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😈Cap. 12 (Amigo??)

Eu dormi no quarto de hóspedes, não vi quando a Paulina chegou. Eu quero paz.

Mas quando acordei...foi um caos.

Acordei ofegante, coração acelerado e o meu membro bem acordado.

-Que porra, garota! Sai do meu pensamento, dos meus sonhos, que cacete! -me irrito

Respiro fundo, me acalmando.

Me levantei e fui pro meu quarto, Paulina não estava lá. Dei graças à Deus. Eu ainda estou me sentindo um pouco mal, enjoada..mas como tomei o remédio pra parar de vomitar, acho que isso que ta me fazendo mal.

Fui tomar um banho, fazer as minhas higienes da manhã.

Coloquei a cabeça em baixo do chuveiro, fechando os olhos, só pra sentir a água gelada caindo em meu corpo.

Tirei a cabeça da água, começando a me ensaboar. Enquanto isso, volto a pensar na Brunna, no jeito dela, no sorriso, no som da risada...em tudo que tenha ela

Eu apoio uma das mãos na parede, parando pra respirar fundo. -Calma, Ludmilla.. você tá ficando maluca, não precisa disso..

Me assusto quando um dos meus filhos bate no box. -Porra..

-MAMÃE, VOCÊ ACORDOU -Alejandro grita

-É, filho..a mamãe acordou -volto a me ensaboar

-A mamãe pediu pra eu vir ver..

-E você não foi pra escola não?

-Não, nós vamos sair

-Nós? -franzo o cenho

-Sim, a mamãe disse -

-Ta..depois eu vejo isso, deixa eu terminar o meu banho, tá bom?

-Tá -

Eu não consigo vê-lo, por estar fora do boxe, mas tenho certeza que já foi embora

(...)

Terminei o meu banho e me enxuguei, vesti a minha cueca,  depois o roupão e fui enxugar o meu cabelo em frente ao espelho do banheiro, pra poder secar com o secador

(...)

Vou até o closet, escolhi essa roupa (completa)

Me perfumei e depois sai do quarto, descendo a escada. Encontrei o meu filho mais novo ouvindo música infantil na sala, enquanto dança.

Eu sorrio. -Bom dia, Nete

-Bom dia, Lud. Tá melhor?

-Tô sim -

-Tá dançando, meu amor -agacho, abraçando o meu filho

-Sim

Beijo a sua bochecha. -Lindo

Me levanto e me afasto, indo até a sala de jantar. -MAMÃEEEEE

-Oi meus amores..-pego a Clarita no colo, foi a primeira a correr em minha direção. -Tá melhor, princesa?

-Cadê a tia Brunna? -ela pergunta cabisbaixa

Suspiro. -A tia Brunna não vai mais vir, tá?

-Mas por que? -Clarita choraminga, fazendo um biquinho frouxo com os lábios

-Meu amor, você não vai entender, tá? Vocês tem a Nete..

-Hm

-Eu não gostava dela -Soraya da de ombros, eu ignoro, colocando a Clarita no chão.

-Onde você vai arrumada desse jeito? -Paulina pergunta

Me sento, pegando um copo de iogurte

-Ludmilla..

Sim, eu estou ignorando ela.

-Mamãe, nós vamos sair né -Alejandro diz

-Pra onde vamos? -o encaro

-Pro shopping e depois vamos no parque de pula pula -Soraya diz animada

-Hmmm, entendi -falo e tomo um gole da minha bebida

-Mamãe, eu quero -

-Toma, amor -entrego o meu copo pra Clarita

-Ela vai derrubar.. não tá vendo que é de vidro? -Paulina se levanta, tomando o copo dela.

Eu coloco um pouco no copo de plástico, e entrego pra minha filha. -Vai tomar la na sala, amor

-Tá bom

-Alejandro, vai calçar os tênis -Paulina dá ordens pra ele

O meu filho obedece e a Soraya sai por conta própria, dizendo que vai escolher um sapato também.

Eu me levanto, ia sair daqui, mas a Paulina resolveu me segurar. -Para com isso.

-Me solta -a encaro. -O que você fez ontem, foi ridículo. E pra piorar, sumiu com os meus filhos por horas! Faz as suas babaquices, mas não os coloca no meio!

