| você está perto demais.
— O que gosta de ouvir? — Lisa perguntou enquanto girava o botão do rádio no carro.
— Qualquer coisa, sinceramente. — disse observando a menina mexer em algumas funções.
Lisa deixou tocando uma batida leve e suave, era rítmica e boa demais para o clima dentro do carro. Logo, Lisa estava se remexendo no banco e batucava os dedos no volante enquanto acompanhava a batida em murmuro.
Rosé batucou o pé e movimentava lentamente sua cabeça de um lado para o outro, estavam, literalmente, sentindo a batida no peito e no carro.
Lisa aproximou o ombro no de Rosé enquanto se remexia e a morena riu, a loira parecia tão animada que era engraçado vê-la daquele jeito.
— Animada? — questionou-a.
— Estou feliz que você vai ver os apartamentos comigo.
Rosé sorriu e Lisa voltou ao seu lugar, abaixou o volume e fez que ia estacionar, finalmente chegaram.
Lisa estacionou na frente de um grande condomínio, os prédios eram enormes e lhe davam tontura só de olhar para cima. Tinham varandas, alguns estavam até decorados.
Lisa tirou o cinto e a olhou enquanto o fizera, piscou e levantou as sobrancelhas para que ela tirasse o seu também. De fato, tinham chegado.
Rosé saiu do carro e bateu a porta devagar, arrumou-se e jogou os cabelos. Lisa a achava tão deslumbrante, atraente e desejável. Seus olhos a viam de uma forma linda. Verdadeiramente.
— Está impressionada? — ela perguntou logo que percebeu a expressão da morena.
— Um pouco. — ela estava muito impressionada, na verdade, nunca tivera visitado lugares assim.
— O proprietário daqui trabalha com meu pai, então, foi uma boa oferta. — Rosé concordou, nem todo mundo tinha uma oportunidade dessas.
Lisa tem pais com boa estabilidade, tem uma casa boa e grande, sempre fora do tipo "riquinha", mas sua personalidade era extraordinária.
Lisa tem uma boa reputação. Boas notas, gratificações, certificados e medalhas. É uma boa menina, nesse modo de dizer.
Enfim, Rosé se aproximou de Lisa, andaram juntas até a entrada do condomínio. Não teve muita formalidade, as pessoas a conheciam provavelmente.
— Quem é a ruivinha, Lisa? — um dos homens que cuidavam da entrada perguntou.
O coração de Rosé certamente foi até a boca.
Lisa franziu a testa, balançou a cabeça em
negação e soltou uma risada nasal.
— Desculpa? — a loira disse.
— Foi mal. — ele riu e os que o acompanhavam também.
Rosé xingou mentalmente, poderia muito bem voar em cima dos homens por terem aberto a boca ou ela poderia simplesmente xingar a si mesma por ter feito um pacto.
Finalmente, entraram de vez no condomínio e seguiram a um dos prédios que ficavam no centro.
— O que foi aquilo? — Lisa fez questão de perguntar.
— O que? — Rosé é a melhor em se fazer de sonsa.
— Ruivinha? — Rosé deu de ombros.
O que mais ela poderia falar? "Ah, eu entreguei minha alma a um pacto e agora as pessoas só veem o que elas querem ver"? Pode ser.
Lisa balançou a cabeça de novo, não estava com uma cara nada boa mas pelo menos não durou muito.
— Esqueci de dizer que você está linda hoje. — sorriu e Rosé retribuiu.
Quando finalmente entraram no prédio, pegaram elevador até o quarto andar. De acordo com Lisa, ela odeia lugares altos demais.
Abriu a porta trezentos e doze, e um grande cômodo foi visto.
O apartamento em si era mobiliado, a sala era enorme e a cozinha tinha vista ao parque que tem no condomínio. Rosé estava impressionada e Lisa sorria em vê-la daquele jeito, sabia que estava-a agradando.
As garotas entraram, Lisa tocou alguns móveis e sorria satisfeita. O apartamento foi tão bem designado para ela, era lindo.
Dissera a Rosé que visitariam alguns outros no dia anterior só para convencê-la, mas a real é que esse apartamento já está sendo feito faz um tempo.
— Lisa, é muito bonito aqui. Tipo, muito. — Rosé finalmente quebrou o silêncio. — Você ainda têm outras opções? — disse com uma expressão incrédula.
— As outras opções não existem — se aproximou da menina —, eram só uma forma de te convencer.
— Você adora fazer isso comigo, não é?
— Adoraria poder fazer mais que isso.
Uma aproximação aleatória surgiu, Lisa tinha seu peito encostado nos de Rosé e a morena evitava intensamente o seu olhar, sabia bem que ela estava a olhando.
— Por que você evita tanto, Rosé? — ouviu a voz da loira e sentiu sua mão trazendo seu rosto ao seu olhar.
— Lisa... — falou baixo enquanto a garota aproximava seu rosto — Você está perto demais.
Não teve tempo para se explicar e ela agradecia mentalmente a Lisa por não ter deixado.
Lisa puxou o rosto da morena e fez com que suas bocas colassem, os lábios molhados ajudaram ambas.
Era um beijo quente, os lábios de Lisa foram muito bem desenhados para os lábios de Rosé e a pausa que davam para movimentar os lábios era preenchida por arfadas quentes.
