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😈 Cap. 42 (Noivado)

Ficamos em silêncio, apenas nos acalmando.

Massageei a sua nuca, deixando um beijo no topo da sua cabeça..

-Amor..

-Hm?

-Seu coração ta batendo bem..bem forte

Eu sorri, observando ela me encarar. -É?

-É..Eu acho bom que ele só faça isso comigo.

Dei risada. -É só com você..Sempre foi só com você.. -Acariciei o seu rosto, deixando um selinho em seus lábios

Brunna sorriu. -Eu te amo

-Eu também te amo

Tava tudo bem, ate ouvirmos uma voz vindo do andar de baixo. ~Filha~

Nós arregalamos os olhos, e ela segurou a risada. Levantamos ao mesmo tempo, e eu levantei tão rapido, que bati a testa na prateleira que fica acima da cama dela. -Ai! Porra

Brunna gargalhou alto, vestindo a calcinha.

-Para de rir!

Mas isso é em vão, porque ela não consegue se controlar. Eu vesti a calça, rindo junto.

~Brunna, você ta ai??~

-TO, MÃE! JÁ DESÇO

~Ta!~

Ela me sentou na cama, acariciando a minha testa. -Deixa eu ver

-Doeu, ta?

-Ta vermelhaço

-E você ri!

Ela deixou um beijo, voltando a vestir o short. E eu coloquei os meus tênis, me levantando pra colocar a camiseta

Andamos pra fora do quarto, descendo juntas..

-Mia? -ela pergunta, me guiando pela mão ate a cozinha.

-Filha, você ta em casa desde que horas? Você falou com o seu irmão hoje? Ele di..-ela para de falar ao me ver. -Disse..Oi Ludmilla

Sorrio.. -Oi Mia

-Ele disse oi pra Lud?

-Brunna, não me estressa!

-Ué, você que falou -ela diz, se afastando de mim

Mia serra os olhos ao me encarar, me deixando sem reação, então so me sentei em um dos bancos da bancada.

-Vocês estão aqui desde que horas?

-Eu cheguei em casa a tarde, com a Julia..-Brunna diz, bebendo água. -A Lud ta aqui tem pouco tempo, ne amor?

-Ah..é..sim

-Oh mãe, você não ia fazer plantão??

-Eu ia, mas a menina trocou comigo..Pra não te deixar sozinha, mas você não ta

Ela ri. -Ta com ciume, Mia!

-O que? Que a minha filha tenha crescido? Talvez

Nós rimos juntas.

-Mia, ela é toda sua..-Eu digo

-Aaaaah, você tava querendo me levar pra morar com você ne -Ela fala, fazendo a mãe dela engasgar com algo que estava bebendo

-Mãe?! Ta bem??

-Puta que pariu, garota! Me molhei inteira -Ela fala, se limpando

Voltamos a rir..

-Porra! Vai morar com a Lud?

-A senhora apoia, ne?

-Seu pai não

-Se dependesse do meu pai, nem com ela eu tava, Mia -Brunna me agarra, deixando um beijo no meu pescoço. -Ne, amor?

-É..Mas..Eu não quero tirar ela daqui sem um compromisso sério..

Mia me olha. -Ai que ta...Filha, você acabou de fazer 18

-Acabei? Mãe, daqui a pouco to fazendo 19

-Ainda é cedo. Não é cedo, Ludmilla?

-Bom..eu casei nessa faixa..

Ela serra os olhos, fazendo eu engolir seco. -É cedo

-Amor, não da ouvido. Minha mãe casou com 17!

-Oh garota, estamos falando de você.

-Eu to com a vida feita, Mia. Ate trabalho eu tenho

-Eu não to querendo impedir vocês de casarem, meninas. Mas acho cedo

-E só noivar? -Eu pergunto

-Ah amor! Vai me pedir em noivado?? -Ela me encara, fazendo eu sorrir

-Noivar é pra virgens

-OH MIA!

Eu ri, recebendo um tapão da minha namorada. -Para de rir!

-Desculpa!

Minha sogra ri também, sentando na nossa frente.

