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| foi assim que terminou.

31 de dezembro de 2010

— Rosé, me escute, eu não quero te magoar! Só entenda que nós não damos mais certo, isso já deveria ter acabado faz um tempo. — a menina acordara as palavras secas e impacientes de Karina.

Estava de volta à aquele dia trágico. O dia do pacto com Luc. Mas bom, as coisas voltariam ao normal agora.

Todos lembrariam dela, não é?

— É por isso que não dá certo! Você só lamenta, lamenta e lamenta. Para mim, chega. Te vejo depois, Rosé. — grossa, furiosa e embriagada de lágrimas, Karina saiu.

Deixou que a menina fosse embora, esperou o barulho do carro sumir e saiu de casa. Com Nova Iorque em uma bela chuva e um clima gélido, e seu vestido florido, presente da sua ex-namorada Karina.

Em poucos passos a menina andara e retirara seu celular do bolso, procurara pelo número de Lisa salvo no celular e agora lhe mandara uma mensagem.

Satisfeita. Feliz. Livre.

"Estou livre!"

Ela escreveu com prazer aquelas palavras.

"Me desculpa, quem é você?"

Ela quase vomitara as palavras que tinha acabado de receber e a chuva agora era mais forte, o clima cada vez mais frio e a força não existia mais.

"— Luc? — disse incrédula. — Todos lembraram de mim, não é? Digo..."

Maldito...

"— Sim, vão."

Maldito seja Luc.

Mentiroso e sem dó lhe tirou as memórias do seu amor. Da menina qual ela mais amava. Mandou mensagens para Jennie e foi respondida logo.

"Oi, bobona! Vamos sair?"

Impossível.

Maldito seja Luc mais uma vez.

Ela sabia e realmente não deixaria fácil. Mas por que tirar as lembranças de Lisa? Por que do seu amor?

E não se conteve, não conseguiu. Como ela pôde ser tão burra? Como ela deixou isso passar fácil?

— Maldito! — a menina gritou.

— Qual o problema, Rosie? — cínico era seu tom, ecoava nos seus ouvidos.

— O problema? Você é o problema, Luc. — a menina disse levantando a cabeça, dando de cara com as mesmas vestes daquele dia. Nem um pingo escorria por ele. — Você trapaceou.

— Você também iria trapacear no pife, não era? — a garota engoliu o seco, ele sabia, por isso desistiu fácil. — Ou estou mentindo? — Rosé chorava descontroladamente. — Engole o choro, Rosie. Você teve sorte. — o homem sumiu como poeira.

Parabéns, Rosé. Você estragou tudo mais uma vez.

Como pôde se entregar?

O que ela agora, afinal? As memórias de Lisa, todas sumiram como poeira.

Rosé não é nada. Continuou sendo assim como era no pacto e antes disso.

Você não mudou nada, Rosé.

— Ei — ouviu uma voz feminina familiar e levantou seu rosto rapidamente —, saia da chuva. — Lisa, era ela. — Ah... — chocou-se com o rosto encharcado de lágrimas. — Me desculpe, o que aconteceu?

Rosé não conseguia falar nadar, sua voz sumiu, era o que parecia. E doía muito, doía muito olhar Lisa agora.

— Vem. — Lisa disse e puxou-a para o seu Porsche. — Vou te levar para minha casa.

Foi aconchegada no banco de passageiro e Lisa começou a dirigir rapidamente, direto a sua casa. Nada de diálogos no carro.

Só o choro de Rosé ecoava.

A casa de Lisa nem era tão longe, mas agora, as meninas estavam mais distantes do que nunca.

Foi acompanhada até o quarto da menina, que lembrara por ter visto-o na câmera.

Lembranças.

— O que você tem? — ela perguntou.

Rosé não respondeu, o que ela poderia dizer, afinal? Gostaria de verdade de dizer "Lisa, eu voltei no tempo e você esqueceu de mim!", mas seria expulsa da sua casa.

— Tudo bem, você é difícil. — Lisa riu. — Não vai me dizer nada?

— Eu perdi alguém que amo muito. — desabafou.

— Bobinha — a garota se ajoelhou na sua frente —, nós nunca perdemos quem amamos de verdade. Só atravessamos outros caminhos, para vê-los de novo.

Rosé ficou em silêncio, mais nada fazia sentindo e ela poderia muito bem agora parar de respirar para não ter que lidar com isso.

Maldito. Maldito!

Lisa, depois de enxuga-la, a cobrira com um dos cobertores de algodão e super macios, era um alívio sentir um pouco de calor em meio a tanto frio.

Não sabiam muito bem o que conversar, foi um longo silêncio até que Lisa conseguisse falar de novo.