A mão que cuidava do rosto de Rosé foi logo usada para acariciar sua nuca e a outra pintava seu corpo lentamente. Era desejo.
Lisa tem esperado por esse momento desde que a viu, na verdade. Às vezes ela pode ser um
pouco emocionada demais.
Suas cabeças iam de um lado para o outro se movimentando no ritmo do beijo e agora o apartamento parecia apertado. Parecia uma
sala pequena porque Lisa a agarrava forte sob seu corpo, a pressionava enquanto usava dos lábios que ela tanto desejava.
O beijo acabou com presentes, sejam eles selinhos e mordidas leves que deram uma na outra. Mas agora, Lisa levou sua boca ao queixo da menina e a levou até o pescoço de pele branca e macia que ela tinha.
Rosé deixou que um gemido baixo saísse da sua boca, só pelo o arrepio que Lisa lhe dera com seu toque.
— Caladinha, Rosé. Caladinha.
Rosé poderia ouvir isso repetidamente, com a voz gostosa e um pouco grave que a loira tinha. Estava enfeitiçada.
Lisa só a aproveitava, queria usá-la mas não no pior sentido possível, ela queria ter mais da menina. Queria tê-la.
Murmúrios foram ouvidos no corredor, uma voz grossa acompanhada de uma voz doce e suave de alguma mulher.
— Lisa, pare! — Rosé riu e até tentou afastá-la, mas não conseguiu, Lisa não deixou.
— Qual é, garota? Estão longe ainda. — ela sorriu contra a pele da menina, deixando que a morena jogasse sua cabeça para trás.
De fato, eram só murmúrios e elas ouviriam as vozes mais perto quando se aproximassem, mas não demorou para que isso acontecesse.
Por isso, Rosé a empurrou e Lisa amorteceu o empurrão no braço do sofá, rindo e cruzando os braços.
Ainda puxou a morena para entre suas pernas que estavam abertas e piscou, Rosé estremeceu.
— Manoban! — a voz de um homem surgiu animada.
— Sr. Malcom! — respondeu na mesma intensidade.
Soltou Rosé delicadamente para cumprimentar o homem e a moça que estavam ali agora.
— E esta, mocinha? — Malcom se referiu a Rosé. — Você é a loira mais bonita que já vi, de verdade.
Você é a loira mais bonita que já vi, de verdade.
Não tem loira nenhuma. A moça sorriu para Rosé assim como Malcom, mas Lisa novamente estava confusa e sua expressão mudou drasticamente.
— De qual loira está falando? — ela disse séria, mas risos foram soltos, entenderam que Lisa estava a fazer um trocadilho.
Que clima estranho ficou, aquilo era horrível.
Uma hora estavam se beijando intensamente e a sala ficara quente, e agora era fria e constrangedora.
Lisa recebeu alguns papéis, não teve muita conversa ou enrolação. O apartamento foi apresentado e assim como de primeira, estava impecável.
Principalmente o quarto de Lisa, era enorme com uma cama king e lençóis, cobertores de ótima qualidade. O que mais lhe chamou atenção foi um espelho no teto, iluminado e em
cima da cama.
Rosé sabe bem do que se trata.
E Lisa sabe disso.
Ela tinha uma suíte e nela tinha uma banheira, box de video e uma grande pia com um espelho iluminado.
Na hora de ir embora, Malcom e a mulher as acompanharam até fora do condomínio, deixando-as literalmente em frente ao Porsche branco.
Malcom foi embora com a mulher que a acompanhara, Lisa entrou no carro sem mais nem menos e Rosé fez o mesmo.
— É melhor você se explicar.
Direta. Essa é Lisa.
— Eu não tenho nada o que explicar. — Rosé passou o cinto sob o corpo, suspirou e pousou as mãos no colo.
— Você acha que eu acho isso normal? Ruivinha, loira e toda essa confusão que as pessoas têm de você? Desde o primeiro dia que nos vimos, você tira uma atenção estranha das pessoas. — seu tom mudou, estava nervosa, parecia furiosa. — Parece que não é você de verdade.
E não é mesmo. Quer dizer, as pessoas não enxergavam-a mesmo.
— Rosé, não gosto de estar com alguém que me esconde as coisas. — Lisa virou seu corpo em direção a Rosé. — Só me fala logo.
Rosé poderia muito bem sair do carro e ir andando até em casa, pegar um ônibus ou um táxi, assim como fez algumas outras vezes.
Mas agora era muito diferente. Ela gostava de Lisa, ela sentia algo por ela e não poderia evitar de forma alguma as coisas que sentia porque Lisa lhe deu uma chance. Lisa a enxergou mesmo.
— Você nunca mais vai ser a mesma comigo.
— E você está sofrendo antecipadamente, você nem mesmo me falou ou me explicou esse mistério todo. — ela disse enquanto ia em direção a mão de Rosé, segurando-a. — Eu gosto de você, Rosé.
— Eu também gosto de você, Lisa. — seus olhos molharam, o rosto de da morena esquentou e encostou a cabeça no banco, ela nunca tivera feito isso antes.
— Confie em mim, por favor.
Faça diferente dessa vez.
— Eu fiz um pacto. — tirou, finalmente, da garganta o que estava engasgado.
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