😈 Cap. 30 (Filho de peixe, peixinho é)
Peguei um jato, pra ser mais rápido ainda eu desci em um ponto específico, e peguei um helicóptero.
Cheguei no hospital as 6 da manhã do México, e 9 da manhã do Brasil.
O helicóptero pousou no prédio, e eu desci dele, andando ate a escada que me leva pra dentro do hospital.
Peguei o elevador, ate a recepção, onde me identifiquei e procurei pela minha filha.
Disseram o quarto, e eu subi ate la.
Sem bater na porta, eu entrei, entrei devagar porque vi que estava um silêncio..
Observei as crianças dormindo, um em cada canto do quarto. Soraya e Alejandro no sofá, o San no colo da avó em uma poltrona, e o Santiago no carrinho..
A Clarita na cama, ligada naqueles aparelhos de medir os batimentos cardíacos, enquanto a Paulina estava parada observando cada suspiro que ela dava
Me aproximei, parando ao seu lado..
Assim que me viu, me abraçou, começando a chorar.
-Shh..calma -sussurrei em seu ouvido, acariciando as suas costas
-E-ela tava tão bem, amor..tão bem
Puxei a Paulina pra fora do quarto, fechando a porta. -O que ela tem?
-Eles não sabem..
-Como assim eles não sabem??
-Eles tem hipóteses, mas não tem certezas...
-E qual é a hipótese?
-Ela pode ter caído e batido a cabeça, pode ter sangramento, pode ter machucado, ela não acorda!
-E por que não levaram a minha filha pra fazer mais exames?? Estão esperando o que??
-Amor..Eles vão levar ela pra fazer uma ressonância, so que tem fila...Tem muita gente usando a mesma sala
-Eu não quero saber de fila. Eu pago ate mais, Paulina!
Ela suspira, apenas me olhando..
-Eu vou descer ate a recepção, e a minha filha vai ter esse exame agora
-Calma..
-Não me peça calma! Eu voei do Brasil ate aqui, 10h, da forma mais rapida. E AINDA NÃO MEXERAM UM DEDO SE QUER, PRA SALVAR A MINHA FILHA??
-Eles estão fazendo o que podem
-Não fala isso! não..Não fala.
-Desculpa..
-Eles vão fazer ate o impossivel, pra trazer a minha filha de volta. Porque quando eu sai daqui, Paulina..Ela tava bem! E eu volto, encontro ela assim???
-Ta falando que a culpa foi minha??
-Não.
-E por que você ta me chamando de Paulina?
Respirei fundo, passando as mãos em meu rosto.
-Me responde
-Me desculpa. Mas eu fui atrás da Brunna
-Ah! -ela ri.. -Claro...Claro que você foi! Por isso não ligou pra perguntar dos seus filhos???
-Eu liguei!
-VOCÊ NÃO LIGOU.
-UM DIA, PAULINA
-UM DIA QUE VOCÊ PODIA TER OUVIDO A VOZ DELA! AGORA ELA NÃO ACORDA
Engoli seco..
-EU SABIA QUE VOCÊ IA ATRAS DELA, EU SABIA.
-A Brunna..é o amor da minha vida
-Essa garota não namora, em?? O namoradinho dela ta sendo corno??
-Eu vou até a recepção
-Não! Você não vai -ela me segura. -Pode voltar pro Brasil, vai atras dela
-Eu não vou voltar pra la! Você não sabe resolver nada, capaz de deixar a minha filha morrer.
-Olha como você fala comigo, Ludmilla!
-Me solta.
-Mamãe -Alejandro sai do quarto, me olhando
-Oi meu amor..
Ele veio correndo, e eu abaixei, recebendo um abraço apertado.
-Não foi eu -meu filho diz, começando a chorar
-O-O que não foi você, hm? -O encaro, acariciando o seu rosto
-A mamãe acha que eu empurrei a Clarita..Não foi eu, eu juro
Encarei a Paulina por alguns segundos, ela desviou o olhar..
-Olha, filho..Eu não tenho duvidas, eu sei que não foi você.
-Ela caiu sozinha
-Como foi isso, hm? Conta pra mamãe
-A gente tava correndo, e ela caiu
-Ela so caiu, filho?