-Magoou, mãe.

-Eu to brincando, menina. Eu apoio vocês duas, e apoio o noivado.

-Apoia eu morar com a Lud, então

-Meu amor...

-Um pouco la, e um pouco aqui

-Ta, garota. Ta, com noivado.

-Com noivado -Brunna repete, me olhando

-Pode deixar..

-Vamos pedir algo pra jantar?

-Vamos

-Ta, vou pegar o meu celular -Brunna se afasta, saindo da cozinha..

Mia me encarou. -Ludmilla..

-Senhora..

-Você quer casar mesmo?

-Quero sim

-Rum.

-Mia..e a minha filha?

-Quando eu saí de la, nenhum sinal de que tinha acordado.. -Ela se levanta. -Mas os sinais vitais seguem normais

-A Paulina foi pra la, ne?

-Foi, trocou com a sua mãe. E eu fiz o exame no neném, viu?

-Ta..Em quanto tempo fica pronto?

-Cinco dias, todos..

-Cinco..ta

-Ta nervosa? -Ela se aproxima

-Um pouco

-Por causa dos gêmeos?

-É..por causa daquele assunto..dos tipos sanguíneos

-Vai dar tudo certo, você vai ver. O que aconteceu na sua cabeça??

-O que? -pergunto

Ela colocou o meu cabelo pra trás. -Isso aqui, esse curativo

-Ah..

-Pronto -Brunna entra na cozinha, se aproximando. -Neném, sua mãe tava ligando

-Tava?

-Tava, toma.. -Ela me entrega o meu celular

-Ludmilla?

Encaro a Mia..

-O que foi? -Brunna pergunta

-O que aconteceu na cabeça dela?

-Ah..Senta ai, mãe

-La vem bomba.

-Aconteceu que sofremos um leve acidente de carro.

-QUE?!

-Calma!

-Como assim você passa por isso e não me fala?!

-Porque ficou tudo bem, mãe!

-Brunna??

-Se acalma.

-Foi hoje??

-Foi..

-Nós fomos comer, quando saímos do restaurante e estavamos indo pra empresa, eu freei o carro..Ele derrapou na pista, rodou..Eu bati a cabeça no ferro da porta

-Meu Deus, Ludmilla!

-É..

-Você ta bem, filha??

-To, não aconteceu nada..Só..vomitei tudo o que eu tinha comido, e minha cabeça ficou rodando por mais de 30 minutos

-Mas por que aconteceu isso?? Era pra freiar ne?

-Era..Mas tinha cera nos pneus do carro -eu digo

-O que?!

-Isso ai..

-Não to acreditando que sabotaram vocês.

-E adivinha quem entrou no restaurante antes da gente sair -A minha mulher fala

-Quem??

-O Enrico.

-Que filho da puta.

-Eu tenho certeza que foi ele, mãe

-Não to acreditando nisso.

-Nem eu..Ele podia ter nos matado -eu falo

-Você foi no médico? -Mia volta a se aproximar. -Foi, garota?!

-Não..

-Cortou muito?

-So um pouco

-Cortou sim, mãe!

-Brunna..

-Cortou, Ludmilla. Para!

-Só um pouco, Mia. Fiz o curativo, ta tudo certo, a Dai limpou bem

-Tem certeza? -ela pergunta. -Quer que eu limpe?

-Eu vou te dar trabalho atoa

-Não vai.

-Amor, aceita

-Ta, tudo bem

-Vem pra sala

Me levantei, andando com elas ate a sala. Mia subiu pro andar de cima e eu me sentei no sofá, mandando uma mensagem pra minha mãe.

-Eu pedi pizza, ta?

-Ta, bebê

-Desiste de ser teimosa, minha mãe é mais

Dei risada. -Você é igual..

-Sou ne

Não demorou pra minha sogra descer, com uma maleta. -Deita e encosta a cabeça no braço do sofá

Eu obedeci, observando ela tirar o curativo. -Ai..Ludmilla! Isso ta muito aberto

-Meu Deus..Isso vai inflamar -Brunna diz

-Para, amor!