-Ok, quer ficar brigada? Tudo bem. Mas eu disse pra eles que iríamos sair, então.. não deixe eles ficarem tristes.

-Eu deveria, pra você quebrar a sua cara e parar de prometer coisas por mim! -

-São os nossos filhos.

-Você vai na frente, eu vou passar na casa da minha mãe

-Eu passo junto

-Não passa. Sabe que minha mãe não vai deixar você sair de la nem tão cedo, e eles estão doidos pra irem no shopping e no parque. Então vai na frente

-Tudo bem. O José nos leva e depois traz o carro de volta

-Tá..-me afasto

Saímos da sala de jantar e os meus filhos desceram a escada correndo. -Pronto, mamãe!

-Nós vamos na frente..a mamãe vai passar em outro lugar antes -Paulina diz enquanto pega o Sanchez no colo

-Eu quero ir com a mamãe -Clarita resmunga

-Não, filha..-

-Quero ir com a mamãe -ela ameaça chorar

-Ludmilla..

-Tudo bem, ela vem comigo. Mas só ela -

-Tá, vão indo pro carro -Paulina diz para os outros

Eu pego a Clarita no colo e me despeço da Nete. Saindo pra fora também

-Mamãe vê vocês depois -beijo a cabeça do Alejandro

-Tá bom

-Tchau, mãe -Soraya diz

-Tchau, filha..

-TCHAU, CLARITA -Alê grita

-Tchau -a minha filha diz baixinho

É difícil os gêmeos se separarem, ate se separam, mas não ficam muito tempo longe.

Ajeitei a minha filha na cadeirinha do banco de trás e logo saímos de lá.

(...)

-É a casa da vovó? -

-É, meu amor...-eu entro com o carro na garagem. Estaciono na primeira vaga livre. -Pronto -

Aqui na casa da minha mãe mora ela, meu padrasto, meus irmãos, meu tio, com a mulher dele, o filho dele do meio, o Kayo, e o mais novo que é o Michel.

Desço do carro e depois ajudo a Clarita a fazer o mesmo. Seguimos até a entrada da casa, passando pela frente da casa onde tem um gramado enorme, com piscina.

-VOVÓ -A minha filha grita e corre quando a vê na porta, a minha mãe faz o mesmo, pegando ela no colo

Me aproximo aos poucos..

-Que saudade que a vovó tava de você, meu amor

-Eu também tava -ela diz toda sorridente

Suspiro. -Oi mãe.. -beijo a sua bochecha

-Oi filha, cadê os outros?

-Estão com a Paulina, Clarita quis vir comigo..

-Sempre grudada na mãe né -

-Sim -

Sorrio. -Depois eu trago todo mundo aqui, mãe

-Tudo bem..que cara é essa?

-Nada..

-TIA! -Michel grita quando me vê

Sorrio. -Meu amor! Vem cá -

Ele corre em minha direção e eu o pego no colo.. -Como você tá pesado, menino

O meu afilhado dá risada. Michel na verdade é o meu primo, mas me chama de tia e eu o considero meu afilhado, considero e logo vamos batizar ele pra se tornar isso mesmo.

-Tava com saudade de você, pequeno

-Eu também -ele me abraça

-Oi Michel -a minha filha diz

-Oi Clarita -ele sorri

-Vai mostrar pra ela a pista de corrida que você ganhou da titia, vai  -minha mãe diz, colocando a minha filha no chão, e u faço o mesmo com o Michel

-Tá bom! Vem, Clarita -ele a puxa pra longe

-Quer conversar?

-Claro..-falo

Minha mãe sai da porta, e nós andamos ate as cadeiras perto da piscina. -Não tem ninguém em casa, só eu, Michel e a Maria. -Maria é a moça que limpa a casa aqui, só faz isso, porque minha mãe ama cozinhar

-Tudo bem..-falo

-O que aconteceu?

-Nada, só vim te oferecer os trabalhos de uma conhecida

-Conhecida?

-Uhum, ela ta precisando do emprego

-Conta a história direito

-Bru trabalhou alguns dias la em casa, como babá, acabou que não pode ficar..mas precisa de um trabalho

-Bom, o Michel tá precisando de uma mesmo

Sorrio. -Aceita?