-Sim, ela não se mexia, eu fui chamar a mamãe
-Entendi, tudo bem..Não precisa ficar assim
-Bom dia -Um homem se aproxima, de meia idade. Me levantei, pegando o Alejandro no colo
-Bom dia.. -Respondi, o encarando
-Creio que seja a mãe da Clarita
-Sou eu sim
-Ludmilla Oliveira? Acompanho seus trabalhos -Ele aperta a minha mão. -Me chamo Alan Garcia, sou o médico da sua filha
-Ta, não querendo ser mal educada..Mas como ela ta? Vocês não vão fazer mais exames??
-Vamos sim, vim ver como ela ta, pra poder levar pra ressonância..
-Ok, então vamos la -Eu ando na frente dele, abrindo a porta do quarto
Nós quatro entramos, chamando a atenção da Margarida.
Coloquei o Alejandro no chão, e fui observar o trabalho do doutor. Ele colheu sangue da Clarita, mediu a temperatura também, e examinou os olhos. -Ela ta em coma
-Como assim ela ta em coma???
-Não sabemos como ocorreu, mas ela está.
-O que você quer dizer com isso? Que a nossa filha morreu? -Paulina o encara
-Em coma, ela não está morta..Mas não sabemos quando pode acordar ou..se vai acordar, vamos levar pra ressonância e tentar achar o motivo disso, ja que ela bateu a cabeça
-Ta, tudo bem
-Vou chamar os enfermeiros, e trazer a autorização pra ser assinada
O médico sai do quarto, e eu me aproximo..Acariciando o rosto da minha filha. -Brunna ia morrer se te visse assim, princesa..Eu não deixaria ela vim, não agora
-Quando você chegou? -Margarida se aproxima
-Quando você tava dormindo - a encaro. Por que vocês não me avisaram que a minha filha tava desse jeito???
-Eu mandei a Paulina avisar, mas ela achou que ia ser so uma coisinha
-Ela sabe o quanto me importo com as crianças
-Viajando??
-Eu tava resolvendo problemas, e ainda preciso!
-Vou te contar os problemas que ela estava resolvendo, mãe.
-Se chama Brunna, ne, minha filha?
Respirei fundo. -Vocês vão ficar querendo falar disso agora? Serio?
-Sim, eu quero! -Paulina me encara
-Quer mesmo? Então pega aquele divórcio, e assina! Eu não quero mais ficar casada com você. Eu tentei, Paulina
-Claro que tentou, me traindo.
-Vai se foder! Você é hipócrita, também me traiu, tanto que nem sabe se..-eu me calo, observando que as crianças mais velhas estão observando a conversa. -Chega, aqui não é lugar, nem hora.
-Termina, Ludmilla! Vai em frente
-Mamãe -Soraya me olha
-Oi meu amor.. -Deixei um beijo na sua testa, sentando ao seu lado. -E ai, como você ta?
-Bem
-Bem?
-Sim
Franzo o cenho. -Não ta triste pela sua irmã?
-Não
-Não??
-O que ela tem? Ela vai morrer?
-Não, a sua irmã não vai morrer
-Ah ta -Ela se levanta. -Eu queria jogar
-No celular?
-Sim
Peguei o meu, entregando pra ela. -Se alguém me ligar, me mostra
-Ta bom
Me levantei, indo dar um beijo nos meus mais novos. Primeiro no San, e depois no Santiago que ainda ta dormindo, o unico.
Logo o médico voltou, e eu liberei o exame.
(...)
~Lud off~
(...)
~Bru on~
Eu acordei as 10:30h, um pouco atordoada por lembrar o que aconteceu ontem a noite.
Levantei rápido e fui fazer as minhas higienes matinais. Assim que sai do banheiro, peguei meu celular e fui pra cozinha tomar café
Encontrando meus pais, e o meu irmão. Que por mais que ele seja casado, Bruno sempre aparece aqui antes de trabalhar
-Bom dia.. -
-Bom dia -eles respondem, me olhando
Sentei na cadeira, mandando mensagem pra Lud.
-Ja acorda assim, Brunna? No celular? -Mia diz
-É..Eu to preocupada -a encaro
-Com o que? -Foi a vez do meu irmão perguntar
-Ontem quando a Ludmilla veio me deixar, ela recebeu uma ligação..da mãe dos filhos dela
-Esposa dela -Meu pai corrige
-Elas só são casadas ainda, porque a Paulina não assinou o divórcio. A Lud deixou assinado -Bruno o encara
-Eu não te perguntei nada.
-Parem de brigar, olha o estado que ta a sua filha, sua irmã.
-Pode falar, Bru..