-E ta com cara de que vai mesmo, você tinha que ter ido dar ponto -

-Eu nem vi direito..

-Não ta doendo? -Mia pergunta, começando a limpar

-Só um pouco

Ela joga soro, me encarando. -Ardeu?

-Muito! Puta merda -eu resmungo. -Caralho, desculpa...a palavra, mas porra!

-Vai inflamar se não limpar, eu vou fazer isso e dar um ponto

-Ah não, não! Mia, não  -tento me levantar, mas a Brunna me segura

-Ei, deita!

-Amor

-Que medo é esse, garota -A minha sogra ri, voltando a limpar a ferida

-Eu odeio agulha

-Fica tranquila, amor. Eu to aqui com você -Ela senta do meu lado, segurando a minha mão. -Se tem que fazer, então vai fazer

-Ta..

-Limpei..Vou dar os pontos, vai uns quatro..cinco, é pouco

-Tudo bem

-Eu não podia fazer isso em casa, mas como eu sei que você não vai no hospital..

-Não vai mesmo. -

-Amor, sossega

-Sossega você.

Dei risada. -Estressada...

-Vamos lá.. -Mia diz, segurando a minha cabeça. Na primeira passada da agulha, eu fechei os olhos de dor.

-Puta que pariu!

A Brunna coloca a mão no meu queixo, ajudando a me segurar. -Calma, fica quieta

-Foi um ja, relaxa

-Meu Deus do céu! Que ardência do cacete

-O machucado ta pior

-Senhor..respira, Ludmilla

-Respira mesmo! Respira

Mordi a boca com força quando a agulha passou novamente.

-Dois..

Senti os lábios da Bru tocarem os meus em um selinho. -Ta acabando, meu amor

-Três, vou dar so mais um

-Puta merda..Ta

-Dói quando a agulha entra ne, Ludmilla? -Brunna pergunta, fazendo a mãe dela rir.

-Amor do céu! Que vergonha.

-So queria ouvir você falar que dói

-Deixa ela, Brunna! Que isso, minha filha..Pronto, Lud

-Graças a Deus! -Respirei aliviada, sentando no sofá. -Nossa, que dor

-Você precisa tomar anti-inflamatório, vou te passar um e faça o favor de tomar.

-Ta bom, Mia..Obrigada

-De nada, norinha

(...)

Nós jantamos e depois fomos ver um filme, no meio dele eu resolvi ir embora, porque tenho que acordar cedo.

Mia havia dormido no sofá, e a Brunna tava quase. Eu sussurrei em seu ouvido que ja ia

-Amor..ja vou pra casa

-Não..

-Baby, tenho que acordar cedo

-Não

Segurei a risada, deixando um beijo na bochecha dela. Ela me olhou, sorrindo.. -Ta

Nos levantamos, andando pra fora da casa, ate o portão. -Te vejo amanhã..

-Hmm -Ela me abraça

Eu a abracei também. -Que foi?

-Não sei..Quero você pertinho de mim

-Eu te amo, neném

-Eu também te amo..

-Olha pra mim

Brunna me encara, e eu deixo um selinho em seus lábios. -Até amanhã..a tarde, na confraternização...Deixa sua mala pronta, vamos viajar de madrugada

-Ta bom

Nos despedimos com um beijo, e em seguida fui ate o carro, observando ela fechar o portão

(...)

~Lud off~

(...)

~Bru on~

Eu entrei em casa, vendo que minha mãe estava dormindo. Desliguei a televisão e ia subir, mas..

-Pode parando ai

-AI MIA! Que susto.

Ela senta no sofá, me encarando. -Aqui, agora

Me aproximei, após ligar a luz. E sentei do seu lado...

-O que vocês estavam fazendo quando cheguei?

-Estávamos no quarto

-Fazendo o que?

-Ue..

-Me responde, garota

-É..

-Hm?

-A gente tava transando

-Ah, ah ta.

-Você que perguntou

-Eu ja sabia.

-E qual é o problema, Mia?

-O problema..Não é vocês terem momentos intimos, o problema é que se não fosse eu chegando, e sim o seu pai..Vocês teriam se lascado! Quer transar vai no motel

-O papai nem ta

-Eu também não tava.