-Aceito, quero ver ela antes

-Ela vai vir aqui ja já

-Ludmilla?

-Sabia que você iria aceitar

-Garota.. você é demais viu

Sorrio

(...)

~Lud off~

(...)

~Bru on~

Chego no endereço dado pela Ludmilla, é mais perto do que a casa dela pelo menos

Eu toco a campainha, depois de uns 2 minutos, uma voz falou comigo. Tomei um susto

~Bru?~

-Que susto, puta merda..-falo

~Eu já tô indo~

-Tá bom, Lud..

Espero mais um pouco, e o portão abre. -Oi

A encaro. -Oi..onde estamos?

-É...na casa da minha mãe

Arregalo os olhos. -Que??? Ludmilla, eu falei que não queria mais contato à não ser o emprego!

-Então, seu emprego

-Não! É sua mãe!

-Para, Brunna! Mal agradecida

-Sou!

Ela sorri. -Não adianta fugir agora, já falei de você e ela já quer te contratar..

-Pelo amor de Deus! Você não entende mesmo.

-Para, vem..entra aqui -ela me puxa pra dentro

-Não! Eu não vou ficar

-Você vai.

-Ludmilla, não cara!

-Opa, tudo bem? -uma mulher se aproxima, meu Deus, Ludmilla é a cara dela. Que gata, tão elegante..

Fico boquiaberta. -O-oi..-sorrio

-Mãe, não liga..quando ela fica nervosa só sabe gaguejar

-Ludmilla..-

-Tadinha, filha! Deixa a menina. Me chamo, Silvana -ela aperta a minha mão

-Brunna.. perdão pela discussão com a Lud

-Tudo bem, relaxa. Vamos entrar

Eu suspiro, acompanhando as duas pra dentro da casa.. -Lud me contou que precisa de um emprego

-Sim..

-Morando aqui só temos o meu sobrinho, ele tem 5 anos, se chama Michel. -Silvana senta no sofá, me chamando pra acompanha-la

Eu me sento também.

-Deseja algo?

-Não.. obrigada

-Mesmo?

-Sim -sorrio

-Tá bom, se quiser, me fala

-Tudo bem

-Filha, vai buscar as crianças -

-Uhum, já volto -Ludmilla se afasta

Encaro a Silvana. -5 anos?

-Sim, a rotina dele não é tão cheia..os pais trabalham bastante, eu também, hoje estou de folga. Meu marido também, só vive trabalhando -

-Oh família que gosta de trabalhar em -sorrio, fazendo ela rir

-Sim, nunca paramos. Aqui em casa de semana só fica o Yuri, meu filho mais novo e o Michel. Meu filho cuida dele as vezes, temos a Maria, mas não é obrigação dela olhar o Michel

-Entendi

-Com o Yuri não precisa se preocupar, ele chega da escola 13:30, só toma banho e almoça, depois vai pra aula de música porque ele faz aula de bateria. Depois umas 16:00 ele vem pra cá almoçar, e sai de novo pra jogar basquete, todo dia da semana é assim

- -falo

-Yuri só volta do basquete umas 19:00, e essa hora eu já estou em casa

-Tudo bem -

-Quando eu chegar do serviço, você pode ir pra casa, sempre chego umas 18:30..Lud falou que você estuda

-Sim, esse horário tá bom..

-Que bom..-ela sorri- Vamos pra rotina do Michel que é mais importante..

-Tô ouvindo

-Ele tem escolinha, entra às 08:00 e sai às 14:00. Seguinte, ele vai de van

-aah, sim..entendi -falo

-Então, a van pega ele aqui na porta e deixa do mesmo jeito. Então você só vai precisar vir de tarde, umas 14:00h, pra cuidar dele só quando ele chegar, tá bom?

-Tá bom, mas se quiser..posso vir pra arruma-lo

-Não precisa, meu amor.. nós acordamos todo mundo cedo, qualquer um arruma ele, a van passa cedinho, deixamos ele na van e depois vamos trabalhar

-Tudo bem, então

-Então sua entrada é 14:00, tá bom?