-Então..-suspiro. -Paulina falou que a Clarita tinha sofrido um acidente, que ela caiu, bateu a cabeça, e não tava acordando..
-Meu Deus do céu..
-A mais nova? Loirinha? -Minha mãe pergunta
-É..ela, mãe
-Ai..tadinha, meu Deus
-Se tivesse a mãe por perto, podia ter evitado
-Cala a boca, Jorge! -Minha mãe o encara. -e você não consegue contato com a Lud?
-Ela foi pra la??
-Foi, Bruno..Na mesma hora, e não..não consigo, ela ainda não me respondeu. Mandei mensagem 10:31 e já são..quase 11:30
-Ja tentou ligar?
-Não..
-Então tenta, Bru
-Vou tentar.. -Eu começo a ligar
-Ta chamando?
-Ta sim..Eu ja volto -Me levanto, indo ate a sala
Atendeu, mas ficou um silêncio..
-Alo? -eu franzi o cenho, tentando ouvir
~Quem é?~
Logo reconheci a voz. -Ah..Soraya, cadê a sua mãe?
~Minha mãe ta falando com o médico~
-Ta..passa o celular pra ela, amor..por favor, é a Brunna
Silêncio novamente..
Ja ate sei que vem merda por aí
~Mamãe, toma~
Suspirei aliviada, ate ouvir a outra voz.
~O que você quer?~
-Paulina..Passa pra Ludmilla, por favor
~Não, eu não vou passar pra ela. Sabe por que? Ela ta no lugar certo, com a família dela, e você ta atrapalhando!~
-Você não tem o direito de decidir as coisas por ela
~Tenho sim, a esposa dela sou eu. Não você, garota!~
-Tudo bem..Eu só quero saber como ta a Clarita
~Ela vai ficar melhor com a mãe dela aqui. E sei que infelizmente a minha filha te adora, por isso te respondi.~
-Ok, obrigada
Ela desligou na minha cara, e eu respirei fundo. Bem fundo, pra não matar a Ludmilla.
(...)
~Bru off~
(...)
~Lud on~
Voltei pro quarto, e a primeira coisa que vejo, é a Paulina com o meu celular na mão. Que droga
-Meu celular..
Ela me entrega. -E a Clarita?
-Ta no exame..Não pude ficar, eles vão trazer o resultado aqui
-Ok..Vou levar as crianças pra tomar café na lanchonete do hospital, me chama quando sairem de la
-Ta.
Esperei eles descerem, e comigo so ficou o Santiago no carrinho. Sentei no sofá, retornando a ligação da Brunna
Chamou uma..duas..três..quatro vezes, na quinta ela atendeu.
~Alo..~
-Oi amor..
~Hm, oi~
-Me ligou?
~Liguei, e quem atendeu foi sua filha, depois ela passou o telefone pra mamãe dela.~
-Brunna..ela é só uma criança
~Esse é o seu problema, Ludmilla! Ela é só uma criança, uma criança que tem que ser corrigida~
-Ta dizendo que não sei corrigir ela?
~Sim! Não é porque ela é uma criança, que ela pode errar. Ela é igual a mãe, é idêntica~
-Ela só tem ciumes de mim.
~Eu não vou discutir mais, eu não quero passar por isso de novo! Eu não quero a Paulina me humilhando, Ludmilla. Eu não nasci pra isso~
-Bru..
~Ou você..Termina esse casamento ainda hoje, ou você..não me liga mais! Porque enquanto você tiver casada com ela, vai se achar no direito de fazer qualquer coisa, e Ludmilla..Você OBEDECE~
-Você ta me exigindo algo que também não fez, cade o termino com o Enrico??
~Eu não posso terminar com ele, não enquanto você não me provar..~
-Brunna, eu te amo, o que mais você quer?
~O divórcio. Você pode me amar, mas sem ele, eu não fico com você.~
-Tudo bem..
~Cadê a Clarita?~
-Ta fazendo ressonância..O médico disse que ela entrou em coma, não sabemos quando pode acordar
~Eu quero muito ver ela..~
-Eu sei..Vamos dar um jeito
~Uhum~
-Princesa..
~Eu vou desligar, qualquer coisinha..Você me fala, ta? Por favor~
-Ta..
~Beijo..~
-Beijo..
Brunna desliga a ligação, e eu encaro o Santiago. -A mamãe não aguenta mais essa situação..
(...)
Assim que trouxeram a minha filha pro quarto, eu mandei mensagem pra Paulina.