-Você tem um ponto..Mas eu que arrastei a Lud pra la

-A coitada não tem paz com você

Dei risada. ‐Desculpa..Não faço mais isso aqui em casa

-Ta bom, o desculpa eu acredito e aceito.

-Nossa, Mia!

-Você ta usando camisinha?

-Iiih, assunto chato

-Se levantar desse sofá..eu vou te dar um murro

Permaneci sentada, a encarando.

-Você está..usando camisinha?

-Não

-Nem a Ludmilla?

-Nem a Ludmilla

Minha mãe respira fundo, passando as mãos no rosto. -Garota, eu vou te quebrar

-Mãe, relaxa.

-Relaxa, Brunna?! Sua filha da puta

Eu dou risada..

-Qual a parte do "Você tem 18 anos" ainda não entendeu?!

-Calma!

-Você tem uma vida pela frente, tem uma carreira, viagens! Tem que manter o corpo.

-Eu sei

-Então fecha essa perereca.

-Oh Mia!

-Ou usa camisinha. Porque a sua namorada é muito fértil!

-Ta, mãe...Fica tranquila

-Fica tranquila o caralho, garota!

-Eu gosto assim

-O que??!

-Sem camisinha

-Ta tomando remédio?

-Não

-Brunna, você ta de sacanagem com a minha cara?

-Eu quero um bebê

-Some da minha frente.

Voltei a rir, abraçando a minha mãe. -Calma, dona Mia!

-Me solta, garota

-Eu não tô tomando anticoncepcional, vai mudar meu corpo, e ele não pode ser mudado

-Gravidez também muda

-Shiu. Eu tomo a pílula do dia seguinte

-Pelo menos faz alguma coisa.

-Tudo bem que algumas vezes eu esqueci

A minha mãe se levanta, desistindo de conversar comigo.

-Perai, mãe

-Boa noite!

Dessa vez eu ri alto.

(...)

Assim que deitei na cama, Ludmilla mandou mensagem..

Neném: Cheguei, amor..

Bru: Posso te ligar?

Neném: Agora?
Neném: Pode

Então eu liguei, por vídeo.

Ela atendeu, me olhando. ~Oi amor, que foi?~

-Nada, queria te ver

Ludmilla ri. ~Meu Deus, ta me amando tanto assim?~

-Eu tô...Você ta fazendo o que?

~To pegando uma roupa, pra ir tomar banho~

-Não quer me levar junto?

~Eu te levo, vem aqui em casa~

-Não chama..que ja ja to batendo ai

~Não duvido de você, meu amor~

-Ah..baby, minha mãe veio perguntar o que estávamos fazendo aqui em cima..

Ela me olhou, com os olhos arregalados. E eu ri. ~O que você disse?~

-A verdade, meu bem

~Porra..~

-Ela ta preocupada...

~Com o que?~

-Com a probabilidade de ser avó novamente

~Precisamos conversar sobre isso..Ate tinha esquecido~

-O que?

~Você ta tomando remédio?~

Eu sorrio..

~Bru?~

-Não, amor

~Por que você não me falou?~

-Você não perguntou

~Amor, estamos..Brunna do céu, nós estamos transando sem camisinha, e eu não to ejaculando fora~

-Eu sei

~Amor??~

-Eu nem lembrava de remedio, Ludmilla!

~Mas tem que lembrar, é responsabilidade sua lembrar~

-E sua não??

~Eu to lembrando!~

-Agora.

~Não quero brigar~

Respirei fundo. -Eu não to tomando, porque ele muda meu corpo..

~Serio isso?~

-Sério. Em cada corpo reage de um jeito, e no meu, ele me engorda.

~Hm, então vamos usar camisinha~

-Amor, não!

~Que não o que~

-Somos namoradas, pelo amor de Deus

~Brunna, o que você quer que eu faça?!~

-Não sei.

Ela suspira, sentando em algum lugar.