- -falo

-O Michel come qualquer coisa, mas ele ama brincar, então brinque bastante com ele, tá?

-Tá bom

-Só que de quarta e sexta, ele tem escolinha de futebol. Às 16:00, acaba as 17:30, só vou pedir pra que deixe ele de banho tomado antes de ir embora. Só isso, meu amor.. dá conta? E amanhã ele não vai

-Claro -sorrio

-Vou manter o seu salário de 3,500

-Ah, não precisa ser tudo isso.. é pouquinho o que tenho que fazer

-Vou manter. Cuidar de criança não é fácil

-Tá..tudo bem -falo

-Você pode começar amanhã, hoje estou de folga..

-TIA BRUNNA -

Eu olho pro lado. -Meu amor! -sorrio ao ver a Clarita, ela se aproxima correndo, pulando em meu colo. Eu a abraço

-Quanto amor -beijo a sua bochecha

-Eu tava com saudade -ela choraminga

-Tava? A tia não vai te ver sempre agora..mas ainda vamos nos ver algumas vezes, tá?

-Tudo bem, a mamãe conversou comigo -diz cabisbaixa

-E você entendeu.. porque é uma menina muito inteligente -

Clarita sorri..-Sou?

-É, gatinha

-Vem cá, filha -Lud a pega no colo. -Bru.. esse é o Michel

Encaro o menininho, coisa mais fofa, muito lindo. -Oi amor -sorrio

-Oi -ele sorri também

-Me chamo Brunna, e você?

-Michel, eu tenho 5 anos

-Ah é? Quantos números na sua idade -finjo estar impressionada e ele dá risada. -Sabia que vou cuidar de você agora? Te fazer companhia, vamos brincar bastante

-Sério? -ele arregala os olhos

-Sério

-EBA! -

-Vai bricar mais um pouco com a Clarita, ja ja nós estamos indo -

-Tá bom -

Os dois se afastam e a Ludmilla senta ao meu lado..

-Vou fazer um contrato rapidinho no computador, pra Brunna assinar, vamos fazer isso direito -Silvana se levanta

-Tá bom -

Ela se afasta e eu suspiro, encarando a Ludmilla. -Obrigada..

-Unica coisa que eu podia fazer..-ela diz. -Gostou do Michel?

-É muito lindo, parece mais com você do que os seus filhos..-

Lud dá risada. -é..tem razão -

-Fez as pazes com a Paulina?

-Não, Brunna..eu não quero isso..-

Respiro fundo, abaixando o olhar.

-Você não me entendeu, e ainda não quer entender, e tudo bem -

-Te entender?..-a encaro. -Sério? Como te entende?

-Não sei. Mas ok, eu tô na minha

-Não vamos mais falar disso..

Minha mão estava no sofá, e eu senti ela colocando a dela sobre a minha, não consegui mover pra afastar...

-Desculpa, por tudo..se te deixei constrangida em algum momento, você me encantou -Ludmilla acaricia a minha mão

-Não.. não deixou, eu pensei do mesmo jeito que você..eu não vou negar -falo. -Gostei de você assim que te vi, não acho certo o jeito que a sua esposa te trata. Mas não dá pra você correr atrás de outra pessoa do nada, Ludmilla..eu não posso fazer isso, não posso acabar com a família daquelas crianças...

Ela fica paralisada, só mexe os olhos, olhando pra baixo e suspirando..

-Ei..

Ludmilla me encara. -Não temos nada, apenas nos encostamos e nos gostamos, o que tem tentar algo?

-O que tem? Se eu..-engulo seco, não acredito que vou falar isso. -Se eu te beijar, eu sei que não vou mais querer me afastar. Então me deixa em paz, se não eu largo esse trabalho.

-Tá, não precisa ficar assim.. você tá em paz

Tiro a minha mão da dela e me levanto, indo olhar as fotos de família na parede. A primeira que vejo, são duas da Lud e dos irmãos dela


-São meus irmãos...-ela diz atrás de mim, tomei um susto, não vi ela se aproximando

-Essa aqui também?..

-É, não citei ela sobre a minha infância, porque ela não fez parte..mas é minha irmã sim, filha do meu padrasto, a Mafê

-Ela mora aqui?