Sabe quando você tem certeza de que algo é real e não é?  — ela já ouvira isso antes, Rosé acenou. — Sinto isso com você.

Rosé teve que fazer seu coração pulsar antes que ela parasse.

Aquelas palavras. Aquela voz. Aquela garota.

Bendita seja Lisa.

— Eu já te vi em algum lugar? — questionou-a com um belo sorriso.

— Quem sabe. — deu de ombros.

— Você parece e não parece real. — Lisa falou, sua sinceridade era uma bela qualidade.

— Isso é ruim? — a morena perguntou.

— Isso é muito bom. — Lisa sorriu. — Te deixei desconfortável? — perguntou.

Déjà vu.

O primeiro encontro.

— Do que você está falando? — confusa, Rosé disse, sem a encara-la.

— Rosé. Esse é seu nome. — sorriu e cutucou sua mão. — Você não está nem olhando na minha cara. — aquelas palavras eram reais demais para ser verdade.

Aquelas palavras doíam de prazer e amargo, uma sensação confusão.

— Você curte filmes de terror? — Rosé enxugara as lágrimas agora e sorria, agarrada nos cobertores enquanto sentia o cheiro da pele da menina, ouvindo bem sua pergunta.

Lisa sentara do seu lado, puxando a coberta da menina para dividirem e a encarava bem, esperando ansiosamente sua resposta.

A menina tinha um sorriso esbelto e exibia seus dentes sem vergonha, cabelos bem penteados e um cheiro encantador, que mais parecia uma magia para atraí-la.

Rosé queria chorar de novo, queria derramar mais lágrimas e lamentar tudo de novo.

Mas esse é o seu problema, Rosé.

Não adianta lamentar mais nada. Não adianta lamentar o que já passou e o que já foi vivido.

A vida não tem pausa e você não pode perder tempo de novo como perdeu antes.

Essa é sua chance, Rosé.

Aproveite.

— Sim, mas são assustadores. — foram essas suas palavras para respondê-la.

— Esse é o ponto, não é? Sentir medo de algo que nem é real, ou é. — se aproximou de Rosé, como fez no primeiro dia que se conheceram.

Bendita.

Bendita seja Lisa.

13 de fevereiro de 2014

A grama qual Rosé sentara estava fresca e bem macia, a cesta ao seu lado estava farta de pedaços de bolos e alguns refrigerantes.

E a praça estava cheia, na verdade, Nova Iorque é um lugar cheio.

Tinha cachorros, criança, adultos e idosos espalhados pelo o local, haviam risadas e cochichos por onde quer que fossem.

Mas tinha mais alguém lá.

A menina mais bonita daquela cidade.

— Ei! — Lisa exclamou por Rosé que sentava na grama e observava-a voltar com algum tipo de presente.

A menina se aconchegou ao seu lado, estavam próximas demais e não tinha distância mínima. Estavam grudadas da forma mais linda do mundo.

— Anéis? — Rosé se surpreendeu com o presente aberto na sua frente, ela poderia gritar.

— Sim! — Lisa respondeu. — Feliz três anos de namoro. — Rosé confessa que Lisa não é tão romântica quanto parece, mas suas surpresas são amor puro.

Um beijo estalado foi dado, sorrisos roçaram e as meninas palpitavam descontroladamente uma pela a outra.

Que amor vívido, aquilo sim era amor verdadeiro.

Um amor livre.

— Tenho que confessar que você me surpreendeu mesmo. — Rosé esticou os dedos enquanto a menina lhe ajeitava o anel, ela fez o mesmo em Lisa.

— Esse era meu objetivo. — a menina deu de ombros com um dos seus sorrisos esbeltos. — Estou feliz que gostou.

– Estou feliz que estamos juntas, amor. — Rosé disse, deixando que Lisa concordasse com ela.

— Isso é o que mais me deixa feliz, sabia? — Rosé cutucou seu nariz. — Você é a mulher mais linda do mundo, meu bem.

— Eu achei que fosse você a mulher mais linda! — cruzou os braços com indignação.

— Somos. — a menina concordou e agora seu rosto estava mais próximo de Rosé, de novo. — Eu te amo. — sussurrou perto dos lábios manchados de brilho labial da morena.

— Eu te amo mais — sussurrou como resposta —, muito mais.

O beijo das garotas agora eram de um amor puro e com um desejo saudável de quererem estar cada vez mais juntos.

E bom, Lisa nunca esqueceria Rosé.

A menina dos cabelos castanhos e uma pinta no rosto.

A "esquentadinha" que a aturava.

Rosé, era seu efeito mandela.

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