-Tem a pílula do dia seguinte..Mas as vezes esqueço dela

~Ta..Tudo bem, vamos fazer assim..~

-Hm

~Toda vez que a gente transar, eu te entrego uma~

-Pilula?

~É, e você vai tomar na minha frente.~

-Amor, você não quer ter um nenenzinho comigo?

~Agora não, amor~

-Nossa!

~Temos que estar preparadas~

-Ta..

~Amanhã eu compro pra você...E te dou na confraternização~

-Ta bom, amor

~Eu vou tomar banho, vai descansar~

-Beijo

~Beijo, eu amo você~

-Eu também amo você

(...)

No outro dia..

Assim que acordei, fiz minhas higienes matinais, e desci pra comer. Encontrando meu irmão na sala.

-E ai, Brunninha

Eu o abracei. -Oi irmão

-Que saudade de você

Dei risada. -Mentiroso que só. Cade a Winny? E a minha sobrinha?

-Estão em casa

-Bem?

-Estamos bem..E você?

-To bem também

-Bom dia, meu amor.. -Minha mãe entra na sala, acompanhada do meu pai

-Bom dia

-Vem cá..Chegou umas sacolas mais cedo

Me aproximei do sofá, observando elas..

-É, e tem os nossos nomes -Bruno diz. -Olha..Mia, Bruno, Brunna, Jorge, Winny..

-É da marca da Lud -eu digo, pegando o meu celular pra ver se tem mensagem. -Perai..

-Eu não pedi nada pra ninguém.

-Aquieta, Jorge.

Neném: Bom dia, princesa
Neném: Se chegarem algumas sacolas com os nomes de vocês, pode abrir. São convites e a roupa de cada um
Neném: Eu te amo.

-Ta..podem pegar as de vocês  -Eu pego a minha, sentando no sofá

-Eu não quero

-Pai, pega logo!

-Eu ja falei que não quero.

-É um convite, pra uma confraternização...Hoje -Bruno diz. -E PORRA! Caralho, um terno

Fiquei boquiaberta ao ver o meu vestido. -Puta que pariu!

-Que lindo, filha -

-Meu pai..Vou ficar um nojo com esse vestido -

-Olha, mãe! Que lindo seu vestido, em -o meu irmão fala, fazendo eu olhar

-Que confraternização é essa?

-Festa da empresa..Pra nós modelos -Eu digo, dessa vez olhando as sandálias que vieram junto

Meu pai se levantou, me encarando. -Sei que é seu trabalho, mas não vou perder meu tempo.

-Pai..

-Nossa, pai. Ela te convidou, te mandou ate a roupa.

-Eu não quero saber. Eu não apoio você com ela, eu não apoio o relacionamento.

-Tudo bem, você não quer ir, então não vai. Melhor do que ficar arrumando briga. -Me levantei, pegando as minhas coisas. -Lá é o meu local de trabalho.

-Certo. -Ele se afasta, sem nem tocar nas sacolas

Encarei a minha mãe. .

-Não fica assim, Bru..

-Eu..vou subir

-Vamos tomar café

-Perdi a fome

-Oh Bru..

Ignorei o meu irmão, subindo a escada.

(...)

Eu me permiti chorar, deitada na minha cama. Não demorou muito pra minha mãe e o meu irmão entrarem no quarto, sentando do meu lado.

O meu irmão me abraçou, deixando um beijo na minha bochecha. -Não fica assim..

Mia acariciou minha cabeça. -Filha, um dia ele entende, e aceita

-Não, mãe..Não. O problema..Me irrita, porque o problema não é ser mulher, ou ser homem

-O problema é ser a Lud

-É. Ele tem raiva dela, por nada! Se nós começamos a namorar do jeito que começamos, foi escolha minha.

-Se acalma

-Poxa, ela tenta de tudo! Absolutamente tudo, pra ganhar ele. Mesmo ele sendo tão desagradável, Mia.

-Eu sei, filha

-Acho que a Lud ja desistiu, ela faz por educação

-Seu irmão tem razão..Ela sabe com o que ta lidando

-A vida toda, meu pai foi o meu herói..A vida toda eu sempre precisei dele nas minhas festas de escola, porque sem ele não era a mesma coisa. E agora..ele não vai poder ir na confraternização que é pra mim? Não vai no meu casamento, aposto!