O doutor esperou ela junto comigo, demorou uns 5 minutos.
-Oi, deixei as crianças com a minha mãe.. -ela fecha a porta, se aproximando
-Bom, com a ressonância..Descobrimos que realmente, ela não bateu a cabeça
-Oi??
-O motivo da queda dela, não foi bater a cabeça...A Clarita tem um tumor na cabeça
Eu fiquei sem reação nenhuma.
-O que??? Não, vocês não estão falando sério -Paulina tenta ver as imagens do exame, puxando da mão do doutor
-Calma -Eu a seguro. -Calma, Paulina
-Não! Eu preciso ver, eu quero ver -ela começa a chorar
-Se acalma.. -Eu a abraço. -Deixa o doutor falar
-Eu entendo o seu desespero..E é de se desesperar
-Mas..Ela tem consultas todos os meses, nunca descobriram nada disso
-É assim mesmo, esses tumores são silenciosos, e quando vai ver a criança ja ta em coma
-O que vamos fazer? -Eu pergunto, enquanto a Paulina se mata de chorar. -É maligno? Benigno?
-Temos que fazer outros exames, antes de..fazer a cirurgia. Precisamos ter certeza de que podemos entrar ali naquela área
-Ta, e se não puderem? A minha filha morre?
-Ludmilla..não fala isso
-Temos que saber tudo, Paulina. Não quero mais surpresas
-Ludmilla, faremos o possível
-E o impossivel!
-Essa cirurgia é arriscada, é perto do cérebro. Um errinho e ela pode não acordar mais, ou não andar, não falar..
-Se vocês não tem competência aqui, eu vou atrás de quem tem.
Ele se cala, apenas me encarando
-Me fala, Alan, vocês tem competência???
-Nós temos, mas não temos materiais o suficiente aqui. Teríamos que leva-la pra outro hospital, onde tem tudo o que precisa, porque na situação que ela se encontra não vamos poder ficar retirando pra fazer exames, e trazendo de volta..
-Ótimo, minha filha vai pro Brasil.
-Ludmilla
-Ela vai pro Brasil, Paulina. -a encaro. -Em São Paulo tem bons hospitais pra esse tipo de tratamento, mesmo que seja caro. Eu pago o quanto que for pra minha filha acordar, sem sequelas
-A decisão é de vocês..Mas se forem pra São Paulo, eu vou junto, quero acompanhar o caso dela..E posso mante-la segura ate a chegada no Brasil, porque vamos sem equipamento algum
Eu afirmo com a cabeça. -Tudo bem, faz o que tiver que fazer, eu vou preparar a viagem
Saio da sala, seguida pela Paulina. -Você ouviu, vamos pro Brasil. Manda alguém preparar as malas, vou ajeitar as coisas em São Paulo
-Ta..ta bom
Eu deixei ela ali, parada no corredor, enquanto fui pra um lugar mais calmo fazer uma ligação.
Liguei pra Daiane, que atendeu em questão de segundos, sabendo do que to passando..
~Lud? Tudo bem?~
-Não, Dai..Não ta nada bem -eu respiro fundo, tentando conter as lágrimas
~O que aconteceu? Que resultado deu?~
-É um tumor na cabeça..
~Meu Deus do céu..M-mas..O que vai acontecer com a minha afilhada?~
-Vamos levar ela pro Brasil. Eu quero..os médicos de São Paulo, quero o melhor médico de la, você ta ouvindo? Vai atras disso pra mim, por favor
~Calma, vai trazer ela pra ca??~
-Você ouviu. Se tiver como eles irem pro Rio, é melhor, mas se não..Vamos pra São Paulo, entendeu? Consegue ir atras disso pra mim??
~Ta, vou pedir ajuda da Emily~
-Pra hoje
~Pode deixar~
Eu desliguei a chamada, sentindo o meu corpo queimar. -Que droga.
Logo em seguida, meu celular tocou. E eu so atendi porque vi que era minha mãe.
-Oi..oi mãe
~Filha..a Paulina mandou mensagem~
-Eu to destruida, como que não viram isso antes? Ela passa no médico todo mes, mãe! Todo mês.
~Não é sua culpa, amor..Fica calma, vai dar tudo certo~
-Não é? Talvez não seja, mas me sinto culpada..Me sinto..irresponsável!
~Ludmilla, para com isso. Você é uma mãezona e sabe disso. Para de se lamentar, e traz logo ela pra cá~
-Eu vou levar..
[...]
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