-Não, só vem de final de semana -

-Entendi...-observo as fotos. -Seus irmãos são bem altos

-São..se você achava que eu era, sou baixinha -ela ri, e eu sorrio

Observo as fotos ao lado

-E esses? -

-Esses são os pais do Michel, meu tio Roberto e a minha tia Michelle -ela diz. -Aí aqui é a filha mais velha do meu tio, não mora aqui, e esse é o Kayo, filho dele do meio

-Familia bonita a de vocês, bem grande

-Uhum

Mais fotos..




-E aqui?

-Minha avó -ela ponta

-Meu Deus, sua vó tem cara de novinha

-Tem né -Ludmilla dá risada.

-Uma gracinha você e sua mãe..olha você e o Michel, idênticos


-Sim, aqui sou eu e a Dai, ela faz parte da família

-Ah que amor..-sorrio. -Sua família é maravilhosa, Lud..

-Obrigada..

Paro de ver o restante das fotos quando a mãe dela desce as escadas. -fiz o contrato

-Vem assinar -

(...)

Eu assino e nós conversamos mais um pouco, mas depois nos despedimos. Silvana pegou o meu número e disse que me chamaria no whatsapp depois.

Por fim, eu e a Lud fomos parar na rua..

-Tchau, meu amor -Dou um beijo na bochecha da Clarita. -Já tô com saudade

-Eu também -

-Rita, entra no carro..a mamãe já vai -

-Mas eu queria..

Ludmilla a interrompe. -Já deu tchau pra Bru, agora vai pro carro..a sua mãe está nos esperando

-Tá -a pequena diz cabisbaixa, antes de entrar no carro. Lud fechou a porta e me encarou.. -Quer que eu te dê carona?

-Ah.. não

-Eu te dou, não precisa recusar por causa das nossas..enfim...-

-Não é por causa disso, meu amigo tá vindo me buscar

Ludmilla franze o cenho e eu desvio o olhar por alguns segundos, depois a encaro de novo. -Pode ir

-Ta..que amigo?

Sorrio..-Lud, a Clarita tá esperando dentro do carro, é melhor ir logo..

Ela olha pro carro, mas me olha novamente em questão de segundos, passando a lingua entre os lábios. Eu sei que ela quer falar algo..por fim suspira. -Tchau, Brunna

-Tchau, se cuida -

-Você também -diz antes de entrar no carro

Cruzo os braços, observando até ela ir embora. -Rum..

(...)

~Bru off~

(...)

~Lud on~

Eu dirijo com a cabeça cheia, latejando. Fala sério. Amigo?? Ela recusou a minha carona por causa de amigo?

-Mamãe..

Ignoro a minha filha, dirigindo enquanto fuzilo com a minha respiração..

-Mamãe!

Sinto a minha cabeça dar pontadas fortes, estaciono o carro rápido, abrindo a porta e colocando tudo pra fora..eu vomito

-Mamãe? -escuto a minha filha dizer pela terceira vez

-C-calma..-respiro fundo. -Tá tudo bem, amor

-Que foi, mamãe?

Me ajeito no banco, eu pego uma garrafa de água que estava no meu carro. Coloco um pouco de água na boca e cuspo na rua, depois bebo alguns goles

-Você tá doente?

-Tô, amor.. igual você estava -fecho a porta do carro, voltando a colocar o cinto. -Mas a mamãe só ficou nervosa agora, já passou.. tá?

-Tá bom

Eu volto a dirigir, direto pro parque de pula pula

(...)

~Lud off~

(...)

~Bru on~

-Obrigada por me buscar, Daniel..-desço de sua moto, tirando o capacete

-Sem problemas..-Daniel também tira o dele. -Quando precisar, é só chamar..menos, no meu horário de trabalho

Dou risada. -Tudo bem, da próxima vez eu chamo no seu horário de trabalho

-Ah, Brunna! Não faz isso que eu sou demitido, mas não te deixo na mão

Sorrio. -Obrigada, mesmo

-Nada..

Entrego o capacete pra ele. -Até amanhã

-Não vai na escola hoje?

-Não.. não tô afim

-Tá bom, até amanhã..-

Dou um beijo em sua bochecha e me afasto, entrando em casa.