-Mas nós vamos.

-Tudo bem que não cobrimos o lugar do pai. Mas temos os nossos também, e eles jamais ficarão vazios..

Respirei fundo, enxugando as minhas lágrimas...

-Você mudou muito depois que conheceu a Ludmilla, filha. Você cresceu..E era o que o seu pai temia, ele tinha medo de te ver crescer..Ele sabe que a Lud te ajudou nisso, e isso mata ele por dentro.

-Eu precisava crescer, mãe!

-Eu sei..Mas pra ele, você sempre vai ser a Bubu, que precisa do papai até pra assistir televisão.

-É..era ate isso mesmo

Dei risada..

-Um dia tudo se resolve, fica calma

-Uhum

(...)

~Bru off~

(...)

~Lud on~

-Não aguento mais esperar a Thaissa.

-Fica calma, Daiane. Ninguém mandou você beber igual maluca.

Ela se levanta, me encarando. -Cade a minha conversa com a Julia?

-Espera!

-Ludmilla

-Se você falar mais alguma coisa dela, eu juro que conto pra Fernanda.

-O que você conta pra mim, Ludmilla?

Eu gelei..Não tinha visto ela chegando com a Thaissa.

Me levantei. -Nada.

-Como assim nada?

-É surpresa, amor. Ou pelo menos era, a Ludmilla acabou de estragar

-Não estraguei não, ela não sabe o que é ainda

-Bom dia.. -Thaissa me encara. -Vocês estão bem?

-Estamos sim

-Certo, vamos entrar

(...)

Quando acabou, saímos da sala, e claro que ganhamos o caso. Eu tinha provas o suficiente...

Depois de lá, fui direto pro hospital visitar a minha filha. Assim que entrei no quarto, dei de cara com a Paulina, e o Jonas.

Respirei fundo..

Ela me encarou, se levantando.

Os ignorei, seguindo até a cama da Clarita. Passei o álcool nas mãos, acariciando seu rosto em seguida. -Oi meu amor, mamãe ta aqui...

Eu precisava tanto que ela acordasse antes de eu ir viajar...Queria ir despreocupada.

Paulina se aproximou de mim, tocando no meu braço. Puxei ele, a encarando. -Ele veio trazer comida pra mim

-Eu não tô nem ai.

-Ludmilla..

-Me deixa em paz, vai

-Para com isso

-Porra, Paulina! Me deixa.

Nesse momento meu celular tocou, e eu tirei ele do bolso, atendi assim que vi que era a Brunna. -Oi amor

A minha ex revirou os olhos, se afastando

~Oi bebê, e ai..Vi sua mensagem, como foi la?~

-Deu tudo certo..

~Que bom, amor~

-Eu tô no hospital

~Ta tudo bem ai?~

-Sim, ela ta dormindo ainda..

~Por que essa voz?~

-Que voz?

~Triste~

-Eu queria viajar despreocupada..To com medo que ela não acorde

~Mas vamos voltar em um dia~

Opa..

-Ah..é, mas mesmo assim

~Ela vai acordar, no tempo dela, baby~

-E você recebeu as roupas?

~São lindas, eu amei o meu vestido~

Eu sorrio.. -Que bom, princesa

~Mas você sabe..Que o meu pai..~

-Tudo bem..

~Eu fico muito triste, queria que ele fosse..Que visse o meu trabalho~

-Não fica assim, amor

~É..eu tento, juro~

Que horas são?

~São..quase 13h~

-Então vai se arrumar

~Ue, pra que?~

-Depois você descobre

~Vai vim aqui?~

-Não..Nos vemos só mais tarde

~Não entendi~

-Faz o que eu mandei, ta? Leva sua roupa com você..A Patrícia vai entrar em contato, e te passar as informações

~Ta..tudo bem~

-Eu amo você, beijo

~Eu também amo você, beijo~

Ela desligou a chamada, e eu guardei o celular, voltando a focar na minha filha.

[...]








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