe o que aguardava essa turma.
** Música que fizeram em homenagem ao Fabio assunção. Quem quiser pesquisar o nome é: Fábio Assunção música, kkkk.
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