-E aí? -

-Bruno! Que susto.

-Empregada?

-Sim -

-Que bom, e ta trabalhando do que?

-Babá de novo, Ludmilla me levou pra ser babá do afilhado dela.. é...na casa da mãe dela

-Hmmm, gostou?

-Gostei, ele é bonzinho -sento no sofá

-Que bom... aí, hoje vai ter uma festinha na balada, meus amigos vão, Emy mandou te chamar

-Como que eu entro na balada, menino?

-O dono é nosso amigo, fácil, Bru! Relaxa, tem amigos seus que vão, fala com eles

-Tá..vou ver isso

(...)

~Bru off~

(...)

~Lud on~

Entro no parque de pula pula, indo até a recepção. -Oi, boa tarde..

-Boa tarde, o que desejam?

-É..2 horas, quanto é?

-Pra crianças abaixo de 5 anos, ta saindo 130, pra adultos, 180 -

-Tá, débito -dou o meu cartão. -Ela tem 4 anos

-Tá bom, vou incluir as meias pra usar no pula pula -

-Tá, só pra ela, eu não vou entrar em pula pula não..

-Tudo bem

(...)

Depois que pegamos os ingressos, entramos no parque de vez. Mandei mensagem pra Paulina e ela disse que estava no restaurante com as crianças, levei a Clarita até lá.

-Oi meu amor, que bom que chegou -

-Oi mamãe -

-Oi crianças..-falo

-A gente já pode ir no pula pula? -Alejandro pede

-Pode, tirem os tênis e coloquem as meias que compramos -

Eles fazem isso super alegres. Observo o Sanchez que está no colo da mãe, capotado. Paulina me encara, se levantando. -Vou levá-los pra brincar, segura o San

Sento em uma das cadeiras, e ela coloca o meu filho em meu colo. Logo a minha esposa se afasta, com os outros três correndo atrás dela.

Acaricio a bochecha do meu pequeno, beijando a sua testa. -Eu te amo, meu amor..

(...)

~Lud off ~

(...)

~Paulina on~

Levo as crianças pra brincarem, mas antes, seguro a Clarita pra conversar..-Mamãe, eu quero brincar -ela choraminga

-Você pode, meu amor..calma -me agacho. -Quero que fale onde estava com a mamãe

-Na casa da vovó -

-É? Você viu a vovó?

-Sim, e o Michel e a Brunna -ela sorri

Franzo o cenho. -a Brunna, Clarita?

-Sim -

-E o que ela tava fazendo lá?

-Ela disse pro Michel que agora vai cuidar dele, e disse pra mim que não vamos nos ver todo dia agora -

Que porra. Não tô entendendo nada! Vou matar a Ludmilla.

-Tá bom, filha..vai brincar -me levanto

Ela se afasta correndo e eu saio de lá, indo até a mesa novamente.

(...)

~Paulina off~

(...)

~Lud on~

-Que porra tá acontecendo? -Paulina se aproxima

A encaro. -Hm?

-Hm? Não se faz de desentendida! Perguntei pra Clarita com quem ela estava.

Sorrio. -Claro que perguntou.. você não tem o que fazer

-Ah, eu não tenho o que fazer?? Eu não acredito que levou essa menina pra casa da minha sogra!

-Você não manda lá, porra! -dou um soco na mesa. -Para, Paulina! Para de me encher, caralho! A menina precisa do emprego, não tem quase o que comer em casa, não tem uma vida normal à não ser pensar em trabalhar! Acha que todo mundo nasceu rico igual à você??

-Para de falar assim comigo!

-Me deixa em paz.

-Se preocupa com isso ou tá interessada nela?

-Faz favor! Eu tô irritada com você por ter feito aquilo tudo ontem, desnecessariamente. Então não me deixa pior! Não me deixa pior, porra. -

-Você não tá falando com os seus amigos!

Me levanto. -Quer saber de uma coisa? Eu tô indo embora! -ajeito o meu filho em meu colo. -E vou levar o San, ele tem que dormir em casa, não aqui no meio desse lugar!

-Ludmilla..para!

Eu a ignoro, andando pra fora do parque.

[...]

Ficou mordida com o amiguinho da Bru 😳


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